Wednesday, October 8, 2014

Em tempos de seca, o sol brilha na Califórnia

Adentrando seu quarto ano seguido de seca, o estado da Califórnia acaba de sofrer uma redução de 50% na produção de energia proveniente das hidrelétricas.
Durante muito tempo, a alternativa para momentos como esse foi a produção de energia a partir da queima de gás natural. Entretanto, a utilização dessa fonte é uma falsa solução por dois motivos: a alta demanda de água na geração de eletricidade pelas térmicas; e a alta emissão de gases de efeito estufa, que acabam tornando os períodos de chuva mais imprevisíveis.

Diante da seca estabelecida, as fontes renováveis ganham fôlego na Califórnia. (©Robert Visser/Greenpeace)

 Diante dessa verdadeira crise, é nas energias limpas e renováveis que se concentram as esperanças dos californianos: "As barragens hidrelétricas destroem rios e causam emissões de metano, responsável pelas mudanças climáticas. Eólica e solar são as melhores maneiras de gerar eletricidade. Nossas águas devem fluir de maneira rápida e livre o quanto antes para que seres humanos e animais possam usufruir desse bem comum”, afirma Gary Wockner, porta-voz das ONGs Save the Poudre e Save the Colorado, que trabalham em prol da preservação dos rios homônimos.
Atualmente, quase 60% do estado da Califórnia vivem sob a condição de seca severa ou extrema, de acordo com o último levantamento feito pelo California Nevada River Forecast Center, responsável pelo monitoramento hídrico dos estados da Califórnia e Nevada.
Enquanto isso, enfrentando o terceiro ano seguido de estiagem rigorosa, o Brasil também sofre com uma crise hídrica que compromete a produção de energia por meio das hidrelétricas. Contudo, na contramão dos californianos, as autoridades brasileiras seguem ignorando o enorme potencial das fontes limpas de energia, e ao invés de investir fortemente no desenvolvimento da energia eólica e solar – que possibilitariam a diversificação da nossa matriz, o que se vê é intensificação do uso das termelétricas e a insistência na construção de grandes hidrelétricas, alagando regiões produtivas, desalojando tribos indígenas e cidades, a troco de aumentar a produção de energia suja – como o Xingu.

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