Friday, April 17, 2015

6 dias, 6 ativistas e 6 milhões de pessoas

Há um mês, seis ativistas a bordo do navio Esperanza, do Greenpeace, iniciaram uma travessia no Oceano Pacífico, na cola do navio Blue Marlin, que transporta a plataforma Polar Pioneer, da Shell, para explorar petróleo no Ártico. Já são mais de 8.000 milhas náuticas navegadas.

 Os ativistas interceptaram a plataforma da Shell no meio do Oceano Pacífico, 750 milhas a noroeste do Havaí. Eles escalaram a estrutura de 97 metros de altura e 38.000 toneladas em alto-mar, a fim de denunciar e mostrar ao mundo inteiro a ameaça que a plataforma representa. Os ativistas levavam consigo a mensagem de mais de 6,8 milhões de pessoas ao redor do mundo: Shell, não queremos você no Ártico. 
O grupo montou um acampamento na parte inferior do convés principal da plataforma Polar Pioneer e lá ficou por seis dias, durante os quais receberam suprimentos suficientes para permanecer acampados e se comunicar em tempo real com todo o mundo, apesar das centenas de quilômetros de distância da terra-firme.
A ameaça que a Shell representa para o Ártico é um assunto de suma importância e urgência: em março, o governo dos Estados Unidos aprovou a concessão de perfuração para a Shell no Mar de Chukchi, no Alasca Ártico. Isso significa que em menos de 100 dias, a Shell pode começar a explorar petróleo na região.
Como disse Johno Smith, ativista neozelandês: "Estamos aqui para ressaltar que em menos de 100 dias a Shell estará perto do Ártico para explorar petróleo. Esse ambiente antigo e prístino precisa de proteção para as gerações futuras e toda a vida que o chama de casa. Ao invés disso, as ações da Shell estão explorando o derretimento do gelo para aumentar um desastre causado pelo homem. As mudanças climáticas são uma realidade”.
A Polar Pioneer, que está sendo transportada pelo Blue Marlin, um navio de 217 metros de comprimento, é uma das duas embarcações da Shell que rumam ao Ártico para explorar petróleo esse ano. A segunda embarcação, Noble Discoverer, é um dos mais antigos navios de perfuração do mundo. Em dezembro de 2014, a Noble Drilling, uma das maiores empresas contratadas pela Shell no Ártico e proprietária do navio, declarou-se culpada de cometer oito crimes relacionados com as tentativas fracassadas da Shell para perfurar no Oceano Ártico em 2012.
A reação da Shell
A Shell sentiu a pressão. Sabendo que milhões de pessoas em todo o mundo são contra suas ambições destrutivas, a empresa conseguiu na justiça dos EUA proibir o Greenpeace e qualquer pessoa ligada a ele de se aproximar das embarcações da Shell. A Shell não quer somente nos calar, quer calar a todos que a querem fora do Ártico.
Agora, mais do que nunca, o movimento contra os planos da Shell cresce e se espalha. Neste momento, a plataforma está se aproximando de Seattle, que servirá de base para a exploração do Ártico. Milhares de pessoas como nós já estão lá, aguardando a chegada da plataforma para mostrar que a exploração no Ártico é perigosa e inaceitável. Não podemos permitir que a Shell ameace todo um ecossistema tão rico e frágil. E não vamos desistir. Salve o Ártico!

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