Manifestantes na Mobilização Mundial Pelo Clima durante a COP21, em São Paulo. Zé Gabriel / @Greenpeace
Começou hoje a Semana do Clima da América Latina e Caribe (Climate Week), em Salvador. Entre 19 e 23 de agosto, a capital baiana sedia a Convenção das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
O evento é uma preparação para a COP25 (Conferência sobre Mudança Climática), que acontecerá em dezembro, no Chile. Nós, do Greenpeace, estamos acompanhando de perto a programação, que pretende aprofundar a conversa sobre o enfrentamento da emergência climática, um tema que é de urgência mundial, mas que está diretamente conectado com desafios e soluções regionais.
A Semana do Clima conta com a presença de representantes de 26 países e com um público estimado de cerca de 5 mil participantes, segundo a prefeitura. A programação é intensa e diversificada, com workshops, passeio ciclístico e palestras sobre meio ambiente e mudanças climáticas.
Brasil lutando para se manter na pauta do Clima
O evento chegou a ser cancelado pelo governo federal em maio deste ano, quando o ministro Ricardo Salles usou a justificativa de que o país não iria mais sediar a conferência sobre mudanças climáticas da ONU, a COP25, e não teria motivo para manter a programação. Na ocasião, Salles chegou a dizer que realizar o encontro seria uma “oportunidade” apenas para a “turma fazer turismo em Salvador” e “comer acarajé”.
Assim que o ministro anunciou o cancelamento, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), afirmou que buscaria representantes da ONU para tentar manter o evento na cidade. Depois de algumas negociações do prefeito da cidade com o ministro das Relações Exteriores e o secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, o Ministério do Meio Ambiente voltou atrás.
Manter o Brasil como sede do evento garante sua relevância na pauta mundial do Clima. “Há pouco mais de uma semana, o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, lançou um estudo de uso do solo que comprova que precisamos segurar a linha do desmatamento da Amazônia para frear o aumento acelerado da temperatura global. Apesar da postura do governo federal, muitos governos e cidades compreendem que o momento de agir é agora, antes que seja tarde demais ”, diz Fabiana Alves, coordenadora do Projeto de Clima do Greenpeace Brasil.
A Semana do Clima e a voz jovem
O Brasil e os brasileiros têm um papel fundamental no enfrentamento da emergência climática: guardamos em nosso território a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, que age como um sistema protetor contra o aquecimento global. A floresta em pé armazena os gases que aceleram o aquecimento da Terra, fruto das ações humanas; mas quando cortada, essa quantidade gigantesca de gases é liberada de volta para a atmosfera.
Diante do alerta do aquecimento global, uma voz se levanta na multidão: as crianças e os jovens do Brasil e do mundo. Eles pedem que façamos algo agora para reduzirmos os impactos que serão vividos principalmente por essa geração.
Por isso, dedicamos o destaque da programação da Semana do Clima a uma das atividades, a oficina que tem como objetivo  engajar mães, pais e adultos a apoiar crianças e jovens engajados e interessados em mudar o futuro climático do planeta:
Oficina de Educação Climática
20 de agosto (terça-feira), das 19h às 21h
Local: Biblioteca do Goethe-Institut Salvador-Bahia – Av. Sete de Setembro, 1809 – Vitória, Salvador – BA
Realização: Engajamundo / Famílias pelo Clima
Apoio: Goethe-Institut Salvador-Bahia e Instituto Alana