Saturday, December 12, 2020

Paraquate para quem?

Mariana Campos

Agrotóxico que provoca sérios danos à nossa saúde e ao meio ambiente tem licença de uso prorrogada pela Anvisa até 2021

Em 2017, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu pelo banimento gradual do paraquate, com prazo final para setembro de 2020. Mas esse perigoso agrotóxico, apesar de letal, continua a nos assombrar. Recentemente, ganhou uma sobrevida: a Anvisa permitiu que o estoque do veneno continue a ser usado nas plantações brasileiras até agosto de 2021. 

Acontece que o paraquate, substância bastante utilizada na secagem de grãos, é extremamente tóxico. Está proibido na Suíça, por exemplo, desde 1989. Deveria ser banido em todos os lugares, mas a Syngenta, sua fabricante suíça, insiste em vendê-la a países que têm legislação mais permissiva, como é o caso do Brasil. 

Escoar venenos já banidos há muito tempo por outros países transforma o Brasil em um depósito de veneno e terreno fértil para o lucro de empresas de agrotóxicos, que contam com a conivência das autoridades públicas.

A Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida denuncia que a Anvisa estendeu o prazo de uso do paraquate por pressão do agronegócio, que financiou estudos defendendo o veneno e o estocou propositalmente. 

Para o agronegócio, o paraquate é lucro. Para a população brasileira, no campo e na cidade, é um prejuízo que pode matar e precisa ser banido definitivamente. Precisamos urgentemente de uma transição para uma agricultura sem veneno, agroecológica, justa para quem produz e saudável para quem come. Chega de agrotóxicos!

Assista e compartilhe o vídeo, para fazer a informação chegar antes do veneno:

 

sobre o(a) autor(a)

Jornalista do Greenpeace Brasil em Brasília, integra os times de Políticas Públicas e Agricultura & Alimentação. É vegana e gosta de andar descalça na mata. Começou a abraçar ...  Read More

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