Sunday, June 3, 2018

Mais de 250 ativistas do Greenpeace e da ANV-COP21 interromperam a reunião anual da petrolífera Total para se fazer ouvir e defender os Corais da Amazônia zoom Escalador com banner em defesa dos Corais da Amazônia. Ativistas foram à reunião anual da Total para defender esse ecossistema único. (Foto: ©Greenpeace/ANV-COP21) Era para ser mais uma reunião anual comum, na qual empresários e empresárias da Total passam o dia discutindo o balanço e o futuro da petrolífera. Reunidos em Paris na manhã desta sexta-feira (01/06), eles tiveram uma grande surpresa. E cancelaram o evento. Mais de 250 ativistas do Greenpeace e da organização ANV-COP21 interromperam a reunião para protestar pacificamente em defesa dos Corais da Amazônia. A Total planeja explorar a costa do Brasil a qualquer custo, ignorando mesmo as novas descobertas obtidas na expedição científica que o Greenpeace e cientistas fizeram em abril e maio deste ano. A primeira surpresa da reunião foi o surgimento de escaladores que, do alto do palco do evento, abriram banners com a frase "Defenda os Corais da Amazônia" em diferentes idiomas. Enquanto isso, fora do prédio, outros ativistas e músicos faziam uma batucada no estilo brasileiro. Essas pessoas vieram de dez diferentes países para representar as mais de 2 milhões de assinaturas na petição que pede para a Total desistir dos seu planos. "Na frente de seus próprios acionistas, a Total se considera uma 'grande responsável da energia'. Mas me pergunto se é responsável explorar petróleo a quase 2 mil metros de profundidade, em condições de correntes marinhas extremas e perto de um recife recém-descoberto", questiona Thiago Almeida, especialista em Energia do Greenpeace Brasil. Para Pauline Boyer, porta-voz da ANV-COP21, a abertura de novas áreas para exploração petrolífera, como planeja a Total, é um absurdo diante do contexto climático no qual vivemos. "As emissões de gases de efeito estufa precisam ser drasticamente reduzidas. Protestos pacíficos como este são essenciais para denunciar a falta de ação por parte de multinacionais como a Total", acrescentou. zoom Vindos de dez países diferentes, ativistas foram à reunião da Total para que a empresa ouça, de uma vez por todas, que explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia é irresponsável. (Foto: ©Greenpeace) A mobilização de hoje faz parte da campanha do Greenpeace que, desde janeiro de 2017, tenta barrar o projeto de petrolíferas que querem perfurar a região próxima aos Corais da Amazônia. No caso de um vazamento de óleo, não apenas o recife estará ameaçado, mas também a costa da Guiana Francesa e os manguezais da região. Dezenas de comunidades dependem dos recursos pesqueiros ali para sobreviver. Há anos a Total quer ter seu projeto na foz do Amazonas aprovado – ainda que 2 milhões de pessoas, cientistas e até o governo brasileiro mostrem sua oposição a ele. Na quarta-feira (30/05), o Ibama publicou uma nota em que questiona a qualidade dos dados do Estudo de Impacto Ambiental da Total. O órgão diz ainda que a empresa está com dificuldade de mostrar como agiria em caso de um vazamento de petróleo. zoom Escaladores na reunião anual da Total levaram a mensagem de mais de 2 milhões de pessoas que são contra a exploração de petróleo perto dos Corais da Amazônia. (Foto: ©Greenpeace)

Depois de um ano de espera e intensa pressão popular, Comissão que irá analisar a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos foi finalmente instalada no Congresso

Feira de produtores agroflorestais (© Peter Caton/Greenpeace)
Na última terça-feira (16), a Comissão Especial para analisar a Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos (PNaRA) foi finalmente instalada, conforme prometido pelo presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), em reunião com a sociedade civil no dia anterior.
A instalação desta comissão representa um passo muito importante para a luta contra os agrotóxicos e contra o pacote do veneno, pois abre espaço para que a sociedade possa realmente debater o futuro da alimentação no Brasil, algo que a Comissão do PL 6299/2002 (da PL do Veneno) nunca fez. Na primeira reunião, foram escolhidos o presidente da comissão, o deputado Alessandro Molon (PSB/RJ), e o relator, deputado Nilto Tatto (PT/SP).
A instalação da PNaRA é um sinal de respeito à população brasileira, sua saúde e seu desejo por um outro caminho para a agricultura. Um caminho que possa garantir a esta e às futuras gerações uma produção de alimentos verdadeiramente saudável, sustentável e mais acessível para todos.
Mas o que é a PNaRA mesmo?
A Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos, ou PNaRA, é praticamente o oposto do Pacote do Veneno. Ela prevê a redução gradual do uso de agrotóxicos no país, possibilitando a transição do modelo convencional de agricultura - que usa quantidades enormes de químicos, em grandes áreas concentradas de terras dedicadas à monocultura - para sistemas agrícolas mais justos e sustentáveis, capazes de democratizar a produção, distribuição e o acesso a alimentos de verdade e sem veneno.
Os caminhos para que a política se torne realidade foram abertos há algum tempo. O projeto do PNaRA foi baseado no  Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), que contou com um amplo e intenso trabalho de articulação entre sociedade civil e governo. No entanto, desde que foi criado, em 2014, o programa não chegou a ser oficialmente lançado e ficou parado no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), onde está engavetado até hoje. A partir desta estagnação, um grupo de entidades e movimentos da sociedade civil, como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e o Greenpeace, se juntaram para consolidar a iniciativa e transformá-la na Política Nacional de Redução de Agrotóxicos, apresentada como projeto de lei.
Em  2016 a política foi apresentada pela sociedade civil ao Congresso e, na mesma ocasião, foi acolhida pela Câmara dos Deputados, onde se tornou o Projeto de Lei 6670/2016. Em fevereiro de 2017, foi criada uma Comissão Especial para analisar a proposta de iniciativa popular, porém, mesmo após atingir membros suficientes a comissão ainda aguardava instalação.
“Com a PNaRA criada e instalada, poderemos ampliar ainda mais o debate que já vem sendo feito pela sociedade sobre novos caminhos para essa agricultura dominante no país, que vem custando a saúde das pessoas”, diz Marina Lacôrte, da Campanha de Agricultura e Alimentação. “Para termos segurança alimentar é preciso cuidar dos recursos naturais, para que seja possível continuar produzindo alimentos em quantidade e qualidade no longo prazo. É isso o que a PNaRA pode proporcionar, além de menos veneno em nosso prato”, completa.
Junte-se a nós, assine a petição!

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