Friday, March 29, 2013

Desmatamento alça novo voo na Amazônia

Governo divulga nova tendência de aumento do desmatamento na Amazônia. Em seis meses, uma área de floresta maior que a cidade de São Paulo desapareceu Área de floresta derrubada em Santarém (PA) para o plantio de soja ao longo da BR163 (© Daniel Beltrá / Greenpeace) Depois de comemorar o menor índice histórico de desmatamento da Amazônia, no ano passado, a estratégia do governo para divulgar a tendência de novo aumento nas taxas foi um tanto reservada. Numa quinta-feira, às vésperas do feriado de Páscoa, os números do Deter de agosto de 2012 a fevereiro de 2013 foram finalmente apresentados, mostrando novamente um cenário com menos floresta. Os novos dados mostram que houve um aumento significativo de 26,82% no desmate entre agosto de 2012 e fevereiro de 2013, comparado com o mesmo período do ano anterior. Em números absolutos, 1.695 quilômetros quadrados de floresta desapareceram, uma área equivalente a mais de 237 mil campos de futebol e maior que a cidade de São Paulo. O Estado que teve o maior aumento no desmate no período foi o Maranhão, com, 121%, seguido do Tocantins (110%). Mas o Mato Grosso continua liderando a lista dos maiores desmatadores, com 734 quilômetros quadrados de floresta derrubada no período. Apesar da má notícia, o governo continua confiante e prevê zerar o desmatamento ainda neste ano. “Vamos ganhar do desmatamento até julho”, disse Luciano Evaristo, diretor de proteção ambiental do Ibama, durante a coletiva de imprensa. “O governo começa a colher os frutos de sua equivocada parceria com a bancada ruralista no Congresso”, disse Kenzo Jucá, da campanha Amazônia do Greenpeace. “Essa parceria culminou em uma drástica redução na proteção da Amazônia com a aprovação do novo Código Florestal, que agora mostra sua face real com a tendência de aumento do desmatamento.” De acordo com Jucá, este é o momento de a sociedade civil se juntar para reverter esse quadro e exigir do poder público uma política não só para impedir a retomada do desmatamento, mas também para extingui-lo de nossa História. “As empresas comercializadoras de soja e os maiores frigoríficos do país já entenderam a necessidade de estabelecer uma política de desmatamento zero, porque sabem que os consumidores não querem mais pagar por produtos associados ao desmatamento”, complementa Kenzo Jucá. “Agora é a vez de a sociedade civil se mobilizar para aprovar o desmatamento zero no Brasil e, com isso, reverter a atual agenda política ambiental retrógrada que está tomando o Congresso”, finaliza. Junto com outras organizações, o Greenpeace colocou nas ruas uma campanha para levar a Brasília um projeto de lei de iniciativa popular pelo Desmatamento Zero. O projeto necessita de ao menos 1,4 milhão de assinaturas de eleitores brasileiros, mas quanto mais pessoas e organizações apoiarem a iniciativa, mais pressão para tornar o projeto em realidade. Já somos mais de 700 mil.

Truculência à moda antiga

Na última operação da polícia na região, índios Munduruku foram agredidos e um deles, assassinado. Foto: Cimi “O governo que devia nos proteger, vem mandando seu exército assassino para nos ameaçar e invadir nossas aldeias (...) como se os povos indígenas fossem terroristas ou bandidos”. O trecho acima, retirado de uma carta assinada pelo povo indígena Munduruku, poderia ser de uns 40 anos atrás, época da ditadura. Mas não se engane: foi escrito ontem mesmo, nas margens do rio Tapajós. Ali, na fronteira entre Pará e Mato Grosso, os mais de dez mil índios que vivem na Terra Indígena Munduruku vão receber uma visita indesejada: desde o último domingo, mais de 250 homens da Força Nacional aportaram na região para dar início à Operação Tapajós. Com armas em punho, já receberam sinal verde do governo – mas não dos índios – para adentrar a terra e garantir que sejam feitos os estudos de impacto ambiental para a construção de hidrelétricas naquelas águas. A chegada das tropas veio na esteira do decreto 7.957, que a presidente Dilma Rousseff assinou no último dia 12. Com ele, foi criada a Companhia de Operações Ambientais da Força Nacional de Segurança, para atuar em “caráter preventivo ou repressivo” e garantir “a lei e a ordem em operações de proteção ambiental”. O que era para ser um aliado no combate a crimes ambientais acabou virando do avesso. “O decreto deveria ser usado para reprimir os crimes que vemos espalhados por toda a Amazônia, como o desmatamento, o garimpo, inclusive dentro de áreas protegidas”, diz Danicley de Aguiar. “Mas lamentavelmente, ele está amparando uma truculência policial em cima de povos tradicionais e de movimentos sociais que se opõem a um modelo de desenvolvimento predatório”. Há quatro meses, um índio Munduruku foi assassinado em uma operação da Polícia Federal no Pará. Essa combinação de violência, devastação e injustiças são marcas que têm se arrastado há décadas na Amazônia. Por isso o Greenpeace e outras organizações defendem um novo modelo para o Brasil, sem desmatamento, com uma matriz energética diversificada e que respeite as populações tradicionais. A consulta aos povos indígenas em obras que irão impactá-los está assegurada pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Ministério Público Federal entrou com ação exigindo que os estudos de impacto parem até que os Munduruku sejam ouvidos. Mas o pedido foi indeferido e, no lugar do diálogo, chegou uma tropa armada. Os índios pedem justiça. E avisam: “Não ficaremos de braços cruzados vendo tamanho desrespeito com nosso povo e nosso território”.

Thursday, March 28, 2013

Uma conquista contra a exploração do Ártico

O diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naido, participa da ação na plataforma Leiv Eiriksson, da Cairn Energy. A ação ocorreu um mês antes do protesto no escritório da empresa, em 2011. (© Jiri Rezac / Greenpeace) O Greenpeace conseguiu uma importante conquista sobre a petroleira Cairn Energy, em uma das duas Supremas Cortes da Escócia nesta quarta, 27 de março. O tribunal rejeitou o pedido de injunção permanente movido pela Cairn. Caso aprovado, o Greenpeace estaria proibido de realizar ações futuras nos escritórios da empresa e qualquer ação que interrompesse ou interferisse em suas operações. A tentativa de censura por parte da petroleira veio após os protestos realizados pelo Greenpeace em 2011. Na época, ela tentava explorar petróleo na costa da Groelândia e se recusava a divulgar publicamente sua política de resposta a vazamentos.O protesto que gerou a ação legal foi no escritório da empresa em Edimburgo e teve poucas horas de duração antes da intervenção da polícia, que retirou os ativistas do local. Pouco depois disso a Cairn entrou com processo contra o Greenpeace Internacional, que não teve envolvimento no protesto feito pelo Reino Unido. “Felizmente a corte concordou conosco e a tentativa da Cairn de sufocar os protestos contra suas operações nos parecem tão mal pensadas quanto seu programa de exploração do Ártico”, avaliou Ben Ayliffe, da Campanha do Ártico do Greenpeace Internacional. E completa, “sem essa exposição pública e a possibilidade de jogar os holofotes sobre a arriscada operação no Ártico, empresas como a Cairn poderiam operar impunemente, mesmo que estejam totalmente despreparada para os desafios de trabalhar em um dos mais remotos e extremos ambientes”. Atue você também em defesa do Ártico. Assine a petição pela proteção desse ecossistema.

Walmart vai rastrear origem da carne, diz revista

Supermercados estão cada vez mais preocupados em não ter sua marca associada a desmatamento e crimes na Amazônia (FOTO: ©Mattes) Ninguém gosta de ver seu nome associado a desmatamento e outros crimes na Amazônia. Após os frigoríficos iniciarem um trabalho para rastrear toda a carne de sua cadeia de produção, agora também os supermercados começam a se mexer. Em matéria publicada nesta quinta-feira pela revista Exame, a rede varejista Walmart promete implementar seu próprio sistema de monitoramento das fazendas que fornecem aos frigoríficos de quem o supermercado compra carne. De acordo com a reportagem, a cada novo pedido, o Walmart exigirá dos frigoríficos uma lista das fazendas de será responsável por atender essa demanda. A partir de então, cruzará as informações com dados do Ibama de fazendas embargadas, localizadas em territórios indígenas ou unidades de conservação. Também não passarão aqueles fornecedores que constam na lista suja do trabalho escravo. Após anos de campanha para expor como o avanço da pecuária vem causando a destruição da Amazônia, o Greenpeace acolhe com grande expectativa a iniciativa do Walmart. Porém, ainda aguarda a divulgação oficial com detalhes do novo sistema de monitoramento.

Wednesday, March 27, 2013

Precisamos falar sobre o Ártico

O ator novaiorquino passou por um período de preparação no norte do Canadá antes de ir para seu destino final (© Lauren Nolting) “Nunca acampei antes e, definitivamente, não sou um explorador do Ártico, mas estou determinado a colocar essa bandeira no Polo Norte e declará-lo protegido”. Foram essas as palavras de Ezra Miller, ator de “Precisamos Falar Sobre o Kevin” e “As Vantagens de Ser Invisível”, ao anunciar que participará da expedição do Greenpeace ao Polo Norte no próximo mês de abril.O time Aurora, nome dado ao grupo de 16 membros que irá até o topo do Ártico, tem como objetivo levar a bandeira vencedora do concurso “Flag for the future”, que com a curadoria de Vivienne Westwood selecionou uma bandeira que simbolizasse paz, esperança e a comunidade global. Junto desta, o grupo vai levar também uma cápsula do tempo contendo as mais de 2,5 milhões de assinaturas de pessoas comprometidas com a proteção daquela região. Entre os signatários estão a atriz Cameron Diaz, a banda One Direction e o músico Jack White. Além de Miller, a expedição contará também com a participação de outros três embaixadores da juventude com diferentes conexões com o Ártico, além de uma equipe de doze pessoas. A participação do ator marca mais um passo na campanha global de proteção ao Ártico, que sofre com o aquecimento global e a cada dia perde mais sua cobertura de gelo. Recentemente a petrolífera Shell tentou sem sucesso explorar petróleo na região, mas isso não significa que o futuro do Ártico está decidido, ajude a tornar essa região plenamente protegida.

Thursday, March 21, 2013

De Israel, uma mensagem para Barack Obama

Ativistas suspensos no cartão postal israelense mandam mensagem para o presidente dos Estados Unidos (© Yair Meyuhas / Greenpeace) A “Ponte das Cordas” em Jesuralém, também conhecida como Ponte Calavatra, foi o cenário escolhido para dizer ao presidente dos Estados Unidos mais uma vez: “Obama, você pode impedir a perfuração no Ártico”. Nesta quinta, 21 de março, cinco ativistas do Greenpeace desenrolaram do alto da ponte a bandeira de aproximadamente 150 m². Durante o protesto, outros oito ativistas foram presos. A manifestação acontece uma semana após a divulgação do relatório que atesta os fracassos da Shell em perfurar a costa do Alaska, divulgado pelas autoridades norte americanas. “Ele (Barack Obama) tem que intervir contra qualquer petroleira irresponsável o bastante para crer que consegue operar com segurança nas frágeis águas do norte”, comentou Hila Krupsky, da campanha de clima e energia em Israel. A pressa pela exploração do Ártico acontece em um momento em que o gelo polar, que já em processo de derretimento, começa a abrir áreas vistas como economicamente exploráveis. “O que acontece naquela região afeta todas as pessoas no planeta. Deveríamos enxergar o derretimento das geleiras do ártico como um chamado à ação contra o aquecimento global, e não encarar isso como uma oportunidade de lucros cada vez maiores”, concluiu Hila. Faça algo você também, mande seu recado para Barack Obama.

21/03,Dia Internacional das Florestas

Olá a todos. Prestigiemos o dia internacional das florestas e utilizemos a data para lembrarmo-nos de sua importância para todo o planeta e todos os seres que o habitam. Procuremos fazer nossa parte da melhor forma possível para contribuir em prol de sua preservação. Aproveitemos o dia de hoje para começarmos a fazer duas coisas importantes: divulgar a todos que puder nossa causa e também a fazer coisas tão simples, mas importantes, como não desperdiçar água, não poluir os rios e mares, não jogar lixo nas ruas, praias, economizar luz e quando possível tentar utilizar menos o carro, caminhando e utilizando transportes públicos. Abraços a todos. Agradecemos a todos que puderem e quiserem fazer algo por uma causa que é de todo o planeta.

Outro ponto polêmico da nova lei é o fim da taxa de R$ 47,44. Segundo Sérgio Leitão, diretor de políticas públicas do Greenpeace Brasil, a prefeitura não apresenta os custos do novo modelo de inspeção aos cofres públicos, mas divide a conta com toda a sociedade, mesmo aquele que depende exclusivamente do transporte público para se locomover. “Uma coisa é certa: quem paga a conta é a população, seja espremida no transporte público de péssima qualidade ou sofrendo com problemas respiratórios nas filas dos hospitais", diz Leitão. As mudanças, entretanto, contrariam a lei federal e deverá receber questionamentos na Justiça. Resolução Conama 418/2009 obriga que a inspeção seja realizada anualmente e que o responsável pela poluição pague por isso. A novela ainda não acabou.

As florestas do mundo correm perigo. Vamos ajudar a protegê-las. Inspire-se com o dia de hoje e torne-se você também um Herói da Floresta (© Marizilda Cruppe / Greenpeace). Hoje eu vou comemorar. E os meus amigos e companheiros da Campanha de Florestas do Greenpeace mundo afora também. Mas isso não é nada diferente para nós. Fazemos isso todos os dias. Talvez, apenas talvez, o foco sobre as florestas que traz um dia como o de hoje pode ajudar o nosso trabalho para proteger os últimos remanescentes de mata nativa do mundo. Hoje, dia 21 de março, é o Dia Internacional das Florestas. Esta data foi acordada pela Assembléia Geral da ONU em novembro de 2012, de modo que a cada ano haveria um dia reservado para “celebrar e sensibilizar” as pessoas sobre a importância das florestas. Nesse 21 de março, então, eu convido você a comemorar também. Convido-o a nos ajudar a proteger as florestas da maneira que você puder. As florestas são importantes. Elas são o lar espiritual e físico de milhões de pessoas que nela vivem e dela necessitam para viver. As matas abrigam e alimentam uma rede fantástica de vida: mamíferos, aves, répteis, insetos, árvores, flores, peixes... E, mais importante, neste dia e nesta era em que vivem, elas são criticamente importantes para ajudar a controlar as mudanças climáticas. Em outras palavras, as florestas armazenam cerca de 300 bilhões de toneladas de carbono em suas partes vivas. Isso significa cerca de 40 vezes a quantidade de gases de efeito estufa emitida anualmente a partir de combustíveis fósseis. O desmatamento representa aproximadamente o mesmo montante de poluição climática de todos os automóveis, caminhões, trens, aviões e barcos juntos. Por esse motivo, do ponto de vista do clima, é melhor preservar e proteger as florestas e manter os gases estufa onde eles estão. Florestas também regulam o fluxo de água e chuva. Portanto, nós dependemos delas para fazer crescer nossos cultivos e alimentos. A perda de uma floresta em uma parte do mundo pode ter impactos severos em outras partes – os cientistas descobriram que a perda de floresta na Amazônia e na África Central pode levar a uma severa redução das chuvas no Centro-Oeste dos Estados Unidos, por exemplo. Para o Greenpeace, todo dia é dia de celebrar as florestas. Nós fazemos campanha para proteger as florestas porque elas abrigam uma gama de biodiversidade sem precedentes, porque elas capturam e mantêm os gases de efeito estufa longe da atmosfera, porque elas são o lar de milhões de pessoas e animais, e – por último, mas não menos relevante – também porque sem florestas saudáveis, o planeta Terra não pode sustentar a vida. Vamos todos celebrar as florestas! Vamos falar sobre elas para as pessoas e defender a sua proteção. Hoje e todos os dias. Chega de desmatamento. * Paulo Adario faz parte da Campanha de Florestas do Greenpeace, e foi escolhido Herói da Floresta pela ONU em 2012.

Um negro horizonte em São Paulo

Ativistas do Greenpeace protestam diante da Câmara Municipal de SP contra mudanças na inspeção veicular na cidade (©Greenpeace/Paulo Pereira) O já carregado ar de São Paulo deve ficar ainda pior. A Câmara Municipal da cidade aprovou nesta quarta-feira, por 35 votos a 15, um projeto de lei que altera as regras da inspeção veicular. O PL 24/2013, enviado pelo prefeito Fernando Haddad, muda a periodicidade com que os motoristas devem realizar a inspeção. Automóveis novos só deverão fazer o controle após o terceiro ano de uso. Os automóveis com três e nove anos deverão fazer a inspeção a cada dois anos. Somente carros com mais de nove anos serão obrigados a mostrar anualmente que estão em ordem.Outro ponto polêmico da nova lei é o fim da taxa de R$ 47,44. Segundo Sérgio Leitão, diretor de políticas públicas do Greenpeace Brasil, a prefeitura não apresenta os custos do novo modelo de inspeção aos cofres públicos, mas divide a conta com toda a sociedade, mesmo aquele que depende exclusivamente do transporte público para se locomover. “Uma coisa é certa: quem paga a conta é a população, seja espremida no transporte público de péssima qualidade ou sofrendo com problemas respiratórios nas filas dos hospitais", diz Leitão. As mudanças, entretanto, contrariam a lei federal e deverá receber questionamentos na Justiça. Resolução Conama 418/2009 obriga que a inspeção seja realizada anualmente e que o responsável pela poluição pague por isso. A novela ainda não acabou.

SP vota hoje mudanças na inspeção veicular

Ativista do Greenpeace fantasiado de “Robin Haddad” protesta na Câmara Municipal de São Paulo contra projeto de lei que pretende alterar inspeção veicular. (© Greenpeace/Paulo Pereira) O rolo compressor segue a todo vapor na Câmara Municipal de São Paulo. Como já era previsto, o PL 24/2013, que altera as regras da inspeção veicular na capital paulista, foi colocado hoje em segunda e última rodada de votação, apesar do pedido da sociedade civil para que a prefeitura colocasse o pé no freio e discutisse a proposta com a sociedade.Durante a campanha eleitoral, o então candidato Fernando Haddad prometeu mudar a inspeção veicular – importante instrumento para controlar as emissões de poluentes atmosféricos em uma cidade que sofre com a péssima qualidade do ar. Para evitar mais polêmicas e dar o assunto por encerrado, o executivo tem pressa. Após duas únicas audiências públicas e sem apreciação adequada pelas diversas comissões da Casa, a bancada governista incluiu o projeto na pauta de votação extraordinária. Porém, o texto apresentado na votação desta quarta-feira, 20, traz alterações significativas com relação ao projeto discutido na semana anterior. Além de prever o reembolso da taxa de R$ 47,44 aos motoristas aprovados na inspeção, a prefeitura agora quer acabar com a obrigatoriedade anual para automóveis com até três anos de idade. Já os automóveis com três a nove anos de idade, farão a inspeção a cada dois anos. Somente os carros com mais de nove anos serão obrigados a passar anualmente pelo controle. Essas mudanças no texto foram incluídas à revelia de qualquer estudo técnico e ainda se chocam com a resolução nacional do Conama sobre o assunto, que obriga que a inspeção seja anual. “Ao se deparar com uma conta de R$ 180 milhões, a prefeitura entendeu que não teria caixa para assumir esse prejuízo. Por isso, na prática, prefere acaba com a inspeção veicular”, disse Sérgio Leitão, diretor de políticas públicas do Greenpeace Brasil. “O prefeito Fernando Haddad se aproveitou de um tema polêmico para conseguir votos nas eleições, mas agora se vê obrigado a colocar em votação um texto que é ruim para a saúde pública para cumprir sua promessa”, finaliza.

Tuesday, March 19, 2013

Um relato voluntário pelo Desmatamento Zero

AMeu nome é Antonio Padilha, sou engenheiro e trabalho nas indústrias. Nas horas vagas, sou voluntário do Greenpeace Brasil. E é com imenso prazer que abraço a causa dessa e de outras organizações ambientalistas recolhendo assinaturas nas ruas, junto ao povo, para o Projeto de Lei do Desmatamento Zero. A lei é a resposta dos bons cidadãos brasileiros, que defendem de verdade o nosso país, da ação dos maus brasileiros, aqueles que mutilaram o Código Florestal, abrindo buracos na proteção das florestas, com único intuito de atender a seus próprios interesses. Junto com os demais companheiros voluntários, vou às ruas para pedir às pessoas para que assinem para defender a natureza. Nós queremos deixar para as gerações futuras um país verde, e não um deserto. Muitas vezes, viajo por semanas ou meses, o que me dá a oportunidade de falar com um número grande de pessoas, e conseguir assinaturas em diversos lugares no Brasil. Em Juiz de Fora (MG), em agosto de 2012, o primeiro homem com quem falei na rua, na Avenida Presidente Itamar Franco, era um corretor de imóveis. Depois de assinar, ele disse que eu poderia conseguir a assinatura de muitas outras pessoas em uma exposição de orquídeas no Colégio dos Jesuítas. Fui para lá imediatamente, falei com o responsável da exposição, que permitiu que eu falasse com todas as pessoas no recinto. Consegui grande número de assinaturas. O limite era o meu tempo. O resultado? 95 assinaturas no sábado, dia 25, e mais 90 no domingo, dia 26. Depois disso, ganhei na rua um folheto convidando para outra exposição de flores na Praça da Estação. Fui lá, aproveitando a presença de pessoas que gostam da Natureza. A grande coleta de assinaturas se repetiu. Um dos organizadores, muito amigo, me deu até uma mesinha e uma cadeira dentro da barraca da exposição, para facilitar o trabalho. No sábado, dia primeiro de setembro, foram 45 assinaturas, no domingo, 57, e no feriado do dia 7 foram mais 76. No total, em Juiz de Fora, entre 21 de agosto e 27 de setembro, consegui 435 assinaturas em papel, fora as pessoas que prometeram divulgar o Desmatamento Zero para seus amigos pela Internet. Em Caxias do Sul (RS), onde estive de 16 a 23 de outubro, descobri através do Google Maps o Parque Getulio Vargas, uma bela área verde em frente à Prefeitura, perto do hotel onde eu estava. Ali, no final de semana, havia música ao vivo. A coleta terminou num total de 73 assinaturas. Só não consegui mais porque não tive nenhum dia de folga no trabalho, e também porque passei muito tempo conversando com as ótimas pessoas que encontrei – uma delas, o Maicon, era colaborador do Greenpeace. Entre 7 e 10 de março, estive em Pouso Alegre (MG). De lá trouxe na bagagem mais 37 assinaturas e algumas histórias interessantes. Na Praça em frente à catedral, dois homens conversavam em um banco de jardim. Convidei os dois a assinarem. Um deles me respondeu que aquilo não tinha cabimento: “Onde já se viu! O que nós vamos fazer com o mato? Precisamos da terra para plantar!” Agradeci com a mesma educação e me direcionei ao outro, que assinou prontamente. No sábado, dia 9 de março, era 19 horas e caía uma chuva leve. Eu voltava do trabalho de ônibus. Já perto do hotel, embaixo de uma marquise, estava um homem sozinho, sentado na mureta de uma loja. Levei até ele o meu pequeno discurso, pensando em conseguir mais uma assinatura. A resposta foi: “Que é isso? Como é que nós vamos comer, sem cortar o mato? Você está perdendo seu tempo... Você tem seu emprego, não tem? Então é melhor ir para sua casa, comer seu arroz e feijão com sua ‘velhinha’, e largar mão disso.” Agradeci e fui embora. No dia seguinte, antes de ir para o Terminal Rodoviário tomar o ônibus de volta para São Paulo, desobedeci em grande estilo ao conselho deste cidadão e coletei mais 17 assinaturas na Praça. E assim, nesse ritmo, vamos avançando, até alcançar o número necessário de um 1,4 milhão de assinaturas. Nosso objetivo é defender a riqueza que ganhamos no dia em que nascemos neste grande país que é o Brasil, pois a maior biodiversidade do mundo não tem preço. Será difícil bater o recorde das 7,5 mil assinaturas que conseguimos de uma só vez, no dia 22 de junho de 2012, durante a conferência Rio+20. Mesmo assim, mantemos o ritmo e acreditamos que em breve chegaremos lá. Aos companheiros de luta pelo nosso planeta e pelas futuras gerações, um abraço de amizade. *Antonio Padilha é voluntário do Greenpeace Brasilntonio Padilha é um dos voluntários do Greenpeace Brasil. Como cidadão brasileiro, ele sai às ruas pela lei de iniciativa popular do Desmatamento Zero (© Greenpeace)

Robin Haddad interrompe audiência pública em SP

“Robin Haddad, aquele que tira dos ônibus para dar aos carros” interrompeu audiência pública que discutia mudanças na inspeção veicular em São Paulo Um ativista do Greenpeace fantasiado de “Robin Haddad” estendeu um banner na Câmara Municipal de São Paulo. (© Greenpeace/Paulo Pereira) Um personagem inusitado interrompeu, na manhã desta terça-feira, 19, uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo em que se discutia o projeto da prefeitura que altera as regras da inspeção veicular na cidade. Um ativista do Greenpeace fantasiado de “Robin Haddad” estendeu um banner lembrando os presentes que a prefeitura faz o Robin Hood às avessas ao reembolsar a taxa de R$ 47,44 aos motoristas aprovados na inspeção veicular. Se for aprovado, o projeto representa um custo anual de até R$ 180 milhões aos cofres públicos – valor suficiente para modernizar o corredor de ônibus Inajar de Souza, na zona Norte, ou subsidiar o Bilhete Único mensal por quase seis meses. “Com um orçamento tão apertado e um trânsito colapsado, todo e qualquer recurso da Prefeitura para mobilidade urbana precisa ser investido em melhoria no transporte coletivo”, disse Sérgio Leitão, diretor de políticas públicas do Greenpeace Brasil. “O reembolso dessa taxa representa uma inversão de valores e acaba onerando toda a população, inclusive os mais pobres, que dependem exclusivamente do ônibus para se locomover.” Muita pressa Impopular desde sua implementação, em 2008, a inspeção veicular é um dos instrumentos para controlar as emissões de poluentes atmosféricos em uma cidade como São Paulo, que sofre com a má qualidade do ar principalmente devido à poluição emitida pelos automóveis. Durante a campanha eleitoral, o então candidato Fernando Haddad prometeu acabar com a inspeção. Mas desde que foi eleito, foram várias as propostas para se chegar no projeto atual, que prevê descentralização das oficinas autorizadas e reembolso ao motoristas aprovados. Agora, o executivo tem pressa e deseja aprovar a lei pela via rápida para evitar mais polêmicas. A audiência pública desta terça-feira foi a segunda realizada desde a apresentação do PL 24/2013, elaborado pelo executivo, na Câmara. A primeira ocorreu há apenas uma semana. No dia seguinte, o projeto foi colocado em votação na pauta extraordinária, sendo aprovado em primeiro turno. A expectativa é que o projeto seja aprovado em definitivo ainda nesta semana. “A inspeção veicular pode e deve ser melhorada, mas o projeto apresentado pela prefeitura permanece nebuloso, sem detalhar como ela vai funcionar”, complementa Leitão. “Por isso o prefeito Haddad precisa colocar o pé no freio e discutir a proposta amplamente com a sociedade”, finaliza.

Friday, March 15, 2013

Uma bandeira pelo Ártico do futuro

Hilary Tam, Aishah Morshed e Vivienne Westwood posam com a bandeira vencedora do concurso (© Vicki Couchman / Greenpeace) A estilista mundialmente famosa Vivienne Westwood escolheu, nesta última sexta-feira, 8 de março, o trabalho vencedor do concurso internacional “Flag for the future Arctic”. Promovida pelo Greenpeace e pela World Association of Girl Guides and Girl Scouts (Wagggs) a competição teve como objetivo promover a conscientização dos jovens, que foram incentivandos a criar uma bandeira que simbolizasse paz, esperança e a comunidade global. Além de incentivar a proteção do Ártico contra perfurações petrolíferas e pesca predatória. A jovem escoteira da Malásia, Sarah Bartrisyia, de 13 anos, teve sua bandeira escolhida para ser impressa em titânio e fincada no Polo Norte. Além do trabalho de Sarah, uma capsula do tempo, contendo as assinaturas dos milhões de ativistas que assinaram a petição pelo salvamento da região, será colocada no leito marinho. “A criatividade dos jovens é uma das armas mais fortes que temos na construção de um mundo melhor” observou Vivienne, “fico feliz que esta bandeira rumará para o Ártico”. Além de Westwood, participaram da seleção também a apresentadora de TV sino-canadense Hilary Tam e a escoteira Aishah Morshed, de 15 anos, membra das escoteiras da Irlanda. O ártico é uma das últimas regiões do globo que não foi explorada pelo homem. Com a participação das novas gerações será possível salvar a região protegida da exploração predatória. Precisamos continuar com a pressão pública para conseguir tornar o Ártico um santuário internacional, livre da exploração de petróleo e da pesca industrial predatória. Mais de 2,7 milhões de pessoas assinaram a petição.

Thursday, March 14, 2013

Muita pressa para mudar a inspeção veicular

Vereadores de SP aprovam mudanças da inspecão veicular em primeiro turno. Ferido o princípio do poluidor-pagador (© Greenpeace / Colin O'Connor) Os vereadores de São Paulo aprovaram ontem, em primeiro turno de votação, o projeto que altera as regras da inspeção veicular na cidade – promessa de campanha do recém-empossado prefeito Fernando Haddad. Sem abrir amplas discussões com a sociedade sobre as mudanças, a Câmara incluiu o PL 24/2003 na pauta de votação extraordinária após uma única audiência pública, realizada um dia antes apenas. Para garantir o tratoraço, a bancada governista utilizou de uma manobra chamada “congresso de comissões” – uma via rápida para aprovar o projeto em todas as comissões de uma única vez, sem passar por uma apreciacão adequada. O ponto mais polêmico do projeto é o reembolso da taxa aos veículos aprovados na inspeção a um custo estimado de R$ 180 milhões por ano aos cofres públicos – dinheiro suficiente para modernizar o corredor de ônibus Inajar de Souza, na zona Norte, ou subsidiar o bilhete único por seis meses. Em outras palavras, os vereadores querem acabar com o princípio do poluidor pagador e ainda incentivam, com dinheiro público, o transporte individual. Pelo regimento da Câmara, o PL passará por segundo turno de votação, ainda sem data definida. Mas a população ainda terá chances de se pronunciar. Na próxima terça-feira, 19 de março, uma nova audiência pública discutirá o projeto na Câmara. É o momento de pressionar os vereadores por mais coerência. Como você pode ajudar a pressionar 1) Compareça à audiência pública: Salão Nobre da Câmara dos Vereadores de São Paulo. Terça-feira, 19/3, às 11h 2) Fale diretamente com o vereador Arselino Tatto, líder da bancada governista: Twitter: @ArselinoTatto Email: arselino@tatto.com.br Tel: 11 3396-4001

Wednesday, March 13, 2013

Gucci toma a dianteira no Duelo da Moda

Na semana de moda em Milão e Paris, ativistas pediram às grandes marcadas mundiais para limparem suas cadeias de produção (© Nicolas Chauveau / Greenpeace). Depois da pressão na semana de moda de Milão, as grandes marcas começaram a entender a importância de adequar suas políticas de produção e compra aos princípios ambientalmente corretos. Esta semana, os consumidores já poderão ver nas vitrines o mais novo produto sustentável da Gucci. A grife saiu na frente de suas parceiras italianas e não só decidiu colocar em prática todas as medidas necessárias para evitar que sua cadeia esteja ligada à destruição da Amazônia, mas também acaba de lançar uma minicoleção de bolsas chamada “Gucci para o Desafio da Moda Verde”, que seguem a política do Desmatamento Zero. A coleção é composta de três das bolsas icônicas da Gucci, incluindo a nova Jackie Hobo, recriada em uma versão feita com couro livre de desmatamento, proveniente de fazendas de gado localizadas na região amazônica. Para proporcionar maior transparência, as bolsas vêm com um pequeno passaporte que detalha de onde o couro veio, ajudando a lançar luz sobre um processo anteriormente obscuro e pouco confiável. Com esses novos produtos, a Gucci mostra que a produção sustentável a partir de matérias-primas procedentes da Amazônia não é apenas possível, mas também desejável. O couro é apenas um segmento da complexa cadeia de fornecimento global da Gucci, mas acreditamos que não há razão para que este passo em busca da sustentabilidade não seja também aplicado com relação a outros materiais. Investigações do Greenpeace revelam que o setor de pecuária na Amazônia brasileira é um dos maiores vetores mundiais de desmatamento. Seguindo nossas demandas para o setor de couro, algumas das maiores empresas frigoríficas se comprometeram a fazer parte do Acordo de gado, que visa monitorar as cadeias de fornecimento de carne bovina, garantindo que não sejam comercialiados animais que venham de fazendas que invadam áreas protegidas, que utilizem mão de obra escrava ou que tenham áreas embargadas pelo Ibama. Mas esses não são problemas apenas da Amazônia. Grandes áreas de florestas ao redor do mundo estão sendo descartadas e transformadas em bens de consumo a cada dia. Florestas tropicias de valor insubstituível como as do Congo e Indonésia também se tornam papel ou óleo de palma. A mesma história se repete com sistemas que dão suporte à vida terrestre: nossos grandes rios e lagos. Atualmente, eles estão recebendo grandes quantidades de poluição tóxica, que vem principalmente do uso indiscriminado e de liberação irregular de produtos químicos perigosos da indústria têxtil. Assim como acontece com as florestas, grande parte desta destruição é alimentada por uma demanda incessante de produtos e embalagens, com a produção de nossas roupas sendo um dos principais contribuintes para o coquetel tóxico encontrado em muitos dos nossos lagos, rios e mares. Sem tal demanda, essas atividades cessariam, e é por isso que lançamos o Duelo da Moda, para convencer as grandes empresas multinacionais a operar de forma sustentável, dando a esses ecossistemas preciosos uma chance de sobreviver. Hora de liderar Mesmo com a iniciativa da Gucci, a grife Valentino continua liderado o ranking até o momento. Ela figura no topo da lista por ser a única marca a ter assumido compromissos confiáveis para o uso e comercialização de celulose, couro e papel, bem como para a utilização de produtos químicos perigosos. A Gucci agora ocupa o quarto lugar, ainda um pouco distante de ser uma empresa líder, reconhecida publicamente em todas as questões. Mas reconhecer a necessidade de mudança já é um grande passo. Esperamos mais novidades verdes em breve. Como uma das marcas mais famosas do mundo, a Gucci tem agora uma oportunidade de usar o seu poder e influência para ajudar a desencadear uma das transformações mais importantes e necessárias na indústria da moda. Os consumidores têm o direito de saber o que está na sua água, e exigir que as roupas e os produtos que compram sejam livres de produtos químicos perigosos ou do desmatamento. Agora é a chance de todas essas grandes marcas se tornarem verdadeiras embaixadoras da moda limpa, elegante e consciente.

Câmara de SP vota hoje inspeção veicular. Atue!

A Câmara Municipal de São Paulo tem pressa, muita pressa para mudar a inspeção veicular na cidade e, assim, cumprir promessa de campanha do prefeito Fernando Haddad. Após uma audiência pública realizada ontem, o presidente da Câmara, José Américo, anunciou que colocará a isenção da taxa em votação na pauta extraordinária ainda hoje. “O projeto da prefeitura é nebuloso. Não fica clara se a intenção da prefeitura é acabar de vez com a inspeção veicular”, disse Sérgio Leitão, diretor de políticas públicas do Greenpeace Brasil, em entrevista à rádio CBN na manhã de hoje. “O projeto não deixa claro se a inspeção vai ocorrer todos os anos, como ela irá ocorrer e quem será responsável pelos estudos que vão validar tecnicamente a manutenção da inspeção.” Projeto que altera as regras da inspeção veicular vai a votação em SP, sem discussões com a sociedade (©Greenpeace/Thomas Schuppisser) Na audiência pública de ontem, o secretario de Negócios Jurídicos da prefeitura, Marcos Massoneto, defendeu a restituição da taxa para os donos de automóveis aprovados na inspeção. Em outras palavras, dinheiro que poderia ser utilizado em transporte público, por exemplo, vai continuar beneficiando um modelo exaurido de transporte individual. A inspeção pode e deve ser aprimorada na cidade de São Paulo. Só não podemos permitir que se acabe de vez com um instrumento que pode ajudar os paulistanos a respirar melhor. Vamos pedir aos vereadores para adiarem essa votação. Esse projeto precisa ser discutido amplamente pela sociedade.

Monday, March 11, 2013

Ainda no escuro

A comunidade de Sobrado, em Novo Airão, no Amazonas, foi uma das primeira a contar com fornecimento de energia elétrica gerada por miniusina fotovoltaica e faz parte do programa Luz para Todos. (©Rogério Reis/Tyba) Após quase dez anos do programa Luz para Todos ainda existem brasileiros sem acesso à energia. A iniciativa do governo federal que visava trazer energia às 3 milhões de residências brasileiras que estavam no escuro estimava que passada uma década faltariam apenas 342 mil casas para alcançar a meta. No entanto, matéria no jornal Folha de S. Paulo indica que o surgimento de novas moradias ampliou o total de residências sem luz para 1 milhão, atrasando os planos do governo. Dois olhares diferentes podem analisar os resultados alcançados até hoje. Por um lado, quase 3 milhões de residências passaram a contar com energia e isso traz benefícios que podem parecer simples para quem está acostumado a ter fácil acesso à esse precioso bem. Ter uma geladeira em casa e poder armazenar alimentos é algo fundamental. Por outro lado, parte das famílias ainda não contempladas terão que esperar até depois de 2014 para receber energia em casa, permanecendo no escuro. A microgeração de energia renovável – seja por painéis solares ou pequenas turbinas eólicas – recebeu um importante incentivo no final de 2012, mas ainda precisa ser melhorada. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) publicou resolução que permite que os brasileiros gerem energia em casa, abasteçam a rede e ganhem desconto na conta de luz. Nessa situação, o consumidor também é produtor de energia. O problema é que a regulamentação se aplica apenas para sistemas conectados em rede. Ainda não há iniciativa equivalente para sistemas isolados, fazendo com que o Brasil perca a oportunidade de oferecer energia para todos os brasileiros. *Ricardo Baitelo é da Campanha Clima e Energia do Greenpeace Brasil

Ganbatte! Coragem aos japoneses

anbatte! Essa é a expressão que os japoneses usam quando querem encorajar alguém a dar seu máximo e fazer algo da melhor forma possível. E é o que eles têm feito para tentar reconstruir suas vidas depois do desastre nuclear de Fukushima. Dois anos após o acidente, a tragédia ainda continua para aqueles que foram impactados pela radiação em 11 de março de 2011. O governo japonês anunciou o desmonte da usina de Fukushima, mas muitas áreas do distrito continuam inabitáveis. Mais de 160 mil pessoas que foram evacuadas ainda estão em moradias provisórias, não podem retornar para suas casas e, para piorar, não recebem compensação financeira e apoio da TEPCO, empresa responsável pela usina.O desastre de Fukushima alertou o mundo para os perigos da energia nuclear e fez com que muitos países revissem seus planos energéticos. A Alemanha, por exemplo, se comprometeu a desativar suas usinas até 2022. Em protesto para relembrar os dois anos do acidente no Japão e mostrar o que acontece em um reator quando este explode, o Greenpeace projetou na usina de Mühleberg, na Suíça, imagens de Fukushima. Para escancarar o descaso da empresa com a população japonesa, o Greenpeace Internacional publicou o relatório (em inglês) “Fukushima Fallout: Nuclear business makes people pay and suffer” (do inglês: “As consequências de Fukushima: a indústria nuclear faz as pessoas pagarem e sofrerem”) no qual mostra como os prejuízos foram repassados ao bolso dos contribuintes japoneses, enquanto a indústria foi poupada. “Parece que o governo japonês abandonou as pessoas que sofrem por causa do acidente. É uma atitude imprudente reativar plantas nucleares e retomar a construção de plantas que estavam paralisadas. É uma empreitada perigosa e desnecessária, isso mostra o quanto o governo não escuta o que a população quer e que nada foi aprendido após o Japão ter sido palco do pior acidente nuclear desde Chernobyl”, disse Junichi Sato, diretor-executivo do Greenpeace Japão. O Greenpeace pede que os governos revejam a legislação sobre responsabilidade nuclear para que as operadoras e empresas sejam totalmente responsáveis pelos acidentes e não mais a população.

Friday, March 8, 2013

Quarenta anos de radiação no quintal japonês

Ativistas protestam no Japão para que empresas envolvidas no desastre nuclear de Fukushima não saiam impunes (©Noriko Hayashi/Greenpeace) O Japão dá um passo rumo a uma matriz energética mais limpa e com menos riscos para a população. Faltando cinco dias para o aniversário de dois anos do acidente na Usina Nuclear de Fukushima, o governo japonês finalmente iniciou, hoje, o desmonte da usina que foi palco de um dos piores desastres nucleares que o mundo já presenciou.No entanto, essa boa notícia não significa que a área afetada voltará ao normal tão cedo. O tempo previsto para o descomissionamento completo da usina é de 30 a 40 anos e custará mais de US$ 100 bi, além dos gastos já despendidos com a evacuação e descontaminação da área abandonada. Até o final do ano, a Tepco, concessionária responsável pela Usina de Fukushima, começará a remoção do material radioativo dos reatores e os realocará em uma piscina de resfriamento, onde permanecerão por quatro anos antes de serem colocados em estruturas apropriadas para seu descarte. Além disso, o material contaminado pela radiação já dá dores de cabeça à equipe que trabalha no projeto já que está começando a faltar espaço para armazenar a água irradiada. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que ao menos um terço dos trabalhadores da usina corre risco de sofrer de doenças causadas pela radiação, mostrando que o caminho para o Japão estar livre das consequências de Fukushima ainda é longo.

Tuesday, March 5, 2013

Volkswagen se junta aos Jedis

Ativistas protestam em Bruxelas durante reunião de líderes das montadoras de carros europeias, pedindo uma legislação mais rigorosa para eficiência energética. (©Philip Reynaers/Greenpeace) A Volkswagen se afastou do lado negro da força e anunciou, hoje, no Salão Internacional do Automóvel em Genebra que cumprirá as metas obrigatórias de eficiência energética da União Europeia a partir de 2020. O Greenpeace lançou uma rebelião, em 2011, para pressionar a empresa a se comprometer com as metas de eficiência.A nova frota de carros de passageiros da montadora terá padrões ambientais mais ambiciosos em termos de consumo de combustível, não excedendo a emissão de 95 gramas de CO2/km, o equivalente a cerca de 4 litros de combustível por 100 km. Carros com maior eficiência energética representam economia de combustível, beneficiando o bolso do consumidor e reduzindo as emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas. Dessa forma, a Volskwagen deixa claro que é possível atender as metas europeias e dá o exemplo, principalmente, para a China e para os Estados Unidos de que uma legislação mais rigorosa pode e deve ser cumprida. A União Europeia estabeleceu metas obrigatórias de eficiência energética para automóveis em 2007, forçando padrões mais rigorosos até 2020 e o desenvolvimento de tecnologias e motores mais eficientes. Além disso, as montadoras são obrigadas a afixar a etiqueta de eficiência e disponibilizar amplas informações de consumo de combustível e de emissões desde 1999. Enquanto isso, no Brasil, o consumidor sofre se quiser obter as mesmas informações. O programa de etiquetagem ainda é voluntário e, portanto, depende da boa vontade das montadoras. Mesmo aquelas que aderem ao programa não precisam etiquetar todos os modelos e unidades produzidas. “Se em termos de informações mínimas ao consumidor ainda estamos muito longe do ideal, com relação à economia de combustível a realidade brasileira ainda caminha timidamente”, afirma Renata Nitta, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. Foi apenas em 2012 que o governo decidiu incluir a eficiência energética como critério para o programa de benefícios fiscais ao setor automobilístico – o INOVAR AUTO. É uma medida importante, mas o Brasil não pode continuar atrasado em relação a adoção de metas obrigatórias de eficiência, principalmente quando outros grandes mercados, como a Europa, já definiram padrões para 2020 e até mesmo 2025. Este atraso só acarreta em aumento do consumo de combustíveis, no aumento das emissões de gases de efeito estufa e em mais gastos para a população brasileira ao encher o tanque.