Thursday, June 12, 2014

Começa a Copa das Tropas

A Copa do Mundo no Brasil começou com a repressão de uma manifestação pacífica na Zona Leste de São Paulo com o uso desproporcional de força pela Polícia Militar de São Paulo. Diversos manifestantes e jornalistas, incluindo uma repórter da CNN, ficaram feridos e pessoas foram detidas. O Brasil nem entrou em campo contra a Croácia e o brasileiro que vai a rua reivindicar direitos de forma pacífica já ganhou bala de borracha, bomba de gás lacrimogêneo, tapa na orelha e demissões massivas de grevistas. Ao que tudo indica, esta não será a Copa das Copas, e sim a Copa das Tropas.
Manifestantes foram dispersados antes mesmo do início do ato marcado para ocorrer no metrô Carrão, em São Paulo. Na sequência, a mesma força policial encurralou manifestantes e trabalhadores dentro do Sindicato dos Metroviários, perto dali, no Tatuapé. A polícia lançou bombas de efeito moral no interior do prédio. Segundo os socorristas do GAPP (Grupo de Apoio a Protestos Populares), vinte e oito pessoas foram atendidas com ferimentos causados em decorrência do confronto, incluindo três socorristas.
No Rio de Janeiro, manifestantes foram fortemente reprimidos na região central da cidade. Metroviários e professores que entraram em greve nos últimos dias, além de serem reprimidos fisicamente pela polícia, foram também demitidos por decisão judicial.
Desde junho de 2013, e principalmente desde o início deste ano, temos vivenciado um recrudescimento da violência estatal contra as manifestações – sejam elas feitas por trabalhadores, estudantes ou indivíduos que decidiram exercer seu direito constitucional de livre expressão.
É inaceitável que o Estado continue usando seu aparato repressivo e meios judiciais para silenciar as vozes dissonantes. É lamentável que o governo insista em fechar os olhos e não estabeleça um canal de diálogo efetivo com os manifestantes que estão nas ruas buscando construir uma sociedade mais justa e democrática.
O Greenpeace repudia toda e qualquer forma de violência e repressão contra manifestantes. O direito de se manifestar é garantido pela Constituição, e o medo da truculência estatal não pode ser o motivo pelo qual brasileiras e brasileiros deixam de ocupar as ruas para demandar direitos básicos que lhes vem sendo negados: direito a transporte, moradia, educação, saúde, saneamento e um meio ambiente cuidado e equilibrado.

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