Wednesday, May 9, 2012

Extrativistas do Pará contra o desmatamento

A bordo do Rainbow Warrior, Atanagildo de Jesus, presidente do CNS no Pará, declara apoio à lei de iniciativa popular pelo Desmatamento Zero. (©Greenpeace/Marizilda Cruppe/EVE)A bordo no navio Rainbow Warrior, representantes de Reservas Extrativistas Marinhas do Estado do Pará, que fazem parte do CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas), vieram a Belém para mostrar seu apoio à campanha do Desmatamento Zero. Na reunião, o Greenpeace apontou caminhos para ajudar os extrativistas a levarem suas demandas à Conferência Rio+20. “As Resex têm um componente muito importante para a vida do planeta, que é a floresta, pois ela sequestra carbono. Quando se queima floresta, manda-se carbono para a atmosfera, que vai ficando carregada. Se continuar assim, ela acabará sufocando os próprios seres vivos. Por isso que a campanha do Desmatamento Zero é muito importante para nós.”, disse Atanagildo de Jesus Matos, presidente do CNS no Pará. Segundo ele, os mangues no Brasil e no estuário paraense possuem importância fundamental para o meio ambiente e para o equilíbrio ecológico da região. No Estado, cerca de 10 mil famílias de pescadores vivem da exploração do ecossistema de manguezal. Para o vice-prefeito de Curuçá, Jorge Macedo, a carcinicultura (criação de camarões em cativeiro) vai invadir os apicuns por conta da aprovação do novo Código Florestal. “Precisamos nos articular melhor. Nós não estamos sabendo utilizar as nossas ferramentas, mas a bancada ruralista vai saber usar muito bem o novo Código Florestal.” O representante da Fetraf (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar) do Pará, Nonato Souza, também criticou a abordagem do governo. “Esse é um governo para os pobres, mas que ainda não compreendeu que a Amazônia é importante no processo de qualidade de vida para as populações que vivem na região. A Amazônia não é uma coisa isolada, ali tem gente, tem vida.” Paulo Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace, lembrou na reunião as palavras de Chico Mendes, fundador do CNS. “O Chico falava que é preciso ‘amazonizar’ o mundo, mas devemos começar ‘amazonizando’ o Brasil.” Segundo ele, existem hoje 220 milhões de hectares de pastagem e 200 milhões de bois, o que representa mais de um hectare por boi. “Só no Brasil que gado possui mais terra do que gente na Amazônia. A agricultura brasileira é a mais atrasada do mundo. O fazendeiro não investe em tecnologia, e usa o boi para garantir a posse da terra. Não precisamos derrubar mais florestas, e é aí que a lei do Desmatamento Zero entra em campo.” *Nathália Clark está a bordo do Rainbow WarriorFonte;Greenpeace

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