Tuesday, July 30, 2019

5 razões do porquê a mineração em águas profundas colocaria o planeta em apuros

por Greenpeace Brasil

O fundo dos oceanos guarda formas únicas de vida sobre as quais ainda sabemos muito pouco – mistérios que antes de serem revelados, já estão ameaçados
Aerial of Open Pit Mining Garzweiler II near Hambach Forest. © Greenpeace
Mineração de carvão perto da Floresta Hambach. Imagine uma máquina como esta cavando o fundo do mar © Greenpeace
Empresas e governos planejam enviar máquinas monstruosas para regiões de águas profundas, impactando ambientes de vida sensíveis e únicos, com o objetivo de explorar metais e minérios. Embora isso ainda não esteja acontecendo, já foram liberadas licenças de exploração para mais de um milhão de quilômetros quadrados dos nossos oceanos.
Quer saber por que esse modo de exploração pode ser tão ameaçador para a vida no planeta? A seguir, apontamos 5 motivos:
1) Barulho, poeira e luz em excesso na vida dos animais marinhos
Os cientistas alertam que saquear o fundo do mar com essas máquinas monstruosas utilizadas para explorar minério pode causar danos ambientais severos e irreversíveis tanto aos oceanos como para grande parte da vida marinha.
Algumas formas de vida encontradas em águas profundas, como espécies de tubarões que podem viver centenas de anos, estão entre as mais antigas da Terra e são particularmente vulneráveis a perturbações físicas devido às baixas taxas de crescimento. Por isso a mineração, com suas máquinas monstruosas e processos de exploração perturbadores, coloca em risco a continuação dessas espécies. Pesquisadores estimam que os danos à vida selvagem “provavelmente durarão para sempre em escalas de tempo humanas”.
As regiões de mar profundo, caso da Cidade Perdida, ainda são um mistério para os cientistas. Por isso, alguns artistas usam imaginação e talento para ilustrar como ela pode ser. @essy_may / Greenpeace
Como se a destruição total desse habitat não fosse ruim o suficiente, as máquinas que perfuram o fundo do oceano levantam sedimentos que podem impactar a vida por quilômetros, sufocando outros ambientes ultra profundos. Além disso, os navios mantidos na superfície para executar a operação da mineração também representam um grande risco, pois podem liberar vapores tóxicos na água que prejudicariam diversas espécies oceânicas por centenas ou mesmo milhares de quilômetros.
E as ameaças de destruição não param por aí. O ruído gerado pelas máquinas perturbará animais marinhos como as baleias, e as áreas iluminadas por holofotes podem causar perturbações irreversíveis para criaturas do mar adaptadas a níveis muito baixos de luz natural.
2) Extinção de espécies que não existem em nenhum outro lugar do planeta
As criaturas que vivem em águas profundas dos oceanos são especialmente adaptadas para este ambiente e possuem características muito particulares. Em uma das áreas que está na mira da indústria da mineração, 85% das espécies vivem ao redor de fontes hidrotermais que, até então, não foram encontradas em nenhum outro lugar dos oceanos.
3) Destruição de um dos nossos maiores aliados na luta contra as mudanças climáticas
Os oceanos têm uma importância fundamental para combater as mudanças climáticas porque absorvem metade de toda a poluição por carbono que nós humanos produzimos. Esse carbono, naturalmente absorvido pela vida marinha, permanece armazenado em sedimentos do fundo do mar por milhares de anos, ajudando a Terra a ficar menos quente.
O processo de exploração de minérios em águas profundas impactaria justamente onde está armazenado este carbono, liberando-o para a atmosfera e intensificando as mudanças climáticas.
Se sabemos que estamos vivendo uma Emergência Climática, então por qu estamos tornando tudo ainda pior para nós mesmos?
4) Impactos devastadores na cadeia alimentar dos oceanos
A perturbação generalizada da vida marinha impacta toda a cadeia alimentar nos oceanos. Um estudo do Greenpeace revelou que as empresas que querem explorar minério em águas profundas estão cientes de toda a destruição que podem causar.
Um documento divulgado em uma reunião entre interessados nesse tipo de negócio reconhece “a possível extinção de espécies únicas que são a base da cadeia alimentar”.
5) Nós realmente queremos destruir as maravilhas que podem nos dar mais explicações sobre o início da vida na Terra?
Até agora, exploramos apenas 0,0001% de tudo que pode existir no mar profundo. Diante desse cenário, é correto deixarmos a indústria da mineração colocar em risco a continuação da existência de todo um ecossistema ainda repleto de mistérios?
Existe um outro caminho possível? A resposta é sim. As empresas que querem explorar minérios nos oceanos para a fabricação de aparelhos de celular deveriam estar investindo em reciclagem e em novas tecnologias que não ameaçam a vida marinha em detrimento do lucro. Veja o vídeo.
Estes são alguns dos motivos que deixam claro que a mineração em águas profundas é um péssimo caminho para os nossos oceanos e para o equilíbrio da vida no planeta. Apesar das empresas de mineração conhecerem os riscos de suas ações, elas tentam convencer políticos de que oferecem uma “solução verde” para exploração em alto-mar. Mas isto é uma grande mentira.
Não vamos repetir os erros do passado e deixar que essa indústria tão predatória controle as águas profundas dos oceanos. Precisamos agir agora para ajudar a recuperar a saúde dos mares já tão impactados.
Vamos construir juntos um movimento global pela saúde dos oceanos e do planeta, barrando as mudanças climáticas. Até agora, 900 mil pessoas assinaram a nossa petição, convidando os governos a assinarem um Tratado Global para os Oceanos para fortalecer a proteção das águas do alto-mar. Junte-se a nós e faça parte deste movimento. Assine a petição.

Povo Munduruku expulsa madeireiros que roubavam a floresta dentro de seu território

por Greenpeace Brasil
 Durante expedição de monitoramento nos limites da Terra Indígena Sawre Muybu, indígenas encontraram madeireiros ilegais na área que é parte de seu território e exigiram a saída dos invasores
Caminhão madeireiro é encontrado pelo povo Munduruku dentro de seu território
Caminhão madeireiro encontrado pelo povo Munduruku durante fiscalização dentro de seu território. © Arquivo Munduruku
“Os invasores estão matando a nossa vida e derramando sangue da nossa floresta. A nossa vida está em perigo. Mas por isso, nós vamos continuar mostrando a nossa resistência e a nossa autonomia. Somos capazes de cuidar e proteger o nosso território para nossos filhos e as futuras gerações”, diz o comunicado do povo Mundururku divulgado após a conclusão da expedição que percorreu a pé cerca de 100 km dentro do território Daje Kapap Eipi, conhecido como Terra Indígena Sawre Muybu.
Lutando pela defesa da vida e da floresta, guerreiros e guerreiras do povo passaram os últimos 18 dias percorrendo o perímetro da terra indígena com o objetivo de fiscalizar o local e garantir a sua proteção. No caminho, encontraram madeireiros destruindo a floresta, além de muitas estradas abertas.
A expedição é parte da quinta etapa da autodemarcação realizada pelos Munduruku, que teve início em 2014 e consistiu na delimitação por conta própria dos limites da Terra Indígena (TI) Sawre Muybu, localizada no rio Tapajós, no Pará. Em 2016, o direito originário dos Munduruku a esse território foi reconhecido pelo Estado brasileiro a partir da publicação do Relatório de Identificação e Delimitação no Diário Oficial da União. No entanto, desde então, a conclusão do processo de demarcação está paralisada na burocracia estatal, especialmente em função dos planos de construção da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, que alagaria parte da TI e comprometeria a vida dos Munduruku no local.
Os Munduruku já realizaram diversos protestos pela demarcação e proteção de seu território. “Enquanto a demarcação não ocorre, o caminho fica aberto para a entrada de invasores que destroem a floresta e contaminam os rios, vitais para a sobrevivência do povo”, explica Danicley de Aguiar, da campanha de florestas do Greenpeace Brasil. Há anos as lideranças Munduruku estão denunciando a invasão e destruição do local, porém, apesar da Fundação Nacional do Índio (Funai) já ter reconhecido a ocupação tradicional da área pelo povo Munduruku, o Estado brasileiro continua de braços cruzados, permitindo que, especialmente garimpeiros e madeireiros, sigam pilhando o território, alterando o equilíbrio ambiental e impedindo que os Munduruku circulem livremente.
“Nós expulsamos dois grupos de madeireiros que invadiram o nosso território. Ficamos muito revoltados por ver as nossas árvores derrubadas e as nossas castanheiras como torra de madeira em cima de um caminhão. E nós sabemos que quando retiram madeira, vão querer transformar nossa terra em um grande pasto para criar gado. Por isso, demos um prazo de 3 dias para os invasores retirarem todo o equipamento deles. Nós estávamos armados com nossos cânticos, nossa pintura, nossas flechas e a sabedoria dos nossos antepassados”, diz o comunicado dos Munduruku.
“Além de injusta e inconstitucional, a morosidade do processo de reconhecimento, que já dura mais de uma década, é irresponsável e coloca em risco a sobrevivência de uma população de quase 1.000 indígenas, que faz uso direto das florestas e das águas do território, hoje contaminadas pela exploração de ouro, diamantes e madeira”, diz Danicley de Aguiar.
A demarcação é um direito constitucional garantido aos povos indígenas, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro já afirmou que não vai mais homologar nenhuma terra indígena. Junto a isso, o presidente tem declarado sistematicamente a intenção de abrir esses territórios para a mineração e a exploração por empresas estrangeiras, o que acaba estimulando a invasão de terras indígenas na Amazônia.
Atualmente, milhares de indígenas estão em risco por defenderem a floresta frente à invasões de madeireiros, garimpeiros e grileiros. No último sábado (27), a Funai confirmou a morte do cacique Emyra Wajãpi próximo à aldeia Mariry, após a invasão de um grupo de garimpeiros na terra indígena, no Amapá.
É dever do Estado proteger os territórios indígenas e seus povos, coibindo atividades ilegais de garimpo e mineração para evitar a escalada de conflitos. É preciso reconhecer e apoiar o direito dos povos indígenas às suas florestas e especialmente o direito de viverem conforme seus costumes e tradições.
Como dizem os Munduruku em seu comunicado, “Será que vai precisar morrer outros parentes, como aconteceu com a liderança Wajãpi, para que os órgãos competentes atuem?”.
Não podemos permitir que a violência contra os povos indígenas continue!

Leia a íntegra do comunicado dos Munduruku:
Comunicado dos Munduruku
A nossa autodemarcação e defesa do nosso território continua.Nós o povo Munduruku do Médio e Alto Tapajós continuamos a autodemarcação do nosso território Daje Kapap Eipi, conhecido como Terra Indígena Sawre Muybu. Nós andamos mais que 100 km no nosso território, na terra que já possui o Relatório Circunstancial de Identificação e Delimitação publicado no diário oficial desde abril de 2016. Organizados em 5 grupos– os guerreiros Pusuru Kao, Pukorao Pik Pik, Waremucu Pak Pak, Surup Surup e a guerreira Wakoborun– continuamos defendendo o nosso território sagrado. Assim sempre foi a nossa resistência. Como nossos antepassados sempre venciam as batalhas e nunca foram atingidos pelas flechas dos inimigos, nós também continuamos limpando os nosso picos, fiscalizando, formando grupos de vigilância e abrindo novas aldeais, como Karoebak no Rio Jamanxim.Durante essa quinta etapa da autodemarcação e nossa retomada, nós encontramos novas aberturas e vários ramais de madeireiros e palmiteiros dentro da nossa terra. Nós expulsamos dois grupos de madeireiros que invadiram o nosso território. Ficamos muito revoltados por ver as nossas árvores derrubadas e as nossas castanheiras como torra de madeira em cima de um caminhão. E nós sabemos que quando retiram madeira, vão querer transformar nossa terra em um grande pasto para criar gado. Por isso, demos um prazo de 3 dias para os invasores retirarem todo o equipamento deles. Nós estávamos armados com nossos cânticos, nossa pintura, nossas flechas e a sabedoria dos nossos antepassados. E com muita pressão, eles passaram a madrugada toda retirando 11 máquinas pesadas, 2 caminhões, 1 quadriciclo, 1 balsa e 8 motos. Todos sem placa. Na retomada, andamos 26 km vigiando os ramais que os madeireiros fizeram no nosso território e bebendo água suja do rio Jamanxim que está poluída pelo garimpo. Sozinhos conseguimos expulsar madeireiros que nem o ICMBIO, IBAMA e FUNAI conseguiram. E sabemos que dentro da Flona de Itaituba II, tem pista de pouso.Os invasores estão matando a nossa vida e derramando a sangue da nossa floresta. A nossa vida está em perigo. Mas por isso, nós vamos continuar mostrando a nossa resistência e a nossa autonomia. Somos capazes de cuidar e proteger o nosso território para nossos filhos e as futuras gerações. Ninguém vai fazer medo e ninguém vai impedir porque nós mandamos na nossa casa que é nosso território. Estamos aqui defendendo o que é nosso e não dos pariwat. Por isso sempre vamos continuar lutando pelas demarcações dos nossos territórios. Nunca vão nos derrubar. Nunca vamos negociar o que é sagrado.Será que vai precisar morrer outros parentes, como aconteceu com a liderança Wajãpi, para que os órgãos competentes atuem?

Greenpeace repudia violência contra indígenas e cobra do Estado a proteção do território Wajãpi (AP)

por Greenpeace Brasil
 O governo brasileiro deve agir com rapidez para encontrar e punir os responsáveis pelo crime,e coibir as invasões de garimpeiros e grileiros nos territórios, que ameaçam também vários outros povos indígenas na Amazônia brasileira
Povo Wajãpi na festa do Pacu Açu © Mário Vilela/FUNAI
A Funai confirmou neste sábado (27) a morte do cacique Emyra Wajãpi próximo à aldeia Mariry, após a invasão de um grupo de garimpeiros na terra indígena, no Amapá, essa semana. O Greenpeace manifesta repúdio por mais esta violência e se solidariza e apoia a APINA, o Conselho das Aldeias Wajãpi e a COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira em suas reivindicações pela garantia dos seus direitos constitucionais e sua autodeterminação em decidir como querem viver. 
Hoje, milhares de indígenas encontram-se em risco no Brasil por conta de invasões, extração ilegal de madeira, garimpo e tentativas de tomada de suas terras. Boa parte destas ameaças são alimentadas pelo próprio governo, ao repetir sistematicamente sua intenção de abrir as terras indígenas para explorar os recursos naturais por empresas estrangeiras, e ao sucatear os órgãos de fiscalização ambiental e a FUNAI. 
É dever do Estado proteger os territórios indígenas e seus povos, coibindo atividades ilegais de garimpo e mineração para evitar a escalada de conflitos que ameaçam também outros povos indígenas
O Greenpeace cobra do governo agilidade na resolução deste conflito, com a investigação e punição dos responsáveis, além de garantir a integridade física e cultural do povo Wajãpi através da proteção do seu território.  

Friday, July 26, 2019

Four reasons why the International Seabed Authority probably won’t protect our oceans

by Louisa Casson

Activists from around the world have sailed on board the Greenpeace ship Esperanza, to join in a peaceful assembly in front of one of the battlegrounds for protecting the deep oceans from monster mining machines: the International Seabed Authority (ISA), which is hosting its 25th Assembly in Kingston, Jamaica.
Created in 1994, the ISA is meant to organise and regulate deep sea mining activities in the international seabed (outside of national waters.)
But – spoiler alert – far from protecting our oceans, they are selling it off to greedy industries that are trying to plunder our ocean floor for profit. 
Here are four reasons why we can’t trust the ISA to take care of our precious seabeds.
Esperanza in Jamaica with Banner. © Bárbara Sánchez Palomero / Greenpeace
‘No Deep Sea Mining’ Banner on the Greenpeace ship the Esperanza, in Kingston, Jamaica. © Bárbara Sánchez Palomero / Greenpeace
Reason 1: They are obsessed with deep sea mining
Currently, ocean law focuses more on the right to exploit marine resources in international waters than on a duty to protect them.
The ISA has no capacity to protect deep sea environments from the build up of different stresses – whether from drilling and mining, or from threats associated with climate change and plastic pollution. Nor does it have the ability to protect marine life in the broader ocean that could be threatened from toxic plumes, noise, and light pollution as a result of deep sea mining.
Reason 2: They ignore environmental concerns
The ISA’s environmental impact assessment (EIA) process has been criticised for prioritising development of deep sea mining over protection: EIAs are carried out by mining companies and not independently verified. Nor are they shared with the governments who are deciding on whether to grant a permit, let alone the public at large. 
Of the people who make the decision on what environmental considerations need to be made only three out of 30 members have biological or ecological expertise. Meeting behind closed doors, this commission keeps key information about what is being found by contractors in the deep sea confidential – including when companies are breaching standards.
Reason 3: They’re consistently on the side of the deep sea mining companies
In practice, the ISA has already started selling off some of the great wonders of the deep ocean to explore for deep sea mining. They have never yet turned down a licence application for exploratory mining –  even those covering amazing places like the Lost City that global nature treaties have highlighted as ecologically important.
And some members of the ISA do have a very cosy relationship with industry: corporations have begun speaking on behalf of governments at ISA meetings, and some government applications for exploration contracts have even been prepared and funded by deep sea mining companies.
Reason 4: They are undermining negotiations towards a strong Global Ocean Treaty 
The ISA is lobbying for a weaker Global Ocean Treaty, one that would be less able to overcome the fragmented ocean governance that is driving marine life to the brink of destruction. 
In fact, they responded to Greenpeace International’s latest report “In deep water” by saying that it is inaccurate – despite a chorus of voices from scientists and environmental experts rallying for stronger protection of the deep sea. 
The ISA Secretariat even said that the fact that Lost City has been designated by global nature treaties as ecologically significant “has no relevance”, which shows exactly why we need a Global Ocean Treaty to put marine protection first. 
A strong Global Ocean Treaty could pave the way for the creation of a network of ocean sanctuaries that will be off limits to all forms of industrial exploitation, including deep sea mining, as well as raising environmental standards that put protection, not exploitation, at the heart of how we manage the global oceans.
Join the movement and sign the petition for a strong Global Ocean Treaty.
Louisa Casson is a campaigner with Greenpeace UK on board the Greenpeace ship Esperanza.

Faça horta, não faça guerra

por Mariana Campos e Rosana Villar

Quer garantir temperos e hortaliças frescas em casa e ainda se conectar com a terra? A gente te ajuda! Os agricultores familiares são os grandes responsáveis por colocar alimentos saborosos e saudáveis no nosso prato todos os dias, conforme mostramos neste blog. Mas nada impede de você, mesmo com pouco espaço, criar sua própria horta em casa ou no trabalho, e cultivar espécies como manjericão, tomate cereja e morango. Manter uma horta é uma boa forma de relaxar, garantir temperos e hortaliças frescas e se conectar com a terra e a comida. 
Não sabe por onde começar? A gente te ajuda! 
Passo 1 – Onde plantar?
 Se você tem quintal, separe uma pequena área para a horta. Se mora em apartamento, não se desespere. Existem espécies que podem ser plantadas em vasos. Em qualquer situação, é importante que o local escolhido receba luz do sol em pelo menos um período do dia. 
O que se adapta bem em quintais: mamão, abacaxi, abóbora, banana, tomate, couve, repolho, berinjela e pepino. 
O que se adapta bem em vasos: manjericão, alecrim, hortelã, tomate cereja, cebolinha, salsa, coentro, pimentão, morango, alface e rúcula. 
Passo 2 – Prepare a terra
Você pode comprar a terra já adubada. Caso não a encontre, enriqueça-a com adubos orgânicos como húmus de minhoca ou esterco de galinha. Cuidado com a concentração! Observe a dosagem na embalagem. 
Uma dica importante é que a terra não pode estar compactada. Revolva a terra e, se isso não adiantar, acrescente um pouco de areia. 
Passo 3 – O que plantar?
A escolha do que plantar depende da disponibilidade de espaço, conforme já falamos, e luz (veja no Passo 4). Você pode comprar sementes, pedir mudas para um amigo ou guardar sementes e brotos dos alimentos que compra na feira – orgânicos, de preferência.
Você também pode optar por plantas aromáticas como orégano, tomilho e alecrim, que as abelhas, nossas amigas polinizadoras, adoram. Assim, além de deixar seu lar perfumado, você oferece a esses insetos tão importantes para a natureza a matéria-prima que precisam para existirem. 

Passo 4 – Como cuidar
As plantas dependem de sol e água, mas cada uma tem suas preferências. Procure se informar sobre as necessidades da espécie escolhida. O alface, por exemplo, precisa de menos tempo exposto ao sol. Já o manjericão precisa de muito sol. 
Observe sua planta e confie no seu instinto, ela vai se comunicar com você (não como a planta da Xuxa em “Lua de Cristal”, mas vai). Se estiver murcha, ela pode estar com pouca água. Se estiver apodrecendo, pode ser excesso de água ou pouco sol.
Passo 5 – Prevenção de pragas
Suas plantinhas podem ser atacadas por pulgões, larvas e grilos. Para mantê-los longe, você pode usar solução de tabaco com água ou extrato de nim.    
Se você ainda está inseguro, escolha plantas fáceis ou as que mais gosta de usar nas refeições. Não desista. Se não der certo, tente de novo! Boa sorte e conta para a gente como ficou a sua horta. É plantando que se colhe!

Composteira – Terra boa e minhocas


Você também pode construir uma composteira caseira. Com ela, sempre terá terra enriquecida para o plantio, chorume para regar as plantas e reduzirá a produção de lixo orgânico. 
Você vai precisar de:
  • Três caixas escuras de plástico com tampa;
  • Uma torneirinha;
  • Minhocas.
Como fazer:
1 – Empilhe as três caixas;
2 – Faça pequenos buracos na parte de baixo das duas primeiras caixas;
3-  Instale a torneirinha na caixa da base; 
4 – No andar superior, forre o fundo com folhas secas ou serragem e coloque as minhocas com terra. O lixo orgânico deve ser depositado aí. Sempre que tiver uma boa quantidade de resíduos, cubra-os com uma camada de serragem. Repita a operação até a caixa estar cheia. Mantenha a umidade.
5 – Quando o recipiente encher, coloque-o para baixo e deixe a mistura em repouso por cerca de um mês. Recomece o processo com a outra caixa. 
6 – Se a composteira estiver exalando cheiro desagradável, é porque a cobertura de serragem não está sendo suficiente ou cobrindo toda a área. Caso esteja demorando ou as minhocas morrendo, é sinal de que há serragem em excesso.  
7 – Ao retirar o húmus, cuidado com as minhocas!
8 – O líquido coletado na caixa da base é um ótimo biofertilizante. Misture com dez partes de água e borrife nas plantas uma vez por semana. 
O que é normal?
Bichinhos como tatus na terra, junto com as minhocas.
O que NÃO é normal?
Se o chorume estiver apresentando larvas, é preciso higienizar a caixa de líquido com maior frequência. Limpe-a a cada 15 dias. 
Que lixo pode ir para a composteira?
Nem todo lixo pode ir para a composteira. 
O que pode:
  • Cascas da maioria das frutas e vegetais;
  • Casca de ovo;
  • Borra de café.
O que NÃO pode:
  • Alimentos processados e cozidos (como restos de comida);
  • Restos de temperos, como cebola e alho;
  • Restos de frutas cítricas;
  • Laticínios e carne (de qualquer tipo).

Emergência climática continua a matar nas cidades brasileiras

por Fabiana Alves
 Mortes de pessoas por deslizamento de terras em função de fortes chuvas em Recife é mais um triste alerta da necessidade de adaptação das cidades aos impactos do aquecimento global
Vista aérea de Olinda após fortes chuvas © Reprodução/TV Globo
A capital pernambucana foi o primeiro município do estado a declarar seu próprio Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas. Infelizmente, antes do Plano ser concretizado, vieram as fortes chuvas esta semana, que causaram deslizamento de terras e a morte de, até o momento, mais de uma dezena de pessoas
Essas pessoas não são estatísticas, são vidas perdidas mediante à urgência de se agir para enfrentar as alterações no clima da Terra causadas pela ação humana, que ficarão ainda mais graves. A maioria das vítimas morava em áreas de risco de deslizamento, locais sensíveis que seriam mapeados pelo Plano de Adaptação do Município para embasar políticas que devem preparar a cidade para enfrentar esta nova realidade climática – sejam chuvas cada vez mais fortes e abundantes em períodos concentrados ou longas estiagens.
A mudança do clima não pode mais ser vista como uma alteração que causa estragos em locais distantes dos brasileiros, é uma emergência que deve ser tratada com a urgência necessária para evitar que o número de mortes aumente. E justamente quem já vive em áreas de risco merecem atenção especial.
As vítimas desta semana foram as que menos contribuíram para o aquecimento do planeta, porém estão entre as que já tiveram que pagar essa conta com suas próprias vidas. Essa é a triste realidade da desigualdade em meio ao enfrentamento do aquecimento global, e de que os brasileiros não estão imunes, como mostramos no documentário O Amanhã é Hoje.  
Os Planos de Adaptação às Mudanças Climáticas devem ser realizados por cidades de todo o país. E o Governo Federal deve agir para que os verdadeiros grandes emissores de gases de efeito estufa (GEE) paguem pelas vidas de quem menos contribui para as catástrofes climáticas: os desmatadores e grandes indústrias do petróleo em conjunto com a omissão e lentidão do governo local em adaptar seus municípios para proteger seus cidadãos. 
Até então, governos e empresas pouco ou quase nada têm feito para que o Brasil deixe de ocupar o sétimo lugar entre os países que mais contribuem para o aquecimento global. Hoje, quem vai para as ruas pedir por ações efetivas são crianças e adolescentes do mundo todo. 
Aqui no Brasil, no próximo dia 20 de setembro, nós estaremos junto com eles na grande Greve Global pelo Clima, uma grande mobilização liderada por jovens para cobrar governos e empresas a responsabilidade pela inação e destruição. 
A emergência climática já começou e devemos correr para não perdermos nenhuma vida a mais. A culpa não é do clima, é daqueles que causam o aumento da emissão no planeta e dos que se omitem a agir para adaptar e mitigar os estragos em curso.

Agricultura familiar, a solução para os nossos pepinos

por Mariana Campos e Rosana Villar

Produtores familiares provam que é possível colocar comida na nossa mesa com qualidade e sem veneno  Você sabe de onde vieram o feijão, a mandioca e o pepino do seu almoço hoje? Provavelmente, de agricultores familiares. E hoje, 25 de julho, é o dia deles. Responsáveis pela produção de 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros e representando 77% dos empregos da agropecuária do país, eles merecem todas as homenagens. [Conheça três histórias incríveis ligadas à agricultura familiar ao final do blog]. 
Os agricultores familiares são a maior prova de que é possível produzir comida sem agrotóxicos. Embora nem todo agricultor familiar seja 100% orgânico ou agroecológico, eles são os protagonistas desse tipo de cultivo, que respeita os processos da natureza, evitando impactos negativos na nossa saúde e na do meio ambiente. 
A demanda por alimentos agroecológicos vem crescendo, mas ainda representa muito pouco da nossa produção. Hoje, a agricultura familiar ocupa apenas um quarto das terras usadas para a agricultura no Brasil. Nossos governantes precisam incentivar a produção de alimentos de qualidade, mas insistem em continuar de mãos dadas com um modelo extremamente tóxico: esta semana, o governo liberou mais 51 agrotóxicos, totalizando 290 substâncias em menos de 8 meses
‘Alimentar toda a população sem agrotóxicos’? Eu ouvi direito?
Os ruralistas e outros grupos proprietários de grandes porções de terra no Brasil têm todo o interesse em dizer para você que não dá para cultivar alimentos sem agrotóxicos. Isso porque eles lucram, e muito, defendendo monoculturas entediantes que fazem uso massivo de veneno, consomem muito mais água e esgotam o solo. Mas, enquanto eles enchem seus bolsos de dinheiro, a população se enche de veneno. 
Já nós defendemos uma agricultura que valoriza a biodiversidade e é muito mais cuidadosa com o meio ambiente, a nossa saúde e os trabalhadores do campo. E sim, é possível produzir sem veneno. Com uma transição adequada, que leve em consideração fatores como distribuição, comercialização e consumo, a produção agroecológica é capaz de alimentar todo o planeta
Para que essa transição aconteça, precisamos de políticas públicas. O papel do governo é fundamental, tanto para incentivar os produtores a migrar para formas mais ecológicas de produção, oferecendo subsídios e assistência técnica, quanto para gerar renda e desenvolvimento local. Por exemplo, o governo poderia trocar as absurdas isenções fiscais para agrotóxicos por isenções fiscais para quem produz  orgânicos, e colocar em prática os Programas de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA e PNAE). De modo geral, a solução existe e tem nome: é a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNaRA), que tramita no Congresso.
A agricultura convencional é altamente prejudicial ao planeta e está esgotando os recursos naturais. Se não mudarmos urgentemente para formas mais sustentáveis de produzir nossa comida, entraremos em colapso. 

O que a agricultura familiar tem de bom?

  • Produz alimentos saudáveis e nutritivos, como frutas e legumes, permitindo uma dieta mais diversa, que combate a obesidade e a desnutrição;
  • Segue práticas que preservam o meio ambiente e a biodiversidade, sem provocar mais desmatamento nem demandar uso intensivo de água, esgotamento do solo e aumento das emissões de gases de efeito estufa;
  • Respeita os trabalhadores do campo;
  • Gera muito mais empregos, ao contrário do modelo convencional, que é limitado nesse sentido por ser altamente mecanizado;
  • Garante a segurança alimentar, porque a diversidade de produtos aumenta as chances da produção se sustentar e fornecer alimentos no longo prazo.

Confira algumas histórias de agricultores familiares

De planta em planta, uma feira inteira!
Seu Domingos diz que precisa de assistência técnica © Marizilda Cruppe/ Greenpeace
Para todo o lado que se olhe na propriedade de Domingos Ramos, no município de Carolina (MA), se vê um “pé de alguma coisa”, tudo orgânico: melancia, abóbora, pepino, maracujá, maxixe. “A gente tem que variar as coisas para poder vender, se plantar muito de uma coisa, acaba não vendendo. Então a gente planta de tudo que é salada, um gosta de uma coisa, outro gosta de outra”, explica o produtor. E a lista continua. “No inverno a gente planta na área alta e no verão a gente vai para a baixada. No verão são as roças de arroz, milho, feijão e mandioca. No inverno, aí a gente planta verdura, alface, cheiro verde, pimentão, pimenta”.
Domingos não gosta do que vê do lado de fora de seu sítio: o desmatamento e a monotonia das monoculturas parece sufocar sua forma de vida. “Aqui nós estamos muito perto do agronegócio, na região de Balsa já derrubaram tudo, na região do Sereno também. Eu tenho uma visão que para manter o Cerrado em pé e para a pessoa sobreviver tinha que ter alguma coisa e por um tempo tínhamos uma cooperativa de polpas aqui que ajudou muito, tanto que quando começava a época de fogo ficava todo mundo preocupado em cuidar”, lembra.
A cooperativa não durou muito, faltou apoio para o grupo poder crescer e se estruturar, mas Domingos é incansável. “Aqui o que mais a gente tem necessidade hoje para melhorar nosso trabalho é ter uma assistência técnica. Para melhorar e aumentar a produção, não dá para plantar de qualquer jeito. Por enquanto eu vou tentando, planto de um jeito, outra hora de outro, e o povo pergunta. Eu digo que uma hora dá certo!”
O sonho da produção 100% orgânica
mostrar o Miguel
Miguel: “Não é necessário esse tanto de agrotóxicos” © Rosana Villar/ Greenpeace
O agricultor Miguel Souza vive em um assentamento em Barreiras, no oeste da Bahia, e produz em sua pequena propriedade limão, mandioca, batata doce, alho, cana-de-açúcar, mamão… “Produzo o ano todo. Se dá vontade de plantar, eu vou lá e planto, que a produção é garantida”, conta. Sua freguesia fica a poucos quilômetros de casa e a produção é toda vendida diretamente para os moradores de Barreiras. “Entrego de moto”. Hoje, mais de 90% de sua produção é orgânica, ele produz seu próprio repelente defensivo e traz a sabedoria sobre a terra de quem viveu muitas gerações no campo.  
“Meu pai e meus avós trabalharam a vida inteira com orgânico, porque naquela época nem tinha dessas coisas, e depois a gente percebe que não é necessário esse tanto de agrotóxicos, principalmente para nós que plantamos em pequena escala”, defende. “O manejo com plantas que são repelentes, como o quiabo, o gergelim, a mamona, esse conhecimento de como as plantas interagem e o ciclo dos insetos e das plantas, isso tudo ajuda”.
O único item que separa Miguel de sua sonhada plantação inteiramente orgânica é o alho, cujas sementes selecionadas são compradas de uma grande empresa, que lhe confere tratamento químico. “O que falta é tecnologia e desenvolvimento para a gente. Se a gente tivesse uma câmara fria para fazer as sementes, seria 100% orgânico”, lamenta. Miguel é mestre de obras por formação, mas foi a lida na terra que lhe proporcionou um rendimento estável e a companhia de sua família. “Não troco minha roça por nada”.  
Cerrado em forma de sorvete
mostrar o Bartolomeu
Bartolomeu e seu amor pelo Cerrado © Rosana Villar/ Greenpeace
O pequi tem o sabor da infância para Bartolomeu Xavier. Nos quintais de sua família, o jovem da caatinga provou os frutos do Cerrado pela primeira vez e gostou tanto que hoje dedica sua vida a produzir sorvetes com suas polpas, na sorveteria Sabores do Cerrado, que fica em Cristópolis (BA). Lá você encontra picolé de cagaita, murici, mangaba, araçá e, claro, pequi. “A gente faz os tradicionais também, leite condensado, chocolate, morango, o povo das comunidades prefere esses. Mas geralmente a pessoa que é de fora, de Salvador, gosta mesmo é das frutas do Cerrado”, conta.
A produção artesanal conta com o fornecimento de 10 produtores familiares, que coletam e lhe entregam diferentes tipos de frutas. “Uma das fornecedoras me entrega a polpa, pois ela já tem os conhecimentos de higiene e faz tudo de acordo com as normas de segurança. As outras eu tiro a polpa na sorveteria. Essas sementes eu guardo e fazemos mudas em uma estufa. Assim elas são distribuídas de volta para os produtores”, explica.
Para Bartolomeu, se os pequenos produtores tivessem mais apoio, seu negócio poderia ir mais longe e a comunidade toda seria beneficiada. “Antes de pensar em crescer, tenho que pensar como montar uma cooperativa de extração de frutos. Mas para mim também não é fácil, minha maior limitação é financeira”, conta. “O que me mantém nesse trabalho é o amor pelo Cerrado”.

Wednesday, July 24, 2019

Four reasons why the International Seabed Authority probably won’t protect our oceans

by Louisa Casson

Activists from around the world have sailed on board the Greenpeace ship Esperanza, to join in a peaceful assembly in front of one of the battlegrounds for protecting the deep oceans from monster mining machines: the International Seabed Authority (ISA), which is hosting its 25th Assembly in Kingston, Jamaica.
Created in 1994, the ISA is meant to organise and regulate deep sea mining activities in the international seabed (outside of national waters.)
But – spoiler alert – far from protecting our oceans, they are selling it off to greedy industries that are trying to plunder our ocean floor for profit. 
Here are four reasons why we can’t trust the ISA to take care of our precious seabeds.
Esperanza in Jamaica with Banner. © Bárbara Sánchez Palomero / Greenpeace
‘No Deep Sea Mining’ Banner on the Greenpeace ship the Esperanza, in Kingston, Jamaica. © Bárbara Sánchez Palomero / Greenpeace
Reason 1: They are obsessed with deep sea mining
Currently, ocean law focuses more on the right to exploit marine resources in international waters than on a duty to protect them.
The ISA has no capacity to protect deep sea environments from the build up of different stresses – whether from drilling and mining, or from threats associated with climate change and plastic pollution. Nor does it have the ability to protect marine life in the broader ocean that could be threatened from toxic plumes, noise, and light pollution as a result of deep sea mining.
Reason 2: They ignore environmental concerns
The ISA’s environmental impact assessment (EIA) process has been criticised for prioritising development of deep sea mining over protection: EIAs are carried out by mining companies and not independently verified. Nor are they shared with the governments who are deciding on whether to grant a permit, let alone the public at large. 
Of the people who make the decision on what environmental considerations need to be made only three out of 30 members have biological or ecological expertise. Meeting behind closed doors, this commission keeps key information about what is being found by contractors in the deep sea confidential – including when companies are breaching standards.
Reason 3: They’re consistently on the side of the deep sea mining companies
In practice, the ISA has already started selling off some of the great wonders of the deep ocean to explore for deep sea mining. They have never yet turned down a licence application for exploratory mining –  even those covering amazing places like the Lost City that global nature treaties have highlighted as ecologically important.
And some members of the ISA do have a very cosy relationship with industry: corporations have begun speaking on behalf of governments at ISA meetings, and some government applications for exploration contracts have even been prepared and funded by deep sea mining companies.
Reason 4: They are undermining negotiations towards a strong Global Ocean Treaty 
The ISA is lobbying for a weaker Global Ocean Treaty, one that would be less able to overcome the fragmented ocean governance that is driving marine life to the brink of destruction. 
In fact, they responded to Greenpeace International’s latest report “In deep water” by saying that it is inaccurate – despite a chorus of voices from scientists and environmental experts rallying for stronger protection of the deep sea. 
The ISA Secretariat even said that the fact that Lost City has been designated by global nature treaties as ecologically significant “has no relevance”, which shows exactly why we need a Global Ocean Treaty to put marine protection first. 
A strong Global Ocean Treaty could pave the way for the creation of a network of ocean sanctuaries that will be off limits to all forms of industrial exploitation, including deep sea mining, as well as raising environmental standards that put protection, not exploitation, at the heart of how we manage the global oceans.
Join the movement and sign the petition for a strong Global Ocean Treaty.
Louisa Casson is a campaigner with Greenpeace UK on board the Greenpeace ship Esperanza.

Tuesday, July 23, 2019

https://apolloinrealtime.org/11/

by Isis Wiedmann

June was the hottest month our planet has ever experienced and we’re set to experience our hottest July ever. Europe registered record temperatures, with parts of France hitting a scorching 45.6º C. In India, an extreme and record-breaking heat wave exceeding 50°C killed dozens of people, and it’s set to get worse; experts predict parts of the country could become too hot for human life by the end of the century. That’s if nothing is done.
Greenpeace activists placed a huge pan with a “fried planet” off the coast of La Manga del Mar Menor, Spain. ©Greenpeace/CopterClouds
Across the world, scientists, leaders, people of all ages, are calling for more action on our changing climate; a growing emergency that’s already costing lives globally.
A recent study shows that three quarters of the world’s cities will have different climates by 2050. Madrid will feel like Marrakech, London like Barcelona, and Stockholm like Budapest. Delhi, Beijing, Washington, and Jakarta will experience weather like no other city on the planet. The northern hemisphere will become sub-tropical and the tropics will become dry. The future is dangerously uncertain.
Things are heating up for all of us
Between 2000 and 2016, the number of people around the world exposed to heat waves increased by around 125 million, and eight out of the 10 hottest years on record have been in the last 10 years. During the same period we’ve also seen the warmest ocean on record, with 2018 being the hottest yet. Europe’s summers and winters will see a temperature increase of 3.5° C and 4.7° C. It’s a scary upward trajectory.
Currently around 30% of people are exposed to deadly high temperatures for a period of 20 days or more per year. This number is expected to increase to 48%. In fact, extreme heat events are responsible for more deaths annually than hurricanes, lightning, tornadoes, floods, and earthquakes combined.
Stop Fossil Fuel Action in Sicily, Italy. © Francesco Alesi / Greenpeace
Greenpeace activists take action against the oil drilling platform Prezioso, off the coast of Sicily, Italy. © Francesco Alesi/Greenpeace © Francesco Alesi / Greenpeace
Climate change has no borders 
The consequences of extracting and burning fossil fuels – deadly air pollution, climate change, water shortages, and environmental destruction – transcend borders, and affect all of us.
Coal, the world’s worst contributor to climate change, accounts for 46% of global C02 emissions, and supplies a quarter of the total EU electricity production. The EU’s energy sector is responsible for 75% of the EU’s greenhouse gas emissions
European decision makers are dangerously stalling the transition from fossil fuels to renewable energy, for fear it will disrupt economies and upset voters. However, according to the European Commission, achieving net zero emissions would create more jobs, generate hundreds of billions of Euros in health benefits, and trillions in savings from fossil fuel imports.
Uniting together to save our climate
Across the world, people are joining together to demand action locally and globally. Last year, tens of thousands of people participated in protests across Europe when a coal mine threatened to swallow the ancient Hambach Forest in Germany. Over one million school strikers have followed the example of Swedish climate activist Greta Thunberg, who started “Fridays for Future”; a movement for action on climate, that continues every week.
Between May and October this year, Greenpeace is calling on people to ‘Unite for Climate’ by touring across Europe, over land and sea, to support the growing climate and energy battle. The tour will expose barriers to energy transition, connect community opposition to fossil fuels, and show the impacts of climate change. Greenpeace climate activists have already taken already action in Greece, Italy, Spain, and the action continues.
Join us via #UnitedForClimate, and follow our tour via the United for Climate map: 


Saturday, July 20, 2019

Por que precisamos proteger os mistérios da Cidade Perdida?

por Gretchen Fruh-Green, Greenpeace

Descobrir a Cidade Perdida foi uma das experiências mais emocionantes da carreira de uma cientista suíça. Mas sua descoberta está agora ameaçada pela mineração Imagine a emoção de fazer uma descoberta no fundo do mar, de algo totalmente inesperado. Foi o que aconteceu com a cientista Gretchen Fruh-Green, que em 2000 descobriu a Cidade Perdida, nas profundezas do oceano Atlântico. Ela é pesquisadora sênior do Departamento de Ciências da Terra na Universidade ETH-Zurich, na Suíça, e escreveu um texto para o Greenpeace. Aqui ela fala sobre como foi encontrar essa formação geológica e o medo que têm de ver tudo isso destruído pela indústria da mineração.
Essa história começou há 20 anos… Eu estava em uma expedição mapeando o fundo do mar, tirando fotos e apenas observando o local, sem nenhuma pretensão de encontrar algo muito especial. Mas de repente, como que num tropeço de sorte, nos deparamos com o que se tornou simplesmente surpreendente.
A Cidade Perdida ainda é um mistério a ser descoberto. Por isso, alguns artistas usam imaginação e talento para ilustrar como ela pode ser
A Cidade Perdida ainda é um mistério a ser descoberto. Por isso, alguns artistas usam imaginação e talento para ilustrar como ela pode ser © Tom Clohosy Cole
Não sabíamos exatamente como nomear o que estávamos vendo. Então, recorremos ao que já tínhamos em mãos em termos de conhecimento científico. Enxergamos corais e depois enormes estruturas brancas: fontes hidrotermais em forma de torres e chaminés que emitem água quente no fundo da terra.
Algumas daquelas fontes hidrotermais tinham uma forma decatedrais – o motivo pelo qual meus colegas passaram a chamar a descoberta de Cidade Perdida. E o nome caiu muito bem, até porque estávamos em um navio de pesquisa chamado Atlantis, mapeando uma montanha que levava o nome de Atlantis Massif.
É difícil descrever a real beleza da Cidade Perdida – tamanha admiração que tenho por aquela área. Eu sou capaz de ficar horas assistindo um vídeo sobre ela. É difícil acreditar que a 800 metros de profundidade, no fundo do mar, há cores, corais e até mesmo caranguejos. O que eu quero dizer é, em um lugar tão profundo, sem quase nada de luz, por que as coisas precisam de cor?
Mauve Stinger Jellyfish - Deep Sea Life in the Azores. © Greenpeace / Gavin Newman
Essa espécie de água-viva cresce até 10 centímetros de diâmetro. Quando um mar calmo é perturbado por um barco, ela é capaz de produzir flashes de luz. © Gavin Newman / Greenpeace
Até hoje, eu ainda fico extremamente animada diante da chance de voltar para a Cidade Perdida. É como voltar para aquele lugar especial que você não vê a hora de chegar as férias para ir de novo.
Eu estive lá 4 vezes. Eu adoraria ir mais vezes, mas expedições científicas têm um custo muito alto, e por isso estamos levando anos para obter mais informações sobre essa descoberta tão surpreendente.
Até então, nós nunca encontramos outras áreas como essa em todo o Atlântico. E não sabemos como esses sistemas se formaram ou como eles conseguiram se manter durante milhares de anos. Isso nos faz pensar quantas surpresas mais ainda podem estar por aí, nas profundezas dos oceanos, e que não temos ideia de que existam.
A Cidade Perdida pela imaginação da artista ©Catalina Estrada
A Cidade Perdida pela imaginação da artista ©Catalina Estrada
Toda vez que chegamos ao fundo do mar, onde está a Cidade Perdida, voltamos com mais perguntas do que respostas. Será que ela guarda informações sobre como foi o início da vida na Terra? Nós ainda não sabemos.
Em alguns anos, nós teremos mais respostas. Mas apesar de acreditarmos nisso, nunca poderíamos dizer: espere 10 anos e então a área poderá ser destruída. Na ciência, o trabalho de investigação pode ser eterno.
Eu sou uma grande defensora de que a Cidade Perdida seja protegida. Hoje, ela está ameaçada pela indústria predatória da mineração. Como cientista, digo que qualquer dano pode comprometer um universo submerso de mistérios que precisam ser estudados e desvendados.
Não há regras que impeçam a visitação à Cidade Perdida. Lá não existe governo, políticos, e não é preciso pedir permissão para se aproximar e continuar descobrindo esse mundo tão rico e misterioso. Ela não pertence a mim e nem a ninguém. Eu apenas continuo a descobri-la.
É muito caro explorar regiões de mar profundo, mas à medida que as fontes de minerais vão ficando mais raras e escassas, a indústria busca novas fontes de exploração. Não podemos permitir que essas indústrias cheguem com suas dragas e escavadeiras e destruam nossos oceanos.
Nós não sabemos ao certo os danos que poderão ser gerados na química dos oceanos caso máquinas monstruosas cheguem ao fundo do mar. E não temos ideia do que vai ser destruído ou quais formas de vida serão ameaçadas ou até mesmo eliminadas. E porque não sabemos, não devemos ter cuidado?
E não é apenas a Cidade Perdida que precisa ser protegida. Se nós pudermos compreender melhor o que está acontecendo neste pedaço de natureza profunda, acreditamos poder também aprender mais sobre como a vida na Terra começou e talvez até sobre os outros planetas.
Junte-se a Gretchen e seja mais uma voz a pedir por um Tratado Global dos Oceanos, que protege lugares como a Cidade Perdida e outras partes vulneráveis e importantes de nossos mares. Assine a petição e faça parte dessa história.

Thursday, July 18, 2019

Deep sea mining is not the future

by Louisa Casson

If you were planning to send monster machines down to a deep ocean habitat that’s full of creatures found nowhere else on Earth, you’d need a pretty good story to convince politicians that this was a good idea. Right now, that’s exactly what the deep sea mining industry is trying to come up with. 
Reckless deep sea mining companies are keen to start plundering the seabed for minerals and metals, risking irreversible wildlife loss and disturbing important carbon stores that could make climate change worse. When we’re facing a climate emergency, deep sea mining is clearly an awful idea.
So how is the industry’s PR machine trying to get politicians and the public to support this destructive industry?
Here are three myths about deep sea mining, and why they’re not what they seem:

Myth 1: It’s a green solution

Lost City artwork © Olivier Boiscommun
Lost City artwork © Olivier Boiscommun © Olivier Boiscommun
A handful of deep sea mining companies are promoting this risky business as a “green” solution. They claim that mining metals and minerals from the seabed is needed for clean energy solutions like renewables and electric car batteries. This includes the not-so-subtly named company DeepGreen, whose CEO told governments, “Personally, I get very uncomfortable when people describe us as deep sea miners.”
We should all get uncomfortable with this kind of greenwash. Deep sea mining is far from being a “green” solution and could even make climate change worse: The deep sea is one of our best defenses against climate change as sediment down there helps lock away carbon. Churning up the seabed could disrupt this natural ocean process, and lead to the release of this stored carbon into the ocean and atmosphere – leading to an increase in the earth’s temperature. 
What’s more, renewable energy experts have found that a global energy revolution – which would see us use 100% renewables by 2050 – can take place without deep sea mining. A study this year has shown that to keep the global average temperature rise to less than 1.5°C, we need to focus on more resource-efficient design and rapidly increase recycling of materials.S

Myth 2: It helps avoid human rights abuses

Lost City artwork © Bryce Wymer
Lost City artwork © Bryce Wymer © Bryce Wymer
Secondly, deep sea miners are trying to tell us that mining the deep sea is the only solution to avoid the human rights abuses, like child labour, hazardous working conditions, environmental and health risks, from mining on land. Defending human rights and conserving the environment are part of the same fight – and mining industries worldwide have undermined both. 
Although at first glance the link between deep sea mining and communities on land might not be obvious, given the fact that billions of people worldwide rely on healthy oceans for food security and climate protection, unnecessarily ripping up at the seabed would be a serious mistake. 
There is also no evidence that deep sea mining would replace or put an end to mining on land it would likely just open up another place to mine, thereby increasing the risks of yet more resource exploitation. 
The reality is that getting the minerals and metals for our tech doesn’t need to harm anyone – humans, animals or our environment. Which brings us onto the next myth…
Lost City artwork © Max Gustafson

Myth 3: It’s essential for your next phone

The third claim the deep sea mining industry love to make, is that the minerals and metals they want to rip out of the seabed are essential for keeping up with the world’s demand for smartphones and laptops.
These claims however haven’t been embraced or substantiated by the IT sector. Tech giants currently don’t have any materials mined from the deep sea in their supply chains right now and we want to keep it that way.  
Given the stark warnings from scientists about the huge risks of opening up the ocean floor for industrial mining, instead of getting behind this dangerous new industry, electronics brands need to signal that it’s time to move away from the endless exploitation of resources to a more ‘circular’ economy. 
E-waste, a term to describe electronic products that have become unwanted, obsolete or no longer work, is now the fastest-growing type of waste. A ‘circular’ economy system would see us move from the “take, make, waste” system we currently have for our electronics, that risks an ever-growing environmental impact, to one which minimises waste by recycling metals and minerals found in electronics and focuses on designing smarter gadgets that reduce the use of metals and minerals in the first place. 
We need stronger leadership from tech giants. Tesla and Panasonic have committed to phasing out cobalt, one of the target metals for deep sea mining, over the coming decade. But with deep sea mining companies ramping up their political lobbying against a strong Global Ocean Treaty that can protect marine life from exploitation, we need a stronger signal that deep sea mining has no future. 
Take action now and call on tech giants, including Google, Apple and HP, to stop their name being used to allow deep sea mining happen.
Leading scientists are calling for major change in our use of the Earth’s resources to reverse environmentally destructive and wasteful production and consumption patterns. The companies that want to mine the seafloor for profit are trying to claim they are essential to the future. They’re not. The future belongs to all of us – and a safe future means healthy oceans.
Louisa Casson is a campaigner on board the Greenpeace ship Esperanza 

Gabriel Bá e Fábio Moon imaginam a Cidade Perdida

por Milena Nepomucen

Conhecidos por seu trabalho na série The Umbrella Academy, os gêmeos quadrinistas deram cores e formas para um local ainda pouco visto nas profundezas do oceano Atlântico
Fábio Moon e Gabriel Bá
Fábio Moon e Gabriel Bá © Instagram Fábio Moon (@fabiomoon)
Quando você tenta imaginar uma cidade nas profundezas do oceano, como ela pareceria? Esse foi o convite que fizemos para Fábio Moon e Gabriel Bá, quadrinistas paulistanos, irmãos gêmeos, e reconhecidos tanto no Brasil, com os prêmios Jabuti e HQ Mix, quanto no exterior, vencendo duas vezes o Prêmio Eisner, considerado o Oscar dos quadrinhos. Os artistas deslancharam a carreira com seu trabalho independente, os Dez Pãezinhos, e conquistaram os Estados Unidos com Daytripper, Rolando e o mais recente The Umbrella Academy, que virou série na Netflix.
Desde o ínicio da carreira, os gêmeos roteirizavam diferentes histórias e ficaram conhecidos pela identidade singular na criação das artes. Os traços de Gabriel Bá são geométricos e compõe cenas com maior contraste, já Fábio Moon investe na pintura pincelada, criando quadros orgânicos. Com essa diferença de conceitos, mas com estilo harmonioso, os artistas são protagonistas de grandes convites e parcerias nos quadrinhos mainstream. Embora trabalhem majoritariamente em conjunto, a dupla também cria separadamente, escolhendo projetos que combinem mais com cada um.
Com toda essa criatividade, convidamos os dois irmãos a imaginar como seria a versão deles da Cidade Perdida, um local especial nas profundezas do Oceano Atlântico que só foi descoberto em 1977, mas que já tem cerca de 120 mil anos de idade. Nosso navio Esperanza, que está realizando a expedição de Polo a Polo este ano, passou por esta região.
Fábio e Gabriel fazem parte de um time seleto de artistas convidados ao redor do mundo que criaram uma verdadeira galeria de arte. Cada um criou um desenho diferente com muita inspiração na Cidade Perdida, os animais que habitam e as muitas vidas marítimas. Veja algumas dessas imagens:
Galeria de arte inspirada na Cidade Perdida
Galeria de arte inspirada na Cidade Perdida © Quentin Blake / Margaux Carpentier / Nina Cosford Middle / Tom Cole / Charlie Adlard / Gemma Correll Bottom / Kate Isobel Scott / Marcus Walters / Fábio Moon
“A noção de que ainda há tanto a descobrir e aprender nas profundezas dos oceanos é fascinante. Eu pensei em mostrar uma mãe das diversas espécies de animais das regiões profundas, o polvo Dumbo, mostrando para os filhotes polvinhos formações rochosas que se assemelham a torres de uma cidade, como que dizendo que essa cidade perdida continua ali, linda, deslumbrante, à salvo. É todo um ecossistema a ser preservado”, ressalta Fábio Moon.
Cidade Perdida criada por Fábio Moon
Cidade Perdida criada por Fábio Moon © Fábio Moon
Acompanhe o processo de criação do artista Gabriel Bá na produção de seu desenho e que ainda ressalta a importância de proteger os oceanos: “Não sabemos quase nada sobre as profundezas dos oceanos. Devemos protegê-los e todo conhecimento que eles guardam sobre o início da vida na terra, ao invés de pensar somente em explorá-los em busca de minérios.”
O resultado final ficou incrível.
Para conferir mais de perto o trabalho dos irmãos artistas, o Instagram deles é @gabriel_ba e @fabiomoon.
Faça parte desse amplo movimento pela proteção dos nossos oceanos: participe do nosso abaixo-assinado e mostre que você também se importa com eles.

sobre o(a) autor(a)

Assessora de imprensa e responsável pelo relacionamento com artista e influenciadores no Greenpeace Brasil.

Wednesday, July 17, 2019

Florestas: preservar ou preservar?

por Rosana Villar
 Hoje é o Dia de Proteção das Florestas, uma data para lembrar que existem pessoas que lutam todos os dias para defender tesouros insubstituíveis
A Amazônia é tão grandiosa que é difícil imaginar que uma força da natureza deste tamanho possa ser afetada pela ação humana. “Uma árvore a menos não vai fazer diferença”, diriam. “Oito mil quilômetros quadrados de desmatamento são insignificantes”, disse de fato o atual Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Floresta próxima ao Rio Tapajós, na região da Terra Indígena Sawré Muybu, do povo Munduruku, no Pará. Foto: Valdemir Cunha/Greenpeace. © Valdemir Cunha/Greenpeace
Mas, na verdade, a Amazônia tem um limite e, segundo estimativas recentes, estamos bem perto de atingi-lo. É o que os cientistas chamam de “ponto de não retorno”, quando a floresta não será mais capaz de exercer suas funções básicas, iniciando um processo de reação em cadeia irreversível, que mudará para sempre a paisagem e o clima no mundo.
Pesquisas recentes, que levam em consideração as mudanças que já podemos ver no clima,  sugerem que este ponto seria alcançado caso o desmatamento da Amazônia chegue 25% de sua área. Estamos bem próximos disso: só nos últimos 50 anos já perdemos quase 20% da floresta.
E a situação deve piorar rapidamente, segundo os últimos dados de alertas do desmatamento na Amazônia, divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), houve um aumento de 88% no número de alertas em junho de 2019, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Embora não sejam os dados consolidados do desmatamento, eles apontam um cenário alarmante. Apenas no último ano, cerca de 1 bilhão de árvores foram derrubadas, uma área equivalente a mais de 5 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Quase tudo, de forma ilegal.
A Amazônia é fundamental para a distribuição de umidade pelo continente e para o controle do clima em todo o mundo. Isso não é fake news, é algo que vem sendo provado e comprovado pelos mais diversos ramos da ciência. Mas negar sua importância é bom para os negócios de quem lucra com a destruição da floresta. Ou você achou que eles estavam preocupados com o seu futuro?
Para estas empresas e políticos vale a pena desmatar, vale a pena colocar em risco a vida das futuras gerações, vale a pena criminalizar quem trabalha para proteger a floresta. Mas, para nós, não.
Estou há cinco anos nessa missão de tentar “salvar as florestas” junto do Greenpeace e a verdade é que trabalhar como ambientalista não tem “mamata” nenhuma, como gostam de dizer políticos e ruralistas. Nossa vida não tem almoço grátis de lagosta pago com o dinheiro do contribuinte. Na maior parte do tempo é só estrada de lama, mosquito e noites acordada preparando as histórias e denúncias que contaremos ao mundo. Sem contar a violência a que estamos expostos: nos últimos dois anos, o Brasil foi considerado o país mais perigoso do mundo para lutar pela defesa da terra, da água e das florestas.
Não há glamour em proteger a floresta. Mas não há um só dia na minha vida que eu não sinta que estou onde deveria estar, fazendo o que deveria fazer. Proteger a floresta importa e nós devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. Todos nós.
Faça parte do abaixo-assinado e exija que empresas e governos tomem uma atitude.

ASSINE E PRESSIONE AS EMPRESAS

Tuesday, July 16, 2019

Greve Global pelo Clima: jovens do mundo todo pedem nosso apoio

por Greenpeace Brasil

O Brasil faz parte desse movimento mundial e um encontro realizado em São Paulo coloca a cidade na agenda das mobilizações
Reunião da Coalizão SP pelo Clima na Paulista Aberta
Reunião da Coalizão SP pelo Clima na Paulista Aberta © Zedu Moreau
Uma juventude lúcida e articulada parece enxergar bem mais do que os adultos o fato de estarmos equivocados quanto ao nosso modo de vida. Já passou da hora de pararmos para ouvir o que eles têm a dizer e refletirmos juntos sobre o que precisamos fazer para evitar um futuro próximo e alarmante. Se nos próximos 12 anos, a temperatura média do planeta aumentar mais de 1,5 graus Celsius, os impactos no nosso modo de vida serão radicais, afetando nossos alimentos, nossa saúde, nossas casas. Quem já sente as primeiras consequências são, claro, os mais pobres – quem menos contribui para este cenário é quem menos consegue se defender.
Para chamar a atenção do poder público e de toda a humanidade sobre essa emergência climática, jovens do mundo todo convocam para a Greve Global pelo Clima, em setembro.
Aqui no Brasil, alguns grupos já começaram a se articular. No último domingo, dia 14 de julho, cerca de 50 pessoas entre ativistas, representantes de ONGs e movimentos sociais se reuniram na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, para construírem juntos as próximas ações para a mobilização. Nós, é claro, estivemos por lá!
Em um encontro de microfone aberto, todos puderam sugerir caminhos e expor ideias para um dos maiores desafios: fazer com que a população entenda a urgência do tema e se engaje nessa mobilização. Afinal, defender o clima estável é defender uma vida saudável, segura e em harmonia com o planeta. As ações humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, são as principais aceleradoras do aquecimento global.
A Greve Global pelo Clima ganha força e se conecta com o movimento Fridays for Future (Sextas-feiras pelo Futuro), liderado pela jovem sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que em uma sexta-feira de agosto do ano passado começou a protestar sozinha em frente ao parlamento sueco, em Estocolmo, para chamar a atenção da inação dos políticos diante da ameaça desta emergência climática.
No Brasil, essa articulação para a Greve Global pelo Clima já começou – faça parte deste movimento.

Saturday, July 13, 2019

How an Instagram hashtag is inspiring thousands to protect the oceans

by Greenpeace International

If you follow artists and illustrators on Instagram, it is likely you’ve come across the #DrawThisInYourStyle challenge, where artists recreate others illustrations in their own unique style. 
Now the hashtag is being used to help bring to life a small, unique and unknown part of the ocean which is at risk from the mining industry. 

Discovering the Lost City 

In the middle of the Atlantic Ocean, over 750 metres below the water, sits a place called the Lost City. Discovered just 20 years ago, it’s called the Lost City because the giant chimney shaped hydrothermal vents make it look like an abandoned metropolis. 
Its discovery has opened up a new chapter for science,  challenging what people thought about life on Earth. Some are even asking if it holds the key to where life started
But, the discovery of the unique ecosystems has attracted the interest of mining industries. 
The areas around the big venting chimneys also contain rare earth minerals. The deep seabed mining industry wants to scoop, dredge, and destroy places like the Lost City with gigantic machines that look like something straight out of a sci-fi horror film. 
All of the beauty the Lost City holds could be irreversibly damaged – before anyone even fully understands what is there. 

#TheLostCityInYourStyle Challenge 

Art has always been able to show the beauty and wonder of far away places. That’s why we put the call out to artists across the globe to help bring the Lost City and all its wonders to people everywhere.  
The incredible Quentin Blake (yes, the one who illustrated all those books written by legendary author Roald Dahl) and Charlie Adlard (best known for his work on The Walking Dead comic books) kicked off the challenge. 

Charlie Adlard

(Instagram: @charlie_adlard)
Charlie Adlard's artwork
Their creations show the beauty and strangeness of the Lost City. Strange animals with character and beautiful colours and formations usually hidden under the dark ocean depths. 

Quentin Blake

(Instagram: @quentinblake)
Quentin Blake's artwork
Quentin also depicts the looming threat of the deep sea mining industry. A drill cracking open the earth without a creature in sight. 
Quentin Blake's artwork depicting the destruction of the Lost City
Other artists also took up the challenge. Either choosing to showcase the beauty and the threat or focusing in on the magical place of the Lost City to inspire its protection. Take a look…

Alain Bardet

(Instagram: @alain_bardet)
Alain Bardet
Alain Bardet's artwork

Bo Xu

(Instagram: @boxudesign)
Bo Xu's artwork

Bryce Wymer

(Instagram: @brycewymer)
Bryce Wymer's artwork

Catalina Estrada

(Instagram: @catalinaestrada)
Catalina Estrada's artwork
Catalina Estrada's second artwork

Chris Riddell

(Instagram: @chris_riddell)
Chris Riddell's artwork
Chris Riddell's second artwork

Claude Pelet

(Website: cpelet.fr)
Claude Pelet's artwork

Daniel Frost

(Instagram: @danielfrostillustration)
Daniel Frost's artwork

Emma Shoard

(Instagram: @emmashoard)
Emma Shoard's artwork
Emma Shoard's artwork

Essy May

(Instagram: @essy_may)
Essy May's artwork

Fábio Moon

(Instagram: @fabiomoon)
Fabio Moon's artwork

Gabriel Bá

(Instagram: @gabriel_ba)
Gabriel Ba's artwork

Gael de Meyere

(Website: gaeldemeyere.com)
Gael De Meyere's artwork

Gemma Correll

(Instagram: @gemmacorrell)
Gemma Correll's artwork

Guillaume Bianco

(Instagram: @guillaumebianco)
Guillaume Bianco's artwork

Hubert Reeves

(Website: hubertreeves.info)
Hubert Reeves's artwork

Jan Bosschaert

(Website: janbosschaert.be
Jan Bosschaert's artwork

Johan de Moor

(Instagram: @johandemoor4645)
Johan De Moor's artwork

Kate Isobel Scott

(Instagram: @kateisobelscott)
Kate Isobel Scott's artwork

Katharine Mary Hill

(Instagram: @katharinemaryhill)
Katharine Hill's artwork

Kristjana S Williams

(Instagram: @kristjanswilliams)
Kristjana S Williams' artwork
Kristjana S Williams' artwork

Lauren Rolwing 

(Instagram: @LaurenRolwing
Lauren Rolwing's artwork
Lauren Rolwing's artwork

Marcus Walters

(Instagram: @marcuswalters)
Marcus Walters' artwork
Marcus Walters's artwork

Margaux Carpentier

(Instagram: @margauxcarpe)
Margaux Carpentier's artwork

Max Gustafson

(Instagram: @gustafson.max)
Max Gustafson's artwork

Max Lewko

(Instagram: @maxlewko)
Max Lewko's artwork
Max Lewko's artwork

Nina Cosford

(Instagram: @ninacosford)
Nina Cosford's artwork
Nina Cosford's artwork

Olivier Boiscommun

(Instagram: @olivier_g_boiscommun)
Olivier Boiscommun's artwork

Pascale Hecquet

(Website: grifagraf.com)
Pascale Hecquet's artwork

Paté

(Instagram: @pate_on_toast)
Pâté's artwork

Peyo

(Instagram: @smurfs.official)
Peyo's artwork

Sally Fisher

(Instagram: @sallyfisherart)
Sally Fisher's artwork
Sally Fisher's artwork

Sam Dunn

(Instagram: @xsamdunnx)
Sam Dunn's artwork

Shoko Lee

Instagram: @shokoleeartist)
Shoko Lee's artwork

Tanya Saunders

(Instagram: @makeandpaint)
Tanya Saunders' artwork
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Tom Cole

(Instagram: @tomclohosycole)
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Virginie Morgand 

(Instagram: @virginie.morgand)
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Yan Le Pon

(Website: yan-board.blogspot.com)
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