Tuesday, June 28, 2016

Após um ano de testes, Programa Ruas Abertas é oficializado pela prefeitura

Prefeitura de São Paulo também criou Comitê de Acompanhamento e Fortalecimento do Programa Ruas Abertas. A ideia é dialogar com a sociedade civil para desenvolver o programa e incentivar a ocupação do espaço público restringindo o uso do automóvel. 

Em 2015, prefeitura oficializou o fechamento da Avenida Paulista (©creative commons)

Uma das dez maiores cidades do mundo dá um passo importante para que seus cidadãos possam se apropriar cada vez mais do espaço público. Neste sábado, a Prefeitura de São Paulo publicou o decreto que institui o Programa Ruas Abertas como um programa permanente na cidade. Além de oficializá-lo, Haddad também criou um Comitê de Acompanhamento e Fortalecimento do Programa Ruas Abertas, composto por organizações da sociedade civil e ligado diretamente ao gabinete do prefeito, com o objetivo de avaliar o programa e propor soluções para que o uso de ruas e avenidas para pedestres e ciclistas seja aprimorado. Na prática, a constituição do Comitê ajuda a construir uma cidade mais humana na qual, por exemplo, atividades esportivas e culturais acontecem na rua.
Além de uma maior ocupação das ruas e das avenidas de São Paulo, o programa “Ruas Abertas” incentiva a ampliação de espaços de lazer e promove a consolidação das relações sociais nos bairros, com mais inclusão cultural e com a recuperação urbana de espaços degradados e sem uso.
“Faz um ano que os paulistanos passaram a ocupar a Avenida Paulista aos domingos e, com a publicação do decreto, abre-se o caminho para que essas atividades possam ganhar a cidade toda com a qualidade que os cidadãos e cidadãs merecem.”, afirma Vitor Leal, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. “A partir do momento em que vivemos a experiência de uma rua aberta, ocupada pelas pessoas, silenciosa e menos poluída, também começamos a ver que a cidade não precisa ser refém dos automóveis. A gente descobre que outra cidade é possível”, conclui Leal.
Um grupo de cinco organizações, Cidade Ativa, Sampapé, Bike Anjo, Minha Sampa e Greenpeace, esteve reunido com o prefeito Fernando Haddad (PT) na última semana, e pediu a oficialização do programa Ruas Abertas, com regulamentação e orçamento próprio. Algumas sugestões sobre a implantação do programa foram levadas pelo grupo à Prefeitura, baseadas em experiências que essas e outras organizações tiveram com as Ruas Abertas. Nos últimos seis meses, Greenpeace, Bike Anjo, Sampapé e Cidade Ativa se articulam com a população e gestores locais para que a avenida Luiz Dumont Villares, na Zona Norte, torne-se uma via aberta.
A avenida foi selecionada por conectar diversos equipamentos públicos e privados de cultura e lazer e por ter fácil acesso pela proximidade do terminal urbano de ônibus e da estação de metrô Parada Inglesa. Trata-se de uma via central, próxima à subprefeitura, e identificou-se que o comércio de rua tende a ser beneficiado pelo programa. Além disso, o transtorno aos moradores seria baixo visto que a região tem um perfil mais comercial e já recebe ciclofaixa de lazer. Com isso, o grupo quer mostrar os benefícios que o programa pode trazer para a população, ajudando na descentralização do Programa para outras áreas da cidade.

No comments:

Post a Comment

Note: Only a member of this blog may post a comment.