Sunday, May 19, 2013

Tempo é (mais do que) dinheiro

Banner de 10 metros de comprimento em passarela da Radial Leste, São Paulo, cobrou a implementação de corredor de ônibus no local (©Greenpeace/Otavio Almeida) Um ditado muito popular no Brasil é que tempo é dinheiro. E se isso é verdade em algum lugar, esse lugar é São Paulo. Cidade em que o trânsito caótico é responsável pela perda de uma quantia equivalente a 1% do PIB do país. No ano passado, os prejuízos acumulados chegaram a algo como R$40 bi, o equivalente a soma dos valores gastos com as externalidades do trânsito e do que a cidade deixou de produzir enquanto fica parada. Essa é a conclusão de um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para chegar a esse valor, a FGV considerou alguns fatores, como o tempo que o cidadão perde parado no congestionamento, o gasto adicional com combustíveis e o aumento das despesas com a saúde, em decorrência da crescente poluição e da maior exposição da população a ela. Ao colocarmos tudo isso na balança, notamos que o prejuízo, despercebido no dia-a-dia, é grande. Pensar que cerca de 1/3 do combustível utilizado para abastecer o automóvel é perdido nos congestionamentos, é uma forma de tornar os prejuízos mais mensuráveis. Mas, sem dúvidas, o prejuízo pior é a perda de tempo, cujo valor nem sempre consideramos na hora de fazer as contas. São Paulo é a capital brasileira na qual as pessoas gastam mais tempo para realizar o percurso casa-trabalho-casa: são aproximadamente 43 minutos em cada deslocamento, um tempo que poderia ser dedicado ao trabalho ou à vida pessoal. O Greenpeace incentiva que os cidadãos brasileiros, não apenas os paulistanos, acompanhem a elaboração do Plano de Mobilidade de suas cidades. Para saber mais, acesse o site da campanha. O estudo da FGV deixa claro que está na hora de repensarmos a forma como os deslocamentos acontecem em São Paulo. Esse repensar envolve, necessariamente, investimentos em transporte coletivo e no não-motorizado, ou os paulistanos continuarão a perder cada vez mais tempo, dinheiro e qualidade de vida.

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