Monday, December 24, 2012

Mais um bispo na mira dos pistoleiros

Dom Pedro Casaldáliga teve de se retirar de sua casa em São Félix do Araguaia por causa das ameaças de morte que tem recebido por defender a desintrusão da terra dos Xavante (Divulgação - Ana Helena Tavares) Dom Erwin Kräutler, bispo prelado de São Félix do Xingu, vive sob escolta policial devido às ameaças que recebe há seis anos. O motivo? Ele incomoda poderosos por ter optado defender os mais desvalidos, principalmente os povos indígenas e os ribeirinhos afetados pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Supreendentemente, mais um bispo entrou na lista dos ameaçados: há duas semanas o Brasil teve conhecimento que Dom Pedro Casaldáliga, da Prelazia de São Félix do Araguaia, também está na mira de pistoleiros. A situação de Dom Pedro agravou-se recentemente quando teve início o processo de retirada dos posseiros e fazendeiros de Marãiwatsèdè, terra original pertencente ao povo Xavante, situada no nordeste do Mato Grosso. No início de dezembro, ele teve de ser escoltado pela Polícia Federal de sua casa até o aeroporto e seu paredeiro não foi revelado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Entretanto, a luta deste bispo catalão de 84 anos foi reconhecida nesta segunda-feira (17) pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, que lhe outorgou o 18º Prêmio Direitos Humanos. Porém, Dom Pedro não pôde ir à solenidade no Palácio do Itamaraty, em Brasília, receber a honraria. Danicley de Aguiar, da Campanha da Amazônia do Greenpeace, destaca o paradoxo dos acontecimentos já que o Estado brasileiro é incapaz de investigar e prender os que estão ameaçando Dom Pedro e Dom Erwin. Mas não são somente eles que estão correndo risco de vida. O que salta aos olhos são os dados da CPT (Comissão Pastoral da Terra), os quais apontam que entre 2010 e 2011 houve um aumento de 177% no número de pessoas sob ameaça, passando de 125 para 347. Deve-se pontuar que essa prática de remover os ameaçados já vem sendo contestada há muito pelos movimentos sociais brasileiros, pois se prende a vítima e os bandidos ficam soltos. “Quantos inquéritos foram abertos para apurar as ameaças sofridas pelos ativistas de direitos humanos no Brasil? Quantos foram concluídos? Estas são perguntas que colocam em xeque a estratégia de intervenção do governo nesse contexto de completo desrespeito ao estado democrático de direito”, observa Aguiar. Em respeito à luta de Dom Pedro Casaldáliga, o Greenpeace assina a Nota de Solidariedade ao bispo proposta pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e pela CPT (Comissão Pastoral da Terra). Nela, as entidades denunciam as mazelas do processo de desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsèdè e mostram as contradições daqueles que mentem para tentar se eximir de responsabilidade no cenário de violência que se encontram os indígenas da região.Fonte;Greenpeace

Thursday, December 20, 2012

Desmatamento e trabalho escravo

Em 2012, triplicou o número de casos de trabalho escravo no desmatamento. Foto: © Greenpeace/Daniel Beltra As chagas que chegam na esteira do desmatamento continuam bem abertas. Prova disso são os dados de trabalho escravo em 2012, que a Comissão Pastoral da Terra (CPT) acaba de divulgar. Segundo o relatório, este ano triplicou o número de pessoas escravizadas no desmatamento. Foram 345 trabalhadores descobertos, contra 109 do ano anterior. Não por acaso, a Amazônia é a região que concentra os maiores índices, respondendo por cerca de 62% dos casos registrados. Na região, quase dois mil trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão. Longe de ser coincidência, é ali a fronteira por onde os tratores mais avançaram nas últimas décadas. Dentre as atividades que mais fazem uso de mão de obra escrava, despontam na lista a produção de carvão vegetal e a pecuária – dois setores que insistem em atrelar sua produção à devastação das florestas. Se olharmos os números que vão de 2003 a 2012, o cenário é ainda mais perturbador: foram 3476 trabalhadores em condições análogas à escravidão praticando o desmatamento nesse período. No setor da pecuária - que geralmente chega após as derrubadas - foram quase 23 mil. E os índices podem ser ainda maiores, já que nem todos os casos são descobertos e registrados. É para dar um ponto final a esse processo degradante que o Greenpeace se uniu a milhares de brasileiros e a movimentos sociais, indígenas e ambientais para levar ao Congresso uma lei de iniciativa popular do desmatamento zero. O fim da destruição das nossas matas é um passo fundamental para uma mudança de mentalidade nos processos produtivos brasileiros. Assine, compartilhe e junte-se a nós nessa caminhada por um Brasil mais verde, limpo e justo.Fonte;Greenpeace

Greenpeace e JBS retomam compromisso pelo fim do desmatamento na Amazônia

Em um novo esforço para eliminar o desmatamento na cadeia produtiva da pecuária, o Greenpeace Brasil e a JBS retomaram o diálogo sobre a implementação de ações previstas no compromisso público firmado em 2009, chegando hoje a uma nova etapa do processo. Há três anos, a JBS e outros frigoríficos, assumiram um compromisso público de excluir de sua lista de fornecedores as fazendas que desmataram a floresta amazônica após outubro de 2009, além daquelas que utilizam mão de obra análoga à escrava ou estão localizadas em terras indígenas e unidades de conservação. No primeiro semestre deste ano, o Greenpeace Internacional publicou um relatório alegando falhas no processo de controle da JBS. Após análise e a não concordância com os dados apresentados naquele relatório, a JBS decidiu iniciar um processo judicial contra o Greenpeace Brasil. Como parte da retomada do diálogo, a JBS recentemente apresentou uma auditoria independente, cujos resultados estão disponíveis em seu site, e retirou a ação judicial movida contra o Greenpeace Brasil. A empresa também estabeleceu um novo plano de trabalho, em que reafirma os objetivos do acordo de 2009 e traz metas, datas e o plano de ação para o cumprimento integral do compromisso, incluindo a publicação de auditorias anuais. O plano de trabalho da JBS está disponível no link www.jbs.com.br/JBS/CompromissoAmazonia.aspx. "Com esta nova etapa do compromisso público assumido pela JBS, reforçamos nosso objetivo de conciliar produção e preservação das florestas", afirma José Augusto de Carvalho Júnior, presidente da JBS para o Mercosul. "Consumidores e cidadãos de todo o mundo não aceitam mais produtos ligados ao desmatamento. Uma política de desmatamento zero é possível e essa é uma tarefa em que o setor produtivo, governos e consumidores são fundamentais", afirma Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace Brasil.

Wednesday, December 19, 2012

O crime compensou

Falta de governança e anistia para o maior desmatamento da Amazônia: saiba mais sobre um caso que não é novo nem é o único na região terça-feira, 18 de dezembro de 2012Há sete anos, Leo Andrade Gomes foi considerado o indivíduo que mais desmatou a Amazônia, depois que 12.500 hectares de floresta foram derrubados na fazenda que estava em seu nome, no Pará. Após essa e outras infrações, veio a conta: mais de R$ 18 milhões em multas ambientais. E por que essa notícia agora, em 2012? Porque desde essa época, o governo não sabe de Leo: seu CPF foi cancelado pela Receita Federal e ele nunca foi encontrado pelo Ibama. Se está foragido ou se é um ‘fantasma’, ninguém sabe. Mas uma coisa é certa: sua multa será perdoada pelo novo Código Florestal. Aprovada em maio deste ano após uma pesada investida da bancada ruralista, a nova lei manteve a anistia a quem desmatou sem autorização até o ano de 2008. No caso de Leonardo, bastaria que ele se inscrevesse no Programa de Regularização Ambiental, criado pelo governo, e recuperasse as Áreas de Preservação Permanente (APP) e pronto: a dívida de R$ 18 milhões sumiria para sempre de sua vida.“O caso ilustra bem o resultado do processo atropelado do Código Florestal: o crime compensou”, diz Danicley de Aguiar, da campanha Amazônia do Greenpeace. “Quem desmatou será premiado às custas do dinheiro público, e isso é uma sinalização clara de que, no Brasil, vale a pena passar por cima das leis”.A novela da desgovernança O caso de Leo, porém, está longe de ter um ponto final. Quando seu nome despontou no ranking dos desmatadores do Ministério do Meio Ambiente e a multa milionária chegou, um advogado encaminhou, em nome do acusado, uma defesa ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). No documento, ele alega que na época do desmatamento Leo ainda não era proprietário da fazenda Cachoeira Alta, onde ocorreu a infração, e sim a senhora Elizabete Guimarães. Também em nível federal, Elizabete defendeu-se da mesma forma: apresentou certidão de compra e venda, apontando que Leo já era dono da propriedade quando o desmatamento de 12 mil hectares foi feito. O jogo de empurra continuou sem solução, e a multa acabou ficando para o fazendeiro, que nunca pagou um centavo. Cinco anos depois, em setembro de 2011, porém, Elizabete recebeu da Secretaria de Meio Ambiente do Pará uma Licença de Atividade Rural para uma fazenda de mesmo nome – Cachoeira Alta. A fazenda, afinal, é dela? E a multa? Ninguém conseguiu decifrar. Tampouco o governo. Essa história evidencia não só a impunidade que corre solta na Amazônia. Mostra, também, a ausência, descontrole e falta de coordenação do Estado brasileiro na região. “Uma lei do desmatamento zero pode mudar a forma como o Brasil olha para a sua floresta. O país já desmatou mais do que o suficiente par se desenvolver, e agora tem a chance de mostrar ao mundo que consegue continuar crescendo, mas sem dizimar suas ricas florestas e fazendo um uso sustentável delas”, afirma Aguiar. No último mês de março, o Greenpeace e outras organizações lançaram uma aliança nacional pela lei de iniciativa popular do desmatamento zero. A exemplo da Lei da Ficha Limpa, a ideia é coletar o maior número de assinaturas possível para enviar a proposta ao Congresso.

Ventos de mudança sopram no Brasil

Em leilão de energia realizado hoje, empreendimentos de energia eólica e hidrelétrica disputaram as contratações.
Foi realizado hoje o leilão A-5 que define as usinas que serão construídas e integradas ao sistema elétrico brasileiro em 5 anos. O resultado final foi a contratação de 574,3 MW, divididos entre eólicas (281,9 MW) e hidrelétricas (292,4 MW), contrariando as expectativas, pois durante a fase da habilitação – momento em que os participantes do leilão se inscrevem – 84% dos projetos era de energia eólica. A contratação de energia eólica de hoje fui muito aquém da esperada. Em leilões anteriores, por exemplo, se registrou uma média de 2.000 MW. O resultado, entretanto, é um prêmio de consolação após o cancelamento do leilão A-3, em que a construção dos empreendimentos leva de 2 a 3 anos. Como neste tipo de leilão os empreendimentos devem ficar prontos entre dois e três anos, as instalações eólicas ganham vantagem em comparação com as hidrelétricas, por exemplo, que levam mais tempo para serem construídas. Já no leilão de hoje, A-5, o tempo de construção dos empreendimentos é de cinco anos, o que favorece as hidrelétricas. Mesmo assim, o efeito direto da competição, resultado de uma grande quantidade de usinas habilitadas, foi notável. O preço final de R$87/MWh foi recorde, superando o valor de R$97/MWh alcançado no ano passado. Se por um lado mostra que as eólicas seguem competitivas, a despeito de fatores externos recentes, como a desvalorização do real e a alteração de regras de nacionalização pelo BNDES, por outro o baixo patamar preocupa novamente a viabilidade destes empreendimentos. Quem paga o preço da alta competitividade eólica são os empreendimentos de outras fontes. As usinas de biomassa passaram em branco, sem nenhuma contratação. “A cogeração a bagaço de cana tem alto potencial no país e merecem mais atenção, seja em incentivos adicionais ou mesmo em um novo processos específicos de contratação”, afirma Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha Clima e Energia do Greenpeace Brasil.

Friday, December 14, 2012

Levi's adere à moda limpa

Seguindo os recentes passos da Zara, a Levi’s assumiu hoje o compromisso DETOX e prometeu eliminar todas as substâncias tóxicas de sua cadeia de fornecedores e de produtos até 2020. Ponto para você, que participou da pressão global para fazer a empresa, conhecida por suas calças jeans, a adotar práticas mais limpas. Como parte de seu compromisso, a Levi’s pedirá a 15 de suas maiores fornecedoras na China, no México e em outras partes do mundo a revelar publicamente quais substâncias utiliza em seus processos de fabricação até junho de 2013. Ao final do próximo ano, outras 25 fornecedoras deverão seguir os mesmos critérios de transparência. Esta medida permitirá, ao menos, que todas as pessoas vizinhas a estas fábricas saibam que substâncias estão contaminando seu ambiente local. “Mais do que nunca, vemos marcas como a Levi’s escutarem o clamor público por uma moda sem tóxicos. Agora será só uma questão de tempo para que outras empresas como Calvin Klein, GAP e Victoria Secret se juntem à iniciativa”, disse Marietta Harjono, da campanha de tóxicos do Greenpeace Internacional. “Da nossa parte, continuaremos a expor estas marcas até que o uso dessas substâncias seja completamente eliminado.” Faz apenas oito dias que o Greenpeace Internacional publicou o relatório: “Fios Tóxicos: por baixo dos panos”. Depois disso, mais de 210 mil pessoas se juntaram à campanha para pedir à Levi’s que se “desintoxique”. Outras dezenas de milhares agiram por meio do Facebook e do Twitter e mais de 700 pessoas protestaram diante de lojas da Levi’s em 80 cidades do mundo. A Levi’s agora se tornou a 11ª marca a assumir o compromisso de eliminar até 2020 todas as substâncias tóxicas de suas cadeias de produção desde que o Greenpeace Internacional começou a campanha DETOX, em 2011. Ajude o Greenpeace nessa e em outras campanhas. Junte-se a nós.

Thursday, December 13, 2012

Geração renovável ao alcance dos brasileiros

Brasileiro poderá gerar energia em casa e ganhar desconto na luz por isso. Mas, como não falta quem procure atrasar o processo, Greenpeace foi a Brasília hoje lembrar que o Sol é para todos. O Greenpeace foi hoje a Brasília para pressionar pela entrada em vigor da resolução normativa 482/2012 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que estabelece as condições gerais para a geração renovável de pequeno porte durante defesa pública que a Aneel promoveu em sua sede. O brasileiro está acostumado a usar e abusar do Sol na praia. Com a retificação da resolução, ele terá outro fim a partir de 17 dezembro: gerar energia em casa e baratear a conta de luz. A Abradee (Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica) tentou usar um questionamento jurídico para empurrar a resolução mais para a frente. Sem definir a natureza jurídica da operação de troca de energia entre residências e distribuidoras, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e de Serviços) incidiria apenas sobre a energia vinda da rede. Na prática, se assim fosse feito, o desconto na conta seria reduzido. A Aneel corrigiu o texto, mas a reticência da associação das concessionárias permaneceu - agora alegam que precisam de mais tempo para se adaptarem. Apesar dos oito meses que tiveram desde a aprovação da resolução e da discussão, inclusive com consulta pública, acontecer desde 2011. Enquanto o coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace, Ricardo Baitelo, apresentava motivos de sobra para que o prazo dado às concessionárias se adequarem não fosse estendido, ativistas da organização levaram a mensagem de que o Brasil ainda tem muito potencial de energia solar para explorar segurando banners com as mensagens “Use e abuse” e “Porque deixar para amanhã o que você pode gerar hoje?” Durante a audiência, representantes da Abradee e da Eletropaulo pediram novamente mais tempo para que a resolução entre em vigor. No entanto, os diretores da Aneel julgaram que ela deve vigorar ainda este mês e o diretor-geral, Nelson Hübner, afirmou que “a microgeração traz vantagens e ajuda a consolidar a energia solar no país, trata-se de uma energia que já é competitiva e por isso pedimos espaço para experimentá-la. É um primeiro passo para vermos como poderemos explorá-la no país”. Além de economia no bolso do consumidor, a geração de energia distribuída, com mini e microgeração, é uma importante passo para a consolidação das energias renováveis no Brasil, com especial benefício à solar. Toda a atual demanda elétrica nacional poderia ser atendida pela energia solar, mas hoje faltam incentivos para que ela ganhe destaque na matriz brasileira. “O
 país tem um potencial enorme em termos de irradiação solar, mas ainda não consegue aproveitá-lo por falta de coordenação, direcionamento dos incentivos e ações coordenadas e claras do governo”, afirma Baitelo.

Bate-papo sobre Desmatamento Zero

Nesta quinta-feira (13/12), das 15 horas às 16 horas, Marcio Astrini, da campanha da Amazônia do Greenpeace, participará do #PapoGreenpeace sobre a Lei do Desmatamento Zero. Ele responderá às dúvidas dos internautas relativas ao projeto de lei que pretende acabar com a destruição de nossas florestas. Esta é uma resposta da sociedade civil que não está de acordo com as mudanças feitas pela bancada ruralista no Código Florestal. Até o momento já foram coletadas mais de 662 mil assinaturas mas para que o projeto de lei possa ser submetido no Congresso Nacional, é preciso alcançar o máximo possível de assinaturas. Sua participação é muito importante. Envie sua pergunta pelo Twitter com a hashtag #PapoGreenpeace ou deixe um comentário com a sua pergunta no Facebook.

Monday, December 10, 2012

Deserto de Doha enterra esperança para o clima

A 18a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima terminou quase como começou, não fosse pelo acordo sobre a continuidade do Protocolo de Kyoto. Para uma reunião que desde o início não gerou muitas expectativas de nenhuma esfera, a extensão do tratado que obriga países desenvolvidos a reduzir suas emissões foi um bom resultado para a COP-18. No entanto, os países deixaram abertas muitas lacunas importantes, principalmnete no que diz respeito ao apoio a ações de mitigação dos impactos das mudanças climáticas em nações em desenvolvimento. "Perguntamos hoje aos políticos em Doha: em qual planeta você vive? Certamente não no planeta onde as pessoas estão morrendo por conta de tempestades, enchentes e secas. Nem o planeta onde a energia renovável está crescendo rapidamente e crescentes restrições estão sendo colocadas sobre o uso de combustíveis sujos como o carvão. As negociações em Doha foram desde sempre modestas, mas eles não conseguiram fazer jus nem mesmo às expectativas historicamente mais baixas”, afirmou Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional. Os países desenvolvidos falharam ao não honrar seus compromissos de reduzir emissões, na falta de liderança no debate climático, e no não comprometimento com o suporte financeiro que deveriam dar a nações pobres, que sofrem as maiores consequências do aquecimento global. Na fracassada COP-15, em Copenhague, nações desenvolvidas concordaram em estabelecer um Fundo Climático para canalizar ajuda financeira para fins de mitigação e adaptação. A promessa inicial era mobilizar U$100 bilhões por ano até 2020, além de mais U$30 bilhões num programa de curto-prazo de 2010 a 2012. Três anos depois, ainda restam dúvidas de quanto desse montante foi efetivamente materializado, e quanto virá de fato no período de 2012 até 2019. No fim da COP-18, as únicas nações a anunciar compromissos financeiros para o próximo ano foram Alemanha (U$2,35 billhões) França (U$2,6 bilhões), Suécia (U$400 milhões) e Reino Unido (U$2,9 bilhões). Ainda longe dos U$60 bilhões propostos inicialmente para o período de 2013-2015, o texto sobre finanças apresentou resulatdos fracos para o curto-prazo, afetando principalmente países como as pequenas ilhas (do bloco OASIS), que necessitam de ações urgentes contra as mudanças climáticas. "Onde está a urgência? O ritmo do progresso é glacial. A incapacidade dos governos para encontrar um terreno comum para combater uma ameaça comum é inexplicável e inaceitável. Parece que os governos estão colocando interesses nacionais de curta duração à frente da sobrevivência global a longo prazo", reforçou Kumi Naidoo.

Saturday, December 8, 2012

Um desfile contra os tóxicos

Não demorou muito. Foi só lançarmos a campanha para desintoxicar a Levi’s que, algumas horas depois, a maior fabricante de calças jeans do mundo postou uma resposta em seu blog. E que resposta! A empresa não negou a presença das substâncias tóxicas em suas peças de roupa, mas afirmou que “não se sabe se os níveis constituem qualquer risco direto à saúde dos usuários”. Além de fazer uma descrição detalhada de todo o trabalho que faz, a Levi’s ainda classificou o problema como “complexo” e falou da importância da ação em grupo. Enquanto ativistas do Greenpeace Internacional desfilavam em uma passarela vertical próximo a uma de suas lojas, a empresa ainda se ocupava em publicar um plano de ação para limpar os tóxicos de sua cadeia de produção. Infelizmente, isso ainda não é o suficiente. Marcas como a Zara, Esprit, Mango e Marks & Spencer já firmaram seu compromisso de se desintoxicar até 2020. Para ser levada a sério, a Levi’s precisa seguir a tendência de suas quatro concorrentes e dar um passo a frente em uma passarela livre de tóxicos. Ainda assim, a resposta da Levi’s mostra a preocupação da marca em ouvir seus clientes em todo o mundo que estão pedindo uma moda sem poluição. O importante agora é transformar essas palavras vazias em ações. Mais de 100 mil pessoas já se uniram à campanha. Participe também e nos ajude a dar 501 mil motivos para que a Levi’s se desintoxique!

Carta aberta a Obama: estamos fora do prazo

Caro Sr. Presidente Barack Obama, Meu Nome é Kumi Naidoo, sou o diretor-executivo do Greenpeace Internacional e também presidente da Campanha Global de Ações pelo Clima, além disso, atuo como Embaixador Global da Campanha para Ações contra a Pobreza (www.whiteband.org). Mas, hoje, eu escrevo para você como um africano, como alguém do mundo em desenvolvimento e como um pai. O mundo precisa de sua liderança agora, e pela primeira vez, você tem um apoio popular imenso, com uma maioria de americanos que acreditam que a mudança climática é uma ameaça real. Em 2009, você recebeu o Prêmio Nobel da Paz logo antes da Conferência do Clima de Copenhague. Havia uma forte expectativa de que você iria liderar os esforços multilaterais para combater o aquecimento global. Todo mundo esperava que você não cometesse os mesmos erros do seu antecessor, George W. Bush, que ignorou o aviso da CIA e do Pentágono de que a mudança climática é a maior ameaça à estabilidade geopolítica, à segurança e à paz. Em seu discurso de vitória, depois de ter sido reeleito para um segundo mandato, você inspirou mais uma vez a esperança de pessoas ao redor do mundo que se preocupam com os efeitos do clima global e querem garantir um planeta habitável para as futuras gerações. Você disse: "Nós queremos que nossos filhos vivam em uma América que não está sobrecarregada por dívida, que não é enfraquecida pela desigualdade, que não está ameaçada pelo poder destrutivo do aquecimento do planeta." Esta esperança aumentou quando em uma coletiva de imprensa, em 14 de novembro de 2012, você pediu "uma conversa em todo o país..." para ver "como podemos moldar uma agenda que acumula apoio bipartidário e ajudar a movimentar essa agenda para frente... e... ser um líder internacional" para a mudança climática. Um grande contraste entre o que você diz e o que seus negociadores em Doha estão fazendo. Seus negociadores para mudanças climáticas continuam a minar a esperança de que os Estados Unidos vão ser algum dia um cidadão global ambicioso para o clima. Com todo o respeito, Sr. Presidente, a visão dos seus negociadores não se alinha nem com a maioria das pessoas no mundo, nem com um número crescente de vozes da opinião pública informada dentro dos Estados Unidos propriamente. Embora o enviado especial para Mudança Climática, Todd Stern, e o enviado especial adjunto, Jonathan Pershing, digam que os Estados Unidos têm uma "forte e sólida" posição, eles têm consistentemente entregue o oposto. Eles continuaram a bloquear as negociações sobre a elaboração de regras comuns para a contabilidade sobre os esforços de redução da poluição, que são necessárias para a compreensão se os esforços globais são suficientes ou não. Embora tenham dito que o financiamento climático dos Estados Unidos para os países em desenvolvimento seria mantido, não vai se comprometer a aumentá-lo até 2020, além de estar longe da "parcela justa" de US$ 100 bilhões que vocês concordaram em Copenhague. Obviamente, o Congresso está passando por uma crise fiscal, mas seus negociadores paralisaram as discussões sobre como aumentar o financiamento do clima por meio de fontes inovadoras, como uma taxa muito pequena no transporte ou transações financeiras globais. Como o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, disse na quarta-feira, os países desenvolvidos com grandes emissões históricas têm uma clara responsabilidade de avançar com o financiamento para ajudar os países pobres a se adaptarem aos impactos climáticos. Sr. Presidente, a falta de liderança dos EUA nas negociações climáticas tratadas em Doha coloca a sobrevivência de milhões de pessoas do continente Africano e do mundo em risco. Nos últimos cinco anos, o crescimento do uso de carvão causou mais de dois terços do aumento das emissões globais de CO2, empurrando as emissões de gases do efeito estufa para um nível recorde. Nas últimas semanas, o Banco Mundial, a CIA e o PNUMA advertiram sobre as conseqüências da mudança climática. Declarações de seus negociadores de que os Estado Unidos estão fazendo "enormes esforços" é desmentida pela sua falta de liderança em requerer reduções executáveis de CO2 e outros gases-estufa. A posição dos Estados Unidos aqui em Doha trai as pessoas que perderam suas vidas durante o furacão Sandy. Ela trai as pessoas que estão enfrentando os efeitos da seca intensa nos Estados Unidos. Ela trai as aspirações de um número crescente de jovens norte-americanos, alguns dos quais eu conheci aqui em Doha, que querem que os Estados Unidos se recupere dos oito anos de negação do mandato do presidente Bush, que atrasou o progresso nas negociações climáticas. Eu sinto a responsabilidade de informar que esta falta de liderança desapontou profundamente muitas das mesmas pessoas que estavam tão energizadas por sua promessa de esperança e suas promessas para se juntar à comunidade internacional. Aqui em Doha, continuamos a ouvir reivindicações perturbadoras ou infundadas por parte de seus negociadores. Um exemplo é a afirmação de que a meta de 2020 dos Estados Unidos de reduzir a poluição do aquecimento global em 17% em relação a 2005 se baseia na ciência, quando os maiores cientistas climáticos do mundo exigem metas muito mais elevadas para os países industrializados, e um novo estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostra um alargamento do fosso entre os compromissos existentes e o que é necessário para evitar os impactos mais devastadores das mudanças climáticas. Seus emissários aqui exageram sobre os compromissos dos Estados Unidos para financiar iniciativas climáticas globais, enquanto os Banco Norte-americano para Exportação-importação gasta cinco vezes mais em subsídios a combustíveis fósseis, que só vão acelerar catástrofes climáticas. Francamente, o tom de seu enviado especial e enviado especial adjunto também minou a credibilidade dos Estados Unidos. Nas últimas semanas, o Banco Mundial e a CIA advertiram sobre as conseqüências das mudanças climáticas desmedidas. Neste contexto, os negociadores alegarem que os Estados Unidos estão fazendo "enormes esforços" em vez de aceitar a necessidade de redução de poluição apoiada por um consenso de cientistas globais ameaça sabotar essas negociações climáticas. Sem uma mudança de rumo da sua equipe de negociação, o problema está piorando a cada dia. Este ano já trouxe tempestades devastadoras, secas e inundações, causando significativa perda de vidas e danos a importantes infra-estruturas, inclusive, não só no seu país, mas também na China, Índia, África e Europa. Este foi ainda um outro sinal de aviso e um teste para saber se os governos vão proteger seu povo. No rastro do furacão Sandy, da seca, dos incêndios e outros eventos climáticos extremos que afligiram o povo norte-americano durante este ano, é hora de trazer a política do clima em consonância com a realidade científica, nacional e internacional. A mudança climática não é mais uma ameaça de um futuro distante. No final de um ano que tem visto os impactos das mudanças climáticas devastarem casas e famílias em seu país e em todo o mundo, é o momento perfeito para refutar as alegações desacreditadas de políticos subscritas pelos poluidores que lucram com a inação. Sr. Presidente, precisamos de você para assumir uma liderança ousada em relação ao que é realmente necessário para reduzir a ameaça do aquecimento global para os Estados Unidos e para o mundo. Isto deve incluir o apoio a uma revolução na política de energia com base em energias renováveis ​​limpas e eficiência energética nos Estados Unidos e no mundo. Também significa o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e a exportação de carvão de propriedade pública, rejeitando o gasoduto de Keystone XL, a perfuração de petróleo em águas do Ártico, além de fazer da prevenção de catástrofes climáticas a peça central da política externa dos Estados Unidos. Você tem que decidir se você os negociadores que enviou aqui para Doha defendem ou não a sua posição. Para o mundo confiar nos Estados Unidos, ele precisa ver uma liderança ousada, que garanta que a temperatura global não exceda os níveis que a ciência alertou e cause desastres para o nosso planeta. Este objetivo essencial só é possível com a liderança dos Estados Unidos hoje. De um pai para outro, deixe-me aproximar e fazer esse apelo, que o que está em jogo aqui é o futuro dos nossos próprios filhos e dos filhos deles. Como alguém que estava tão inspirado pela sua eleição para presidente dos Estados Unidos em 2008, por favor, permita-me evocar três frases que você usou na campanha para a minha conclusão: "Um planeta em perigo", "A urgência feroz do agora" e "Yes We Can. " Eu acredito fortemente que a sua mensagem, em 2008, estava absolutamente certa, e acredito que, se reconhecermos a urgência do agora, podemos enfrentar o desafio de um planeta em perigo e garantir que o espírito de otimismo impregnado pelas palavras "Sim, nós podemos" agora deve reinar. Atenciosamente, Kumi Naidoo Diretor-executivo Greenpeace Internacional

Thursday, December 6, 2012

Natal sem árvore não dá

Você já pensou em um Natal sem luzes, enfeites e sem árvore para ser decorada? Tão difícil quanto imaginar essa cena é conseguir pensar na Amazônia sem árvores. Parece impossível, mas isso pode acontecer se nada for feito para impedir o desmatamento. Pensando em manter a floresta em pé, convidamos você a se juntar ao Greenpeace e comemorar o Natal de uma maneira diferente: decore um objeto com enfeites natalinos. Pode ser qualquer coisa, exceto uma árvore. Depois, mande sua foto para o Greenpeace por mensagem inbox e nós a postaremos em nosso Facebook. Assim, você ajuda a espalhar a ideia do Desmatamento Zero e ainda mostra aos outros que assim como não há Natal sem árvore, o Brasil também não pode ficar sem floresta. Salvar as florestas do desmatamento não é um trabalho fácil, por isso criamos a iniciativa de lei popular pelo Desmatamento Zero. Precisamos do maior número possível de assinaturas para poder levar o projeto ao Congresso e pedimos seu apoio para divulgar a nossa campanha em seu blog. Assine, divulgue, compartilhe. Junte-se a nós e defenda um Brasil com florestas. Dê um presente diferente esse ano, dê um futuro melhor para você e para o Brasil. Participe!

Wednesday, December 5, 2012

501 mil motivos para a Levi's

“Desde a forma como fazemos nossos produtos até o modo como gerenciamos a empresa, foi firmado um compromisso com a proteção ao meio ambiente. Os consumidores esperam isso de nós, os funcionários nos pedem e o planeta precisa dessa atitude.” Bonito, né?! Essa é uma declaração de Chip Bergh, presidente da empresa Levi Strauss and Co, produtora dos famosíssimos jeans Levi’s. Só que a realidade é bem outra. Marcas de moda populares como a Levi’s estão diretamente ligadas ao uso e descarte de substâncias químicas perigosas em rios mexicanos. No último relatório do Greenpeace Internacional, “Fios Tóxicos: por baixo dos panos”, apresentamos os resultados das amostras de água retiradas tubulações de descarte utilizados por duas fornecedoras da Levi’s: Lavamex e Kaltex. Descobrimos que ambas estão descartando uma mistura de resíduos químicos perigosos nos rios do país. Uma delas, inclusive, está liberando nonilfenol, uma substância que já foi banida em muitos países. Ela persiste por bastante tempo no meio ambiente e permanece tóxica mesmo quando entra na cadeia alimentar. A substância pode alterar o efeito de hormônios e acumular-se no tecido dos peixes. Ela já foi, inclusive, detectada na pele humana. A Lavamex é praticamente a única responsável pela pintura e lavagem do brim e é notória na comunidade local devido a sua poluição. Seu cano de descarte funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano, sempre cuspindo um rio de esgoto azulado. A Lavamex usa seu mecanismo de tratamento de esgoto para cuidar desse descarte, mas muitas substâncias tóxicas sobrevivem ao processo, o que foi comprovado pelas amostras coletadas. No México, a indústria e o governo mantêm em segredo o uso e descarte de resíduos tóxicos. Hoje, as empresas não são obrigadas a informar o público sobre as substâncias químicas que usam e despejam no meio ambiente. Informações sobre o descarte industrial, mesmo quando investigadas pelo próprio governo, são geralmente consideradas confidenciais. Qualquer um que quiser ter acesso a elas terá que passar por um processo complexo e frustrante de requisição oficial. Enquanto isso, tubulações de descarte continuam jorrando sujeira dia e noite nos rios mexicanos. Aliás, quando recolhemos amostras das calças jeans e camisetas da Levi’s, encontramos traços de resíduos químicos perigosos em sete de 11 peças testadas. Eles se quebram no meio ambiente para formar a mesma substância tóxica e disruptora de hormônios que encontramos em uma das amostras recolhidas no México, e podem ser liberados durante a fabricação das roupas e também quando são lavadas por clientes. É a hora da Levi’s Graças a pessoas como você, fomos capazes de convencer a Zara, maior varejista do mundo, a concordar em trabalhar com seus fornecedores e tomar uma atitude para acabar com o uso de substâncias químicas perigosas em sua produção. A Levi’s, maior produtora de calças jeans do mundo, ainda precisa confirmar a vontade de limpar sua cadeia de produção. Ou então tornar público um plano de como deve trabalhar com seus fornecedores para divulgar informações sobre a poluição pela qual é responsável. Junte-se à campanha, e vamos dar à empresa 501.000 motivos para limpar essa sujeira. Levi’s, #VaiEmFrente e se desintoxique! Pierre Terras é coordenador da Campanha de Tóxicos no Greenpeace México.

O dia de quem faz acontecer

Há quase 30 anos, a ONU criou o Dia Internacional do Voluntário. A ideia era escolher uma data que homenageasse o trabalho dessas pessoas que, em seu dia a dia, atuam espontaneamente e sem remuneração a favor de uma causa em que acreditam. O Greenpeace mais do que ninguém sabe a importância que têm os voluntários para a proteção do meio ambiente em diversos lugares ameaçados pelas mãos do homem, como a Floresta Amazônica, o Ártico e os oceanos. Seja partindo para as ruas em busca de assinaturas para nossas campanhas ou participando de marchas e eventos ou ainda ajudando a evitar que grandes empresas tomem atitudes que afetem a natureza, os voluntários do Greenpeace estão sempre preparados quando a questão é agir pelo meio ambiente. Por isso, neste dia, homenageamos você que ajuda a fazer nossos projetos se tornarem realidade. No Brasil, demos início a nossas atividades já contando com a ajuda de trabalhadores voluntários. Em 1992, ano em que o Greenpeace chegou ao país, demos o pontapé inicial na campanha contra a exploração ilegal e predatória de madeira na Amazônia. Na mesma década, ainda lançamos as campanhas de clima e energia, de proteção da camada de ozônio e transgênicos. Hoje, temos grupos de voluntários espalhados por oito capitais do país: Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Se você quer agir conosco a favor de causas de proteção da natureza, entre na seção Participe do site. Neste final de semana, faremos uma grande mobilização de voluntários pelo Desmatamento Zero nas oito capitais. Para quem está interessado, é uma boa oportunidade para conhecer nosso trabalho.

Moda que termina no esgoto

É hora das grandes marcas pararem de se esconder em meio à multidão tóxica Você faz alguma ideia do que são halogenados de anilina e substâncias químicas perfluoradas? Além de serem duas palavras difíceis de pronunciar, ambas são compostos químicos tóxicos prejudiciais para o meio ambiente e a vida, tanto em água quanto em terra. Algumas anilinas podem se tornar cancerígenas, ou causadoras de câncer, e diversas substâncias químicas perfluoradas são notórias por serem tóxicas para os sistemas reprodutivo e nervoso dos mamíferos. Assustador, não? Apesar de esses resíduos químicos parecerem pouco familiares, há uma possibilidade de que você já esteja em um relacionamento íntimo com eles, já que podem ter sido utilizados na fabricação das roupas que você está vestindo. Essas substâncias foram encontradas em amostras de água retiradas do centro da indústria têxtil chinesa, a província litorânea de Zhejiang. É daí que vem a conexão com suas roupas. Muitas marcas populares da moda, entre elas Levi’s, Calvin Klein e GAP, usam têxteis vindos de fábricas na área onde as amostras foram retiradas, como mostra o relatório do Greenpeace Internacional “Fios tóxicos: colocando a poluição contra a parede”. O que mostra que muitos de nós estão vestindo moda tóxica. Apesar de a China ter uma grande e próspera indústria têxtil que abastece com roupas o mercado doméstico e internacional, existe uma grave falta de informação sobre os tipos de resíduos químicos sendo usados e descartados no meio ambiente. Também há muito pouca informação sobre como as empresas lidam com as perigosas substâncias usadas para fazer nossas roupas. Atualmente, a China confia bastante nas plantas de tratamento de esgoto para lidar com os descartes feitos em fábricas têxteis da província de Zhejiang. Estas podem ser efetivas contra alguns tipos de poluição, como detritos ou lixo biológico, no entanto, substâncias químicas tóxicas como anilinas são especialmente perigosas porque podem sobreviver ao sistema de tratamento responsável por limpar a água e seguir diretamente para o meio ambiente. A poluição da água está acontecendo em grande escala, com quase 70% dos lagos, rios, cursos-d’água e reservatórios chineses afetados por algum tipo de poluição. As amostras de água contendo substâncias químicas foram retiradas do cano de despejo de uma planta de tratamento de esgoto usado por fábricas têxteis, então sabemos que esses resíduos estão entrando no meio ambiente, descartados por instalações de tratamento. O problema é rastrear os culpados. Todas as instalações industriais na área depositam seus resíduos na mesma planta de tratamento de esgoto. Quando estão todos misturados é impossível saber qual substância tóxica vem de qual fábrica. De fato, elas se escondem na multidão. E é fácil para os fornecedores e marcas que comprarem seus produtos alegar ignorância quando não há nenhuma maneira de relacionar um descarte de resíduo químico a uma fábrica específica. Mas isso não é desculpa para que a poluição tóxica continue. Nossa roupas não precisam vir com esses acessórios tóxicos: substâncias químicas perigosas que entram no meio ambiente como descarte industrial, mas também potencialmente como resíduo que é liberado no ambiente quando lavamos nossas roupas em casa. Existem alternativas. Mas, primeiro, as fábricas, fornecedores e marcas de moda precisam se comprometer a ser transparentes. O verdadeiro desafio é a completa falta de informação pública disponível no momento. Uma mudança está chegando Na semana passada – graças a sua ajuda – a Zara, maior varejista de moda do mundo, selou um compromisso de desintoxicar sua cadeia de fornecedores e eliminar todo o uso e descarte de resíduos químicos perigosos até 2020. Além disso, a empresa também concordou em revelar publicamente informações sobre a poluição de pelo menos 100 de seus fornecedores do Sul Global, incluindo 40 na China, até o fim de 2013. Essa transparência é um avanço real na maneira como roupas são fabricadas e é um importante passo para dar a comunidades locais, jornalistas e oficiais a informação necessária para garantir que os recursos hídricos da região não sejam transformados em esgotos públicos pela indústria. Também é o início de algo maior. Por muito tempo marcas globais puderam se esconder por trás de cortinas de fumaça industriais e continuaram a fazer seus produtos sobre um pano de fundo de poluição tóxica da água. Até mesmo empresas que estão por aí há mais de um século e produzem algumas das peças de roupas mais usadas do planeta colocaram mais esforço em revitalizar a imagem da marca em anos recentes do que em cuidar dos impactos negativos que seus produtos têm no meio ambiente. Basta Ao redor do mundo, consumidores, ativistas e fashionistas estão se unindo sob a ideia de que as roupas que compramos deveriam carregar uma história de que possamos nos orgulhar, não resíduos químicos perigosos. Essas pessoas estão esperando a atitude das empresas, e estão elas mesmas agindo. Marcas que querem manter seus clientes precisam fazer mais do que dar uma declaração positiva ou escrever uma diretriz – elas precisam vestir o problema. Isso significa falar publicamente sobre ele e suas soluções, dando informações sobre quais substâncias químicas estão sendo descartadas na cadeia de fornecedores, e se tornar pioneiros da moda livre de tóxicos. Não espere para tomar uma atitude Sabemos que as marcas de moda monitoram as redes sociais com tanto cuidado quanto as mídias tradicionais, e toda vez que você curte, compartilha, comenta ou promove nossa campanha, aumenta a pressão sobre as empresas para mudar seu métodos: parar de envenenar rios de países onde seus produtos são fabricados, e parar de enviar substâncias químicas perigosas para todo o mundo em suas roupas. Nessa última semana mostramos à indústria de moda do que somos capazes juntos. Infelizmente os descartes de tóxicos de fábricas têxteis continuam, e como a Zara é a maior delas, mais empresas devem reconhecer e agir de acordo com a urgência da situação para desintoxicar as águas.

Aotearoa (um pouco) mais protegida

A notícia de que a Petrobrás não irá mais explorar petróleo na costa neozelandesa foi bem recebida pelas comunidades locais cujas praias e meios de subsistência estavam ameaçadas pelo risco de um vazamento de óleo e da poluição que vem da perfuração de petróleo. O patrimônio cultural e ambiental desta bela e primitiva parte da Aotearoa (Nova Zelândia, em maori) foi salvo. No entanto, esta notícia também deveria servir como um alerta para despertar Steven Joyce, atual Ministro do Desenvolvimento Econômico da Nova Zelândia, e seus colegas de gabinete, que depositam as esperanças econômicas do país nos caprichos das companhias petrolíferas dos outros países. O Governo Nacional fez todos os esforços possíveis para atrair algumas das empresas mais poluidoras do mundo, permitindo que elas danificassem a reputação da Nova Zelândia por fazer lobby pelo enfraquecimento da proteção ambiental. Em abril de 2011, membros da Whānau ā Apanui, tribo maori, e ativistas do Greenpeace protestaram durante mais de uma semana contra a presença de um navio contratado pela Petrobrás para prospectar petróleo no litoral da Nova Zelândia. A tribo pediu o apoio do Greenpeace para evitar que a Petrobrás realize estudos para explorar petróleo. A comunidade maori vive na baía de Whangaparoa, Leste da Nova Zelândia, e explora há séculos os recursos pesqueiros da bacia de Raukūmara, onde a Petrobrás está fazendo sua prospecção. Enquanto isso, no Brasil, a Petrobrás vem explorando petróleo no pré-sal, a uma profundidade de até 7 mil metros, desde 2008. Hoje, são retirados diariamente 200 mil barris de petróleo, número que a empresa quer que seja cinco vezes maior até 2017. O petróleo é uma das fontes de energia mais poluentes, grande responsável pela emissão de gases-estufa na atmosfera, que levam ao aquecimento global. Além disso, a exploração em alto-mar traz riscos à biodiversidade e às pessoas que dependem dos recursos naturais para viver. Estima-se que 20 mil pescadores se sustentem no Parque Nacional Marinho de Abrolhos, contribuindo com 10% da produção pesqueira nacional. Por aqui, a situação ainda se agrava com os vazamentos, inclusive um da Petrobrás no começo deste ano, que poluem e prejudicam a vida marinha local, e sem um plano de contingência por parte do Ministério do Meio Ambiente. A necessidade de adotar medidas de prevenção e de segurança mais rígidas é inegável e urgente. Hoje, temos 105 sondas trabalhando em toda a costa brasileira perfurando a mais de 4.000 metros de profundidade e sob uma lâmina de água superior a mil metros. Nessas condições, a capacidade de controle de um vazamento é muito difícil.

Mais uma investida dos ruralistas

Não satisfeita com o desmonte do Código Florestal, a bancada ruralista avança sobre outro direito adquirido pela sociedade brasileira: ela pretende banir a rotulagem de produtos transgênicos vendidos no Brasil por meio da aprovação do projeto de lei 4.148, de 2008, de autoria do Luis Carlos Heinze (PP/RS). Está prevista para ocorrer nesta semana a votação do referido PL e, como resposta à esta ofensiva, uma coalizão de ONGs e movimentos sociais publicaram uma carta de repúdio à iniciativa do deputado federal ruralista, pedindo para que ele seja rejeitado na Câmara dos Deputados, assim como solicitam sua extinção do regime de urgência. Desde que entrou em vigor, em março de 2005, a lei de biossegurança permitiu a entrada e aprovação de variedades transgênicas no Brasil, como algodão, milho, soja e feijão. No entanto, ela assegurou que a população tivesse direito de escolher se quer ou não comprar produtos modificados geneticamente, algo que está respaldado pela rotulagem. Dessa forma, foi adotado o símbolo T para designar esses produtos nas prateleiras dos supermercados. “Os deputados estão em vias de tirar a única defesa do cidadão em relação ao transgênico. As pessoas têm o direito de ser informadas sobre o que estão consumindo. Foi a única coisa que conseguimos cativar e queremos que isso seja mantido”, disse Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil. Leitão ainda explica que este esforço dos ruralistas faz parte da agenda anunciada de que eles promoveriam o desmonte da legislação de proteção de tudo o que significasse entrave para a produção no campo.

Coreia do Sul abandona caça "científica" às baleias

O Greenpeace Internacional confirmou na terça-feira a decisão do governo da Coreia do Sul de abandonar seus planos para iniciar uma operação de caça “científica” às baleias. Esse é um passo importante nos esforços globais para proteger populações de diferentes espécies deste mamífero. A caça proposta, anunciada em julho, teria capturado baleias-minke para propósitos comerciais, escondendo-se sob uma tênue linha que eles denominam pesquisa científica. No mês passado, mais de 100 mil pessoas de todo o mundo enviaram mensagens para o primeiro-ministro sul-coreano, pedindo que cancelasse a operação. “As vozes dos habitantes do país e do mundo inteiro foram ouvidas pelo governo sul-coreano,” disse Jeonhee Han, da campanha de oceanos do Greenpeace Sudeste Asiático. “A decisão do governo sul-coreano de não iniciar a caça científica de baleias é outro sinal de que essa prática para fins comerciais não tem lugar em nossos oceanos. Nós incentivamos a Coreia do Sul a abandonar totalmente a caça comercial de baleias no futuro.” Sob as regras da CBI (Comissão Baleeira Internacional), uma proposta formal para a caça “científica” foi expedida no dia 3 de dezembro. A CBI confirmou para o Greenpeace que não foi o governo sul-coreano que submeteu a proposta. Oficiais do país também afirmaram que a decisão de não prosseguir com a caça foi tomada alguns dias atrás. “O mundo não apoia a caça às baleias para fins comerciais, mesmo quando disfarçada de pesquisa científica. A decisão da Coreia do Sul de ouvir sua própria população, a comunidade global e abandonar o programa de caça às baleias é uma grande vitória para as baleias de todo o mundo,” acrescentou John Frizell, do Greenpeace Internacional.

A moda contra a parede

Beijing, 4 de dezembro de 2012 – Investigações do Greenpeace Internacional revelaram o despejo de esgotos industriais contendo uma grande quantidade de substâncias perigosas. Elas vêm de duas Zonas Industriais localizadas na base de fabricação têxtil mais importante da China. As investigações foram publicadas hoje no relatório “Fios tóxicos: colocando a poluição contra a parede”, que detalha quais instalações - algumas delas de produtoras têxteis de grandes marcas comerciais, como a Levi’s, Calvin Klein e GAP - estão explorando sistemas de esgotos complexos para evitar um exame detalhado dos seus processos de fabricação. “De todas as fábricas em que estivemos nos últimos anos, nunca tínhamos visto poluição em uma escala tão grande. As amostras de esgoto colhidas provaram ser alguns dos resultados mais tóxicos que vimos ao longo de nossa campanha. Essa poluição precisa acabar”, diz Yifang Li, da Campanha de Tóxicos do Greenpeace Sudeste Asiático. O Greenpeace investigou duas das maiores plantas de tratamento de esgoto da China (WWTP), na província litorânea de Zhejiang. Testes feitos em amostras de água coletadas próximo aos locais de despejo revelaram que os dejetos vindos da Shaoxing WWTP – a maior planta de tratamento da China em capacidade diária de processamento - e da Linjiang WWTP continham resíduos químicos tóxicos causadores de câncer e capazes de prejudicar sistemas reprodutores. Alguns deles permanecem no ambiente e se acumulam no organismo. Investigadores do Greenpeace entraram em contato com testemunhas em comunidades locais cujo solo e água estão sendo poluídos. Muitos desses habitantes estão tão preocupados com sua saúde que, em uma área tipicamente abundante em recursos hídricos, alguns têm confiado no governo local para a entrega de água potável. “Muitas marcas internacionais, como a Levi’s, recebem seus produtos de instalações dentro dessas Zonas Industriais, apesar de ser impossível identificar se fornecedores individuais são responsáveis pelo descarte de substâncias perigosas em seus efluentes. Isso cria uma conveniente cortina de fumaça para práticas ambientais inaceitáveis em instalações privadas, incluindo o uso e descarte de resíduos químicos perigosos pela indústria têxtil mundial”, afirmou Li. A dispersão de substâncias químicas perigosas em sistemas de água, tanto na fabricação de roupas e após sua venda – como quando são lavados os resíduos químicos existentes nos produtos – só pode ser enfrentada com a eliminação rápida e transparente de seu uso na fonte. “Além de estabelecer um prazo curto para eliminar as substâncias químicas mais perigosas, as marcas devem exigir que seus fornecedores revelem publicamente a descarga desses resíduos. Ambos são passos primordiais para alcançar o fim da liberação de substâncias químicas até 2020 e o Greenpeace vai continuar a expor empresas que não se responsabilizam por cada etapa de sua cadeia de fornecimento”, disse Martin Hojsik, Coordenador da Campanha de Detox do Greenpeace Internacional. NOTES: 1. O relatório “Toxic Threads: Putting Pollution on Parade” pode ser acessado em: www.greenpeace.org/international/putting-pollution-on-parade

Um herói não foge à luta

Não faz mais de dez meses, Paulo Adario subia num palco para receber da ONU o prêmio inédito de Herói da Floresta. Era uma homenagem ao seu combate incansável contra o desmatamento da Amazônia, que já dura mais de uma década. Agora, o ex-diretor da campanha Amazônia e atual estrategista sênior de florestas do Greenpeace acaba de ser indicado para concorrer a outra honraria. Dessa vez, ela vem do jornal carioca O Globo, pelo prêmio Faz Diferença, que celebra o trabalho de pessoas e instituições que contribuem para fazer do Brasil um lugar melhor. O resultado da premiação sai no dia 19 de janeiro. E além do júri composto por jornalistas do Globo, há uma votação popular que ajuda os jurados a escolher quem leva para casa o troféu. São três candidatos para cada categoria, e a votação popular vai até 2 de janeiro. Paulo foi indicado em uma nova categoria, Revista Amanhã, que vai premiar quem se destacou nas áreas ambiental econômica e social. A indicação para o prêmio chega para Paulo no mesmo ano em que o Greenpeace celebra seus 20 anos no Brasil. E a história dos dois está completamente entrelaçada. Com um pouco de teatro, cinema e muito de jornalismo em sua veia, ele veio para a Manaus, Amazonas, ainda na década de 1990, onde fincou as primeiras raízes da campanha Amazônia, hoje uma das mais importantes do Greenpeace mundialmente. Logo que chegou, invadiu, com outros ativistas, uma madeireira para denunciar ilegalidades no setor. Depois dessa, vieram muitas outras. E então, Paulo e sua equipe foram atrás das indústrias da soja e do gado – esta última o maior vetor de devastação na região. Hoje, o Greenpeace encabeça uma campanha nacional por uma lei de iniciativa popular do desmatamento zero. À frente do Greenpeace, Paulo incomodou muita gente por defender a floresta, e ouviu muita ameaça de morte. Mas nunca deu meia volta. Pelo contrário: instalou-se de vez na Amazônia, onde continua até hoje. Por mais de uma década, foi diretor da campanha Amazônia do Greenpeace e, com a importância que angariou ao longo desse tempo, tornou-se estrategista senior de florestas da organização, globalmente.

Saturday, December 1, 2012

Marcha livre pelo clima

Dia histórico para o movimento climático global, especialmente para os países árabes. Na manhã deste sábado, a cidade de Doha, no Qatar, realizou a primeria marcha do clima dos países do Golfo Pérsico. Cerca de 300 pessoas se reuniram na orla da capital que recebe a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-18) para pedir mais liderança, ambição e comprometimento por parte dos negociadores. Aos gritos de “Líderes, uní-vos”e “Sua ação, nossa sobrevivência”, ativistas de países árabes como Qatar, Mauritânia, Marrocos, Jordânia, Líbia, Tunísia, Emirados Árabes, Palestina, Líbano, Iraque, Argélia, Sudão, Omã, Egito e Bahrein se juntaram para exigir medidas urgentes para reduzir as mudanças do clima. Considerado um dos países islâmicos mais conservadores, o Qatar surpreendeu ao liberar a passeata pública. A manifestação contou com o apoio de organizações regionais e internacionais como IndyACT, Doha OASIS, 350.org, Rede de Ação Climática - da qual o Greenpeace faz parte - e a campanha global TikTikTik, além de jovens que participaram da primavera árabe e agora estão organizados no recém-criado Movimento da Juventude Árabe pelo Clima emprestaram sua voz à iniciativa. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também esteve presente representando os brasileiros imigrantes no país.

Mobilização pelo desmatamento zero: Participe

Nosso país não precisa derrubar mais nenhuma árvore para continuar se desenvolvendo e é por isso que o Greenpeace luta pelo Desmatamento Zero, projeto de lei de iniciativa popular que precisa de 1,4 milhão de assinaturas para ser levado ao Congresso Nacional. Já coletamos 643 mil assinaturas, mas ainda precisamos que mais pessoas apoiem esta campanha. A floresta tem pressa e precisa de você. Se você quer ver as nossas florestas em pé que tal fazer algo para ajudar? No final de semana dos dias 8 e 9 de dezembro, haverá uma grande mobilização pelo Desmatamento Zero. Voluntários do Greenpeace estarão presentes nas ruas de oito capitais realizando atividades como: oficina de camisetas, coleta de assinatura para a lei de iniciativa popular, além de informar o público sobre o desmatamento na Amazônia Venha participar: Belo Horizonte 08/12, 09h às 12h: Praça da Savassi; 12h às 15h: Parque Municipal Brasília 08/12, 09h às15h, Plataforma térreo - Rodoviária Central do Plano Piloto Porto Alegre 09/12, 09h às 17h, Parque Farroupilha (Redenção) Salvador 09/12, 10h às 16h, em frente ao Farol da Barra São Paulo 09/12, 10h às 16h, Avenida Paulista, próximo ao MASP Rio de Janeiro 09/12, 13h às 16h, Calçadão do Arpoador em frente ao Parque Garota de Ipanema 16h30 às 18h00, Posto 9 de Ipanema Participe da corrida pelo desmatamento. Basta nos encontrar no Arpoador entre 13h e 15h, se inscrever e fazer o percurso Arpoardor-Ipanema posto 9 coletando assinaturas para o projeto de Lei do Desmatamento Zero. Aquele que coletar mais assinaturas ganhará um prêmio especial. Seguem os horários: 13h às 15h: Concentração 15h às 17h30: Corrida 18h: Premiação Recife e Manaus: Local a confirmar Confirme presença no nosso evento no Facebook, leve uma camiseta de algodão (100%, de preferência branca) e faça sua própria camiseta do Desmatamento Zero. Não está em nenhuma dessas cidades e mesmo assim quer nos ajudar? Faça o download da petição, passe para seus contatos e nos envie por correio. A floresta precisa de você! Para maiores informações: sebr@greenpeace.org

Aquecimento global ameaça neve terrestre

Um amento de 600 metros no nível do mar e o fim da camada de neve do planeta. Isso é o que prevê o Serviço Mundial de Monitoramento das Geleiras, da Universidade de Zurich, na Alemanha, caso os países não consigam atingir a meta de diminuir em 2 graus Celsius o aquecimento global. A data ainda não foi estimada, mas os cientistas garantem que, mantendo o ritmo atual das emissões de gases do efeito estufa, a temperatura dos continentes irá aumentar pelo menos 4 graus, o que aquecerá as camadas mais frias da Terra, matando por completo ecossistemas importantes para o equilíbrio do planeta. Os dados devem sair no próximo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). Em evento nesta quinta-feira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-18) em Doha, no Qatar, pesquisadores mostraram que é necessário não só a manutenção dos compromissos assumidos pelos países negociadores, levando o Protocolo de Kyoto definitivamente para uma segunda fase, mas também que é fundamnetal a continuação dos investimentos por parte das nações desenvolvidas no monitoramento das mudanças globais. Segundo Mark Doherty, diretor do Departamento de Observação da Terra, da Agência Espacial Europeia, o grande desafio desta conferência é conseguir recursos para mitigação e adaptação às mudanças climáticas. “Os Estados Unidos, durante o governo Bush, cortou completamente o financiamento para satélites. Obama tentou reestabelecer o Fundo, mas a situação econômica estava tão ruim que ele teve que parar. A proporção da população norte-americana que não acredita que as mudanças climáticas estão acontecendo é muito grande”, afirmou o pesquisador. Os dados mostram que somente em 2006 as camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida experimentaram uma perda de massa respectivamente de 475 e 158 gigatoneladas/ano, o equivalente a 1,3 e 0,4 milímetros/ano de aumento do nível do mar. Entre os anos de 1993 e 2003 esse número foi ainda maior, tendo o derretimento das geleiras contribuído para o aumento do nível do mar em 3 milímetros/ano. Além disso, foi apontado que a preciptação do Ártico também sofreu um aumento de 8% durante os últimos 100 anos. As geleiras são bons indicadores climáticos, pois pequenas mudanças no clima podem causar grandes mudanças no seu tamanho. De acordo com o professor Frank Paul, da Universidade de Zurich, após 60 anos de medições do balanço de massa nos Alpes Franceses, hoje não resta quase nada. E de acordo com o quadro apresentado pelos pesquisadores, a evolução muito rápida das mudanças nos dois extremos do planeta levam outras geleiras para o mesmo caminho. “Isso não tem a ver com acreditar ou não nas mudanças climáticas, mas em ver os fatos. Nós lidamos com dados. E se não houver dados ninguém vai saber o que vai acontecer em dez ou vinte anos. Temos que lançar os satélites, monitorá-los, promover a informação e fazer capacitação para análise, além de disponibilizá-la para pessoas em qualquer parte do mundo. Mas isso tudo custa muito caro, portanto precisamos do financiamento dos governos. Captaram a mensagem? Enquanto vocês não se resolvem as camadas de gelo estão derretendo”, pressionou. *Nathália Clark está acompanhando as negociações da COP-18 em Doha.

Zara veste a camisa do Detox

A Zara, maior varejista de roupas do mundo, anunciou hoje a promessa de se livrar das substâncias tóxicas em toda sua cadeia de produção, incluindo a de seus fornecedores. O resultado veio apenas depois de oito dias que o Greenpeace Internacional iniciou sua campanha Detox para pressionar a empresa. É uma vitória dos que gostam da moda, ativistas, blogueiros e participantes das redes sociais. É o poder da sociedade civil em ação. Os ativistas do Greenpeace Internacional iniciaram um diálogo com a Zara (marca pertencente ao grupo Inditex) em 2011 sobre o fim do descarte de substâncias perigosas no meio ambiente da China. Mas foi só esta semana que a gigante da moda rápida se deu conta da necessidade urgente de resolver seu problema. A Zara assumiu o compromisso de acabar com o descarte de substâncias químicas perigosas em sua cadeia de produção até 2020. A empresa diz que vai se livrar de alguns dos piores resíduos químicos, como os PFCs (compostos perfluorados que podem causar diversos problemas aos seres humanos e ao ambiente, como distúrbio nos sistemas endócrino, reprodutivo e hormonal, doenças no fígado e problemas de crescimento), ainda mais cedo: em 2015. É uma boa notícia para o meio ambiente e também um progresso para o direito das pessoas de saber o que está sendo despejado em seus cursos-d’água. A Zara diz que até o final de 2013 pelo menos cem fornecedores do Sul Global (no mínimo 40 estão na China) revelarão publicamente informações sobre seus descartes de resíduos químicos perigosos no meio ambiente. Esses dados vão incluir a descrição das substâncias, além do lugar e data onde foram despejadas. Na última terça-feira o Greenpeace Internacional lançou a campanha Detox no mundo todo com uma apresentação de moda e uma conferência de imprensa em Bejing. A página da Zara no Facebook rapidamente se encheu de comentários de fãs convidando a empresa a se desintoxicar. Milhares de pessoas compartilharam seu desejo por uma “moda sem poluição!” e suas demandas por uma Zara livre de tóxicos nas redes sociais. A Zara agora se une à Nike, Adidas, Puma, H&M, M&S, C&A e Li-Ning, que já firmaram seu compromisso em se desintoxicar. Este ano, testamos peças de 20 marcas líderes e constatamos em muitas delas a presença de substâncias químicas perigosas que se quebram no meio ambiente para gerar poluição tóxica.

Thursday, November 29, 2012

Zara aceitar lavar a roupa suja

O maior varejista de moda do mundo, o grupo têxtil Inditex, do qual a Zara faz parte, assumiu hoje o compromisso de eliminar todas as substâncias químicas perigosas de sua cadeia de produção, incluindo a de fornecedores, até 2020. A decisão é uma resposta à pressão pública que a Zara recebeu com a campanha Detox do Greenpeace Internacional. Como parte do compromisso, a Inditex exigirá que seus 20 fornecedores divulguem informações sobre as substâncias utilizadas já em março de 2013, fazendo com que aqueles que moram perto das fábricas finalmente tenham acesso às informações sobre os descartes de resíduos no ambiente. “O Greenpeace parabeniza a Zara pelo compromisso de fazer moda sem poluir. Se a maior varejista de moda do mundo pode mudar, não há desculpa para que as outras marcas não limpem suas cadeias de produção”, afirmou Martin Hojsik, Coordenador da Campanha Detox do Greenpeace Internacional. Ele ainda disse que “as pessoas se manifestaram em todo o mundo contra a moda tóxica e agora é o momento para que outras marcas, como a Esprit, Gap, Levi’s e a Victoria Secret ouçam seus clientes e se 'desintoxiquem' também”. O compromisso e a resposta da Zara vieram apenas oito dias depois de o Greenpeace ter lançado o relatório “Fios tóxicos: o grande remendo da indústria da moda”, em Pequim. Desde então, mais de 300 mil pessoas se juntaram à campanha, com dezenas de milhares de pessoas compartilhando a mensagem de que a Zara precisava limpar sua cadeia de produção no Facebook e no Twitter. Sem deixar de mencionar as mais de 700 pessoas que foram às ruas protestar nas fachadas das lojas da Zara em todo o mundo. A Zara é a oitava marca a se comprometer a eliminar o descarte de produtos químicos perigosos em toda sua cadeia de fornecimento e em seus produtos desde que o Greenpeace lançou a campanha Detox, em 2011. Além disso, a Zara exigirá que pelo menos 20 fornecedores comecem a divulgar os dados sobre poluição até o final de março de 2013 e pelo menos cem fornecedores até o final de 2013, incluindo informações sobre os corantes azóicos que são cancerígenos. “As pessoas têm o direito de saber com o que os seus rios estão sendo poluídos e quais são os produtos químicos perigosos em suas roupas. O compromisso da Zara de agir de forma mais transparente é um marco na maneira como as roupas são fabricadas e será a chave para forçar que mais marcas se comprometam com a poluição ‘zero’ por substâncias químicas perigosas até 2020”, disse Li Yifang, da campanha de Tóxicos do Greenpeace Sudeste Asiático. A campanha Detox do Greenpeace exige que as marcas de moda se comprometam a não descartar nenhum resíduo químico perigoso no ambiente até 2020 e que exijam que seus fornecedores divulguem todas as substâncias tóxicas descartadas nos rios para as comunidades locais.

Tuesday, November 27, 2012

Belo Monte receberá R$ 22,5 bilhões do BNDES

Mesmo que o desmatamento tenha caído entre agosto de 2011 e julho de 2012 para 4.656 km², questões de fundo colocam em risco a floresta amazônica. Um deles é o plano do governo de explorar o potencial energético dos rios amazônicos a qualquer custo. A última sinalização de que Brasília não vai desistir deste propósito veio por meio do BNDES, que ontem anunciou um empréstimo de R$ 22,5 bilhões para Belo Monte. Isto representa quase 80% do valor total do empreendimento, estimado em R$ 28,9 bilhões. O empenho dos burocratas do setor elétrico em levar Belo Monte adiante fica evidente: este é o maior investimento feito pelo banco em toda a sua história. E não nos devemos esquecer que os recursos do BNDES são públicos, ou seja, são meu, seu, nosso. Mas a nossa voz não é considerada. Ricardo Baitelo, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace, observa que, se esse mesmo montante de recursos fosse aplicado em parques eólicos, se chegaria aos mesmos 4 mil megawatt médios de energia previstos para Belo Monte produzir. “Priorizar a produção de energia hidrelétrica na Amazônia é um erro estratégico. Atualmente há tecnologia e escala para se gerar energia a partir de fontes limpas e renováveis”, destaca. Estima-se que Belo Monte afetará 40 mil pessoas, entre ribeirinhos, indígenas e habitantes das cidades situadas no entorno da hidrelétrica. Grandes projetos de infraestrutura são historicamente grandes incentivadores da ocupação e do desmatamento irregulares da Amazônia. Quando o plano é feito sem cuidado com premissas socioambientais, e desnecessariamente, como neste caso, o estrago está feito. A usina é a ponta do iceberg dos planos oficiais, porém há cinco em construção ou em planejamento no momento: o governo federal planeja construir mais outras 23 em vários pontos da bacia amazônica. No total, essas 29 hidrelétricas representarão 38.292 MW.

Vai, Brasil: falta pouco para zerar o desmatamento

O governo federal anunciou, nesta terça-feira, a menor taxa de desmatamento já registrada na Amazônia: 4.600 quilômetros quadrados entre agosto de 2011 e julho de 2012, segundo o sistema oficial Prodes. O número é 27% menor que o do ano anterior e, com ele, este é o quarto ano consecutivo de redução da taxa. “A diminuição dos números nos últimos anos deixa claro que o fim do desmatamento não só é necessário como perfeitamente possível”, afirma Marcio Astrini, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace. “A principal força desse combate ao desmatamento vem de uma sociedade que não tolera mais a destruição das florestas. É isso que empurra ações tanto de governos quanto de mercados, como o da soja e da pecuária, para eliminar o desmatamento de sua cadeia produtiva." Prova disso é a aliança pelo projeto de lei de iniciativa popular do desmatamento zero, lançada este ano pelo Greenpeace e apoiado por diversas organizações e movimentos sociais. Em apenas oito meses, mais de 650 mil brasileiros já aderiram à proposta. Ao anunciar os números nesta terça, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira fez um lamento: “Arrisco dizer que foi a única notícia ambiental positiva que o planeta teve esse ano”. O Greenpeace é forçado a concordar. No Brasil, as piores notícias vieram do Congresso, com a redução de áreas protegidas e a desfiguração do Código Florestal, sacramentada em setembro. Além de premiar com anistia quem devastou a floresta, a nova lei abre brecha para que novas derrubadas se alastrem. “O sinal de alerta deve continuar aceso, pois ainda faltam 4.600 quilômetros quadrados pela frente. Essa é uma área ainda muito grande, ainda mais num país onde não precisamos mais desmatar nenhum hectare de floresta para nos desenvolver”, diz Astrini. “A lei do desmatamento zero nunca foi tão necessária. Ela é uma vacina contra os retrocessos ambientais que o Brasil tem assistido. Mas junto com ela, é necessário que haja uma governança permanente na Amazônia, e não só pontual.” O monitoramento por satélite também aponta que o problema ainda não está resolvido. Segundo o SAD (Sistema de Alerta do Desmatamento) do Imazon, de agosto a outubro de 2012 (ou seja, após o período de registro do Prodes) houve um aumento de 125% nas derrubadas se comparado com o mesmo período do ano anterior. O sistema do governo (Deter) também aponta essa tendência de crescimento nos meses recentes. Criminosos ambientais continuam agindo sem freios pela região. No último mês, o Greenpeace entregou um pacote de denúncias ao Ministério Público Federal e ao Ministério do Meio Ambiente, mostrando total falta de controle inclusive no interior e arredores de áreas protegidas. Desmatamento e extração de madeira foram documentados em unidades de conservação como a Reserva Extrativista Verde para Sempre e a Floresta Nacional de Altamira, no Pará.

O carbono congelado no solo

Em meio à 18a Conferência do Clima das Nações Unidas, Kevin Schaefer, do Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC), divulgou um relatório sobre o degelo do permafrost, solo permanentemente congelado que cobre quase um quarto do Hemisfério Norte e que está derretendo devido as mudanças climáticas. Atualmente, a camada de gelo, que chega a ter mais de dois metros de espessura, já vem apresentando uma diminuição de tamanho. Estima-se que de um a dois terços do permafrost desaparecerão nos próximos dois séculos liberando uma quantidade de carbono na atmosfera equivalente a metade do que já foi liberado desde o começo da era industrial. Segundo o estudo realizado pelo NSIDC, o permafrost contém 1700 gigatoneladas de CO2, duas vezes mais do que existe atualmente na atmosfera. O carbono do permafrost impactará não apenas no clima, mas também as estratégias internacionais para reduzir as mudanças climáticas, disse Schaefer. “Se nós queremos ter uma meta para as emissões de carbono, então precisamos reduzir muito mais as emissões de combustíveis fósseis do que calculamos anteriormente para que possamos compensar o carbono adicional do permafrost que não havia sido considerado no cálculo inicial”, afirmou o pesquisador. “Caso contrário, vamos acabar com a Terra ainda mais quente do que que queremos”.

As mudanças climáticas já são uma realidade

Começou, hoje, a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP-18, em Doha, no Catar, que reúne representantes de 190 países para discutir as mudanças climáticas e assuntos como a redução da emissão de gases do efeito estufa. A expectativa é de que o principal debate será a extensão do Protocolo de Kyoto que está prestes a expirar para que o segundo período de vigência comece ainda em 2013. As mudanças climáticas já são uma realidade e os governos precisam encarar este fato e agir urgentemente para evitar a catástrofe do aquecimento global. Só em 2012, presenciamos tempestades devastadoras, secas e enchentes que causaram a morte de pessoas no Estados Unidos, na China, na Índia, na África e na Europa. Tais eventos deveriam ser vistos como um sinal e um teste para ver como os governos protegerão suas pessoas. “As mudanças climáticas não fazem mais parte de um futuro distante, já está presente. Ao final de um ano que viu os impactos das mudanças climáticas e a devastação de casas e de famílias em todo o mundo, a necessidade de ação é óbvia e urgente”, disse Martin Kaiser, da Campanha de Clima do Greenpeace. O futuro do Protocolo de Kyoto, o único documento legal sobre as emissões de gases estufa, é o que o está em jogo em Doha. O Greenpeace pede que um segundo período de vigência seja estabelecido, uma vez que o Protocolo expira no final deste ano. O problema das emissões de gases estufa vem se agravando. Nos últimos cinco anos, o aumento do uso de carvão causou o crescimento em mais de 60% das emissões globais de CO2, fazendo com que a quantidade de gases estufa emitidas tenha estabelecido um novo recorde. Recentemente, o Banco Mundial, a Agência Internacional de Energia e a UNEP alertaram sobre as consequências das mudanças climáticas. “A economia mundial não está apenas indo na direção errada, mas acelerando na direção errada. Em Doha, os governos devem concordar sobre a continuação do Protocolo de Kyoto e devem tomar decisões ambiciosas e imediatas para reduzir as emissões”, completou Kaiser. “ Essas decisões vão enviar sinais claros para os investidores sobre o futuro da economia de energia. Os líderes mundiais devem incentivar a revolução energética e mudar sua matriz de energia suja para lima. É hora de acordar e encarar a realidade”. Nas discussões em Durban, em 2011, os governos concordaram em assinar um acordo global jurídico e vinculante em 2015, comprometendo-se a reduzir as emissões para o período até que entre em vigor em 2020. Em Doha, eles devem mostrar um progresso real em direção ao acordo de 2015 e uma maior ambição em suas metas para 2020. “Proteger o restante das florestas tropicais mundiais é uma parte fundamental da solução para enfrentar a crise climática”, disse Roman Czebiniak, Conselheiro Político Sênior do Greenpeace Internacional. “Os governos devem assegurar que um financiamento para a proteção das florestas será estabelecida no âmbito do Fundo do Clima Verde para garantir o financiamento adequado que poderá deter a destruição das florestas nos países em desenvolvimento. As florestas do mundo devem ser uma das principais soluções para as mudanças climáticas”.

Revolta de manequins na Zara

Os manequins ganharam vida neste final de semana e se revoltaram contra o uso de substâncias químicas perigosas em roupas da marca Zara. Mais de 700 ativistas do Greenpeace, divididos em 80 cidades e 19 países, participaram da ação. De Bangkok a Berlim, eles protestaram nas ruas e na entrada de lojas. “Forçados por muitos anos a usar roupas com perigosas substâncias químicas, brincamos com a ideia de que os manequins da Zara finalmente decidiram que essa era a gota-d’água e começaram a sair das lojas”, conta Martin Hojsik, coordenador da campanha de Detox do Greenpeace Internacional. “Após presenciar os colegas da H&M, C&A, Marks & Spencer, Nike, Adidas, Puma e Li-Ning se libertando de seus empregos tóxicos, os manequins da Zara resolveram se revoltar.” Depois de apenas seis dias do lançamento, mais de 280 mil pessoas já aderiram à campanha que pede à maior varejista de moda do mundo que faça uma limpeza em sua cadeia de produção. Dezenas de milhares de ciberativistas agiram e ainda estão agindo no Facebook e Twitter para levar essa demanda adiante. Divulgado no dia 20 de novembro pelo Greenpeace Internacional, o relatório “Os fios tóxicos – o grande remendo da indústria da moda” expõe o uso de produtos químicos perigosos em roupas das 20 marcas de moda líderes de mercado. A Zara, porém, é a única avaliada que utiliza produtos disruptores de hormônios e capazes de causar câncer nos usuários. O Greenpeace pede às empresas de moda que se comprometam com o fim do uso de substâncias perigosas até 2020. Marcas como a H&M e M&S já alcançaram essa meta. Também pedimos aos fornecedores que informem comunidades próximas de cursos-d’água poluídos sobre as liberações de químicos tóxicos que ocorrerem em suas instalações. “Como maior varejista do mundo e pioneira da “moda rápida”, a marca consegue responder rapidamente a novas tendências e a solicitações de clientes, modificando suas roupas desde o projeto até as vitrines em poucas semanas”, disse Martin. A expectativa é que a Zara também responda a mais essa demanda de seus clientes com rapidez e prontidão.

Saturday, November 24, 2012

Protesto na Resex Verde para sempre

Na Reserva Extrativista (Resex) Verde para Sempre, no Pará, não chegou energia elétrica. Tampouco chegaram velhas demandas da comunidade, como fomento às atividades produtivas, assistência técnica, acesso à tecnologia etc. Mas num piscar de olhos, o governo mandou para o local uma bateria de máquinas, caminhões e retroescavadeiras. Tudo para as obras de implantação das torres de transmissão de energia elétrica – que vão atender outras cidades do país, não a reserva. Às 6h da manhã da última terça-feira, lideranças de 20 comunidades da Resex protestaram e paralisaram as obras. A argumentação não poderia ser mais justa: enquanto as reinvindicações dos comunitários ficam anos paradas na gaveta do governo, as autoridades atendem de prontidão a outras demandas – que, nesse caso, passam literalmente por cima da unidade de conservação, e sem o aval dos moradores. “Esse tipo de operação não estava previsto no plano de operação licenciado pelos órgãos ambientais”, diz uma nota divulgada pelo Comitê de Desenvolvimento Sustentável de Porto de Moz, município onde está localizada a Resex. Segundo o comitê, a manifestação só vai terminar quando o governo atender a antigas reivindicações das comunidades, como fomento às atividades produtivas, acesso a tecnologias aplicadas à produção familiar e implantação de sistemas de energia elétrica nas comunidades. Em abril deste ano, quando o Greenpeace atracou na região a bordo do navio Rainbow Warrior, 31 barcos de comunitários se uniram para fazer uma “assembleia”, denunciar as ameaças que vêm sofrendo e pedir ao governo federal apoio efetivo para que a reserva seja, de fato, implementada. As reclamações sobre a morosidade e ausência do governo foram recorrentes. Prova disso foi a denúncia que fizemos há um mês, quando balsas carregadas de madeira passavam por dentro da unidade.

Palavras não são suficientes

Nossa campanha pedindo para a Zara que se desintoxique começou há apenas 48 horas. Até agora, mais de 200 mil clientes preocupados, ativistas e fashionistas já assinaram, alertando a maior varejista do mundo que ela precisa criar moda sem poluir. Com essa enorme mobilização de pessoas pedindo à empresa que se responsabilize pela poluição causada na fabricação e lavagem de suas roupas, não é surpreendente que a Zara tenha decidido se pronunciar sobre a campanha Detox do Greenpeace. A empresa respondeu alguns de seus e-mails reiterando sua “boa vontade em tomar as atitudes necessárias para alcançar, no menor tempo possível, a meta geral de parar a poluição”. Isso é encorajador. O Greenpeace já está conversando com a marca sobre como eles pretendem transformar essas palavras em atitudes, porque palavras não são suficientes. Neste momento, ao redor do mundo, nossa água está sendo envenenada com perigosas substâncias químicas que vêm da indústria têxtil. Quando liberadas no meio ambiente essas substâncias podem se ‘quebrar’ e formar outras ainda mais prejudiciais, algumas delas cancerígenas e ainda outras capazes de alterar a forma como os hormônios naturais agem no corpo humano. Muitos desses elementos foram encontrados nos produtos da Zara que testamos em um laboratório independente. Isso significa que eles foram usados no processo de produção e depois liberados em rios e cursos-d’água ao redor do mundo. E quando uma marca produz colossais 850 milhões de peças de roupa por ano, como a Zara, isso tem um grande impacto tanto no meio ambiente quanto nas pessoas que utilizam essa água para consumo próprio. Foi por isso que escolhemos a Zara como a próxima marca para liderar a estrada em direção a um futuro livre de tóxicos. Seu tamanho e sua escala mostram que a empresa tem uma posição de liderança ideal para catalisar maiores mudanças dentro da indústria têxtil. Os fornecedores escutam marcas como a Zara porque elas oferecem muitas oportunidades de negócios. Como uma indústria líder, fica claro que outras marcas seguirão seus passos. Então o que exatamente estamos pedindo para a maior marca de roupas do mundo? Nós acreditamos que a Zara tem responsabilidade junto ao público e ao meio ambiente de acabar definitivamente com toda a liberação de produtos químicos perigosos dos seus processos de produção, e pedir a seus fornecedores que revelem quais substâncias estão sendo jogadas em nossos preciosos cursos-d’água. As pessoas que vivem próximas a essas fábricas e compram esses produtos têm o direito de saber o que está presente em suas peças de roupa e os efeitos prejudiciais dessas substâncias quando liberadas no meio ambiente. Alguns dos maiores concorrentes da Zara já estão mostrando como andar pela passarela da moda livre de tóxicos. Mark e Spencer, por exemplo, se comprometeram a revelar informações sobre a produção de cinco fornecedores até fevereiro de 2013. Considerando-se que a Zara é muito maior que a M&S, é razoável esperar que a empresa deva, no mínimo, tomar uma atitude parecida. Outro concorrente próximo, a H&M, deu uma data concreta para quando pretende acabar com o uso de PFCs – um dos grupos químicos mais perigosos usados pelo setor. A H&M diz que isso será possível até o dia 1º de janeiro de 2013. Então o que impede a Zara de fazer o mesmo com esse e outros produtos químicos que são usados na produção de suas roupas? A empresa aparentemente consegue projetar, produzir e entregar peças de roupas e tê-las em suas lojas em apenas 15 dias. Queremos vê-los usando sua velocidade para dar resposta à questão urgente da poluição e limpar a indústria da moda de vez. Afinal, a Zara sabe deste problema há muito tempo. Nosso primeiro relatório apontando a poluição de tóxicos causada pela produção têxtil foi publicado há quase 18 meses. Desde então a empresa fez muito pouco. Mas graças ao apoio, persistência e criatividade de pessoas como você nestes últimos dois dias, a Zara finalmente parece ter entendido a gravidade do problema. Continue compartilhando a campanha com seus amigos. Quanto mais pessoas participarem, mais os líderes dentro da empresa vão perceber que precisam tomar atitudes ambiciosas e imediatas para se desintoxicar. Sinta-se à vontade para ir ao mural da Zara no Facebook ou mandar uma mensagem via Twitter pedindo à marca que mostre a liderança e responsabilidade condizentes com a varejista número 1 do mundo.

Wednesday, November 21, 2012

Recorde nas emissões de gases estufa

Nos dias que antecedem a COP18, a Conferência do Clima das Nações Unidas, a notícia do Banco Mundial de que o planeta pode ficar até 4°C mais quente até o final do século veio como um sério alerta de que atitudes precisam ser tomadas urgentemente durante as reuniões dos líderes mundiais se o objetivo é impedir uma série de consequências catastróficas derivadas do aumento da temperatura global. Outra novidade alarmante foi o novo recorde de emissões de gases estufa divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Em 2011, a liberação de CO2 atingiu 391 partes por milhão (ppm) quando o ideal deveria ser de 350 ppm para que o aumento de temperatura fosse no máximo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais. Ondas de calor extremo, diminuição dos estoques mundiais de alimentos, a elevação do nível do mar e o comprometimento de 90% dos recifes de corais são algumas das alterações globais decorrentes do aumento da temperatura do planeta. E a situação ainda pode piorar. Segundo o Banco Mundial mantida a inércia atual seria alcançado o nível de 800 ppm de CO2 até a metade do século. Parte da solução para este problema seria uma mudança no setor energético. A substituição das termelétricas abastecidas por carvão por energias mais limpas e renováveis, como a eólica e a solar, poderia ajudar a diminuir as emissões de gases estufa além de trazer outros benefícios como a geração de novos empregos verdes.