Wednesday, June 4, 2014

Nova ação contra madeira ilegal na França

Ativistas protestaram durante feira internacional de madeira


Ação do Greenpeace na entrada da feira internacional de madeira na Europa (© Greenpeace)

Na manhã de hoje,  ativistas do Greenpeace abriram uma faixa na entrada da maior feira internacional de madeira da Europa, que ocorre em Nantes, na França. O banner dizia: “Madeira ilegal: entrada principal aqui”.
A ação, que tem como objetivo denunciar o problema da madeira ilegal na Amazônia brasileira, foi a segunda desse tipo na França. No dia 22 de maio, ativistas embargaram simbolicamente um carregamento de madeira brasileira no porto de La Rochelle.
A Europa é um mercado chave para a exportação de madeira tropical da Amazônia brasileira: um terço de toda a madeira exportada da região vai para países da União Europeia. A França, por sua vez, é o maior importador europeu de madeira da Amazônia brasileira e o maior importador de ipê.
“O Greenpeace está denunciando a hipocrisia dos importadores de madeira que estão participando dessa feira”, disse Jérôme Frignet, da Campanha de Florestas do Greenpeace França. “Apesar do regulamento europeu sobre madeira que entrou em vigor em março do ano passado, a França continua sendo parte do problema da madeira ilegal”.
Por ser um grande comprador, a União Europeia editou, em março de 2013, um regulamento de combate à importação de madeira ilegal. De acordo com ele, as importadoras são responsáveis por avaliarem seus fornecedores e tomarem as ações necessárias para prevenir que a madeira ilegal e seus produtos entrem em sua cadeia de suprimentos. Este regulamento, porém, deve ser implementado por cada país individualmente, criando estruturas legais e administrativas para fazer valer as regulações e, quando necessário, impondo sanções à empresas que as desrespeitem.
Quando importam de países ou regiões de grande risco, como é o caso da Amazônia brasileira – e principalmente do estado do Pará, onde, segundo dados do Imazon, entre agosto de 2011 e julho de 2012, 78% das áreas com atividades madeireiras no Pará não tinham autorização de exploração – espera-se que os importadores tomem um cuidado ainda maior para evitar a compra de madeira ilegal.
Porém, as recentes investigações do Greenpeace descobriram que importadoras europeias comercializaram com empresas que recebem madeira "lavada" com documentos oficiais como o GF3 (Guia Florestal para Transporte de Produtos Florestais Diversos), um documento oficial do estado do Pará utilizado para comprovar a origem da madeira. Como forma de protesto, os ativistas franceses também distribuíram cópias simbólicas do GF3 para os participantes da feira.
O Greenpeace pediu ao governo francês para colocar em prática o Regulamento de Madeira da União Europeia, fazendo-se cumprir os meios de controle e o sistema de sanções. “Diante da situação atual, em que o setor está totalmente fora de controle e que papéis oficiais não garantem a legalidade dessa madeira, os países importadores, como parte do problema, precisam ter mecanismos eficazes e seguros pra garantir a origem dos produtos que compram”, disse Marina Lacôrte, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.

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