Monday, April 20, 2015

As 20 melhores fotos da Semana de M obilização Indígena

Mobilização Indígena em fotos: veja as melhores e mais bonitas imagens da semana de protesto dos índios em Brasília, onde ocorreu o Acampamento Terra Livre, com mais de 1,5 mil indígenas

Ontem (19) foi Dia do Índio. E a semana passada foi a semana do índio. Isso mesmo: entre os dias 13 e 16 de abril, aconteceu a Semana de Mobilização Nacional Indígena, organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e organizações parceiras. Foi na Esplanada dos Ministérios que mais de 1,5 mil indígenas se concentraram para o 11º Acampamento Terra Livre (ATL). A agenda foi repleta de protestos e articulações políticas. Mas cheio mesmo ficaram os olhos com tanta beleza e cores trazidas pelos povos indígenas e suas culturas riquíssimas.

Veja a seguir as 20 melhores fotos da Semana de Mobilização Indígena:
(© Lunaé Parracho / MNI)

 Foi durante a madrugada entre os dias 13 e 14 que os indígenas montaram o ATL, fincando bambus ao chão que serviram de armação para as lonas. Ao fundo, os prédios do Congresso Nacional

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(© Fábio Nascimento / MNI)

 Anastácio Peralta, liderança do povo Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, chega ao local do acampamento após longa viagem de ônibus. Um dos territórios indígenas desse povo, a TI Guyraroka, sofreu recente ataque do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo seu processo de demarcação anulado. Anastácio ressalta os interesses agropecuários: “o boi vale mais do que uma criança Guarani”.

 
 (© Lunaé Parracho / MNI)

 Ao armarem o ATL na madrugada, a silhueta de um grupo indígena foi projetada no Ministério da Defesa.


(© Fábio Nascimento / MNI)

 O sol já havia nascido e a montagem do ATL continuava. Nesse momento, contabilizava-se cerca de 1,2 mil indígenas na Esplanada dos Ministérios. De tarde esse número saltou para mais de 1,5 mil índios.



  (© Isabel Harari / MNI)

  Na parte da tarde do dia 14 os indígenas saíram em marcha rumo à Praça dos Três Poderes, para protestar contra o Supremo Tribunal Federal. Na foto, Isabel Xerente, que ainda mantém, nos seus mais de 90 anos, o doce sorriso e a força para continuar lutando. Ela disse: "nós queremos acabar com esse negócio que é a PEC 215, pelos nossos netos, tataranetos, pra viver sossegado e parar de ser perturbado pelo branco". O Povo Xerente é do estado de Tocantins.


 (© Fábio Nascimento / MNI)

 Artur Xerente aponta flecha para o Congresso Nacional durante a marcha. A dita “Casa do Povo”, simboliza um dos maiores ataques aos direitos indígenas: a PEC 215, que propõe transferir a criação de Terras Indígenas do Executivo (Funai e Ministério da Justiça) para o Legislativo (deputados e senadores). Dos pouco mais de 500 deputados, cerca de 200 compõem a bancada ruralista, movimento que mais agride os direitos indígenas. 


 (© Fábio Nascimento / MNI)

 Marcha chega à Praça dos Três Poderes e realizam vigília em frente ao Supremo Tribunal Federal, que em recente decisão restritiva e anti-indigenista anulou a demarcação de três Terras Indígenas: TI Guyraroka (Guarani Kaiowá), TI Porquinhos (Canela Apanyekrá) e TI Limão Verde (Terena).

 
(© Lunaé Parracho / MNI)

 Índio do povo Kayapó se ajoelha em frente à PM, que guardava o prédio do STF. Atrás dele, no canto esquerdo da foto, Lindomar Terena, que já discursou na ONU e é considerado uma das mais importantes lideranças indígenas nacionais. 


   (© Lunaé Parracho / MNI)

 Foto em perspectiva de índio fumando e um policial militar no plano de fundo durante a vigília ao STF

 
(© Fábio Nascimento / MNI)

 Vários povos indígenas presentes, ao chegarem ao STF, começaram a dançar e cantar músicas tradicionais de suas etnias. Na foto, roda de dança do Povo Xukuru, que veio do estado de Pernambuco. 

 
(© Fábio Nascimento / MNI)

 O dia seguinte (15) começou com mais uma marcha pela Esplanada dos Ministérios, e os indígenas se dirigiram ao Palácio do Planalto para protestar contra o Executivo. Mais de 20 Terras Indígenas fora de disputa precisam apenas da assinatura da presidente Dima para serem formalizadas, mas há tempo o governo fica só na promessa.

 
(© Lunaé Parracho / MNI)

 Uma conversa com Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, foi arranjada para a parte da tarde. Na foto, grupo de índios aguardam do lado de fora do Congresso Nacional.


 
 (© Fábio Nascimento / MNI)

 Reunião com Eduardo Cunha foi desanimadora: a comitiva de lideranças indígenas saíram insatisfeitas com discurso vazio e demagógico do deputado agora presidente do Congresso. Cunha disse não ser contra e nem a favor da PEC 215, mas não comentou sua participação na Frente Parlamentar Agropecuária, formada por ruralistas, principais responsáveis pelos ataques aos direitos indígenas.

 
(© Lunaé Parracho / MNI)

 Com a Constituição no chão, o último dia do ATL (16) teve a agenda cheia, com dois Atos Solenes em homenagem aos índios, um na Câmara dos Deputados e outro no Senado Federal. O vice-presidente Michel Temer também recebeu lideranças indígenas, assim como o Ministro do STF Dias Toffoli.   


 (© Fábio Nascimento / MNI)

 Ato solene no Plenário da Câmara dos Deputados foi uma homenagem de parlamentares ao Dia do Índio. No entanto, indígenas se sentiram constrangidos ao serem barrados na entrada, num evento em sua própria homenagem. Inicialmente estava acordada a entrada de 700 índios, mas a segurança da Casa só queria permitir 170. No final, foi negociada a entrada de 500.


 (© Lunaé Parracho / MNI

 Criança da etnia Munduruku brinca com a lente da câmera de fotógrafo. O Povo Munduruku está sob ameaça da Hidrelétrica de Tapajós, que vai alagar territórios sagrados dessa etnia. O governo iniciou as obras sem realizar nenhuma consulta aos povos tradicionais da região.


(© Fábio Nascimento / MNI)

 Durante Sessão Solene, liderança indígena visita o blog da Mobilização Nacional Indígena com o computador do Plenário.


 (© Lunaé Parracho / MNI)

 O cantor Chico César mostrou apoio ao movimento indígena se apresentando durante a Sessão Solene na Câmara dos Deputados. Ao seu lado, a liderança indígena Sônia Guajajara, que integra a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).


 (© Lunaé Parracho / MNI)

 No Plenário do Senado também se realizou um Ato Solene. Na foto, dois índios levantam seus mbarakás (chocalho sagrado) como forma de protesto. “O mbaraká é a fala de ñanderu!”, bradou o cacique Tito Vilhalva, liderança Guarani Kaiowá. Ñanderu é o deus gauarani.

 
 (© Fábio Nascimento / MNI)

 O último dia do ATL (16) chegava ao fim. Novamente muitos discursos vazios dos políticos, novamente muitas promessas que os índios já não engolem. Acabava a Semana de Mobilização Nacional Indígena, mas não a luta e a resistências dos povos tradicionais pelos seus direitos. Dentro de algumas semanas a PEC 215 será votada no Congresso Nacional, então podemos esperar mais cocares pela capital federal. 

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