Sunday, April 1, 2012

Cresce a estrada, some a floresta


Vista de cima, quanto mais a rodovia se alonga no sul do Pará, mais pressão ela exerce sobre a mata. Foto: ©Greenpeace/Daniel Beltra
Os dados estatísticos sobre a (falta de) execução do Plano Br-163 Sustentável, formulados pelo GTA (Grupo de Trabalho Amazônico) com base em informações do governo, mostram um cenário de descaso por parte do governo com as populações e o meio ambiente local. Mesmo minguados, nem assim eles não traduzem a real situação que movimentos sociais, indígenas, extrativistas e trabalhadores rurais vivem na prática.
A reportagem d’O Estado de SP, presente em evento que reuniu lideranças comunitárias a bordo do navio Rainbow Warrior do Greenpeace, em Santarém, constatou a indignação dos convidados com a falta de governança na região de influência da rodovia.
Enquanto o Plano, criado para reduzir os impactos da obra, teve apenas 43% de suas ações cumpridas seis anos após sua implantação, o desmatamento na região cresceu muito, tendo a estrada como um dos maiores vetores. A obra, por outro lado, chegou a 50% dos 978 km prometidos no trecho entre Santarém (PA) e Guarantã do Norte (MT).
Cerca de 60 pessoas dos movimentos sociais avaliaram o relatório do GTA e elaboraram uma carta-manifesto que será enviada à Casa Civil. Além de ter tido pouco resultado, o grupo mostra que, com o asfaltamento, vem crescendo a pressão sobre a mata. Nesses seis anos, o desmatamento no local aumentou cerca de 6 mil km².
Rubens Gomes, diretor do GTA, alerta também para o roubo de madeira nas unidades de conservação. "Temos notícia que o montante chega a 100 m³/ano retirado da Floresta Nacional de Trairão. Não é pequena operação", afirma.
A reportagem d’O Estado também realizou um sobrevoo em um avião do Greenpeace na região da BR-163 entre Santarém e Moraes de Almeida, ao sul no Pará, para visualizar a situação. Segundo o jornal, é possível ver no entorno plantações de soja que ilham a floresta, e poucos pedaços preservados em algumas unidades de conservação. Estradas de terra denunciam a extração ilegal de madeira, e pastos degradados com gado pressionam a vegetação natural.
Procurada pelo veículo, a Casa Civil informou, por meio de nota, que "a BR-163 continua sendo área prioritária para o governo e, por isso, estamos intensificando e acelerando os trabalhos em um esforço conjunto com os ministérios setoriais".
O Estado está a bordo do navio Rainbow Warrior a convite do Greenpeace, para acompanhar algumas das atividades da expedição que vai da Amazônia ao Rio de Janeiro, passando pela costa brasileira.Fonte;Greenpeace

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