Saturday, October 11, 2014

Dia internacional contra o gás de xisto

Operação para retirada de gás de xisto traz sérios riscos ambientais, como a contaminação do solo e de aquíferos subterrâneos 

O edital da 12ª Rodada permite a exploração de gás e óleo de xisto nos blocos licitados, apesar dos enormes riscos a aquíferos e populações. © Greenpeace


Hoje é Dia Internacional Contra o Fracking. Em todo o mundo, pessoas e organizações se mobilizaram para protestar contra a exploração de óleo e gás pela técnica de fraturamento hidráulico horizontal, o fracking.
O fracking consiste em injetar milhares de litros de água com centenas de produtos químicos (alguns cancerígenos) em alta pressão no subsolo, fraturando rochas para extração de óleo e gás de folhelho (conhecido como “xisto”). Esse processo traz riscos de contaminação do solo e, principalmente, de aquíferos subterrâneos que abastecem enorme populações. Os produtos químicos ameaçam a saúde das pessoas, podendo afetar os sistemas respiratório, imunológico, cardiovascular, entre outros.

Comparação com Unidades de Conservação e Terras Indígenas. © Greenpeace

Trabalho de pesquisa realizado pelo Greenpeace mostrou que, no Brasil, as áreas com potencial de reserva de xisto são as mesmas dos maiores aquíferos subterrâneos e, para piorar, onde foram licitados os blocos da 12ª Rodada de Licitações de Petróleo e Gás.
Além da ameaça de contaminação da água de consumo humano e também de uso na produção de alimentos, o uso intensivo no processo de fracking agrava a situação de falta de água em regiões de estresse hídrico. Outros impactos negativos são a fragmentação de florestas, sobreposição ou proximidade com Terras Indígenas, Áreas de Proteção Ambiental e Unidades de Conservação, ameaça à biodiversidade, entre outros.
De qualquer maneira, o óleo e o gás de xisto são combustíveis fósseis, que emitem gases de efeito estufa, agravando o aquecimento global. No caso brasileiro, as maiores reservas são de gás, o que significa emissão de metano, que tem potencial de aquecimento global mais de 20 vezes maior que o CO2.
Já passou da hora dos governos investirem nas fontes renováveis. Somente com energia solar, o potencial de geração já atenderia a toda a demanda brasileira de eletricidade. Sem contar com as fontes eólica e de biomassa, já relevantes no Brasil
Não é mais necessário, atualmente, correr o risco de contaminar a água que a população bebe, a comida que seu filho come e o solo sobre o qual vivemos.

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