Monday, November 11, 2013

Ativistas presos em Murmansk são transferidos

Transferência, que começou nessa madrugada, é feita por trem com vagão especial para presos. O destino, entretanto, ainda é incerto

O trem de passageiros com o vagão especial para o transporte de presos, contendo os vinte e oito ativistas do Greenpeace e dois jornalistas freelancers, parte da estação de Murmansk. (© Dmitri Sharomov / Greenpeace) 


A transferência dos trinta detidos em Murmansk pela Rússia, após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico, começou por volta das 5 horas da manhã de hoje, e será feita por trem. Os advogados dos ativistas se dirigiram ao Centro de Detenção de Murmansk para visitar seus clientes, mas foram informados pelos oficiais que os presos já estavam sendo transferidos.
Ben Ayliffe, coordenador da campanha do Ártico, preocupado com as condições às quais os ativistas são submetidos, disse: “Não sabemos ainda se a realocação dessas pessoas, equivocadamente acusadas, vai garantir melhores condições e direitos básicos. Estamos fazendo tudo ao nosso alcance para que os 30 do Ártico sejam transportados de uma maneira humana”.
O método convencional de transporte de prisioneiros na Rússia é em ‘vagões-prisão’, que podem ser conectados a um trem de carga ou de passageiro. Os detentos são colocados em carros especiais, que contêm diversas celas, cada uma com dois bancos de madeira, dando lugar a quatro pessoas. Não foi confirmada a informação de que os ativistas estão sendo transportados nessas condições. “Segundo informações, esses vagões não possuem aquecimento”, explica Ayliffe. “Advertimos os 30 a usarem roupas quentes. Para isso, entregamos mudas de roupa e acessórios para mantê-los aquecidos”.
O porquê dos 30 do Ártico serem transferidos – segundo rumores para São Petersburgo – ainda é desconhecido pelo Greenpeace. Dentro de dois dias será possível descobrir para qual centro ou centros de detenção eles estão sendo tranferidos, já que existem inúmeras prisões provisórias na cidade para quem aguarda julgamento.
“O ponto da questão é que a prisão dos 30 é inconstitucional. Essas pessoas não são nem piratas, nem vândalas: são inocentes. Eles deveriam ser soltos o mais rápido possível. Protestos pacíficos pela proteção do meio ambiente não é crime, e sim um grande serviço para a humanidade”, completa Ayliffe.
São Petersburgo tem alguma luz do dia durante o inverno, diferente de Murmansk. As visitas serão mais fáceis aos familiares e oficiais dos consulados. Mas não existe garantia de que as condições dentro do novo centro de detenção sejam melhores do que em Murmansk.
Por enquanto, os vinte e oito ativistas do Greenpeace e os dois jornalistas freelancers continuam acusados de pirataria e vandalismo. Não houve confirmação formal de que a acusação de pirataria havia sido retirada pelas autoridades russas, que reconheceram diante da mídia global quão absurda era a acusação. Os 30 do Ártico, portanto, continuam acusados de ambas as ofensas, que podem levar a uma pena máxima de quinze e sete anos, respectivamente.

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