Friday, December 14, 2018

ANP, não venda a Amazônia para as petrolíferas

por Thaís Herrero

Fomos com nossos ativistas até a agência do governo pedir que a Amazônia não caia nas mãos de empresas que podem ameaça-la.
pessoas simulam a exploração de petróleo com uma máquina e barris em frente ao prédio do governo.
Nossos ativistas protestaram pacificamente contra a oferta de áreas na Amazônia para a exploração de petróleo e gás natural. © João Laet / Greenpeace
Os funcionários da Agência Nacional de Petróleo (ANP) tiveram uma visita inesperada nesta quinta-feira de manhã. Nosso time de ativistas foi até a sede do órgão do governo defender a Amazônia. E fomos dizer que não aceitamos a venda de 80 áreas para empresas explorarem petróleo e gás natural no meio da floresta e no litoral dos estados do Norte.
Desde 1o de novembro, a ANP iniciou um tipo de leilão chamado Oferta Permanente e está oferecendo 80 blocos na Amazônia, a maioria no estado do Amazonas. Quarenta deles estão próximos áreas protegidas, como a Área de Proteção Ambiental Tarumã e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uatumã.
E existem blocos sobrepostos a territórios indígenas não demarcados, caso dos Maraguá. O Amazonas é habitat de centenas de espécies endêmicas, entre elas algumas ameaçadas de extinção como o sauim-de-coleira e o tucano-de-bico-preto.
Só a operação e infraestrutura para explorar petróleo já impactaria a floresta e o modo de vida de comunidades locais. Mas a maior ameaça é de um derramamento de óleo – que pode acontecer nesse tipo de atividade. As consequências seriam enormes e até irreversíveis: na floresta, a contaminação de igapós, de plantas, árvores, animais, ameaçando inclusive a cadeia alimentar da qual fazemos parte. Para piorar, a limpeza do petróleo derramado na floresta é extremamente complexa e envolve desmatamento.

Blocos ameaçando os Corais da Amazônia

Há também 40 blocos na bacia do Pará-Maranhão, no litoral desses estados. Esses blocos estão próximos ao recife dos Corais da Amazônia, um ecossistema único que estamos defendendo do petróleo há 2 anos.
Na semana passada, mais de 2 milhões de pessoas que defendem os Corais tiveram uma grande vitória: O Ibama negou a licença para a petrolífera Total considerando os riscos que a exploração traria ao bem estar do ecossistema. Depois dessa grande vitória, não podemos aceitar que a ANP coloque mais blocos à venda e ameace a Amazônia.
Pela proteção da floresta e dos Corais, dizemos: Petróleo na Amazônia, não!

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