Friday, June 17, 2016

Protestos na Siemens em defesa do rio Tapajós

Ativistas do Greenpeace pedem o não envolvimento da empresa com a construção de uma enorme hidrelétrica no coração da Amazônia 

Protesto na sede da Siemens na Alemanha (©Bastian Arlt/Greenpeace)

Na última quarta-feira, dia 15 de junho, ativistas do Greenpeace estiveram na frente das sedes da Siemens na Alemanha e na Holanda para protestar contra os planos da empresa de se envolver no projeto da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, que, se construída, vai alagar quase 400 km² de florestas e destruir o modo de vida do povo Munduruku.
Na Alemanha, os ativistas utilizaram o tronco de uma castanheira da Amazônia para representar o desmatamento que poderá ser causado caso o projeto se torne realidade, com faixas com os dizeres em alemão e inglês : “Siemens, queremos inovação no lugar da destruição da Amazônia” e “Salve o coração da Amazônia”. Eles também marcaram a sede da empresa com uma linha vermelha para simbolizar a demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu, uma antiga reivindicação do povo Munduruku.
Durante o protesto, o CEO da Siemens, Joe Kaeser, conversou por cerca de 30 minutos com a especialista em florestas do Greenpeace Alemanha, Sandra Hieke, que apresentou os danos que a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós vai causar à floresta amazônica e ao povo indígena Munduruku, que vive na região há gerações. Esta foi a primeira conversa entre o CEO e membros do Greenpeace. Hieke também mencionou as violações aos direitos humanos que têm feito parte da construção de hidrelétricas na Amazônia brasileira, como pôde ser visto no caso de  Belo Monte, no rio Xingu. (Para saber mais, veja relatório do Grupo de Trabalho da ONU sobre a questão dos direitos humanos no Brasil - em inglês).
O CEO da Siemens recebeu ainda um relatório do Greenpeace Alemanha que trata das questões da hidrelétrica. Diversas cartas já foram enviadas pelo Greenpeace de vários países à Siemens informando sobre os riscos da construção de São Luiz do Tapajós e pedindo o não envolvimento da empresa. Até agora não houve nenhum comprometimento por parte da empresa em se afastar do projeto.
O Greenpeace está pedindo para que empresas, como a alemã Siemens, que detêm a tecnologia para a construção de hidrelétricas, se comprometam publicamente a não se envolver no projeto do Tapajós. “Em vez de contribuir com a destruição da Amazônia, tanto a Siemens como as outras empresas interessadas na hidrelétrica de São Luiz do Tapajós deveriam ajudar o Brasil a desenvolver um futuro com energia limpa de verdade, como a solar e a eólica, que já são uma realidade para suprir as necessidades de abastecimento de energia do país”, afirma Danicley de Aguiar, ativista da Campanha da Amazônia do Greenpeace.

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