Fim dos combustíveis fósseis é tema da COP28, mas atuação do
Brasil pode ser comprometida pelos planos de exploração de petróleo na
Amazônia
Há grandes expectativas para a participação do Brasil na COP28, que teve início nesta quinta (30), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e conta com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros integrantes do alto escalão de seu governo.
A previsão é que o mandatário repercuta as reduções do desmatamento
ao longo de 2023, destacando o protagonismo brasileiro no enfrentamento
à crise climática, e, principalmente, como tem feito desde a campanha
eleitoral, dê centralidade para a defesa da Amazônia.
Os discursos em fóruns internacionais, entretanto, devem se concretizar em ações reais.
Ainda que a redução do desmatamento e a meta de desmatamento zero até
2030 sejam um bom sinal para o meio ambiente, planos para o avanço do
petróleo na Amazônia, que o presidente tem defendido, são uma grave ameaça.
A sociedade civil, em nível global, demanda que os governos acordem
metas para o fim dos combustíveis fósseis até 2050 e priorizem a
transição energética. Em nível doméstico, o Brasil navega em direção à
ampliação de novas fronteiras petrolíferas, inclusive em áreas
extremamente sensíveis, como a Bacia da Foz do Amazonas.
Não basta proteger a Amazônia e seus povos de apenas parte das violações que os atingem.
Nosso país tem plenas condições de ser protagonista da transição
energética justa, como bem destaca o presidente, mas o primeiro passo
para que isso de fato aconteça é impedir que esses novos projetos
avancem.
Lula e o Brasil podem se consolidar como liderança climática
a partir do exemplo, diante de uma conjuntura que oferece todas as
oportunidades para isso: desde nossas vantagens competitivas em termos
de recursos naturais para uma transição energética justa, às
responsabilidades assumidas pelo país com a presidência do G20 e ao
sediarmos a COP30, em Belém.
Neste contexto, a aposta no avanço da exploração de petróleo em áreas sensíveis, como a Bacia da Foz do Amazonas, desponta como a principal contradição do governo, e pode custar caro às suas intenções de protagonismo na geopolítica do clima.
Não é exagero afirmar que a abertura de novas fronteiras de petróleo na região pode ficar marcada como o pior legado socioambiental do presidente.
Em fóruns internacionais, como a COP28, esperamos que Lula reitere seu
compromisso com a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e
proteger a Amazônia.
Declarar a Amazônia uma zona livre de petróleo é um grande e importante passo desse caminho.
Sem a ajuda de
pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace
Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de
empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação
hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa,
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Lu SudréPressão política e da indústria ameaça biodiversidade e povos da costa amazônica
Apesar da decisão técnica do Ibama
que, em maio deste ano, negou autorização para a Petrobras dar início à
exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, a pressão política e
da indústria para o avanço da atividade no local é constante e o tema
segue ocupando os holofotes da mídia.
Rodrigo Agostinho, presidente do órgão ambiental, declarou na semana passada que a nova decisão referente ao pedido de reconsideração da petroleira para explorar o bloco FZA-M-59, na costa do Amapá, ficará para 2024.
O Greenpeace Brasil é uma organização que atua em defesa do meio
ambiente e, por isso, ressalta que há muito em jogo quando se fala sobre
abrir uma nova fronteira de exploração de petróleo, ainda mais em uma
área tão sensível do ponto de vista socioambiental.
Confira 6 razões para que o Brasil deixe a exploração de petróleo longe da Amazônia.
1) Precisamos evitar o pior da crise climática
Acabar com a queima dos combustíveis fósseis, processo responsável
pela emissão dos gases de efeito estufa e consequente aquecimento do
planeta, é imprescindível para que metas dos acordos de combate à crise
do clima sejam alcançadas.
Continuar a investir em combustíveis fósseis é escolher o agravamento
dos fenômenos climáticos extremos, uma grave ameaça ao meio ambiente e
às populações em situação de vulnerabilidade.
A eliminação justa e progressiva do carvão, do
petróleo e gás natural são essenciais para o futuro das diferentes
formas de vida no planeta. Liberar mais exploração de fósseis, ainda
mais na Amazônia, vai na contramão desse objetivo.
2) Danos incalculáveis, ameaça latente
A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, é guardiã de uma biodiversidade única e extremamente sensível
– ou seja, estamos falando de espécies de fauna e flora que só ocorrem
nesta região e que, caso impactadas por um eventual derramamento de
petróleo, terão muita dificuldade para se regenerar.
Na Bacia da Foz do Amazonas,
por exemplo, está localizado o maior corredor contínuo de manguezais do
planeta. Não há como estimar o tamanho da destruição desse ecossistema
caso óleo toque a costa. Na região também está o Grande Sistema de
Recifes da Amazônia.
Dados do Monitor Amazônia Livre de Petróleo mostram
que o setor avança em todo a Pan-Amazônia. Por aqui, no entanto, a
situação é mais grave: a Amazônia brasileira detém 52% dos blocos de
petróleo (aproximadamente 451) que estão dentro das categorias de
estudo, oferta e concessão em terra e mar (onshore e offshore).
A presença dessa indústria na floresta e na costa amazônica já é uma
realidade, trazendo ameaças à biodiversidade e aos povos que lá vivem e
que só irão se expandir caso a Bacia da Foz do Amazonas também seja
perfurada.
Sobre essa região, em específico, há de se considerar a falta de
conhecimento consolidado sobre as correntes marinhas, já que o aporte de
água do rio Amazonas que deságua no oceano Atlântico sofre influência
do Oceano Atlântico – o que dificulta mais clareza nas modelagens sobre
como aconteceria a dispersão do óleo em caso de vazamento.
3) Equívoco econômico
Diante de um horizonte de descarbonização da economia global, seguir
apostando em novos projetos de exploração de petróleo pode se tornar um equívoco econômico a longo prazo.
A Agência Internacional de Energia projeta o pico da demanda do
petróleo para antes do fim dessa década, com posterior declínio. Isso
significa que a exploração na bacia da Foz do Amazonas, por exemplo, se
iniciada hoje, iria começar a produzir petróleo para um mercado em pleno
encolhimento.
Além disso, a Agência Internacional de Energia Renovável aponta que o retorno global do investimento em energia renovável é sete vezes maior do que os combustíveis fósseis.
4) A transição climática justa de verdade é possível
A Petrobras,
que acabou de completar 70 anos, anuncia ser protagonista da transição
energética do Brasil. Contudo, gasta milhões com a expansão do petróleo
na Bacia da Foz do Amazonas e em outras regiões. Em seu plano estratégico para o período de 2023-2027,
apresenta um investimento relacionado ao portfólio de baixo carbono de
US$ 4,4 bilhões, apenas 5,6% do total das despesas de capital da
estatal.
Agora, imagine se, de fato, a estatal priorizasse a transição
energética justa, voltando investimentos e capacidade técnica para esse
objetivo?
A contradição também aparece no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Verde,
que prevê mais de R$ 449 bilhões para projetos de “transição e
segurança energética”. No entanto, R$ 273,8 bilhões deste montante serão
para a ampliação da exploração petroleira.
Há orçamento e caminhos para a execução de uma transição energética justa e efetiva. Basta que essa seja, de fato, a escolha.
5) Falsas promessas
A indústria do petróleo apresenta seus projetos para a população como
uma certeza de emprego e crescimento econômico por meio dos chamados
royalties. Mas o que registra a realidade é que as empresas têm lucros
altíssimos sem a contrapartida necessária para o bem-estar público.
Este é o caso de Maricá, no Rio de Janeiro. Artigo publicado pelo Clima Info detalha como, apesar do município ter um robusto fundo de royalties, serviços básicos ainda estão sucateados.
O RJ é o maior produtor de petróleo do país em razão dos poços da
Bacia de Campos. Porém, segundo o IBGE, mais de 4 milhões viviam abaixo
da linha da pobreza no estado em 2021.
Municípios com pouca infra-estrutura, como é o caso do município do
Oiapoque, no Amapá, sentem, majoritariamente, os impactos negativos da
atividade. A maior parte dos empregos de qualidade gerados pela
exploração de petróleo e gás não seria ocupada pela população local,
pois a mão-de-obra para essa atividade é altamente especializada.
6) Liderança climática comprometida
Lula
e lideranças de seu governo têm colocado o Brasil como liderança
climática e amazônica, no entanto, esse protagonismo está ameaçado pela
aposta na expansão do petróleo em áreas sensíveis.
Ao apoiar mais projetos de exploração, é possível que o papel
assumido pelo presidente Lula de cobrar os países mais ricos, que mais
contribuem para a crise climática, seja fragilizado. Até oportunidades
de financiamento climático podem ser afastadas do país.
Sem a ajuda de
pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace
Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de
empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação
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Lu Sudré
Lu Sudré é jornalista do Greenpeace Brasil em São Paulo e atua na frente
de Oceanos. Tem experiência na cobertura de temas relacionados ao meio
ambiente, direitos humanos e polític…
Países devem se comprometer a eliminar os combustíveis fósseis
até 2050, acelerar a transição energética e colocar em prática o Fundo
de Perdas e Danos. O tempo para agir está se esgotando!
Uma delegação do Greenpeace estará na Conferência do Clima da ONU nos Emirados Árabes Unidos, a COP28,
para pressionar os países a ajustarem seus compromissos em relação ao
Acordo de Paris para que a meta de limitar o aquecimento global a 1.5ºC
se mantenha viável.
A cada ano que não agimos, fica mais caro e mais difícil reduzir as
emissões. E não conseguiremos emitir menos e evitar a catástrofe
climática que se aproxima sem atacar o problema na fonte: os
combustíveis fósseis.
Por isso, a principal demanda do Greenpeace Brasil na COP28 é que os países construam um acordo global para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis até 2050. Superar nossa dependência de petróleo não será fácil,
E para isso, precisaremos de um esforço conjunto de governos, setor
privado e mudança profunda nos nossos padrões de produção e consumo.
A queima de combustíveis fósseis, ainda em franca expansão no mundo –
inclusive no Brasil, o nono maior produtor de petróleo -, é a principal
causadora do aquecimento global e, consequentemente, da crise climática
que vivemos. Para se ter uma ideia do quão poluidores são os
combustíveis fósseis, cerca de 87% das emissões de Gases do Efeito
Estufa (GEE) no mundo são provenientes deles.
Apesar disso, os países do Acordo de Paris, criado lá em 2015, ainda
não se comprometeram em construir um plano para acabar com a dependência
global dos combustíveis fósseis. Basta, precisamos de um acordo global
com metas claras e definidas para cada país já!
Tal acordo pelo fim de todos os combustíveis fósseis até 2050 deve contemplar:
reduzir a produção dos combustíveis fósseis no mundo em 43% até 2030 e em 60% até 2035 (comparado aos níveis de 2019);
o processo deve ser liderado e financiado a nível global pelos
países desenvolvidos, os maiores poluidores e os mais responsáveis pela
crise climática;
Após quatro anos de retrocessos na política ambiental e climática, o
Brasil tem a chance de assumir o protagonismo nessa COP28: além de ter
uma matriz energética de baixa emissão de carbono, o país celebra a
redução de 22,37% do desmatamento na Amazônia (período de agosto de 2022
a julho de 2023).
Porém, esses fatores não bastam para colocar o país no caminho certo.
Precisamos de ações conjuntas que contemplem, mais uma vez, o fim dos
combustíveis fósseis. E, como sabemos, o Brasil é o novo maior produtor
de petróleo e segue considerando novas áreas de exploração, inclusive em
áreas socioambientais importantíssimas para a vida no planeta, como a
Foz do Rio Amazonas.
O presidente Lula estará na COP28 nos dias 01 e 02 de dezembro e o Greenpeace Brasil estará lá, pressionando para que a Amazônia seja declarada área livre da exploração de petróleo, já! Também pedimos:
Brasil deve assumir o compromisso de redirecionar subsídios do
petróleo à implementação e viabilização de sistemas energéticos
sustentáveis, que democratizam o acesso à energia e priorizam o
bem-estar social, econômico e ambiental de toda a população;
Brasil deve assumir seu potencial de se tornar carbono negativo até
2045, com uma NDC com metas de redução real das emissões absolutas,
alinhada a um Plano de Transformação Ecológica justo e ambicioso,
garantindo controle social e a retomada de processos participativos.
A nível global, também pressionamos os países que excluam
imediatamente a exploração dos combustíveis fósseis em demais áreas
críticas a vida no planeta.
A crise climática afeta de forma desproporcional populações
periféricas, pessoas pretas e pardas, mulheres e crianças, que, além de
não lucrarem com a exploração de combustíveis fósseis, agora enfrentam
os efeitos mais devastadores do clima com as próprias vidas.
O direito internacional em matéria de direitos humanos é claro: as
comunidades mais afetadas pela crise climática têm direito a reparação
pelos danos sofridos! Por isso, é urgente que entre em funcionamento o Fundo de Perdas e Danos, criado na COP27, mas que ainda precisa ser detalhado o seu funcionamento.
Nesse processo, os países precisam adotar princípios decoloniais e antirracistas na operacionalização
do Fundo de Perdas e Danos, para que representantes dos países em
desenvolvimento e instituições que representam essas populações possam estar no centro das discussões e decisões sobre esses fundos
Precisamos de ação em rede!
Ninguém conseguirá conter a crise climática sozinho. Juntos, podemos
conseguir. Quanto mais pessoas e organizações agirem agora a favor das
mudanças que precisamos, maior será a pressão sobre os governos para
agir.
Junte-se ao Greenpeace Brasil no pedido global por um mundo livre de petróleo e demais combustíveis fósseis até 2050!
A região Amazônica
está vivendo uma seca histórica, que mostra a gravidade dos eventos
climáticos extremos. E milhares de pessoas estão sentindo os efeitos
deste desastre na pele. Por isso, o Greenpeace retomou a campanha Asas
da Emergência e já levou toneladas de alimentos e outros itens
essenciais para as comunidades mais afetadas. Agora, precisamos do seu
apoio para chegar mais longe. Por favor, faça uma doação emergencial.
Laís é jornalista especializada na cobertura de temas relacionados à
Amazônia e às negociações climáticas há quase dez anos. Rema e limpa
praias nas horas vagas.
Lu SudréTerceira sessão da ONU para discutir acordo foi encerrada de forma frustrante para quem defende um futuro sem plásticos
A terceira sessão do Comitê Intergovernamental de Negociações (CIN3) para a criação do Tratado Global dos Plásticos, que aconteceu em Nairóbi, no Quênia, chegou ao fim no dia 19 de novembro, deixando organizações ambientalistas frustradas.
Países com baixa ambição para o acordo e, não por acaso, grandes
produtores de petróleo, travaram avanços no texto. De acordo com
observadores oficiais, Arábia Saudita, Rússia e Irã
estão entre as nações que defenderam o foco na gestão de resíduos e na
reciclagem, ao invés de ações robustas para a redução da produção –
medida essencial para combatermos a poluição plástica.
Em razão dessa movimentação, ainda não há um plano de trabalho formal
para avanços no conteúdo do acordo antes da nova rodada de negociações,
que acontecerá no Canadá em abril de 2024.
Graham Forbes, chefe da delegação do Greenpeace que acompanhou a sessão em Nairóbi, lamentou o desfecho do encontro.
“O plástico prejudica diretamente cada uma das 8,1 bilhões de pessoas
neste frágil planeta, mas nossos líderes escolheram efetivamente tratar
as empresas petroquímicas como as únicas partes interessadas que valem a
pena ouvir”, declarou.
O líder da Campanha Global sobre Plásticos no Greenpeace Estados
Unidos também destacou que não é possível proteger o clima, a
biodiversidade e a saúde humana sem que a produção desenfreada de
plásticos chegue ao fim.
“Estamos caminhando para uma catástrofe e já
passamos mais da metade das negociações do Tratado. Não vamos resolver a
crise da poluição a menos que se restrinja, reduza e limite a produção
de plástico”, disse Forbes.
O Greenpeace alerta que os governos estão permitindo que os
interesses dos combustíveis fósseis conduzam as negociações em direção a
um acordo que piorará o problema do plástico, o que nos fará enfrentar o pior das mudanças climáticas.
“Quando as negociações forem retomadas no Canadá em abril de 2024,
nossos líderes precisarão estar prontos para mostrar um nível de coragem
e liderança que ainda não vimos”, reiterou o porta-voz.
Organizações ambientais e científicas defendem que o Tratado Global dos Plásticos deve reduzir a produção de plástico em pelo menos 75% até 2040. Este é o primeiro acordo internacional legalmente vinculante para combater o lixo plástico.
A região Amazônica
está vivendo uma seca histórica, que mostra a gravidade dos eventos
climáticos extremos. E milhares de pessoas estão sentindo os efeitos
deste desastre na pele. Por isso, o Greenpeace retomou a campanha Asas
da Emergência e já levou toneladas de alimentos e outros itens
essenciais para as comunidades mais afetadas. Agora, precisamos do seu
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Lu Sudré é jornalista do Greenpeace Brasil em São Paulo e atua na frente
de Oceanos. Tem experiência na cobertura de temas relacionados ao meio
ambiente, direitos humanos e polític…
Laís ModelliConferência do Clima da ONU de 2023 será a mais importante desde o
Acordo de Paris. É hora de os países se comprometerem com metas
concretas, como o fim da exploração de petróleo até 2050.
Em 30 de novembro, começa a 28ª edição da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP28,
que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Até 12 de
dezembro, sociedade civil organizada e representantes de mais de 200
países se reunirão para discutir ações que determinarão o nosso futuro
como espécie no planeta.
O GreenpeaceBrasil estará na COP28
para pressionar os países a adotarem medidas reais para conter a crise
climática, que assola partes do Brasil e de diversas regiões do mundo
com secas, eventos extremos e seguidas ondas de calor que superam os 40º
C. Queremos que os países se comprometam com ofim dos combustíveis fósseis até 2050 e com fim imediato da exploração de combustíveis fósseis em ecossistemas críticos para a vida no planeta, como a Amazônia (veja mais abaixo).
Não podemos mais esperar por mudanças, precisamos de ação agora!
Abaixo, explicamos em cinco pontos o que é a Conferência do Clima é
tão importante e por que a COP28 será a edição mais importante desde o
Acordo de Paris.
O que é a COP?
Por que a COP28 será tão importante?
Quais os desafios da COP28?
Quais as oportunidades da COP28?
Como eu posso pressionar os governos durante a COP28?
O que é a COP?
A Conferência do Clima da ONU é o único fórum que aborda questões
climáticas onde todos os países estão presentes. Portanto, uma COP tem a
responsabilidade e a legitimidade para tomar decisões que determinarão a
nossa capacidade como comunidade global de conter coletivamente a crise
do clima. Além disso, os resultados de cada COP podem fornecer
ferramentas e sinais poderosos ao mundo, trazendo peso e significado
para legisladores, tribunais, opinião pública, empresas e investidores
em todo o mundo.
A sociedade civil global representada por jovens, lideranças
indígenas e comunidades tradicionais, organizações etc, também
participam das COPs, e sua presença tem sido essencial para cobrar os
governos por soluções reais, prevenir o greenwash e responsabilizar os
maiores poluidores históricos do planeta, a saber, os países
desenvolvidos.
É esperado, contudo, que, com tantos personagens envolvidos e que
precisam chegar a consensos nas tomadas de decisões, a emergência
climática nunca será resolvida em uma única conferência da ONU. Porém,
cada COP tem o potencial de promover as soluções-chave de que o mundo
tanto necessita – tanto a nível global como nacional.
Por que a COP28 será tão importante?
Na COP28, será lançado o primeiro Balanço Global do Acordo de Paris (chamado de GST, sigla de Global Stocktake).
O Acordo de Paris é um pacto global firmado em 2015 por 197 países
(incluindo o Brasil) para evitar um aquecimento do planeta acima de
1,5°C em relação à era pré-industrial – o que seria catastrófico e
perigoso para a vida na Terra. Para isso, todos os países membros, ricos
ou em desenvolvimento, são obrigados a adotar metas nacionais de
redução de gases causadores do efeito estufa, como o gás carbônico. O
mecanismo também prevê que os países desenvolvidos dêem suporte
financeiro aos em desenvolvimento, para que estes possam cumprir suas
metas e se adaptarem às mudanças do clima.
Passados oito anos do Acordo de Paris, o 1º Balanço Global avaliou o
progresso coletivo dos países para alcançar os objetivos do pacto
(mitigação, adaptação e de meios de implementação). Spoiler: o balanço
global não é animador.
Em resumo, a COP28 é tão importante porque será o momento dos países
olharem para o que funcionou, o que não avançou e onde é mais urgente
avançar na luta para conter a crise do clima e se adaptar às mudanças
climáticas. Tudo isso deverá ser considerado para que os países
apresentam uma nova rodada de metas climáticas nacionais, que deverá
acontecer em 2025, durante a COP30, que será realizada no Brasil.
Entenda no vídeo abaixo o que é o Acordo de Paris:
Quais as oportunidades da COP28?
Não é novidade a informação de que a queima de combustíveis fósseis é a principal causadora da atual crise climática.
Apesar disso, o petróleo, o carvão e o gás natural nunca foram
explicitamente nomeados pelas declarações da Conferência do Clima da ONU
como os principais responsáveis, mas isso muda agora na COP28: pela
primeira vez, os combustíveis fósseis estarão no centro das conversas.
Essa é uma oportunidade única de fazer os governos, conjunta e
individualmente, a firmarem um acordo global na COP28 que ponha fim a
era dos combustíveis fósseis. Mais que isso, um acordo global com metas e
etapas que estabeleçam:
a eliminação justa e progressiva do carvão, o petróleo e o gás até 20250;
o fim imediato da exploração de combustíveis fósseis em ecossistemas críticos para a vida no planeta, com destaque para a Amazônia;
a urgência para acelerar a transição energética para as energias renováveis.
Quais os desafios da COP28?
São muito os desafios de uma COP que será realizada em uma região que
é uma das maiores produtoras de petróleo do mundo, os Emirados Árabes
Unidos. Não é coincidência que o principal pedido do Greenpeace na COP28
é “Chega de petróleo!”.
Porém, existe outro desafio central em 2023: promover a justiça
climática por meio de um fundo aos que mais estão sofrendo com os
impactos da crise do clima!
Em 2022, na COP27, depois de anos de luta da sociedade civil global,
os países, enfim, criaram um fundo para socorrer os países do Sul Global
mais vulnerabilizados pela crise climática, chamado de Fundo de Perdas e Danos.
“Perdas e Danos” é um conceito que se refere a situações onde as
perdas decorrentes dos eventos climáticos extremos não podem mais ser
evitadas e, a única coisa que resta, é agir para reparar os danos
sofridos.
Lá em 2015, o Acordo de Paris previu a criação de um Fundo pelos
países ricos do Norte Global – os maiores poluidores e os mais
responsáveis pela crise climática atual – para financiar ações de Perdas
e Danos nos países em desenvolvimento e insulares – os menos
responsáveis pela crise. Quase dez anos depois e muitas tragédias nesse
meio tempo, tal fundo ainda não entrou em operação.
Na COP28, os países deverão entrar em um acordo para detalhar o Fundo
de Perdas e Danos (quem colocará recursos, quais países terão acesso a
eles, quem irá gerar o fundo, como funcionará o acesso etc).
Depois de enfrentarmos os desastres de 2023, o ano mais quente da
história, uma coisa é certa: o Fundo de Perdas e Danos precisará reparar
injustiças e entrar em vigor já! Os mais vulnerabilizados não podem
continuar pagando a conta da crise climática sozinhos.
Como eu posso pressionar os governos durante a COP28?
O mundo não tem mais tempo a perder. Se quisermos evitar um futuro
sombrio, precisamos agir individual e coletivamente agora! Durante a
COP28, podemos usar nosso tempo e vozes para pressionar os governos a
agirem no caminho certo.
Você pode se juntar ao Greenpeace Brasil compartilhando informações
sobre a urgência climática e usando a hashtag #Chegadepetróleo.
A nível nacional, também temos o abaixo-assinado“Petróleo na Amazônia Não!”
para pressionar o governo Lula a se comprometer a não explorar petróleo
na região. Se quisermos ter um futuro, o petróleo precisa ficar no
nosso passado!
A região Amazônica
está vivendo uma seca histórica, que mostra a gravidade dos eventos
climáticos extremos. E milhares de pessoas estão sentindo os efeitos
deste desastre na pele. Por isso, o Greenpeace retomou a campanha Asas
da Emergência e já levou toneladas de alimentos e outros itens
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Laís é jornalista especializada na cobertura de temas relacionados à
Amazônia e às negociações climáticas há quase dez anos. Rema e limpa
praias nas horas vagas.
Lu SudréLíderes globais estão reunidos em Nairóbi, no Quênia, para terceira rodada de reuniões; sessão irá até 19 de novembro
As discussões sobre a criação do Tratado Global dos Plásticosestão
sendo retomadas nesta segunda (13), em Nairóbi, no Quênia. A nova
rodada de negociações acontece na sede do Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (PNUMA) e é a terceira das quatro sessões previstas
pela ONU.
Os representantes de 167 países terão como foco as propostas do Rascunho Zero do instrumento. O texto-base foi divulgado em setembro deste ano e gerou expectativas na comunidade ambiental internacional.
O objetivo é garantir que os governos entrem em acordo sobre ações e
políticas para frear a produção e consumo desnecessário dos plásticos,
que causam impactos negativos para o meio ambiente e para a saúde da
população – microplásticos já foram encontrados até mesmo no coração humano.
A melhor estratégia para reduzir a poluição plástica, segundo o
Pnuma, é aumentar a reutilização, a reciclagem, a reorientação e a
diversificação por meio de um modelo de economia circular.
Seguindo
esta lógica, os escritórios do Greenpeace têm se articulado ao redor do
mundo para mobilizar pessoas em defesa de um Tratado robusto, que
realmente enderece soluções para os problemas apresentados e não fique
refém dos interesses dos grandes produtores de plástico.
O Greenpeace defende que o Tratado Global dos Plásticos deve:
• Acabar com a poluição plástica – da produção ao descarte;
• Estabelecer uma meta
juridicamente vinculativa para a redução da produção de plásticos em
pelo menos 75% até 2040, para que o mundo possa evitar cenários mais
graves da crise climática;
• Acabar com os plásticos de uso único e incentivar a reutilização;
• Garantir
uma transição energética justa e inclusiva para uma economia de baixo
carbono, com a eliminação gradual dos combustíveis fósseis;
•
Tornar toda a cadeia de suprimentos de plásticos sustentável, por meio
da capacitação de trabalhadores e priorização dos catadores de materiais
recicláveis;
• Estar firmemente
enraizado em uma abordagem baseada nos direitos humanos que também vise a
redução da desigualdade, priorize a saúde humana e centralize a justiça
em sua criação e implementação;
Movimento global
A crise da poluição plástica é um dos maiores desafios ambientais que
existem, afetando a vida marinha e a população nos quatro cantos do
mundo. Para trazer atenção à importância da terceira rodada de
negociações, o Greenpeace lança hoje um vídeo-manifesto com atores,
ativistas, cientistas e atletas de diferentes países, pedindo o fim da
Era do Plástico.
O vídeo conta com a participação da conservacionista Jane Goodall, do
líder Waorani Nemonte Nenquimo, do ator Lee Jung-jae e outras
personalidades.
Estamos diante de uma oportunidade única de
paralisar a produção desenfreada de plásticos. Mas isso só será possível
com um Tratado ambicioso e juridicamente vinculante, ou seja, com força
de lei.
Compartilhe o vídeo com a sua rede e fortaleça a mobilização por um Futuro Sem Plásticos!
A região Amazônica
está vivendo uma seca histórica, que mostra a gravidade dos eventos
climáticos extremos. E milhares de pessoas estão sentindo os efeitos
deste desastre na pele. Por isso, o Greenpeace retomou a campanha Asas
da Emergência e já levou toneladas de alimentos e outros itens
essenciais para as comunidades mais afetadas. Agora, precisamos do seu
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Lu Sudré é jornalista do Greenpeace Brasil em São Paulo e atua na frente
de Oceanos. Tem experiência na cobertura de temas relacionados ao meio
ambiente, direitos humanos e polític…
Petroleira pede indenização de US$ 8,6 milhões e que o Greenpeace
seja proibido para sempre de protestar em plataformas da multinacional.
A gigante petrolífera Shell ingressou com ação judicial contra o Greenpeace Reino Unido e o Greenpeace Internacional pedindo
uma indenização de US$ 8,6 milhões e a proibição de protestos em suas
plataformas de petróleo e gás, em qualquer lugar do mundo para sempre. O
valor representa pouco mais de 2 horas de lucro para a Shell.
O processo é uma resposta a uma ação pacífica realizada pelo Greenpeace no início do ano,
em que ativistas ocuparam uma plataforma petrolífera operada pela
Shell, nas Ilhas Canárias, para protestar contra a perfuração de novas
jazidas de petróleo e gás. Os ativistas também pediam que a
multinacional fosse responsabilizada pelos danos causados às pessoas e
ao planeta, que levaram o mundo à atual crise climática.
O diretor executivo do Greenpeace do Sudeste Asiático, Yeb Saño,
citado individualmente na ação judicial, foi um dos ativistas que tentou
embarcar na plataforma e protestou contra sua chegada em um porto
norueguês.
Segundo Saño, aShell tenta
silenciar exigências legítimas contra a exploração insensata e
gananciosa de novas áreas de combustíveis fósseis. “Eu me levantarei no
tribunal e lutarei contra isso; e se a Shell se recusar a parar de
perfurar, eu me recuso a parar de lutar pela justiça climática”, disse
Saño.
O Greenpeace atua há mais de 50 anos, por meio de campanhas
pacíficas, denunciando e confrontando governos, projetos e empresas que
incentivam a destruição do meio ambiente e ameaçam o clima global.
Além de uma tentativa de silenciar protestos da sociedade civil
contra as medidas do executivo-chefe da Shell, Wael Sawan, de
intensificar os investimentos em combustíveis fósseis e abandonar
qualquer pretensão de transição para energias renováveis, a ação
judicial é uma das maiores ameaças contra o Greenpeace nestas cinco
décadas de existência.
Areeba Hamid, co-diretora executiva do Greenpeace Reino Unido, disse: “Sob
o comando de Wael Sawan, a Shell abandonou qualquer pretensão de boas
intenções e está adotando descaradamente uma estratégia que não é apenas
arriscada para os acionistas, mas completamente devastadora para as
pessoas que estão na linha de frente da crise climática. Sawan está
abandonando as políticas verdes, demitindo ex-colegas de sua divisão de
energias renováveis, e iluminou o mundo com gás ao afirmar que uma
retirada dos combustíveis fósseis seria ‘perigosa’. Agora, ele está
tentando esmagar a atuação do Greenpeace. Mas, ao fazer isso, ele está
tentando silenciar as demandas legítimas por justiça climática e
pagamento por perdas e danos”.
Hamid continua: “Precisamos que esse caso seja
arquivado, pois está claro que Sawan está determinado a lucrar,
independentemente do custo humano.”
As negociações entre as partes já foram concluídas, mas os custos
legais do processo ainda correm e estão aumentando desde 1º de novembro.
Enquanto isso, o Greenpeace aguarda os detalhes – conhecidos como
“particularidades” – da reivindicação da Shell.
O Greenpeace Reino Unido pede aos apoiadores doações de emergência para ajudar a combater o caso.
A ação pacífica alvo da ira da Shell
No início do ano, o Greenpeace Internacional realizou um protesto pacífico em que seis ativistas ocuparam a unidade flutuante de produção, armazenamento e descarregamento (FPSO) da Shell na plataforma Penguins, por 13 dias. Durante esse período, a Shell anunciou lucros anuais recordes de quase US$ 40 bilhões.
A plataforma Penguins é a primeira embarcação operada pela Shell
no norte do Mar do Norte em 30 anos. No pico de produção, o projeto
pode produzir 45 mil barris de petróleo por dia, Mesmo diante dessa
capacidade gigantesca de produção, a Shell já sugeriu que poderá abrir
outras áreas para exploração.
Na época do protesto, a Shell e a construtora de plataformas Fluor
alegaram que pediriam mais de US$120.000 em indenizações, ainda que,
segundo elas, os danos às empresas superariam US$ 8 milhões. E
ofereceram a celebração de um acordo com indenização em valor reduzido
de US$ 1,4 milhão e um compromisso legal de que todas as organizações do
Greenpeace concordariam em nunca mais realizar protestos em suas
infraestruturas, no mar ou em portos, em qualquer lugar do mundo.
O Greenpeace Reino Unido e o Greenpeace Internacional responderam que
concordariam com essa proibição de protesto, mas com a condição de que a
Shell cumprisse a ordem judicial da Holanda que exige que a petroleira
reduza suas emissões em 45% até 2030, em relação a 2019, em todas as
atividades.
Caso a ação fosse levada ao tribunal, os honorários advocatícios durante o processo judicial poderiam chegar a outros milhões.
Contato com a imprensa
Os ativistas e a diretora executiva do Greenpeace Reino Unido, Areeba Hamid, estão disponíveis para entrevistas. Contato: press.uk@greenpeace.org
A região Amazônica
está vivendo uma seca histórica, que mostra a gravidade dos eventos
climáticos extremos. E milhares de pessoas estão sentindo os efeitos
deste desastre na pele. Por isso, o Greenpeace retomou a campanha Asas
da Emergência e já levou toneladas de alimentos e outros itens
essenciais para as comunidades mais afetadas. Agora, precisamos do seu
apoio para chegar mais longe. Por favor, faça uma doação emergencial.