Thursday, June 28, 2018

6 razões por que o oleoduto na América do Norte é uma furada

Postado por Juliana Costta
 estes projetos são seguros e vantajosos, inclusive até já processaram a nós e outros parceiros que ousaram falar o contrário. Mas nós não vamos nos calar, então aí vão 6 razões do porquê oleoduto é uma furada:
  1 - Ameaça povos indígenas
As comunidades indígenas norte-americanas, direta ou indiretamente, estão ameaçadas pela construção de um oleoduto em suas terras, seu território tradicional. Os oleodutos KeyStone XL, Transmountain e Bayou Brigde atravessam comunidades e territórios indígenas. Essas propostas são, por vezes, feitas sem o consentimento necessário das comunidades locais, violando a soberania e os direitos indígenas. Estes oleodutos ameaçam ainda o fornecimento de água e lugares de enorme importância cultural. As comunidades indígenas estão na linha de frente para impedir a construção dos oleodutos. Nós apoiamos essa resistência aos projetos de infraestrutura para combustíveis fósseis.
  2 - Péssimo para o meio ambiente

Já está bem documentado que os oleodutos vazam regularmente. Nesta última década, 34 MILHÕES de galões de líquidos perigosos vazaram de oleodutos apenas nos EUA. Esses novos oleodutos propostos apresentam um risco irreversível de danificar o solo e o abastecimento de água que comunidades de todo o país necessitam. Isso, sem contar que explorar mais combustíveis fósseis é péssimo para todos os seres humanos no mundo, devido ao aquecimento global que mostra sua cara através de secas e tempestades mais severas.
  3 - Bom para diretores executivos, ruim para você


Ao contrário do que as petrolíferas querem que você acredite, esses oleodutos não contribuirão com a estabilidade de emprego a longo prazo. Uma vez que a construção termine, a maior parte dos empregos desaparecerão. Por outro lado, está aí a indústria de energias renováveis, com milhares de novos empregos e oportunidades no setor de energia solar e eólica.
  4 - O dinheiro não pode falar mais alto
Esse tipo de obra só acontece com muito dinheiro, normalmente dinheiro de empréstimo de bancos. Por isso, internacionalmente estamos pressionando bancos para que eles se comprometam a analisar os financiamentos que fazem para grandes empresas petrolíferas. Isso significa não aprovar empréstimos para a construção de projetos como os oleodutos, que os bancos sabem que causariam impactos socioambientais com o dinheiro deles. Cada um das instituições financeiras que estamos pressionando fez empréstimos para a Energy Transfer Partners ou companias relacionadas. Queremos que eles façam uma análise dos projetos com que trabalham e parem de dar dinheiro a empresas que o usarão para poluir a água, ameaçar direitos indígenas e afetar o clima global, como no caso desses oleodutos.
  5 - Uma ameaça global


Da América do Norte, com os oleodutos da ETP ameaçando os povos indígenas, à América do Sul, com os planos da Total de explorar petróleo nos Corais ameaçando esse ecossistema novo, as energias fósseis fazem as suas vítimas diretas. O pólo Norte e o pólo Sul são suas vítimas indiretas com o degelo, que coloca em risco os animais da região e todas as pessoas que vivem em regiões costeiras. O petróleo é o grande vilão da nossa geração, que luta e, se continuar assim, lutará ainda mais para sobreviver aos efeitos do aquecimento global. Estes efeitos vão de tempestades e secas mais severas até a inundação de cidades costeiras caso as geleiras derretam. Precisamos impedir a exploração de petróleo. Precisamos parar essa ameaça global.
6 - Eles querem nos calar


A ETP, empresa norte-americana, quer nos silenciar. É exatamente por isso que precisamos falar cada vez mais, e mais alto, a nossa oposição aos projetos devastadores desta empresa. Eles estão assustados com o poder que temos quando nos unimos. Assustados de como nós estamos trazendo para o conhecimento de todas e todos os planos sujos da empresa e com medo das verdades que revelaremos aos tomadores de decisão. As intimidações da ETP não vão nos parar!
Essa batalha é maior que só um oleoduto ou empresa. É sobre direitos dos povos indígenas, sobre direitos humanos, proteger recursos hídricos (água limpa), é sobre justiça.
Não podemos mais aceitar a exploração de petróleo. Sua produção, distribuição e uso causam danos ao meio ambiente. Não ao petróleo. Sim às renováveis!

Desmatamento no Cerrado aumentou 9% no último ano

Expansão da agropecuária é o principal vetor de destruição do bioma. É preciso ação por parte do setor privado para zerar a perda de vegetação nativa
Vista aérea do município de Balsas, Maranhão, na região conhecida como MATOPIBA, que abrange os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. (© Marizilda Cruppe/Greenpeace)
 
Savana mais rica do planeta, o Cerrado sofre com a devastação. Dados preliminares do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente na última quinta-feira (21) apontam que o desmatamento no bioma aumentou 9% em 2017, em comparação ao ano anterior. Em 2016, um total de 6.777 km² foram desmatados; em 2017, esse número subiu para 7.408 km². O avanço da agropecuária sobre a vegetação nativa é a principal causa do desmatamento.
Em comparação  aos anos de 2014 e 2015, houve redução da taxa de desmatamento no bioma. Ainda assim, os índices são considerados muito altos para o Cerrado, que abriga um terço da biodiversidade do Brasil mas está extremamente ameaçado por conta da expansão do agronegócio. Atualmente, apenas 50% da vegetação original do ecossistema está de pé.
A boa notícia é que, pela primeira vez, estão sendo divulgados dados do desmatamento do Cerrado detalhados ano a ano, o que torna possível comparar a conversão da vegetação nativa a partir de uma série histórica. O Ministério do Meio Ambiente prometeu, a partir de agora, divulgar as taxas do Cerrado todos os anos, prática que vem sendo adotada no bioma Amazônia desde 1988.
O Cerrado também passará a ser monitorado diariamente com base em imagens de satélite de alta definição, através do Deter B, que consiste em um sistema de detecção do desmatamento em tempo real. Assim como aconteceu na Amazônia, espera-se que a ferramenta facilite o trabalho de fiscalização coordenado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis).
“A divulgação dos dados do Cerrado ano a ano é um importante passo do Ministério do Meio Ambiente, que aumenta a transparência das mudanças pelas quais passa o bioma em decorrência da expansão da agropecuária. Isso permitirá não só o aumento do controle social, como também norteará políticas públicas e compromissos de empresas”, avalia Cristiane Mazzetti, da campanha de florestas do Greenpeace Brasil.
O papel do setor privado
As boas notícias de transparência ficarão apenas no papel se as empresas não assumirem compromissos concretos com a preservação deste importante bioma. O simples cumprimento da lei não garante a sobrevivência do Cerrado.
“No Cerrado, os fazendeiros podem desmatar legalmente até 80% de sua propriedade, o que seria um desastre. O acelerado desmatamento no bioma, que já supera o da Amazônia, é responsável por uma parte relevante das emissões de gases que provocam mudanças climáticas. Além disso, a região abriga enorme biodiversidade, é berço de grande parte dos rios brasileiros e é marcada pela injustiça social com uma histórica e perversa concentração de terra e renda em poucas mãos”, diz Paulo Adario, estrategista sênior de florestas do Greenpeace.
O Greenpeace Brasil alerta para a necessidade de se aumentarem os esforços para a proteção do Cerrado - o que implica em zerar o desmatamento. No ano passado, cerca de 60 organizações ambientalistas, incluindo o Greenpeace Brasil, lançaram o Manifesto do Cerrado, exigindo que investidores e empresas que compram soja e gado na região tomassem medidas para frear o avanço sobre a vegetação nativa. Mais de 60 companhias apoiaram o manifesto e se comprometeram a trabalhar com os atores locais e internacionais para preservar o bioma. No entanto, nenhum compromisso concreto foi feito até agora. Recentemente, aliás, uma operação recente do Ibama no Cerrado multou 78 empresas, incluindo gigantes do agronegócio como Cargill e Bunge, no valor de R$105,7 milhões por desmatamento ilegal.
É urgente que sejam estabelecidos compromissos robustos e transparentes por parte do setor privado, no sentido de desvincular suas cadeias produtivas de áreas naturais recentemente desmatadas.
Veja aqui os dados oficiais de desmatamento no Cerrado.

Tuesday, June 26, 2018

Farra do veneno recebe sinal verde na Câmara

Deputados ruralistas dão as costas à sociedade e aprovam o Pacote do Veneno em reunião a portas fechadas. Além de potenciais impactos ambientais, esses parlamentares colocaram sob sua mira a saúde dos brasileiros.
Avião pulveriza área agrícola ©Daniel Beltra/Greenpeace
 
Hoje os ruralistas deixaram claro para quem estão legislando! Mais uma vez demonstraram que essa bancada de deputados não se importa com a sociedade ou com sua segurança, mas sim com seus próprios interesses. Mesmo depois de intensa pressão popular, que só vem crescendo, foi aprovado hoje (25/06) o texto-base do PL 6299/2002 na Comissão do Pacote do Veneno - que propõe afrouxar o uso e liberação de agrotóxicos no país.
O Pacote do Veneno vence essa etapa à força, sem diálogo e sem transparência - deputados ruralistas conseguiram hoje proibir a entrada da sociedade na sessão da comissão. Depois de ser aprovado dessa maneira, o PL segue agora para votação nas sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A decisão de colocá-lo em pauta ainda esse ano é do presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM/RJ).
“Este projeto de lei vai totalmente na contramão do que a sociedade quer. Os membros da comissão viraram totalmente as costas para a população. Nem mesmo a opinião de instituições científicas, de saúde e meio ambiente, que se posicionaram contra o PL do Veneno, como Organização das Nações Unidas (ONU), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram consideradas. Fica muito claro que esses parlamentares atendem apenas aos interesses da indústria de pesticidas e do agronegócio”, afirma Marina Lacôrte, especialista do Greenpeace em Agricultura e Alimentação.
O deputado Rodrigo Maia assumiu compromisso de não colocar o PL 6299/2002 em votação na plenária antes de um amplo debate com a sociedade, algo que não ocorreu até o momento. “Esperamos que, assim como fez no caso do licenciamento ambiental, Maia cumpra sua palavra. Vamos continuar monitorando e pressionando para que o presidente da Câmara coloque os interesses da população acima dos interesses econômicos do setor”, afirma Marina.
Entre outras coisas, o PL do Veneno aprovado hoje:
  • Revoga a atual Lei de Agrotóxicos (7.802/1989) e libera o uso ainda mais amplo dessas substâncias;
  • Garante o registro de substâncias comprovadamente cancerígenas;
  • Transfere, basicamente, todo o poder de aprovação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tornando apenas consultivo no processo de avaliação e aprovação órgãos importantes, como Ministério do Meio Ambiente e Anvisa. Isso também é grave porque o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é o principal interessado nas aprovações, pois avalia a eficiência agronômica e, portanto, tem interesse econômico na aprovação.
  • Muda o termo “agrotóxico” para “pesticidas” em uma tentativa de mascarar a nocividades dessas substâncias sem atender a realidade brasileira do campo. Segundo nota técnica do IBAMA, “é necessário que os agricultores, como os principais usuários, reconheçam esses produtos como tóxicos perigosos, como em realidade o são, para que tenham maiores cuidados na sua utilização. A toxicidade é uma característica inerente à grande maioria dos produtos designados ao controle de pragas e doenças, por ação biocida”.
  • Confere registro temporário sem avaliação para aqueles agrotóxicos que não forem analisados no prazo estabelecido pela nova Lei. Isso é o que os ruralistas chamam de “celeridade” ao processo, ou seja, "não deu para avaliar a segurança para a saúde e o meio ambiente? Então aprova!".
Enquanto deputados ruralistas tentam empurrar mais veneno goela abaixo da sociedade brasileira, o antídoto perfeito já existe e precisa ser defendido e fortalecido. O projeto de lei que institui a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNaRA) também está em análise na Câmara dos Deputados. A comissão especial para debater o tema foi estabelecida em maio e é presidida pelo deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), tendo o deputado Nilto Tatto (PT-SP) como relator. A comissão já deu início a um processo de audiências públicas e a próxima acontece amanhã (26/06) a tarde, com a presença de instituições como Fiocruz, Ibama, Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que foram ignoradas na comissão do PL do veneno.
Saiba quais deputados estiveram presentes na sessão decisiva de hoje e quais foram seus votos:
A FAVOR
Tereza Cristina (DEM/MS) - PRESIDENTE
Valdir Colatto (PMDB/SC) - 1º vice-presidente
Luiz Nishimori (PR/PR) - RELATOR
Adilton Sachetti PRB/MT
César Halum PRB/TO
Covatti Filho PP/RS
Luis Carlos Heinze PP/RS
Sergio Souza PMDB/PR
Zé Silva SD/MG
Marcos Montes PSD/MG
Professor Victório Galli PS/MT
Celso Maldaner PMDB/SC
Nilson Leitão PSDB/MT
Alceu Moreira MDB/RS
Junji Abe MDB/SP
Alberto Fraga DEM - DF
Fabio Garcia DEM - MT
Geraldo Resende PSDB - MS
CONTRA
Bohn Gass (PT/RS)
Padre João PT/MG
Alessandro Molon PSB/RJ
Jandira Feghali PCdoB/RJ
Nilto Tatto PT/SP
Júlio Delgado PSB/MG
Ivan Valente PSOL/SP
Edmilson Rodrigues PSOL/PA
Subtenente Gonzaga PDT MG

Saturday, June 23, 2018

"O Greenpeace faz o que eu tenho vontade, com a paciência e 'peace' que eu não tenho."

Postado por Tiago Batista

A vontade de fazer algo pela natureza me levou a ser uma doadora do Greenpeace e já faço parte deste time há 7 anos.
Me contam que quando eu era pequena, fui em uma festa na escola da minha irmã. No final de uma festa, o chão do pátio ficou cheio de lixo e eu não me conformava, ficava pegando lixo por lixo e colocando no cesto. Hoje quando me contam isso eu penso que a proteção do meio ambiente faz parte de mim, é algo que eu carrego antes mesmo de ter a consciência ambiental formada. Não gosto nem de imaginar os lixos no oceano e pensar tudo o que está acontecendo por lá.
Gostaria de consumir menos embalagens, mas é difícil, não sou consumista mas tem alguns produtos que nos deixam reféns. Aqui onde eu moro a prefeitura faz coleta seletiva uma vez por semana, a gente separa e a prefeitura pega, a população aderiu bem a proposta e quem não aderiu a gente tenta conscientizar.
Acompanho todas as campanhas do Greenpeace, entre elas lembro bem da proteção da Antártida, a luta contra os madeireiros, a brasileira presa na Rússia, o petróleo que ameaça destruir nossos corais e até os riscos do presidente ter liberado a exploração da RENCA. Sobre os corais eu tive mais informações porque eu sigo o Instagram do Greenpeace e eles falaram muito sobre isso por lá.

Eu e meu pai, Alcides Veiga, visitando o navio do Greenpeace em juhlo de 2012 em Santos - SP
É lindo ver o Greenpeace sustentado só por pessoas físicas, é muita gente junto! As empresas precisam baixar a cabeça, é o povo e também os clientes delas unidos pela natureza, é muita gente dando apoio. Eu como doadora me sinto aliviada, eu não posso estar lá e é até bom que eu não esteja, a minha vontade é de bater em todo mundo, então é melhor o Greenpeace, porque eles sabem fazer o que eu tenho vontade de fazer com mais “peace” que eu.  
O meu recado para quem ainda não é um doador é o seguinte: A ganância do ser humano destrói a vida e está destruindo o nosso planeta. A gente precisa fazer alguma coisa e se não podemos fazer mais, vamos ajudar quem faz e o Greenpeace é formado por essas pessoas, AJUDE!
Iris Veiga, 48 anos, autônoma e doadora desde 2011, natural de Santo André - SP.

Thursday, June 21, 2018

Greenpeace toca sirene em alerta contra PL do Veneno

Um alarme foi disparado na Comissão Especial que analisa o PL do Veneno para chamar a atenção para os riscos do projeto que libera mais agrotóxicos no Brasil

Na manhã desta quarta-feira, o Greenpeace disparou um alarme de moto momentos antes do início da sessão da Comissão Especial que analisa o PL do Veneno, na Câmara dos Deputados. O protesto teve como objetivo chamar a atenção para os riscos da aprovação do projeto, que libera ainda mais agrotóxicos no Brasil.

Após o disparo do alarme, o equipamento foi retirado do local e a sessão seguiu por cerca de uma hora até ser suspensa devido ao início da ordem do dia no Plenário da casa. O alarme estava inserido em uma pasta e não representava risco algum para a segurança dos presentes. Qualquer outra interpretação é uma tentativa mal intencionada de desviar a atenção da real ameaça em questão: a liberação de mais veneno na comida dos brasileiros.

A não-violência é um princípio fundamental do Greenpeace, que realiza, em todo o mundo, atividades pacíficas para defender o meio ambiente.

A luta contra o absurdo Pacote do Veneno é fundamental para impedir que ainda mais veneno seja colocado em nosso prato. Diversos órgãos já declararam que as consequências do Pacote do Veneno seriam catastróficas para a saúde e o meio ambiente: Ministério Público Federal, Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Instituto Nacional do Câncer, Ministério Público do Trabalho, Anvisa, Ibama, Abrasco, Ministério da Saúde e Conselho Nacional dos Direitos Humanos, entre outros.

Seguiremos mobilizados para impedir que deputados aprovem esta lei absurda que vai contra o interesse do povo brasileiro.

#ChegaDeAgrotóxicos #resista

Wednesday, June 20, 2018

Voluntária defende Desmatamento Zero para manter a floresta viva

“Assinei a petição pelos ribeirinhos, caboclos, indígenas, pelos rios e por todas as espécies da natureza”, diz Jaqueline
Por Cynthia Carvalho

Arquivo pessoal
"O voluntariado me ajudou a encontrar um lugar na sociedade e, de presente, ganhei uma família na ONG”, relata a sorridente Jaqueline Figuerôa, de 32 anos, voluntária do Greenpeace desde 2012. Nascida e criada em Manaus, a mãe do João conta que a consciência da necessidade de preservação dos bens naturais vem desde pequena, estimulada pelo pai, que sempre a levou para lugares onde a natureza era a principal atração. Ao longo dos anos, essa consciência se transformou no desejo de atuar em prol do meio ambiente.

No mesmo ano em que Jaqueline entrou no Greenpeace, as atividades da campanha pelo Desmatamento Zero estavam a todo vapor. Ela participou de Pontos Verdes em praças, avenidas e parques de Manaus, palestrou em escolas e ajudou a coletar milhares de assinaturas para a petição que propõe a fim da devastação da floresta. Atualmente, ela é coordenadora do grupo de voluntários da cidade.


Arquivo pessoal
Para Jaqueline, apoiar a campanha pelo Desmatamento Zero é fundamental para garantir que seu filho e as futuras gerações tenham a oportunidade de conhecer a floresta viva, não apenas por livros. “Não quero que a minha infância vire lenda. A floresta clama por socorro devido à ganância humana. Assinei a petição pelos ribeirinhos, caboclos, indígenas, pelos rios e por todas as espécies da natureza. Quero que o meu filho conheça as riquezas da Amazônia e perceba sua importância para o planeta”.

Jaqueline enfatiza que é urgente acabar com o desmatamento, visto que já perdemos cerca de 20% da Amazônia. “Não quero ver mais um bioma devastado, Já perdemos boa parte do cerrado, da caatinga e dos pampas. Não desejo o mesmo caminho para a Amazônia. O Brasil é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa que provocam o aquecimento global, principalmente porque desmatamos muito”, declara. “Por isso é necessário levar a campanha para cada cidadão”, complementa.

A proposta pelo Desmatamento Zero deve ganhar forma nas próximas semanas com a apresentação de um parecer na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado. Na sequência será votada na comissão e, se aprovada, se transformaria em Projeto de Lei.

Acesse o portal e-cidadania, do Senado Federal, e vote SIM para apoiar a proposta do Desmatamento Zero.

Friday, June 15, 2018

É hora de virar o jogo: PNaRA X PL do Veneno

Com aproximação do recesso parlamentar, deputados do agronegócio podem tentar enfiar PL do Veneno goela abaixo da sociedade e forçar uma votação

Embora o momento seja de discutir a Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos (PNaRA), os ruralistas ainda podem retomar o fôlego e tentar empurrar mais veneno para o prato do brasileiro. Os dois projetos, totalmente opostos, seguem em discussão na Câmara dos Deputados, mas os defensores do veneno buscam colocar o parecer em votação ainda antes do recesso da Câmara.
Ambos os projetos podem afetar radicalmente a produção agrícola do país e como os alimentos chegam na mesa da sociedade, porém de formas completamente diferentes. Enquanto o projeto de lei (PL 6670/2016) foca em um caminho mais saudável e sustentável no longo prazo, o Pacote do Veneno (PL 6299/2002) quer colocar mais veneno em nosso prato e contribuir para a insegurança alimentar, já que reforça a agricultura convencional, que funciona a base de agrotóxicos e da degradação e esgotamento dos recursos naturais.

Apesar de o momento ser da PNaRA, que segue numa toada de escuta da sociedade, o PL do Veneno (6299/02) segue avançando na rota oposta. Precisamos continuar exigindo da deputada Teresa Cristina (DEM/MS), que preside a Comissão Especial do PL do Veneno, para que não coloque este absurdo em votação contra a vontade da sociedade, que já se manifestou massivamente contra o projeto e irá continuar se manifestando pela consulta pública sobre a matéria.
A PNaRA (PL 6670/2016) é resultado direto da pressão popular e das organizações da sociedade civil. Depois de mais de um ano da entrega do PL ao Congresso, finalmente uma Comissão Especial foi instalada na Câmara para analisar a matéria. É um grande avanço, considerando que somos um dos campeões mundiais no consumo de agrotóxicos.
No dia 12 de junho foi realizada a primeira de uma série de audiências públicas que devem acontecer para discutir a política, não só na Câmara, mas em vários estados brasileiros. Nessa primeira rodada, foi discutida a importância de o Brasil assumir este compromisso, que já é realidade em muitos países. Participaram da primeira reunião representantes da Associação Brasileira de Saúde Coletivo (ABRASCO), Campanha Nacional contra os Agrotóxicos, Greenpeace, Ministério Público do Trabalho, Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO) e Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável.
Marina Lacôrte, representante do Greenpeace na audiência, explicitou que o modelo atual de produção é insustentável no longo prazo, injusto e confronta direitos humanos. Segundo Lacôrte, os principaiss problemas que precisamos enfrentar para o combate a fome são as disparidades sociais, e a falta de políticas para melhorar a distribuição e o acesso aos alimentos, ao invés de olhar apenas para a produção e a produtividade, já que enquanto 800 milhões de pessoas ainda passam fome, ⅓ da produção mundial de alimentos é desperdiçada.
Assine a petição #ChegaDeAgrotóxicos! Não podemos mais engolir tanto veneno, queremos comida boa e acessível para todos!

Petrolífera Total e Ministro de Minas e Energia juntos?

Postado por Thiago Almeida

Está na agenda oficial do Ministro de Minas e Energia (MME): hoje, às 16:00, ele estará com a petrolífera francesa Total para discutir os projetos da empresa no Brasil. A Total pretende explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia e já teve seu Estudo de Impacto Ambiental (EIA) rejeitado quatro vezes pelo Ibama.
Ativistas do Greenpeace protestam com uma mancha de óleo gigante em frente ao escritório da Total, no Rio de Janeiro. A empresa pretende explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia, no norte do Brasil. O protesto deixou claro aos funcionários da petrolífera que o risco de derramamento é alto - e a empresa não está preparada para lidar com isso. É necessário que a Total desista do projeto. Foto: João Laet/Greenpeace
Desde janeiro de 2017 o Greenpeace faz uma campanha internacional para que a Total fique longe dos Corais da Amazônia. Esse novo ecossistema, único, pouco conhecido e recém revelado ao mundo já está ameaçado pela ganância de empresas petrolíferas como a Total. Um derramamento de petróleo na área poderia causar danos irreversíveis a esse sistema recifal.
A Total insiste em dizer que pode retirar petróleo de maneira segura na área, o que não é verdade. O mar na região tem algumas das correntes mais fortes do mundo: ⅓ das tentativas de perfuração no passado foram frustradas por acidentes mecânicos. O processo de licenciamento ambiental deve ser baseado em estudos, informações e dados técnicos. Porém, a petrolífera entregou dados incorretos e incompletos ao Ibama para tentar conseguir a licença. As informações sobre os possíveis impactos do projeto são mais do que suficientes para negar a licença ambiental para a Total, mas o Ibama deu à empresa uma quinta chance de aprovar o projeto.
Ficam as questões: o que o MME e a Total estão discutindo nesse encontro? Vão falar sobre licenciamento ambiental, que é uma atribuição do Ibama, que responde ao Ministério do Meio Ambiente? Vão discutir sobre como favorecer ainda mais as petrolíferas estrangeiras que atuam no Brasil? O MME sabe o que está em jogo na bacia da Foz do Amazonas ou conhece somente os argumentos da Total?
O processo de licenciamento ambiental, feito pelo Ibama, é público e pode ser consultado na internet. Cobramos transparência do Ministério de Minas e Energia e da Total em relação a esse encontro. Queremos saber o que foi discutido e quais os reais objetivos da reunião. No lugar de ceder às pressões da petrolífera, o ministro deveria cobrar da Total mais investimentos em novas energias renováveis.
O movimento pela defesa dos Corais da Amazônia já tem mais de 2 milhões de pessoas - governo e petrolíferas deveriam ouví-las.

Tuesday, June 12, 2018

TCM suspende edital de licitação de ônibus de São Paulo

Tribunal de Contas do Município encontrou problemas em edital de licitação de ônibus de São Paulo. Suspensão do edital já era esperada por organizações que acompanham o processo de licitação

segunda-feira, 11 de junho de 2018 Vista aérea da Avenida 23 de Maio, em São Paulo. Vista aérea da Avenida 23 de Maio, em São Paulo. (©Otavio Almeida/Greenpeace)
 No último dia 8 de junho, o Tribunal de Contas do Município (TCM) suspendeu, mais uma vez, a licitação de ônibus de São Paulo, apontando 51 irregularidades no texto. O órgão deu 15 dias para a Prefeitura de São Paulo responder aos questionamentos.
Greenpeace, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), a Rede Nossa São Paulo e o ITDP (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento), organizações da sociedade civil que acompanham o processo da licitação de ônibus desde 2015 escreveram uma nota para manifestar seu posicionamento e apontar soluções para o que a situação se resolva o mais brevemente possível.
As entidades consideram importante a decisão do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, mas lamentam que muitas das falhas identificadas no edital, que produziram a necessidade da suspensão da licitação, já haviam sido apontadas à Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo durante o processo de consulta pública do edital, tais como a falta de instrumentos que incentivem a redução de custos do sistema de ônibus, a falta de transparência nas planilhas de gastos das empresas e o prazo da concessão, que foi fixado em 20 anos.
“Embora seja lamentável que, após cinco anos do fim do último contrato, a licitação seja novamente suspensa, acreditamos que seja mais favorável à população de São Paulo retardar um pouco mais o processo e garantir uma licitação adequada do que amarrar a cidade a 20 anos de contratos com tamanhas falhas”, aponta Luiza Lima, especialista em Mobilidade Urbana do Greenpeace.
Na nota, as organizações defendem que a Câmara Municipal de São Paulo retome a tramitação e aprove o Projeto de Lei 853/ de 2017, que embasará as mudanças necessárias para melhorar o edital de licitação para a cidade de São Paulo. Este projeto, parado na Câmara dos Vereadores, traz avanços para a regulamentação do serviço, especialmente no que tange a competitividade justa entre as empresas concorrentes, aos modos de remuneração do serviço e por permitir contratos com prazo entre 5 e 25 anos, definidos com base em estudos econômicos. As organizações seguirão monitorando o processo e fornecendo contribuições para garantir um processo licitatório de qualidade e favorável, sobretudo, à população.
Veja a íntegra da nota aqui.

Muito além da salada: Menos carne, mais floresta e alimentação adequada e saudável

Pensar que comida vegetariana pode ajudar o planeta parece ridículo. Mas, se olhar de perto, até que faz bastante sentido
Por Adriana Charoux, da campanha de Amazônia do Greenpeace

Tinha uma amiga que adorava salada de tomate. Enquanto eu devorava um salgado de frango com queijo no intervalo da faculdade, ela saboreava uma salada simples de tomates vermelhos e cebola, e dizia "hum, que delícia". Que absurdo. Não tem nada de delicioso em umas rodelas cheias de água. Eu não via, naquele momento, nenhum objetivo em fazer aquilo.
Mas algumas experiências depois, por aqui e por alí, e a realidade se apresentou de maneira bem óbvia: comer mais vegetais e menos carne não é só necessário para minha saúde e delicioso, mas também uma responsabilidade que minha geração tem que assumir - sob o risco de dificultarmos bastante as chances de uma existência digna para as gerações futuras.
Atualmente, a produção de carne emite o mesmo volume de Gases do Efeito Estufa (GEEs) de que todos os carros, caminhões, aviões e navios do planeta juntos. No Brasil, além das emissões, a produção pecuária está constantemente associada à retirada de direitos de trabalhadores, povos indígenas e comunidades pressionadas pela expansão da fronteira de produção agropecuária. De cara, você pode pensar que isso é um absurdo, mas pense de novo. Leve em conta todas as florestas desmatadas na Amazônia para virar pasto, que já ocupa mais de 60% das áreas desmatadas na região. Ou nas plantações de soja, que ocupam grandes desertos verdes por todo o centro-oeste e cerrado e que servem basicamente para alimentar animais na Europa e na China. Não parece mais tão absurdo assim, não é?
Se não forem controladas, as emissões da indústria de proteína animal podem comprometer a meta internacional de não exceder os 1,5º Celsius de aumento na temperatura média global até o final do século. Segundo os cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), esse é um limite determinante, que se ultrapassado, pode contribuir para o aumento de cenários de eventos climáticos extremos no planeta. Traduzindo: se passar desse ponto, meu amigo, é a gente que cozinha!
Então como fazer? Por onde começar? Pelo consumo! Aliás, repensando nossa relação com a comida que consumimos. É fato, porém, que exercer uma relação mais responsável com nosso consumo cotidiano passa pelo aumento do apetite dos poderosos em parar de autorizar o uso de mais veneno na nossa comida, mais crédito ao pequeno produtor familiar de base ecológica e pelo respeito ao direito de saber do consumidor.
Para aqueles que já podem fazer essas escolhas, há uma responsabilidade de exercer o comer como ato político. Reduzir o consumo de carne e derivados pode contribuir, e muito, positivamente nesse sentido. O raciocínio de que ‘menos é mais’ é o tema central do relatório lançado em março de 2018 pelo Greenpeace, que aponta que a produção e o consumo mundial de carne e laticínios devem ser reduzidos pela metade até 2050, para evitar a aceleração das mudanças climáticas e acirramento de violações de direitos associados à produção de proteína animal.
Uma boa oportunidade para começar a agir acontece agora, na Semana Mundial Sem Carne (de 11 a 17 de junho). Para chamar atenção para o tema, o Greenpeace envia um chamado às prefeituras e governos estaduais de todo o mundo para que incentivem a redução do consumo de proteína animal, a partir de programas e parcerias que proporcionem uma produção mais justa e alimentação mais diversificada e saudável, com menos carne e mais vegetais.
O Brasil tem experiências bem-sucedidas nesse sentido, como o projeto Escola Sustentável, lançado pelo Ministério Público da Bahia e liderado pela Humane Society International (HSI), que promove a redução do consumo de carne e incentiva a aquisição de produtos da agricultura familiar em escolas públicas no interior da Bahia. Programas da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) também demonstram que esta mudança de hábito alimentar é possível, e só em São Paulo, atende 1,7 milhão de alunos da rede estadual de ensino.
A verdade é que não tem planeta B para vivermos. A atual forma de produção de commodities no Brasil está longe de favorecer o Brasil a produzir e consumir alimentos de outra forma. Estimular uma alimentação mais variada, com menos carne e veneno na merenda escolar, é estimular nossos filhos a fazer essa mudança positiva se multiplicar. Seja na escola, na faculdade ou numa casinha de sapê.
Queremos comida variada, adequada e saudável!
Menos carne. Mais Floresta. Mais água. Mais saúde e mais respeito aos nossos direitos .

Saturday, June 9, 2018

Poluição plástica na Antártida

Produtos químicos e microplásticos foram encontrados por expedição do Greenpeace no que é considerado 'o último deserto do mundo'
Pesquisador do Greenpeace coleta amostra de neve na Antártida
 
Não era o que gostaríamos de encontrar. Quando nós começamos nossa expedição para a Antártida no começo do ano, veríamos uma vida selvagem incrível - pinguins pulando, baleias majestosas, aves sobrevoando - todos que fazem do Oceano Antártico seu lar.
Mas mesmo nessas águas incrivelmente remotas nós não conseguimos escapar desse flagelo dos nossos mares que está em todas as manchetes: a poluição plástica.
Uma análise mostrou que microplásticos e elementos químicos estão presentes nos materiais que coletamos na nossa expedição - incluindo amostras de água e neve da Antártida. Essa revelação mostra que até mesmo no “último deserto do mundo” vemos contaminação por microplásticos e produtos químicos persistentes.

Parte da poluição era vista imediatamente: nossa tripulação avistou lixo de embarcações pesqueiras nas águas, como bóias, redes e lonas espalhadas entre icebergs. Nós coletamos esses itens da água quando apareciam. Mas, como a descoberta de microplásticos mostra, o problema é muito maior do que o lixo visível - e precisa ser eliminado na fonte.
Navio Arctic Sunrise navega na baía de Charlotte, na Antártida
 
Plástico agora já foi encontrado nos quatro cantos dos nossos mares desde o pólo norte ao pólo sul, e até no ponto mais fundo dos oceanos. Até então, era especulado que as correntes oceânicas em volta da Antártida agiam como uma zona de proteção, impedindo que os plásticos que estão poluindo o resto dos oceanos do mundo chegassem até lá. Embora seja possível que os microplásticos que nós encontramos sejam oriundos de fontes locais (como fontes na terra ou de navios), alguns estudos agora sugerem que os microplásticos podem estar chegando de locais mais distantes.
Os produtos químicos que encontramos nas amostras de neve também mostraram o quão profundo o impacto da humanidade pode ser. Estes elementos são vastamente usados em muitos processos industriais e produtos para o consumidor final e estão ligados a problemas de reprodução e desenvolvimento da vida selvagem. As amostras de neve coletadas eram recém-caídas, sugerindo que estas substâncias perigosas foram depositadas a partir da atmosfera.
Nossa amostragem de neve e pesquisa da água foram uma parte importante do trabalho científico que o Greenpeace realizou durante nossa expedição de três meses na Antártida. E embora não seja a primeira vez que microplásticos foram encontrados na região, o nosso relatório confirma que há uma quantidade significativa e mensurável de poluição plástica nesta área.
Nossa análise traz informações novas e valiosas para aprofundar nosso entendimento sobre a poluição plástica nos nossos oceanos - e enfatiza o porquê de precisarmos urgentemente lidar com esses problema na fonte, para proteger nossos oceanos e vida marinha.
Isso significa agir em terra e nos mares para proteger nosso oceano. Por todo o mundo, precisamos interromper o fluxo de plástico indo para nossas águas, seja pressionando as empresas a reduzirem a quantidade de plástico sendo produzida ou demandando dos governos medidas para ajudar a dar fim à era dos plásticos descartáveis.
Também significa a criação de áreas protegidas nos mares para permitir que a vida selvagem se recupere dos perigos que está enfrentando. Este ano, governos de todo o mundo têm a oportunidade de criar o Santuário do Oceano Antártico, protegendo uma área que é cinco vezes o tamanho da Alemanha. 1,6 milhão de pessoas ao redor do mundo já estão pedindo por esse enorme santuário marinho. Encontrar poluição plástica e química na Antártida apenas aumenta a pressão nos governos para protegê-la.

Wednesday, June 6, 2018

Todo dia é Dia do Meio Ambiente

Postado por Asensio Rodriguez*

O Dia do Meio Ambiente é sempre um bom momento para refletirmos sobre o que estamos fazendo com a natureza, que afinal permite a vida da humanidade nesse planeta. Este ano, a reflexão é ainda mais importante, porque em poucos meses a população decidirá sobre as pessoas que conduzirão o futuro político do Brasil.
Ao mesmo tempo, quando pensamos em todas as ameaças que o meio ambiente tem sofrido, especialmente nos últimos anos, fica claro que não temos tempo a perder. Não podemos abrir a guarda um minuto que seja para que os inimigos da natureza atuem.
Basta lembrar como a maquinação entre os interesses da Bancada Ruralista e de um governo fraco e impopular ameaçam fazer o Brasil andar para trás 20 anos em dois, no que se refere à proteção ao meio ambiente. São interesses poderosos em jogo, que na maioria das vezes atuam nas sombras, em meio a conchavos e acordos poucos transparentes, completamente à margem dos interesses reais da sociedade.

Mas a boa notícia é que indivíduos, organizações da sociedade civil, como o Greenpeace, e outros atores, como celebridades e influenciadores, atuando de forma ativa, estão conseguindo fazer frente, e muitas vezes paralisando, os avanços dos interesses poderosos contra a natureza. Juntos temos conseguido vitórias importantes, apesar do contexto extremamente desfavorável.
Por isso, neste Dia do Meio Ambiente, além de seguir apontando todas as ameaças que existem, acredito que é também importante celebrar o poder das pessoas.
Mobilização em Ipanema, no Rio de Janeiro, pela preservação da floresta Amazônica e contra os retrocessos ambientais do governo Temer. Foto: Júlia Mente/Greenpeace
Lembremos, ainda no ano passado, da luta conjunta contra a extinção da Reserva Nacional de Cobres e Associados (RENCA), que uniu milhares de pessoas e centenas de organizações em todo Brasil no #TodosPelaAmazônia. O governo foi obrigado a recuar da sua proposta e isso se deveu justamente à capacidade de organização da sociedade.
Mais recentemente, a bancada ruralista vem tentando enfiar goela abaixo da sociedade seu "Pacote do Veneno", que flexibiliza as regras sobre agrotóxicos, incluindo a cara de pau de tentar transformar "agrotóxico" em "defensivo agrícola", como se a simples mudança de nome alterasse o efeito sobre a saúde. Mas, novamente, a sociedade organizada tem confrontado este absurdo. Ao ponto em que os congressistas defensores desta flexibilização não conseguirem até o momento botar essa pauta em votação. E, se depender de todos nós, não conseguirão.
Voluntários de várias cidades do Brasil fizeram atividades no dia 28 de janeiro, com quebra-cabeças gigantes para chamar atenção à ameaça que os corais sofrem da indústria do petróleo. Foto: Kamila Oliveira/Greenpeace
Um último exemplo do poder da ação direta e decidida da sociedade são os mais de 2 milhões de pessoas que se juntaram à campanha liderada pelo Greenpeace em defesa dos corais da Amazônia. Ali, também, os interesses corporativos trazem uma grande ameaça ao ecossistema de corais existente na foz do rio Amazonas e que são ainda relativamente pouco conhecidos pela ciência. Uma mobilização gigante e permanente, não apenas no Brasil, mas também em outros países, tem conseguido impedir que a empresa francesa Total e a inglesa BP sigam com seus planos de explorar petróleo na região.
Tudo isso para mostrar que na verdade o Dia do Meio Ambiente é todo dia. Temos de estar sempre vigilantes, conscientes e prontos para atuar contra os interesses que querem destruir a natureza e a vida.
Eles nunca descansam.
Nós também não.
*Asensio Rodriguez é Diretor Executivo do Greenpeace Brasil

Sunday, June 3, 2018

Mais de 250 ativistas do Greenpeace e da ANV-COP21 interromperam a reunião anual da petrolífera Total para se fazer ouvir e defender os Corais da Amazônia zoom Escalador com banner em defesa dos Corais da Amazônia. Ativistas foram à reunião anual da Total para defender esse ecossistema único. (Foto: ©Greenpeace/ANV-COP21) Era para ser mais uma reunião anual comum, na qual empresários e empresárias da Total passam o dia discutindo o balanço e o futuro da petrolífera. Reunidos em Paris na manhã desta sexta-feira (01/06), eles tiveram uma grande surpresa. E cancelaram o evento. Mais de 250 ativistas do Greenpeace e da organização ANV-COP21 interromperam a reunião para protestar pacificamente em defesa dos Corais da Amazônia. A Total planeja explorar a costa do Brasil a qualquer custo, ignorando mesmo as novas descobertas obtidas na expedição científica que o Greenpeace e cientistas fizeram em abril e maio deste ano. A primeira surpresa da reunião foi o surgimento de escaladores que, do alto do palco do evento, abriram banners com a frase "Defenda os Corais da Amazônia" em diferentes idiomas. Enquanto isso, fora do prédio, outros ativistas e músicos faziam uma batucada no estilo brasileiro. Essas pessoas vieram de dez diferentes países para representar as mais de 2 milhões de assinaturas na petição que pede para a Total desistir dos seu planos. "Na frente de seus próprios acionistas, a Total se considera uma 'grande responsável da energia'. Mas me pergunto se é responsável explorar petróleo a quase 2 mil metros de profundidade, em condições de correntes marinhas extremas e perto de um recife recém-descoberto", questiona Thiago Almeida, especialista em Energia do Greenpeace Brasil. Para Pauline Boyer, porta-voz da ANV-COP21, a abertura de novas áreas para exploração petrolífera, como planeja a Total, é um absurdo diante do contexto climático no qual vivemos. "As emissões de gases de efeito estufa precisam ser drasticamente reduzidas. Protestos pacíficos como este são essenciais para denunciar a falta de ação por parte de multinacionais como a Total", acrescentou. zoom Vindos de dez países diferentes, ativistas foram à reunião da Total para que a empresa ouça, de uma vez por todas, que explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia é irresponsável. (Foto: ©Greenpeace) A mobilização de hoje faz parte da campanha do Greenpeace que, desde janeiro de 2017, tenta barrar o projeto de petrolíferas que querem perfurar a região próxima aos Corais da Amazônia. No caso de um vazamento de óleo, não apenas o recife estará ameaçado, mas também a costa da Guiana Francesa e os manguezais da região. Dezenas de comunidades dependem dos recursos pesqueiros ali para sobreviver. Há anos a Total quer ter seu projeto na foz do Amazonas aprovado – ainda que 2 milhões de pessoas, cientistas e até o governo brasileiro mostrem sua oposição a ele. Na quarta-feira (30/05), o Ibama publicou uma nota em que questiona a qualidade dos dados do Estudo de Impacto Ambiental da Total. O órgão diz ainda que a empresa está com dificuldade de mostrar como agiria em caso de um vazamento de petróleo. zoom Escaladores na reunião anual da Total levaram a mensagem de mais de 2 milhões de pessoas que são contra a exploração de petróleo perto dos Corais da Amazônia. (Foto: ©Greenpeace)

Depois de um ano de espera e intensa pressão popular, Comissão que irá analisar a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos foi finalmente instalada no Congresso

Feira de produtores agroflorestais (© Peter Caton/Greenpeace)
Na última terça-feira (16), a Comissão Especial para analisar a Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos (PNaRA) foi finalmente instalada, conforme prometido pelo presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), em reunião com a sociedade civil no dia anterior.
A instalação desta comissão representa um passo muito importante para a luta contra os agrotóxicos e contra o pacote do veneno, pois abre espaço para que a sociedade possa realmente debater o futuro da alimentação no Brasil, algo que a Comissão do PL 6299/2002 (da PL do Veneno) nunca fez. Na primeira reunião, foram escolhidos o presidente da comissão, o deputado Alessandro Molon (PSB/RJ), e o relator, deputado Nilto Tatto (PT/SP).
A instalação da PNaRA é um sinal de respeito à população brasileira, sua saúde e seu desejo por um outro caminho para a agricultura. Um caminho que possa garantir a esta e às futuras gerações uma produção de alimentos verdadeiramente saudável, sustentável e mais acessível para todos.
Mas o que é a PNaRA mesmo?
A Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos, ou PNaRA, é praticamente o oposto do Pacote do Veneno. Ela prevê a redução gradual do uso de agrotóxicos no país, possibilitando a transição do modelo convencional de agricultura - que usa quantidades enormes de químicos, em grandes áreas concentradas de terras dedicadas à monocultura - para sistemas agrícolas mais justos e sustentáveis, capazes de democratizar a produção, distribuição e o acesso a alimentos de verdade e sem veneno.
Os caminhos para que a política se torne realidade foram abertos há algum tempo. O projeto do PNaRA foi baseado no  Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), que contou com um amplo e intenso trabalho de articulação entre sociedade civil e governo. No entanto, desde que foi criado, em 2014, o programa não chegou a ser oficialmente lançado e ficou parado no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), onde está engavetado até hoje. A partir desta estagnação, um grupo de entidades e movimentos da sociedade civil, como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e o Greenpeace, se juntaram para consolidar a iniciativa e transformá-la na Política Nacional de Redução de Agrotóxicos, apresentada como projeto de lei.
Em  2016 a política foi apresentada pela sociedade civil ao Congresso e, na mesma ocasião, foi acolhida pela Câmara dos Deputados, onde se tornou o Projeto de Lei 6670/2016. Em fevereiro de 2017, foi criada uma Comissão Especial para analisar a proposta de iniciativa popular, porém, mesmo após atingir membros suficientes a comissão ainda aguardava instalação.
“Com a PNaRA criada e instalada, poderemos ampliar ainda mais o debate que já vem sendo feito pela sociedade sobre novos caminhos para essa agricultura dominante no país, que vem custando a saúde das pessoas”, diz Marina Lacôrte, da Campanha de Agricultura e Alimentação. “Para termos segurança alimentar é preciso cuidar dos recursos naturais, para que seja possível continuar produzindo alimentos em quantidade e qualidade no longo prazo. É isso o que a PNaRA pode proporcionar, além de menos veneno em nosso prato”, completa.
Junte-se a nós, assine a petição!

Para defender os Corais da Amazônia, ativistas barram reunião da Total

Postado por Thaís Herrero

Mais de 250 ativistas do Greenpeace e da ANV-COP21 interromperam a reunião anual da petrolífera Total para se fazer ouvir e defender os Corais da Amazônia
Escalador com banner em defesa dos Corais da Amazônia. Ativistas foram à reunião anual da Total para defender esse ecossistema único. (Foto: ©Greenpeace/ANV-COP21)
 
Era para ser mais uma reunião anual comum, na qual empresários e empresárias da Total passam o dia discutindo o balanço e o futuro da petrolífera. Reunidos em Paris na manhã desta sexta-feira (01/06), eles tiveram uma grande surpresa. E cancelaram o evento.
Mais de 250 ativistas do Greenpeace e da organização ANV-COP21 interromperam a reunião para protestar pacificamente em defesa dos Corais da Amazônia. A Total planeja explorar a costa do Brasil a qualquer custo, ignorando mesmo as novas descobertas obtidas na expedição científica que o Greenpeace e cientistas fizeram em abril e maio deste ano. 
A primeira surpresa da reunião foi o surgimento de escaladores que, do alto do palco do evento, abriram banners com a frase "Defenda os Corais da Amazônia" em diferentes idiomas. Enquanto isso, fora do prédio, outros ativistas e músicos faziam uma batucada no estilo brasileiro. Essas pessoas vieram de dez diferentes países para representar as mais de 2 milhões de assinaturas na petição que pede para a Total desistir dos seu planos.
"Na frente de seus próprios acionistas, a Total se considera uma 'grande responsável da energia'. Mas me pergunto se é responsável explorar petróleo a quase 2 mil metros de profundidade, em condições de correntes marinhas extremas e perto de um recife recém-descoberto", questiona Thiago Almeida, especialista em Energia do Greenpeace Brasil.
Para Pauline Boyer, porta-voz da ANV-COP21, a abertura de novas áreas para exploração petrolífera, como planeja a Total, é um absurdo diante do contexto climático no qual vivemos. "As emissões de gases de efeito estufa precisam ser drasticamente reduzidas. Protestos pacíficos como este são essenciais para denunciar a falta de ação por parte de multinacionais como a Total", acrescentou.
Vindos de dez países diferentes, ativistas foram à reunião da Total para que a empresa ouça, de uma vez por todas, que explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia é irresponsável. (Foto: ©Greenpeace)
 
A mobilização de hoje faz parte da campanha do Greenpeace que, desde janeiro de 2017, tenta barrar o projeto de petrolíferas que querem perfurar a região próxima aos Corais da Amazônia. No caso de um vazamento de óleo, não apenas o recife estará ameaçado, mas também a costa da Guiana Francesa e os manguezais da região. Dezenas de comunidades dependem dos recursos pesqueiros ali para sobreviver.

Há anos a Total quer ter seu projeto na foz do Amazonas aprovado – ainda que 2 milhões de pessoas, cientistas e até o governo brasileiro mostrem sua oposição a ele. Na quarta-feira (30/05), o Ibama publicou uma nota em que questiona a qualidade dos dados do Estudo de Impacto Ambiental da Total. O órgão diz ainda que a empresa está com dificuldade de mostrar como agiria em caso de um vazamento de petróleo.
Escaladores na reunião anual da Total levaram a mensagem de mais de 2 milhões de pessoas que são contra a exploração de petróleo perto dos Corais da Amazônia. (Foto: ©Greenpeace)