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Sunday, April 30, 2017
Rainbow Warrior recebe ativistas contra aquecimento global
Postado por Rodrigo Gerhardt
O navio do Greenpeace foi o destino final da Marcha pelo Clima, no Rio de Janeiro.
Grupo que participou da Marcha pelo Clima, no Rio de Janeiro, visita o Rainbow Warrior. (Foto: ©Bárbara Veiga/Greenpeace)
O Rainbow Warrior, que está atracado no Pier Mauá para a visitação do público, foi o destino final da Marcha pelo Clima realizada neste sábado (29), como parte da grande marcha global em protesto contra os 100 dias de governo do presidente americano Donald Trump, que vem se mostrado um forte defensor dos combustíveis fósseis que causam o aquecimento global.
Representantes de cerca de 80 organizações realizaram uma marcha simbólica, em torno do Museu do Amanhã, na Praça Mauá. “Precisamos ‘mudar o clima’ para combater as mudanças climáticas. Combater o pessimismo e demonstrar resistência e união”, afirma a coordenadora do Centro Brasil no Brasil, Renata Moraes. Os ativistas encerraram o protesto com a visita ao Rainbow Warrior, que também exibe uma exposição de diversas imagens das campanhas pelo clima realizadas pelo Greenpeace ao longo dos seus últimos 25 anos.
Ativista da Marcha pelo Clima, que visitou o Rainbow Warrior (Foto: ©Bárbara Veiga/ Greenpeace)
Grande promotor - e consumidor - da energia eólica, com suas velas de 50 metros de altura que equivalem a um prédio de 15 andares, o nosso Guerreiro do Arco-Íris é um forte defensor das energias limpas. Em 2016, realizou uma longa campanha pelo Mediterrâneo para promover a energia solar nos países árabes. “Dois milhões e meio de pessoas estão passando fome na África em função das mudanças do clima. Isso não é um problema do futuro, é algo que precisamos enfrentar agora”, afirmou o capitão Pete Wilcox, ao receber o primeiro grupo de visitantes no navio.
Mulheres que participaram da Marcha do Clima trazem ao Rainbow Warrior seus cartazes em inglês com os dizeres: "Mulheres se erguem, mulheres constróem, mulheres resistem".(Foto: ©Bárbara Veiga/ Greenpeace)
Além de promover as energias renováveis, o barco dá sua contribuição por meio de suas velas. Graças a elas, é possível percorrer grandes distâncias oceânicas usando apenas a energia dos ventos. “Na vinda de Montevideo para o Rio de Janeiro, poupamos 60% do combustível que seria necessário se usássemos só o motor”, contou o capitão.
Ícone, do aquecimento global, o urso polar também apareceu no Rainbow Warrior para engajar as pessoas sobre os perigos das mudanças climáticas (Foto: ©Bárbara Veiga/Greenpeace)
Navio Rainbow Warrior abre as portas para o público
Postado por Rodrigo Gerhardt - 29 - abr - 2017 às 18:30
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No primeiro dia de visitação, 1.500 pessoas conheceram nosso navio-símbolo, no Rio de Janeiro
Rainbow Warrior visita o Rio de Janeiro para celebrar os 25 anos do Greenpeace Brasil e divulgar a campanha Defenda os Corais da Amazônia. Foto: Fernanda Ligabue/Greenpeace
Da renovada Praça Mauá, ele já pode ser avistado. Com seus imponentes mastros de 50 metros de altura, em forma de A, o Rainbow Warrior (Guerreiro do Arco-Íris) atracou ontem no Píer e abriu suas portas na manhã deste sábado para a visita do público, totalmente gratuita. Durante o passeio, com duração média de 40 minutos, os visitantes passam por uma exposição de imagens dos melhores momentos e campanhas do Greenpeace no Brasil para, na sequência, embarcar no Rainbow Warrior.
Ao longo do dia, 1500 pessoas, entre famílias, amigos, grupo de escoteiros e turistas, puderam conhecer as curiosidades e os aspectos ecológicos do barco, enquanto percorriam a proa, a cabine de comando, o heliponto.
O primeiro grupo a entrar no navio é muito especial: os doadores mais antigos do Greenpeace no Rio de Janeiro, recebidos pelo capitão Peter Wilcox e pelo diretor executivo Asensio Rodriguez. “Ter muitos doadores significa uma forte base de apoio para que tenhamos força e independência para confrontar e pressionar governos e empresas. É o que define o Greenpeace”, afirma Asensio.
Grupo de apoiadores do Greenpeace abrem a visitação ao navio. Foto: Bárbara Veiga/Greenpeace
“A importância desse navio se deve às causas que ele promove e as ações que realiza, e não porque ele é bonito ou moderno. Estamos fazendo uma grande contribuição na defesa do planeta graças à ajuda de pessoas como vocês”, completou Peter. É bom lembrar, o Rainbow Warrior 3 foi construído em 2011, a partir do zero, e seu custo de 32 milhões de dólares foi financiado exclusivamente com a doação de mais de 100 mil pessoas em todo mundo. Até hoje, é considerado um dos maiores cases de sucesso de crowdfunding e um exemplo do poder de união das pessoas.
Após visitar o Rainbow Warrior em 2012, grávida da pequena Maria Izabel, a médica Carolina Caldeira retorna com toda a família. Foto: Barbara Veiga/Greenpeace
Uma base flutuante de campanhas
Para poder realizar as mais diversas ações pela defesa do planeta, o Rainbow Warrior foi projetado para que cientistas possam trabalhar a bordo em pesquisas científicas. Há um escritório com uma grande tela de apresentações perto da ponte de comando e espaço para edição de fotos e vídeos, além de sala de reuniões com um anfiteatro para até 50 pessoas.
O veleiro pode levar equipamentos especializados com até 8 toneladas de peso, incluindo um helicóptero, no heliponto do convés, com instalações para proteção da aeronave. O helicóptero, nas operações, permite ampliar o raio de atuação ao produzir imagens do alto, sobretudo de flagrantes ambientais no oceano.
Esses crimes ambientais flagrados podem, inclusive, ser transmitidos ao vivo para meios de comunicação do mundo todo graças a um centro de comunicação que inclui um uplink de satélite integrado e acesso à internet de banda larga de alta velocidade.
Escoteiros do Grupo Krenak/RJ conhecem os instrumentos de controle do navio, na Ponte de Comando.
Há também sala para equipamentos de mergulho acessada diretamente do convés e botes de resgate rápidos que podem ser mobilizados em minutos, mesmo com ondas de até 3,5 metros de altura.
Para conhecer o Rainbow Warrior, o navio estará com suas portas abertas no Pier Mauá, ao lado do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, até o dia 1 de maio e depois entre 4 e 6 de maio, sempre das 10h às 16h. A visita é gratuita. Esperamos vocês!
Friday, April 28, 2017
Major palm oil company promises to protect forests
Blogpost by Annisa Rahmawati
There's been a major development in our campaign to protect Indonesia's forests.
IOI, one of the largest palm oil traders in the world, has just made a significant commitment to protect rainforests. If put into practice, this would address the problems on the company's own plantations and set new standards for the whole industry.
This fantastic result comes after many years of campaigning by Greenpeace supporters, who persuaded big brands to stop buying palm oil from IOI until it showed it was serious about safeguarding forests. Pressure from people around the world was instrumental in pushing IOI towards these new commitments that go well beyond what other traders have agreed to. All eyes are now on them to follow IOI's lead.
A Greenpeace investigator documents the devastation of a company-identified 'No Go' area of peatland in the PT Bumi Sawit Sejahtera (IOI) oil palm concession in Ketapang, West Kalimantan. This area of the concession suffered extensive fires in 2015.A Greenpeace investigator documents the devastation of a company-identified 'No Go' area of peatland in the PT Bumi Sawit Sejahtera (IOI) oil palm concession in Ketapang, West Kalimantan. This area of the concession suffered extensive fires in 2015.
Losing customers
IOI is the third-largest palm oil trader in the world, buying and selling from hundreds of other companies. It has its own landbanks in Indonesia and Malaysia where it had been replacing forests with plantations and coming into conflict with local communities.
Since 2008, we have been exposing how IOI has been linked to the destruction of valuable forest and peatland areas, exploitation of plantation workers including reports of child labour, and extensive fires on its land contributing to the thick pollution that often swathes large parts of Southeast Asia. And because IOI buys so much palm oil from hundreds of other growers and traders, it was linked to environmental and social problems happening on land controlled by those companies.
Over the years, IOI has produced a string of commitments about ending the destruction, but none of them were properly implemented and failed to make a difference on the ground. Then in March 2016, IOI was suspended by the Roundtable on Sustainable Palm Oil (RSPO) following a complaint by environmental organisation Aidenvironment, which meant it could no longer call any of its palm oil 'sustainable'. IOI even sued the RSPO about the suspension, although later dropped the case.
The Greenpeace thermal airship A.E. Bates flies over the San Francisco Bay area near a facility where palm oil trader IOI imports its palm oil in the San Francisco Bay area. The Greenpeace thermal airship A.E. Bates flies over the San Francisco Bay area near a facility where palm oil trader IOI imports its palm oil in the San Francisco Bay area, in October 2016.
Many of its major customers, such as Unilever and Nestlé, stopped buying from IOI and refused to go back even when the RSPO suspension was lifted a few months later. Some companies needed more persuading - General Mills, makers of Betty Crocker cake mixes, were happy to continue trading with IOI until thousands of Greenpeace supporters emailed the CEO to point out how irresponsible this was.
When activists blockaded IOI's refinery in Rotterdam, it was to remind the big brand companies that it was still a palm oil provider they should avoid. And delivering 300,000 signatures from around the world to their head offices in Kuala Lumpur took the campaign right to the company's front door.
Greenpeace activists close off access for all imports and exports from palm oil trader IOI in the harbour of Rotterdam, palm oil’s gateway into Europe.Greenpeace activists close off access for all imports and exports from palm oil trader IOI in the harbour of Rotterdam, palm oil’s gateway into Europe, in September 2016.
Wider impacts
Losing such big customers put IOI under enormous pressure and was instrumental in bringing about this change in direction. But if so many previous commitments have not been fulfilled, why should this time be any different?
Today's announcement goes much further than anything IOI has promised before. It has said it will commission independent verification of how well forests and the rights of workers and communities are being protected on its own land. IOI has also committed to resolve long-standing conflicts with local communities and respect the rights of plantation workers.
One of the most important points is that IOI will be actively monitoring its suppliers to ensure they too are safeguarding forests and people. Any company selling palm oil to IOI will need to prove it is protecting forests, so the impacts should spread far beyond IOI's own operations.
The big prize here is that IOI will be able to put pressure on the other big palm oil traders - Wilmar, Musim Mas, Golden Agri Resources and others - to step up their efforts. The traders sell palm oil to each other and other traders will need to interrogate their own suppliers to ensure IOI does not receive dirty palm oil.
Deforestation is still a huge problem for the palm oil industry and the traders need to act immediately to eliminate deforestation from their supply chains. They need to publish their own rigorous plans showing how they will screen their suppliers and cut off those that are continuing to destroy forests.
The proof, as always, is in how well these promises are put into practice. There is still a lot of work to do before IOI is completely free from deforestation. We will be monitoring progress closely and won’t hesitate to challenge IOI if we think it’s not keeping its word.
Right now, enormous thanks must go to everyone around the world who helped achieve this important breakthrough and brought an end to deforestation in Indonesia that little bit closer.
Annisa Rahmawati is a Senior Forest Campaigner at Greenpeace Indonesia
Can you imagine a world without bees?
Blogpost by Luís Ferreirim
I can’t imagine a world without bees. These fantastic little insects are not only a vital part of natural ecosystems, they also play a crucial role in food production.
Close up of bumblebee on Phacelia flowers, bee friendly plant and used as green manure. 22 Jul, 2013 © Axel Kirchhof / Greenpeace
Worldwide, three out of four of our food crops depend on pollinators like bees, butterflies and other small creatures. In Europe, 84% of all cultivated plants are pollinated by insects - primarily bees.
Three quarters of our food depend on bees and other pollinators - graphic
Bees and other pollinators have a huge part to play in our food supply and the global economy. Pollination affects both the quantity and quality of crops. Unsurprisingly, inadequate pollination of certain crops results in lower yields. The contribution of bees in global crop pollination is estimated at €265 billion.
But industrial agriculture threatens bees by depriving them of valuable food sources and exposing them to toxic chemicals. As a result, bees and other pollinators are under serious threat. This puts our food supply and ecological balance at risk.
We have a unique opportunity to change this. In March, the European Commission proposed an almost complete ban on three bee-harming pesticides. Our governments are voting on a full ban of harmful pesticides as soon as May. We need to make sure that all these bee-harming pesticides are banned, now. And we want all other chemical pesticides to be properly tested for their impact on bees, before they’re put into industrial use.
Politicians need to hear our buzz and act. They can’t play with our food any longer. Please act now to save the bees and other pollinators.
Tell our politicians to ban all bee-harming pesticides.
Luís Ferreirim is the ecological farming campaigner at Greenpeace Spain
I saw the plunder of our oceans with my own eyes
Blogpost by Ahmed Diame
Four days, four cases of illegal fishing in Sierra Leone
It was just before lunchtime on the Esperanza when a dot appeared unexpectedly on our radar. The onboard team had been discussing the four kilograms of shark fins we had found on the Italian flagged ship the F/V Eighteen a few hours earlier. But this interruption seemed worth pursuing.
Normally a fishing vessel would have its Automatic Identification System (AIS) turned on, and we would be able to tell immediately what sort of boat it is. This boat did not. We would have to get closer to find out what it was and what it was doing.
As we approached, the silhouette of a small fishing vessel gradually entered our line of sight. As we got closer we saw its rusty sides and messy deck. We also spotted that it was obscuring the name of the boat with a piece of an old net, illegal under almost all fishing regulations.
GP0STQP23Inspection of Korean Fishing Vessel in Sierra LeoneKorean fishing boat CONA is placed under arrest after a high sea control by Sierra Leone fishery inspectors where illegal fishing gear was found on board. In the picture CONA's name is hidden behind fishing net in an attempt to hide the vessel's identity. © Pierre Gleizes / Greenpeace
The Cona, a piece of old fishing net hiding the boat name. 15 April, 2017
The boat’s first reaction to our approach was to try to escape. Realising, however, that this was clearly impossible, the crew accepted our request to board with Sierra Leone fishery authority officials.
As we readied to board the vessel, its crew started to clean up their boat. They began by removing the grimy net which covered the boat’s name. Four letters emerged from underneath - Cona. The Cona.
Our team back on the Esperanza’s bridge looked up the details. A Korean vessel - not so common in these areas. The captain was Chinese, the chief mate Korean and the rest of the staff local West Africans. Thankfully we had Chinese staff with us who could communicate with the captain.
Despite their clean up, the ship was in an appalling state. Nets, rubbish and dead fish were strewn over the rusty deck. We found out that the tiny, 21m long boat was home to at least 20 workers, living in incredibly cramped and unhygenic conditions.
Inspection of Korean Fishing Vessel in Sierra LeoneKorean fishing boat CONA is placed under arrest after a high sea control by Sierra Leone fishery inspectors where illegal fishing gear was found on board. In the picture the inspector checks the mesh size of a hidden net found on top of the wheelhouse, captain is on the left. © Pierre Gleizes / Greenpeace
The crew look on as an inspector measures the Cona’s net. 15 April, 2017
The inspection team requested to measure the boat’s nets. Under Sierra Leonean law, the mesh for the nets for this type of boat must measure at least 60mm, or else they will be catching fish they are not licensed to catch. The Cona’s nets measured just 53mm, significantly smaller.
It was a clear case of illegal fishing, and the inspectors from the Sierra Leone fishery authorities confiscated the captain and crew’s passports and ordered them back to port. The boat will face fines.
Two days later we came across two Chinese vessels, the Fu Hai Yu 1111 and the Fu Hai Yu 2222. We had been monitoring them all night and discovered that they were drifting in waters far deeper than they would be able to fish in.
We launched Daisy, the Esperanza’s ‘rib’ - one of the speedy inflatable boats - in the morning and began our approach to the vessel.
As soon as we boarded the 1111, the captain began acting suspiciously. He presented us with a brand new net - more suspicion-raising than proof of innocence. When the inspector saw it, he knew immediately that this net had never been used and began searching for the nets the vessel was actually using.
After some further searching we found two other nets, this time clearly well-used. One was hidden in a locked cabinet, the other hidden in the boat’s freezer room. Their mesh size was 51mm - another clear infraction.
Inspection of Chinese Fishing Vessel in Sierra LeoneHigh sea control of Chinese fishing trawler FU HAI YU 1111 by Sierra Leone fishery inspectors. The boat has been arrested and sent to Freetown after illegal fishing gear was discovered on board. In the picture, local crew pulls out on deck an illegal net which was hidden in one the fish hold. © Pierre Gleizes / GreenpeaceCrew aboard the Fu Hai Yu 1111 pull out one of the hidden nets. 17 April, 2017
The freezer room of the 1111 also contained a mountain of 70 bags of shark carcasses, not illegal if caught as bycatch, but a horrifying reminder of the destruction industrial fishing leaves in its wake.
The 2222 were more honest with us, but we found similar results. In addition to the net size infringement, both vessels were lacking a proper logbook and both claimed that they had been offloading catch in Liberian waters, despite not having the correct license to do so on board.
The two boats were ordered back to port and will also face fines.
Inspection of Chinese Fishing Vessel in Sierra LeoneHigh sea control of Chinese fishing trawler FU HAI YU 2222 by Sierra Leone fishery inspectors. The boat has been arrested and sent to Freetown after illegal fishing gear was discovered on board during a joint operation with Greenpeace. The Esperanza is in the background. © Pierre Gleizes / GreenpeaceThe Fu Hai Yu 2222, with the Esperanza in the background. 17 April, 2017
It wasn’t just Chinese and Korean vessels we found in the seas of Sierra Leone. There was also the Italian-flagged vessel which had four kilograms of shark fins onboard. Unfortunately this is not yet illegal in Sierra Leone - if it had been they too would have been sent straight back to port. This is, however, a clear violation of European Union (EU) fishing rules. Greenpeace will report these breaches to the relevant EU and Italian authorities.
Inspection of Italian Fishing Vessel in Sierra LeoneBag of shark fins found on board, illegal bycatch under European laws, during a high sea control by fishery inspector on the EIGHTEEN PA 1345 ITA 25454, Spanish trawler fishing boat. © Pierre Gleizes / GreenpeaceShark fins found on board the F/V Eighteen, an Italian-flagged boat. 15 April, 2017
It was the plight of our precious oceans that compelled me to join Greenpeace. Sadly, in the six years I have been working on this issue, many of the problems still exist.
I have seen fishing boats in flagrant disregard of the law. I have seen crew applaud their boat’s arrest, knowing the wrongs of their captain’s orders. And I have heard people on land across West Africa speak about their suffering.
It is time to act. We must get the message across that West African governments need to cooperate to manage these oceans, for the oceans and for the people.
Ahmed Diame, oceans campaigner with Greenpeace Africa
Festa indígena na Esplanada dos Ministérios
Em protesto pacífico, indígenas protocolam documentos do ATL no governo e rejeitam encontro com ministros ruralistas
Cantos e danças indígenas tomaram o gramado da Esplanada (© Mídia Ninja / MNI)
Na tarde desta quinta-feira (27), mais de três mil indígenas saíram em marcha pela Esplanada dos Ministérios em Brasília e protocolaram o documento final da 14ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), referendado num plenária pela manhã.
Apesar do pedido dos ministros Osmar Serraglio (Justiça) e Eliseu Padilha (Casa Civil) de uma reunião com as lideranças, elas decidiram não participar do encontro. “No atual momento, aceitar reunião com os ministros ruralistas seria legitimar tudo o que estão fazendo contra os povos indígenas”, afirmou Kretã Kaingang.
A marcha foi pacífica e não houve violência (© Mídia Ninja / MNI)
O documento final do ATL foi encaminhado aos ministérios da Saúde, da Educação e da Justiça, além do Palácio do Planalto. Alguns documentos específicos também foram entregues ao Ministério da Justiça, como as cartas de reivindicação do povo Mebêngokrê Kayapó e dos Xicrin (PA).
Ato pacífico, policiamento não
Após dois dias de ações violentas das polícias Militar e Legislativa contra os indígenas, a marcha saiu em clima de apreensão. No início da caminhada, uma negociação entre a Polícia Militar e as lideranças indígenas garantiu que o protesto aconteceria de forma tranquila. A manifestação foi pacífica durante todo o tempo e coloriu o centro de Brasília com as cores, as danças e os cantos tradicionais indígenas.
Lideranças protocolam documento final do ATL no Ministério da Educação (© Rafael Nakamura / MNI)
"Vamos fazer um ato forte, pacífico. A gente vai circular por essa Esplanada inteira, fazendo os rituais e chamando os encantados”, disse Sônia Guajajara, da coordenação da Articulação dos Povos Indígenas no Brasil (Apib), no início da manifestação.
A tropa de choque, o policiamento com cães, a cavalaria e helicóptero acompanharam os indígenas que seguiam caminhando pacificamente. A polícia preparou um esquema de segurança desproporcional, com grande contingente de homens. Alguns portando armamento pesado.
“Eu tô magoada no meu coração. Nós somos semente da terra e quem nos recebe é a polícia”, lamenta Gercília Krahô, do Tocantins.
Enquanto alguns indígenas protocolavam os documentos, as delegações cantavam e dançavam no gramado da Esplanada. “Eu acredito que a resistência e a persistência dos nossos líderes que lutaram pela constituição de 88 está aqui. A cada ato nos fortalecemos mais”, comenta Toninho Guarani.
No fim da tarde, os indígenas voltaram ao acampamento para finalizar as atividades que acontecem desde segunda. A noite prevê uma intensa programação cultural, com apresentações musicais e a exibição do filme “Martírio”, de Vincent Carelli. Também acontece o lançamento do Mapa Continental dos Guarani.
(© Luiza Mandetta / MNI)
"Deixa o índio lá"
Sucesso na internet com mais de 600 mil visualizações, artistas vão à mobilização indígena para apresentar ao vivo a música “Demarcação Já!”
Ao fim desta quarta-feira (26), um dia intenso no Acampamento Terra Livre (ATL) repleto de atividades, discussões, mobilizações, assembleias e mais um episódio de desrespeito policial, os indígenas puderam assistir pela primeira vez ao videoclipe da canção “Demarcação Já!” e aproveitar o show de lançamento da música na voz de Djuena Tikuna, Lirinha, Carlos Rennó, Felipe Cordeiro e do diretor de teatro Zé Celso.
Na segunda-feira, foi lançado o videoclipe da canção, que conta com a participação de mais de 25 artistas, entre eles Gilberto Gil, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Arnaldo Antunes, Elza Soares, Criolo, Lenine, Zélia Duncan, Zeca Baleiro e Nando Reis. O vídeo já conta com mais de 600 mil visualizações e 36 mil compartilhamentos.
Segundo o letrista Carlos Rennó, autor da canção, “essa música é em nome de todos os povos originários do Brasil”. Para o diretor do videoclipe, André D’Elia, o objetivo do projeto é ampliar a voz dos indígenas entre a sociedade: “Esse projeto não é só para falar com aqueles que compartilham dessa luta, mas também com aqueles que não a apoiam”.
Da esquerda para a direita: Felipe Cordeiro na guitarra, Djuena Tikuna e Carlos Rennó (© Mídia Ninja / MNI)
O show contou com a participação de um público animado, mesmo após o dia exaustivo de luta e resistência (© Mídia Ninja / MNI)
Após a apresentação do clipe, os artistas animaram o público com a versão ao vivo. Conforme a música ia se desenrolando e o refrão “demarcação já” era repetido, o público elevava a sua voz pouco a pouco, até o ponto em que um coro de centenas de pessoas preencheu o acampamento, encerrando a cantoria como um grande protesto – o que é, de fato, a essência do projeto.
Aproveitando o público vibrante, Felipe Cordeiro e Carlos Rennó apresentaram a canção inédita “Hidrelétricas Nunca Mais”, seguidos por Ian Wapichana, com “Índio Vai Para o Céu?” e “Cerrado em Chamas”, e uma parceria de Djuena Tikuna com Lirinha.
Confira a letra completa de “Demarcação Já!”
Já que depois de mais de cinco séculos
E de ene ciclos de etnogenocídio,
O índio vive, em meio a mil flagelos,
Já tendo sido morto e renascido,
Tal como o povo cadiveu e o panará –
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que diversos povos vêm sendo atacados,
Sem vir a ver a terra demarcada,
A começar pela primeira no Brasil
Que o branco invadiu já na chegada:
A do tupinambá –
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que tal qual as obras da Transamazônica,
Quando os milicos os chamavam de silvícolas,
Hoje um projeto de outras obras faraônicas,
Correndo junto da expansão agrícola,
Induz a um indicídio, vide o povo kaiowá,
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que tem bem mais latifúndio em desmesura
Que terra indígena pelo país afora;
E já que o latifúndio é só monocultura,
Mas a TI é polifauna e pluriflora,
Ah!,
Demarcação já!
Demarcação já!
E um tratoriza, motosserra, transgeniza,
E o outro endeusa e diviniza a natureza:
O índio a ama por sagrada que ela é,
E o ruralista, pela grana que ela dá;
Bah!
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que por retrospecto só o autóctone
Mantém compacta e muito intacta,
E não impacta e não infecta,
E se conecta e tem um pacto com a mata
–Sem a qual a água acabará –,
Demarcação já!
Demarcação já!
Pra que não deixem nem terras indígenas
Nem unidades de conservação
Abertas como chagas cancerígenas
Pelas feridas da mineração
E de hidrelétricas no ventre da Amazônia, em Rondônia, no Pará...
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que tal qual o negro e o homossexual,
O índio é “tudo que não presta”, como quer
Quem quer tomar-lhe tudo que lhe resta,
Seu território, herança do ancestral,
E já que o que ele quer é o que é dele já,
Demarcação, tá?
Demarcação já!
Pro índio ter a aplicação do Estatuto
Que linde o seu rincão qual um reduto,
E blinde-o contra o branco mau e bruto
Que lhe roubou aquilo que era seu,
Tal como aconteceu, do pampa ao Amapá,
Demarcação lá!
Demarcação já!
Já que é assim que certos brancos agem,
Chamando-os de selvagens, se reagem,
E de não índios, se nem fingem reação
À violência e à violação
De seus direitos, de Humaitá ao Jaraguá,
Demarcação já!
Demarcação já!
Pois índio pode ter Ipad, freezer,
TV, caminhonete, voadeira,
Que nem por isso deixa de ser índio
Nem de querer e ter na sua aldeia
Cuia, canoa, cocar, arco, maracá.
Demarcação já!
Demarcação já!
Pra que o indígena não seja um indigente,
Um alcoólatra, um escravo, um exilado,
Ou acampado à beira duma estrada,
Ou confinado e no final um suicida,
Já velho ou jovem ou – pior – piá,
Demarcação já!
Demarcação já!
Por nós não vermos como natural
A sua morte sociocultural;
Em outros termos, por nos condoermos –
E termos como belo e absoluto
Seu contributo do tupi ao tucupi, do guarani ao guaraná.
Demarcação já!
Demarcação já!
Pois guaranis e makuxis e pataxós
Estão em nós, e somos nós, pois índio é nós;
É quem dentro de nós a gente traz, aliás,
De kaiapós e kaiowás somos xarás,
Xará.
Demarcação já!
Demarcação já!
Pra não perdermos com quem aprender
A comover-nos ao olhar e ver
As árvores, os pássaros e rios,
A chuva, a rocha, a noite, o sol, a arara
E a flor de maracujá,
Demarcação já!
Demarcação já!
Pelo respeito e pelo direito
À diferença e à diversidade
De cada etnia, cada minoria,
De cada espécie da comunidade
De seres vivos que na Terra ainda há,
Demarcação já!
Demarcação já!
Por um mundo melhor ou, pelo menos,
Algum mundo por vir; por um futuro
Melhor ou, oxalá, algum futuro;
Por eles e por nós, por todo mundo,
Que nessa barca junto todo mundo tá,
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que depois que o enxame de Ibirapueras
E de Maracanãs de mata for pro chão,
Os yanomami morrerão deveras,
Mas seus xamãs seu povo vingarão,
E sobre a humanidade o céu cairá,
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que por isso o plano do krenak encerra
Cantar, dançar, pra suspender o céu;
E indígena sem terra é todos sem a Terra,
É toda a civilização ao léu
E ao deus-dará,
Demarcação já!
Demarcação já!
Sem mais embromação na mesa do Palácio,
Nem mais embaço na gaveta da Justiça,
Nem mais demora nem delonga no processo,
Nem mais parola nem pendenga no Congresso,
Nem lengalenga, nenhenhém nem blablablá!
Demarcação já!
Demarcação já!
Pra que nas terras finalmente demarcadas,
Ou autodemarcadas pelos índios,
Nem madeireiros, garimpeiros, fazendeiros,
Mandantes nem capangas nem jagunços,
Milícias nem polícias os afrontem.
Vrá!
Demarcação ontem!
Demarcação já!
E deixa o índio, deixa os índios lá
Munduruku protestam por demarcação e contra desmonte da Funai
Indígenas do Tapajós também participam do Acampamento Terra Livre, em Brasília, e lutam pela proteção de suas terras tradicionais
© Mobilização Nacional Indígena)
Cerca de 100 Munduruku do alto e do médio Tapajós, no oeste do Pará, bloquearam, na tarde desta quarta (26) a rodovia Transamazônica (BR-230), em Itaituba (PA), em manifestação contra o desmonte da Funai e pela demarcação da Terra Indígena Sawre Muybu.
Os povos indígenas do Tapajós foram duramente atingidos pelo corte de recursos e de cargos feitos na Fundação Nacional do Índio (Funai) pelo governo. A situação vivenciada na região é exemplar do que acontece no resto do Brasil: atualmente, apenas cinco servidores são responsáveis por atender uma população de quase vinte mil indígenas de 13 povos diferentes que vivem ao longo do curso do rio Tapajós.
Três dos 14 servidores que trabalhavam na Coordenação Regional responsável por atender os povos indígenas do Baixo, Médio e Alto Tapajós foram exonerados. Para piorar a situação, há servidores licenciados nas três Coordenações Técnicas Locais (CTLs) que atendem a região e problemas para garantir a manutenção das sedes da Funai.
Na CTL de Santarém, no baixo Tapajós, apenas dois servidores precisam dar conta de atender diversos povos e, no momento, estão com a sede fechada, porque a Funai não conseguiu pagar o aluguel do prédio onde funcionava a CTL.
Em Jacareacanga (PA), no alto Tapajós, uma CTL foi recentemente fechada e outra, também sem sede, tem apenas um servidor que atualmente está afastado por licença médica.
Em Itaituba (PA), a sede da Coordenação Regional e a CTL que atende ao médio Tapajós, sediada no mesmo local e atualmente sem coordenador, estão com apenas dois servidores na ativa.
“A Funai praticamente não existe mais. Essa reivindicação é para que a Funai continue tendo autonomia e o ministro da Justiça respeite os povos indígenas. Querem acabar com a Funai para acabar com as terras indígenas, porque este é o órgão que demarca nossas terras”, afirma Alessandra Munduruku.
Há anos, os Munduruku também exigem a publicação da portaria declaratória da Terra Indígena Sawre Muybu, pela qual lutam há muitos anos. A TI Sawre Muybu é uma das cerca de 300 que aguardam, em todo o Brasil, o andamento de alguma das etapas do processo de demarcação.
Em abril do ano passado, o relatório de identificação e delimitação da TI Sawre Muybu foi publicado pela Funai e aguarda, desde então, a publicação de sua Portaria Declaratória, função do Ministério da Justiça. Sem a conclusão da demarcação, entretanto, os indígenas permanecem vulneráveis à ação de fazendeiros, madeireiros, grileiros e garimpeiros e aos mega empreendimentos governamentais – como estradas e hidrelétricas. A Funai, com um contingente mínimo, é incapaz de exercer sua função de fiscalizar as invasões à terra indígena.
“Quando o ministro da Justiça falou que terra não enche a barriga, eu pensei: será que o concreto enche a barriga dele? A terra é onde nós plantamos, onde nós colhemos, de onde tiramos nossas frutas para comer, onde caçamos. A terra enche nossa barriga sim, não só dos indígenas, mas também dos ribeirinhos e até das pessoas da cidade, que consomem o peixe e querem peixe saudável”, critica a Munduruku.
Com o microfone, Alessandra Munduruku discursa na plenária do ATL (© Mídia Ninja / MNI)
Alessandra participa da delegação de Munduruku e demais indígenas do Tapajós que estão participando do Acampamento Terra Livre (ATL), e acompanha à distância as ações de seus parentes.
“Esse encontro dos povos indígenas está sendo muito bom. A gente Munduruku não conhece os problemas que os outros parentes têm, as lutas deles, e aqui acaba sendo um momento para trocar experiências e nos fortalecer”, avalia a indígena.
Contra os “projetos de morte”
Os Munduruku também manifestam-se contra os projetos de hidrelétricas no Tapajós, chamados por eles de “projetos de morte”, e contra as tentativas do governo de fragilizar a proteção ambiental na região e de abrir as florestas das quais os povos e comunidades tradicionais do Tapajós dependem para sobreviver para a exploração privada. Órgãos ambientais do governo têm apresentado propostas de concessão das Florestas Nacionais (Flonas) de Itaituba I e II, contíguas à TI Sawre Muybu, à exploração de madeireiros. Recentemente, povos indígenas e comunidades tradicionais do Tapajós impediram uma audiência que trataria do leilão destas florestas.
Também preocupa os Munduruku a Medida Provisória (MP) 756/2016, que propõe a transformação de outra Flona da região, a do Jamanxim, que incide diretamente sobre a TI Sawre Muybu, em uma Área de Preservação Ambiental (APA).
(© Mobilização Nacional Indígena)
Ao contrário das Flonas, as APAs permitem a existência de propriedades privadas em seu interior. Como a TI Sawre Muybu ainda não está demarcada, existe a possibilidade de que pessoas reivindiquem títulos sobre a terra indígena, aumentando a destruição da área e impedindo que os indígenas tenham acesso ao seu território. Na prática, a APA não protege a floresta.
Aprovada em comissão mista do Congresso, a Medida Provisória (MP) 756/2016, ainda tem que passar pelos plenários da Câmara e do Senado.
Os Munduruku afirmam que permanecerão mobilizados até que obtenham alguma resposta a respeito de suas reivindicações.
“Se eles não querem que os indígenas tranquem a BR, que nos respeitem. Que o governo demarque a Sawre Muybu e não faça mais hidrelétricas”, afirma Alessandra Munduruku.
Nesta semana, Juarez Saw Munduruku, cacique da aldeia Sawre Muybu, e Arnaldo Kaba Munduruku, cacique geral dos Munduruku, estão em Nova York denunciando estas mesmas questões em espaços da Organização das Nações Unidas (ONU).
Thursday, April 27, 2017
Indígenas são barrados pela PM no Senado
Grupo foi impedido de entrar em Audiência previamente marcada na Comissão de Direitos Humanos
Policiais provocaram os indígenas por todo o caminho até o Senado e na volta para o acampamento (© Rogério Assis / MNI)
Um grupo de cerca de 80 indígenas, participantes da 14ª da edição no Acampamento Terra Livre, foi impedido pela Polícia Militar de entrar no Senado. Os indígenas estavam a caminho de uma Audiência Pública prevista para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa.
Os indígenas foram escoltados pela Polícia Militar na caminhada do acampamento até o Senado. As lideranças contaram que o grupo foi abordado de forma truculenta e provocado pelos policiais. Ao chegar no Senado, foi barrado por um grande contingente de policiais militares, incluindo cavalaria. O grupo de manifestantes seguiu seu caminho de forma pacífica e em nenhum momento aceitou as provocações.
“Tinham combinado que entrariam 80 indígenas para a Audiência marcada na Comissão de Direitos Humanos, isso foi aprovado por meio de Requerimento, estava tudo certo. No Senado tinha mais uma fileira policial que disse que só podiam entrar 20 indígenas”, afirma Sônia Gujajara, da coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
“Eu vivi durante a ditadura e sei como eram tratados os movimentos sociais, a repressão que existia. Estão usando os mesmos métodos”, disse a Senadora Regina de Souza (PT-PI) que iria participar da reunião com as lideranças, mas foi para o lado de fora ao saber da repressão.
Impossibilitados de entrar, os indígenas decidiram voltar para o acampamento. O retorno também foi conturbado, pois a polícia decidiu escoltar novamente o grupo. Depois da chegada dos índios, o acampamento foi cercado por vários carros da polícia.
Procurado, o secretário de Direitos Humanos do governo do Distrito Federal, Gutemberg Gomes, afirmou que não há nenhuma intenção em recolher arcos e flechas dos manifestantes e que esses objetos pertencem a cultura indígena. Ele garantiu que os policiais estão no local para assegurar a segurança e a integridade da mobilização.
Presidente Temer e ministro Serraglio: respeitem os direitos indígenas!
Conjunto de organizações promovem petição para defender os direitos indígenas de retrocessos propostos pelo Palácio do Planalto e Ministério da Justiça
zoom
No fim de fevereiro, em um duro golpe contra os direitos indígenas, o presidente Michel Temer nomeou como ministro da Justiça o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR). A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) passou, então, à condição de subordinada a um ruralista com longa atuação contra os direitos constitucionais de índios, quilombolas e outras minorias. O atual ministro da Justiça é representante do núcleo duro da bancada ruralista, que atua de modo articulado, sistemático e violento no ataque aos direitos indígenas e contra os aliados destes povos na sociedade brasileira.
Como parlamentar ruralista, Serraglio foi relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000, projeto que transfere do Executivo para o Congresso Nacional o poder de decisão final sobre o reconhecimento de territórios indígenas, colocando em xeque direitos originários consagrados na Constituição de 1988. Serraglio e Temer têm dado apoio constante a projetos de lei que visam facilitar a entrada de mineração, exploração madeireira, do agronegócio e de hidrelétricas dentro das terras indígenas.
Em março de 2017, Serraglio, com total aval do Temer, liderou um processo de reestruturação da FUNAI, abolindo 87 dos 770 principais cargos gerenciais do órgão, enquanto criava novas barreiras para a nomeação de funcionários substitutos. As áreas mais afetadas foram justamente as que tratam da demarcação de terras indígenas, da análise de processos de Licenciamento Ambiental de grandes obras de infraestrutura como hidrelétricas, e do apoio a comunidades indígenas por meio de escritórios locais da FUNAI.
Na prática, o atual quadro da política indigenista estancou processos de reconhecimento de terras indígenas, demonstrando grave omissão estatal inclusive em situações de conflito violento, favorecendo interesses imediatistas do agronegócio que cobiçam os territórios indígenas.
Os nomes do Temer e Serraglio têm sido repetidamente relacionados à Operação Lava Jato e à Operação Carne Fraca, que demonstram claramente como esquemas de corrupção motivados por interesses de ruralistas, grandes empreiteiras e caciques políticos têm determinado os rumos de políticas governamentais, com gravíssimas consequências para os direitos indígenas.
Acesse aqui para assinar a petição.
Ao assinar, o texto abaixo será enviado em seu nome:
Excelentíssimos Senhores
Michel Temer, Presidente da República
Osmar Serraglio, ministro da Justiça
Vimos manifestar a nossa preocupação e indignação com os ataques sistemáticos contra os direitos dos povos indígenas do Brasil, consagrados na Constituição Federal de 1988. Em particular, é absolutamente inaceitável, no Estado Democrático de Direito, a utilização de manobras para evitar o reconhecimento dos direitos territoriais indígenas, a exemplo da PEC 215/2000, da qual o atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio, foi relator na Câmara dos Deputados, e da Portaria nº 80 do Ministério da Justiça.
Respeitar os direitos indígenas é essencial para garantir a sobrevivência física e cultural destes povos, frear o desmatamento acelerado e garantir a integridade de ecossistemas e biomas que são essenciais para a qualidade de vida de todos os brasileiros.
Os territórios indígenas desempenham um papel fundamental para diminuir os efeitos de um planeta cada vez mais quente e garantir um clima ameno para todos. Respeitar os direitos territoriais dos povos indígenas ajuda a garantir a estabilidade climática do planeta e evita impactos desastrosos, enquanto promove a paz, o crescimento econômico, a proteção da biodiversidade e a dignidade humana.
Como cidadãos que se preocupam com o planeta e o nosso futuro comum neste lugar, pedimos que os Exmos. Senhores:
Respeitem os direitos territoriais indígenas consagrados na Constituição Federal de 1988
Garantam a retomada dos processos demarcatórios de terras indígenas, eliminando quaisquer práticas de obstrucionismo;
Revertam o atual processo de desestruturação da FUNAI, assegurando quadros de pessoal e recursos orçamentários essenciais para o cumprimento de sua missão.
Greenpeace: 25 anos no Brasil lutando pelo meio ambiente e pela vida
Postado por Renato Guimarães
No dia 26 de abril de 1992, um pequeno grupo de ativistas fazia a primeira ação da organização no Brasil. Desde lá, os desafios cresceram. E as conquistas também.
A primeira ação do Greenpeace no Brasil foi contra a energia nuclear, em 1992, na frente da usina de Angra. (Foto: © Steve Morgan/Greenpeace)
26 de abril de 1992. Em uma manhã nublada de outono, 800 de cruzes brancas são fincadas no chão. Ao fundo, a torre sinistra da Usina Nuclear de Angra e voluntários e ativistas do Greenpeace à frente da primeira ação pública da organização no Brasil. Eles se colocavam contra a usina de energia nuclear e homenageavam os mortos na tragédia de Chernobyl. Em 1986, os reatores da central nuclear de Chernobyl explodiram, deixando um rastro de destruição.
Aqueles poucos voluntários e ativistas, que se colocaram contra uma arriscada fonte de energia como a nuclear, se multiplicaram. Hoje, em torno de variadas causas, eles somam 65 mil doadores, quase 3 mil voluntários e mais de 5 milhões de cyberativistas, que nos seguem nas redes sociais. A participação de cada uma dessas pessoas tornou o Greenpeace uma das maiores e mais respeitadas entidades ambientalistas do Brasil.
Mais importante ainda é o apoio individual, expresso em doação de dinheiro, tempo e inteligência, que garante a principal característica do Greenpeace: sua total independência de interesses políticos ou corporativos. Vale reforçar que não ganhamos nem um tostão de empresas ou governos.
São 25 anos confrontando desmatadores ilegais da Amazônia, as poderosas indústrias do petróleo e de energia nuclear, produtores de transgênicos, além de projetos de infraestrutura babilônicos que ameaçam o meio ambiente e as comunidades tradicionais.
Já viu o vídeo que celebra nosso aniversário de 25 anos? Veja aqui e compartilhe com seus amigos e parentes.
Em 2001, depois de uma intensa campanha do Greenpeace, o povo indígena Deni conseguiu ter seu território demarcado, protegendo sua comunidade e a floresta da qual dependem para viver. (©Daniel Beltra/ Greenpeace)
Os recursos doados ao Greenpeace permitem que a organização realize pesquisas e estimule soluções para nosso planeta. Nós apoiamos e estudamos o potencial das energias renováveis, como a solar e eólica e as fontes renováveis para o transporte público e privado. Nós trabalhamos arduamente pela Moratória da Soja, para frear o desmatamento da Amazônia. Fazemos parcerias com comunidades indígenas para proteger a floresta contra o desmatamento ilegal. E, esse ano, mostramos ao mundo pela primeira vez um recife de corais que estava escondido nas águas turvas do mar, onde o Rio Amazonas encontra o mar – e que já está ameaçado pela exploração de petróleo. Esses exemplos são só alguns entre tantas outras lutas e vitórias.
Em novembro de 2016, um protesto realizado por lideranças do povo Munduruku em frente ao Palácio da Justiça, em Brasília, cobrou a demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu, no rio Tapajós, no Pará. A atividade contou com o apoio do Greenpeace. (Foto: ©Otávio Almeida/Greenpeace)
Os desafios continuam
Dois meses depois da ação que estreou o trabalho do Greenpeace no Brasil, recebemos pela primeira vez o Rainbow Warrior (Guerreiro do Arco-íris), navio-símbolo da organização. O veleiro estava aqui para apoiar o trabalho da organização durante a Eco-92 (ou Rio-92) – a primeira grande conferência da ONU sobre meio ambiente, que aconteceu no Rio de Janeiro.
Quem esteve presente naqueles dias guarda na memória o clima festivo e, ao mesmo tempo, de luta trazido por milhares de representantes da sociedade civil global reunidos no Rio de Janeiro.
Um momento particularmente emocionante foi quando o Dalai Lama chegou para visitar o Rainbow Warrior. De repente, fez-se um silêncio respeitoso, enquanto o líder religioso cumprimentava a conversava com cada pessoa presente.
Em março de 2017, mais de 500 pessoas se reuniram na praia de Copacabana e formaram uma imagem de 100 metros de comprimento. A ação fez parte da campanha Defenda os Corais da Amazônia. (Foto: © Rafael Rolim/Spectral Q/ Greenpeace)
Infelizmente, ao longo destes anos, nem sempre a recepção ao Greenpeace foi tão amistosa. Houve momentos de tensão, especialmente em ações na Amazônia, onde lutamos pela proteção da floresta, agindo contra o desmatamento ilegal, contra projetos de infraestrutura e o avanço da fronteira agrícola. Apesar disso, a organização segue firme com suas ações não-violentas em favor do meio ambiente.
Hoje, novos desafios se apresentam. O sistema de proteção ambiental brasileiro está sob risco, com diversas medidas de enfraquecimento propostas principalmente pela bancada ruralista no Congresso. Projetos de exploração petrolífera fazem o Brasil caminhar na direção contrária da luta global contra as mudanças climáticas.
Por isso, os próximos anos serão de luta ainda mais intensa em favor do meio ambiente e da vida. E o apoio de cada pessoa continua sendo tão fundamental como tem sido ao longo desses 25 anos.
#JuntosSomosGreenpeace!
Comemore conosco
Como parte da celebração deste aniversário, o Rainbow Warrior III está chegando ao Rio de Janeiro. Por alguns dias, nosso navio estará no Píer Mauá, aberto para visitação do público. Quem passar por lá conhecerá nosso navio-símbolo e mais detalhes desses 25 anos de luta. Participe!
*Renato Guimarães é diretor de Engajamento do Greenpeace Brasil
Protesto pacífico de povos indígenas acaba em violência policial
Indígenas realizam cortejo fúnebre com centenas de caixões para lembrar líderes indígenas assassinados por causa dos conflitos de terra em todo país
Indígenas foram deixar os caixões no espelho d'água, mas foram recebidos por gás lacrimogêneo e spray de pimenta (© Rogério Assis / MNI)
Um protesto pacífico de mais de três mil indígenas foi atacado com bombas de efeito moral e gás pela policia na frente do Congresso, na tarde de hoje (25/4). Os manifestantes foram dispersados após tentarem deixar quase 200 caixões no espelho de água do Congresso. Vários manifestantes passaram mal por causa do gás. No protesto, havia centenas de crianças, idosos e mulheres.
Um gigantesco cortejo fúnebre tomou conta da Esplanada dos Ministérios por volta das 15h. Os manifestantes saíram do acampamento onde estão, ao lado do Teatro de Nacional de Brasília, levando os caixões e um banner com a expressão “Demarcação Já”. Eles seguiram tranquilamente até o Congresso.
Os caixões representavam líderes indígenas assassinados por causa dos conflitos de terra em todo país – 54 indígenas foram assassinados em todo o país por causa de conflitos de Terra, só em 2015, segundo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Ao todo foram usados 191 caixões no protesto (© Rogério Assis / MNI)
"São nossos parentes assassinados pelas políticas retrógradas de parlamentares que não respeitam a Constituição Federal”, explica a liderança Sônia Guajajara, da coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Até o fechamento desta notícia, os manifestantes seguiam cantando e dançando em frente ao Congresso. Eles prometem permanecer até um pouco mais tarde no local.
Os indígenas participam da 14ª edição do Acampamento Terra Livre, a maior mobilização indígena dos últimos anos. O evento vai até esta sexta (28/4) e protesta contra a paralisação das demarcações de Terras Indígenas, a nomeação do deputado ruralista Osmar Serraglio (PMDB-PR) com ministro da Justiça, o enfraquecimento da Fundação Nacional do Índio (Funai) e as várias propostas em tramitação no Congresso contra os direitos indígenas.
Wednesday, April 26, 2017
Chernobyl: lessons not learned
Blogpost by Rashid Alimov
A greyish brick building with a bust of Lenin in front of it. A school in Stariye Bobovichi in the Bryansk region of Russia. There could be something nostalgic about this picture, were it not for the feeling of danger it gives. When Greenpeace Russia took soil samples near the school and local club there was clear evidence of radioactive waste.
Statue at a School in Bryansk Region in Russia. 2 March 2016
Activists from 50 towns and villages took the results to Russia’s Supreme court last June, but the court sided with the government. There was hope that the authorities would at least quarantine the area near the school where children walk and play. But they did nothing.
easuring Radiation in Village Affected by Chernobyl Disaster. 8 April 2016
Stariye Bobovichi is one of thousands of communities in Russia, the Ukraine and Belarus officially declared contaminated by Chernobyl. Recently, however, the Russian government upgraded the status of this village, claiming it had improved. This claim deprived the residents of this village of the appropriate medical, social insurance and compensation they would get as victims of the disaster.
Council Member from Village Affected by Chernobyl Disaster. 8 April, 2016
Where responsibilities shrivel, irresponsibility grows. And the State that united its nuclear facilities into the mighty Rosatom corporation is further developing its risky business both at home and abroad.
In the centre of St. Petersburg, a floating nuclear power plant (NPP) is under construction. Its two reactors will be soon fuelled and activated. Any nuclear accident in this city would have tragic consequences for its five million inhabitants.
Floating NPP in St. Petersburg. 21 March, 2017
The country’s nuclear regulator, recently told Greenpeace that this is “beyond its responsibility”. This is frightening, given that, after Chernobyl, no nuclear power could be built closer than 100 km to a city with more than two million inhabitants. In 2014 this ban was lifted. Greenpeace has been working alongside the people responsible for dealing with the catastrophe, like the Chernobyl Union.
“We are absolutely against the floating NPP,” said Vasily Nayda, head of St. Petersburg’s branch of the Chernobyl Union. “The Leningrad NPP near the city, which has the same type of reactors as Chernobyl, is enough for us, we don’t want another one.”
The head of a local group of the St. Petersburg Chernobyl Union, Evgeny Frolov, points out that — unlike 1986, when, for 25 years after, the people responsible for dealing with the catastrophe were forbidden by the State to disclose their data — they now feel that they can no longer hide the truth.
Floating NPP in St. Petersburg. 24 March, 2017
The floating nuclear power plant is only one of many dangerous schemes Rosatom is undertaking across the globe. They are speeding up their international projects in more countries, promising financial benefits, incentives, advanced technologies and ‘guaranteed safety’. But an in-depth analysis of the risks of Rosatom’s international projects paints a very different picture.
Rosatom’s profit-driven conceit ignores past disasters while not taking enough care to prevent future ones. They have forgotten about Chernobyl’s lessons. But, we have learned from Chernobyl and we will resist this dangerous irresponsibility and say no to the nuclear industry.
Please share this blog to expose and stop the new dangerous plans.
Rashid Alimov is a nuclear campaigner with Greenpeace Russia
Priorities? Global military spending just hit US$1.6 trillion
Blogpost by Jen Maman
Military spending worldwide is going up.
2016 has seen governments around the world spend US$1.686 trillion on their militaries according to a new report from the Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI). Spending has grown in the USA and Europe.
This is an increase of 0.4% compared to 2015, but is also the beginning of a dangerous upward trend. Increases are expected to continue over the coming years. US President Trump already announced a 9% increase for the 2018 US military budget. China has also announced a 7% increase in 2017. European countries budgets are already increasing and are set to go even further in the coming years.
Some politicians and those who are in the business of war (manufacturing and selling weapons) say this is necessary. After all, look at the world we live in! It’s a dangerous world out there, they say. And to be sure, global instability is on the rise, nuclear war has become thinkable again, and millions still suffer the burden of war and conflict on a daily basis.
But to suggest increasing what we spend on weapons has anything to do with making us safe is wrong and misleading on many levels.
It is hardly the lack of military hardware that is making our world a dangerous place - quite the contrary. Military spending worldwide is already huge, especially when compared with other forms of government spending. The US spends more than three times as much on weapons than China, which is the second biggest spender. This massive spending has not led to peace.
Peace Fleet protest in 1991 against the presence of the nuclear warship USS MIDWAY in Yokosuka, Japan.
Real security does not come from tanks and bombs. Real security is human security. Improving quality of life, lifting people out of poverty, investing in health and education and crucially, protecting the environment that sustains us - those are the policies that deliver security. It's widely acknowledged, including by militaries around the world, that climate change already impacts millions around the world and poses an increased risk to global security – even creating an environment where terrorism can thrive according to a new report.
And yet the amounts spent on supporting human security is ridiculously low when compared with the amount spent on waging wars. The average taxpayer in the United States paid US$14,051 in federal income taxes in 2016. Of that US$3,290.02 went to the military. An average taxpayer paid US$91 per year for nuclear weapons, US$170 to Lockheed Martin and only US$10 for energy efficiency and renewable energy.
Surely, it’s time for new priorities.
“Every gun that is made, every warship launched, every rocket fired signifies, in the final sense, a theft from those who hunger and are not fed, those who are cold and not clothed. This world in arms is not spending money alone. It is spending the sweat of its laborers, the genius of its scientists, the hopes of its children” - President Dwight D. Eisenhower.
Politicians worldwide have been ramping up military rhetoric. They think war, or the threat of one, can help them in the polls. This is one of the oldest tricks in the book which both dictators and democratically elected leaders use to sway public opinion.
It's happening now. “We got to start winning wars again,” said President Trump about his drive to increase the US’s military budget. But there are no winners in war, only losers. And they come at a huge cost: financial, but more crucially, human lives, broken societies and economies, and wrecked environments. The only winners are those who are in the business of war. If you’re a military contractor, war means business, and right now, business is good.
It is time to #Movethemoney away from warplanes, guns and bombs. #Movethemoney to education, healthcare and the exponentially growing renewable energy sector which provides energy, jobs and peace. #Movethemoney to diplomacy and development, rather than the current action-reaction cycle approach to foreign policy.
Instead of ‘winning wars’, we must start building peace. It's time we get our priorities right.
Check out and follow the Global Campaign on Military Spending for more.
Jen Maman is the Senior Peace Advisor with Greenpeace International
Seminário Socioambiental - O Amapá que Queremos Ver
Postado por therrero
Nos dias 12 e 13 de maio, organizações da sociedade civil vão se reunir para debater o modelo de desenvolvimento que hoje vigora no Amapá. E conversar sobre um futuro justo aos ecossistemas e ao modo de vida das populações tradicionais
Garimpo e contaminação por mercúrio, exploração de petróleo em áreas arriscadas, barragens no Rio Araguari e grilagem de terras: esses são alguns dos problemas que o estado do Amapá enfrenta hoje. São frutos e um modelo de desenvolvimento em curso na Amazônia, que é incompatível com a necessidade de manutenção de ecossistemas e do modo de vida de populações tradicionais.
Diante desse cenário, a sociedade civil se organizou para realizar o primeiro Seminário Socioambiental – O Amapá que Queremos Ver, que acontecerá nos dias 12 e 13 de maio. O objetivo é ser um espaço plural de discussões e de fortalecimento dessa rede de instituições e grupos interessados em pensar: Afinal, que futuro queremos para o Amapá? O Greenpeace é uma das 33 instituições participando da iniciativa.
Além de mesas de debate, haverá uma mesa com jornalistas e uma agenda cultural, com música e arte. Os detalhes da agenda ainda serão confirmados. Fique de olho!
Contexto no Amapá
Apesar de ser um dos menores estados da Amazônia Legal, o Amapá possui uma variedade impressionante de biomas e uma biodiversidade incomparável. Riquezas que vêm sendo colocadas em risco pela reprodução desse sistema ultrapassado – que enxerga na exploração irrestrita e predatória de recursos naturais a única forma de crescimento econômico, ignorando todo o potencial da floresta e seus povos.
É na costa desse estado que duas empresas internacionais pretendem explorar petróleo. A francesa Total e a britânica BP já compraram o direito de explorar blocos na região e estão esperando o governo brasileiro (no caso, o Ibama) aprovar o início das atividades. Perto de onde elas pretendem perfurar estão os Corais da Amazônia – um ecossistema que só foi visto debaixo d’água pela primeira vez em janeiro deste ano. Se um vazamento de petróleo acontecer ali, existe um risco de que tanto os corais quanto a costa do Amapá sofram efeitos colaterais da contaminação do óleo.
Grandes obras de infraestrutura, como hidrelétricas e portos, a mineração, além da extração ilegal de madeira, pesca predatória, pecuária extensiva, e a abertura de novas áreas para o cultivo de soja são alguns exemplos de ameaças ao equilíbrio socioambiental na região, responsáveis por mudanças extremas na paisagem e pela escalada de verdadeiros dramas sociais, como o despejo de famílias rurais e violência no campo.
Tuesday, April 25, 2017
Mais de cem povos indígenas participam da abertura do ATL
Acampamento Terra Livre começou: representantes de povos indígenas de todas as regiões do país se mobilizam contra o retrocesso de seus direitos
Começou nesta segunda-feira (24/4) a 14ª edição do Acampamento Terra Livre, que já reúne cerca de 3 mil indígenas, de cem povos diferentes e de todas as regiões do país, na capital federal, para uma agenda de protestos, atos públicos, audiências com autoridades, debates e atividades culturais que durará toda a semana.
O acampamento começou tomar forma pela manhã, ocupando o gramado ao lado do Teatro Nacional de Brasília. Durante a tarde e o início da noite, representantes e delegações indígenas de todas as regiões do Brasil tomaram o local por completo.
Às 20h, os indígenas começaram a se reunir na tenda principal do acampamento para a abertura oficial da mobilização, com a recepção das delegações, precedida de uma apresentação do povo Kayapó. Ainda no início da noite, também foi exibido o documentário Preconstituinte, do cineasta Celso Maldos. A obra retrata a primeira grande mobilização indígena em Brasília, em 1984 – quatro anos antes da promulgação da Constituição.
Na manhã de amanhã (25) é esperada a plenária oficial de abertura e outras apresentações das delegações, que continuam chegando a Brasília.
“Ninguém vai lutar por nós”
Sonia Guajajara iniciou a plenária acolhendo as delegações e convidando os representantes das organizações indígenas que compõem a Articulação dos Povos Indígenas no Brasil (Apib): “Está em nossas mãos evitar o retrocesso, a perda desses direitos que foram duramente conquistados”.
Falaram na plenária Marcílio Guarani, da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul); Dinaman Tuxã, da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espirito Santo (Apoinme); Eliseu Lopes, do Conselho da Aty Guasu (MS); Nara Baré, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB); Yakari Kuikuro, da Associação Terra Indígena Xingu (Atix); Paulo Tupinikim, da Apoinme; Paulo Karai, da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY); Arildo Terena, do Conselho do Povo Terena (MS); Eloy Terena, da assessoria jurídica da APIB e outros.
Cacique Daran Tupi Guarani, da Arpinsudeste, discursou: “Esse governo está passando com a máquina, triturando a população indígena. E nós não podemos deixar, porque a terra é nossa. A mata é nossa!”, disse Cacique Daran Tupi Guarani, da Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (Arpinsudeste). Já Bemoro Kayapó, da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso (Fepoimt), informou a vinda de mais de 40 povos de seu estado para o ATL: “Nós não podemos abaixar a cabeça para esses governantes. Ninguém vai lutar por nós”.
Durante a plenária também houve apresentações das delegações do Território Indígena do Xingu (MT), dos Kayapó que vivem no Mato Grosso e dos povos Guarani Kaiowá e Guarani Ñandeva, de Mato Grosso do Sul.
A convite de APIB também chegaram hoje ao acampamento oito lideranças indígenas da Indonésia, da Aliansi Masyarakat Adat Nusantara (Aman), da América Central, pela Aliança Mesoamericana de Povos e Bosques (AMPB) e da Panamazônia, pela Coordinadora de las Organizaciones Indígenas de la Cuenca Amazónica (COICA).
Friday, April 21, 2017
Piece by piece, Brazil is tearing up protections for the Amazon
Blogpost by Diego Gonzaga
From the rotten meat scandal, to the ongoing corruption investigations, it’s hard to find any uplifting news from Brazil. The country is not only going through an economic crisis, but also a political one that’s shaking the foundation of its democracy.
Meanwhile, the Amazon rainforest is being torn apart. Last week, politicians with deep ties to agribusiness pushed through two proposals that would reduce the protection of 1.1 million hectares of the Amazon — an area bigger than all of Jamaica. By recategorizing these areas (known as Conservation Units), agribusiness, mining and energy industries would be more able to destroy the forest, as some levels of protections are less restricted to economical activities than others.
These proposals are not alone. They are part of what is being called “the package of evil” in Brazil — a set of bills aiming to slash social rights and environmental policies across the whole country. This package also includes an attack on other Amazon protected areas — a proposal that would completely remove one Conservation Unit from the Amazon and reduce four others by 40% only in the state of Amazonas. These changes would benefit landowners and corporations — not the Brazilian public.
Unfortunately, amidst political turbulence in the country — including the most recent corruption scandal involving almost one third of the Senate, ministers and 39 members of Congress — these latest attacks on the Amazon rainforest have barely made the news.
This is a crucial moment in history. We are already facing catastrophic climate disruption, and deforestation is the Amazon is on the rise again. By trying to strip the Amazon of vital protections, Brazil is both harming the forest and the communities who live there, and impacting our chance to create a stable climate.
Share this story and shine a light on this greedy political maneuver. Now is the time for Brazil to act in defense of the forest and the climate — not assist in their destruction.
Diego Gonzaga is a Content Editor at Greenpeace USA.
Relembre a última passagem do Rainbow Warrior pelo Brasil
Postado por Rodrigo Gerhardt
Entre visitas do público e ações de campanhas, nosso país foi uma “prova de fogo” para o barco mais icônico do Greenpeace
Em sua primeira grande expedição, meses após ser lançado ao mar, o Raibow Warrior III veio ao Brasil, passando por diversas cidades do país: Manaus (AM), Santarém (PA), Macapá (AP), Belém (PA), São Luiz (MA), Recife (PE), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP). Em cada parada, o barco abriu suas portas para a visitação pública, mas também atuou em prol de diversas campanhas do Greenpeace Brasil.
Na sua passagem pela Amazônia, o Rainbow Warrior apoiou a campanha pelo Desmatamento Zero.
Na Amazônia, além de lançar a campanha do Desmatamento Zero na capital do Amazonas, o navio ainda participou de uma assembleia flutuante, ajudou a denunciar uma madeireira ilegal da região e fez sua primeira ação. O protesto bloqueou o navio Clipper Hope, que estava prestes a fazer um carregamento de ferro gusa, matéria-prima do aço cuja cadeia produtiva envolve desmatamento ilegal, invasão de terras indígenas e trabalho escravo.
Em São Luiz do Maranhão, o bloqueio ao navio 'Clipper Hope', no Porto de Itaqui.
No Nordeste, o Rainbow Warrior promoveu as energias renováveis, como a solar e contou com grande participação do público, com direito a festa de Maracatu no porto e visitas ilustres, como a de Carlinhos Brown.
Rainbow Warrior no Recife atraiu milhares de pessoas por dia
Carlinhos Brown na ponte de comando do Rainbow Warrior, em Salvador
Ao chegar à cidade maravilhosa, para a Rio+20, a grande conferência da ONU para o desenvolvimento sustentável, o Rainbow Warrior foi palco de discussões sobre como formar um polo verde de Tecnologia da Informação na capital fluminense e também de protesto de índios Xavantes que há 20 anos aguardam a desocupação de suas terras por fazendeiros.
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