Friday, November 22, 2013

Clube do Carbono

As dez maiores empresas responsáveis pelas mudanças climáticas e o quanto emitiram desde 1964. 

Enquanto a COP-19 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) chega ao fim em Varsóvia e não se vê compromisso por parte dos países para que se definam metas ambiciosas que possam mitigar as mudanças climáticas, o jornal Climatic Change publicou a pesquisa “Rastreando as emissões de CO2 e de metano dos produtores de cimento e dos combustíveis fósseis (1854-2010)”. (clique aqui para ler em inglês)
O cientista Richard Heede pesquisou a acumulação histórica das emissões de carbono dos 90 maiores emissores, entre eles empresas multinacionais e estatais de petróleo, carvão, gás natural e cimento. Ele descobriu que o principal responsável pelas mudanças climáticas não são as atuais emissões, mas o que foi acumulado desde a Revolução Industrial.
Desde 1864, as 90 empresas emitiram 914 bilhões de toneladas de CO2 e de metano, o equivalente a 63% das emissões industriais em todo o mundo. Apesar de ter se industrializado muito mais recentemente que os países europeus, o Brasil figura na lista. A estatal Petrobras aparece entre os 30 maiores vilões do clima sendo responsável por 6 Gton (gigatoneladas) de emissões.
As empresas de óleo e gás são o grupo que mais emitiram sendo responsáveis por nada menos que 77,5% de todas as emissões acumuladas e formam um verdadeiro “Clube do Carbono”. Além dessa notícia ruim, há uma ainda pior: como se não bastassem todas as emissões acumuladas historicamente, as grandes petrolíferas são ambiciosas e pretendem perfurar em fronteiras inóspitas.
É o caso da anglo-holandesa Shell e da russa Gazprom que juntas já emitiram 4% do total global. Ambas pretendem explorar petróleo no frágil ecossistema Ártico mesmo que não possuam tecnologia para isso e sabendo que se houver um acidente na região, as consequências podem ser irreversíveis. Foi para proteger o Ártico que 28 ativistas e 2 jornalistas foram presos na Rússia após protesto pacífico em plataforma da Gazprom.
Desde de 18 de setembro, eles foram detidos pela guarda costeira russa e estão sendo acusados de pirataria e de vandalismo. Esta semana Colin Russell teve sua prisão estendida por mais três meses e 29 foram liberados após pagamento de fiança. “Eles aguardam os julgamentos em liberdade, mas ainda precisamos que as acusações sejam retiradas”, afirmou Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional.


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