Saturday, August 23, 2014

Mãos unidas contra o carvão


Milhares de pessoas de quase 30 países deram as mãos na fronteira entre Alemanha e Polônia simbolizando o pedido do fim da era do carvão (©Jakob Huber/Campact)

Mais de 7500 pessoas de quase 30 países deram as mãos, hoje, como um símbolo contra o que poderá ser a maior mina de carvão a céu aberto na Europa, e pediram a mudança para energias limpas.
Com oito quilômetros de extensão na fronteira entre Alemanha e Polônia, a corrente humana ligou as comunidades de Kerkwitz e de Grabice. As duas cidades, assim como outras localidades próximas, correm o risco de se tornarem vítimas da mina a céu aberto. A fronteira foi cruzada em Gross Gastrose, onde bombeiros entraram no rio Neisse e ajudaram a formar uma corrente ininterrupta.
“É muito inspirador ver que mais de 7500 pessoas dos mais diversos países do mundo se uniram hoje para pedir um futuro sem um combustível sujo como o carvão. Isso dará força para que as pessoas da região continuem lutando com coragem durante os próximos anos contra a instalação da mina”, disse Meri Pukarinen, coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Polônia. “Nós não vamos desistir até que os políticos entendam que a maioria das pessoas não quer esta mina aqui”, concluiu Pukarinen.
Empresas de energia como Vattenfall e PGE planejam seis novas minas a céu aberto na região de Lusatia, na fronteira entre Alemanha e Polônia. Se estes planos forem concretizados, mais de 20 vilarejos serão destruídos e mais de 6 mil pessoas perderão suas residências – muitas delas contra suas vontades pessoais.
É válido ressaltar que tais minas seriam responsáveis por, pelo menos, 2 bilhões de tonelas de CO2 adicionais na atmosfera – mais do que o dobro das atuais emissões anuais da Alemanha. “Lusatia está para se tornar o palco de um dos maiores crimes ambientais europeus. Precisamos impedir que essas minas se instalem aqui ou não haverá chance para que a Europa consiga alcançar as metas climáticas que ela mesmo estipulou”, lembrou Pukarinen.
A idéia da corrente humana surgiu em grupos de resistência locais e apoiada por organizações como Greenpeace, Amigos da Terra, Climate Alliance, entre outras.

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