Tuesday, April 7, 2015

Aumento não, fim dos descontos sim!

Sabesp propõe aumentar a tarifa de água para a população enquanto Greenpeace pede pelo fim dos descontos aos grandes consumidores

A Sabesp declarou que pretende aumentar a conta de água para os consumidores em 13.87%, índice de reajuste duas vezes maior do que o do ano passado, de 6,4%.  Seguindo a lógica que trata água como mercadoria, e não como direito, o argumento usado para justificar tal aumento  é o de que, com o menor consumo de água decorrente da crise hídrica, a Sabesp está perdendo dinheiro. O que a companhia evita falar é que ela mantém contratos especiais com grandes consumidores que garantem descontos  a quem gasta mais água - abatimentos esses que geram perdas de pelo menos R$140 milhões por ano para a empresa, de acordo com estimativa do Greenpeace.
A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) abriu, no último dia 31, uma Consulta Pública sobre o aumento da tarifa. O Greenpeace enviou seu posicionamento sobre a proposta de Revisão Tarifária Extraordinária da Sabesp, denunciando a injustiça de se aumentar a tarifa para a população mas manter os descontos para grandes empresas que consomem mais água. Em carta enviada ao presidente da Arsesp, José Luiz de Oliveira, com cópias para o governador Geraldo Alckmin e para o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, o Greenpeace exige o fim desses descontos.
Mais de  14.000 pessoas já pediram pelo fim dos descontos ao governo do estado de São Paulo, Arsesp e Sabesp no site Água para Quem. O número demonstra o apoio da população para que o governo acabe com a injustiça de, em plena crise hídrica, ainda haver um mecanismo que diminua a conta de quem consome mais água.
Em nossa carta ressaltamos que não é correto sob nenhuma perspetiva que, enquanto cidadãos sofrem com cortes de água, e agora enfrentam a possibilidade de um aumento na conta,  empresas que consomem mais do que 500 mil litros de água por mês continuem a ser beneficiadas por uma medida que visa estimular o consumo e não a economia.
As medidas ambíguas da Sabesp na crise da água apenas demonstram mais uma vez a falta de planejamento na gestão dos recursos hídricos no Estado de São Paulo. Junte-se a nós e peça pelo fim dos contratos a grandes consumidores.

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