Friday, August 26, 2016

Principais supermercados do Brasil fecham o cerco contra a carne de desmatamento

Em resposta à exigência dos consumidores, Carrefour torna pública sua nova política de compra de carne bovina. Pão de Açúcar e Walmart também já aderiram zoom Com a entrada das três maiores redes de supermercados do Brasil no acordo, a estimativa do Greenpeace é que pelo menos 80% do volume de abate bovino na Amazônia passe a ser monitorado. (© Bruno Kelly / Greenpeace) O Carrefour, segunda maior rede de varejo do Brasil, acaba de anunciar sua política de compra de carne bovina e as novas ferramentas que serão implementadas para garantir a seus consumidores a venda de carne livre de desmatamento e violações socioambientais. Com isso, as três maiores redes do Brasil, que juntas correspondem por um terço do mercado varejista nacional, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), acabam de criar uma importante barreira para o desmatamento da Amazônia, enquanto enviam um recado claro a toda a cadeia de produção de carne bovina: os consumidores tem o direito a uma carne sem desmatamento e os frigoríficos que atuam na Amazônia terão que se adequar. “Os supermercados são uma das principais portas de entrada da carne para a mesa dos brasileiros e, com o comprometimento e apoio do Carrefour, juntamente com as outras duas maiores redes, poderemos mante-las fechadas para o produto contaminado com desmatamento, trabalho escravo e invasão de terras indígenas”, afirma Adriana Charoux, da campanha Amazônia do Greenpeace. A vitória é uma resposta à campanha Carne ao Molho Madeira, lançada pelo Greenpeace no final do ano passado, e aos pedidos de milhares de consumidores, que questionaram os supermercados sobre a origem da carne e exigiram um produto seguro e livre de violacões socioambientais. Mais de 29 mil pessoas assinaram a petição. Um dos pontos importantes anunciados pelos três gigantes do varejo, que deve impactar nas gôndolas de mais de 2.500 lojas em diversos estados, é a implementação de sistemas de monitoramento e exclusão de fornecedores, todos baseados no Desmatamento Zero. Com a ajuda dos supermercados, os frigoríficos médios e pequenos têm um estímulo a mais para desenvolver e integrar sistemas de monitoramento da carne que vendem diariamente aos seus clientes. - Walmart e Pão de Açúcar já se comprometeram Outro avanço é que as três redes passarão a exigir carne sem desmatamento de todos os biomas. Com o anúncio do Carrefour, somado ao já assumido pelos outros supermercados, haverá pelo menos mais sete frigoríficos que atuam na Amazônia comprometidos com o Desmatamento Zero. A estimativa do Greenpeace é que isso represente pelo menos 80% do volume de abate bovino na Amazônia. Apesar de todos os avanços alcançados, a pecuária ainda é o principal vetor de desmatamento na Amazônia e isso precisa mudar. "Os governos tem a responsabilidade de transformar os acordos de mercado em políticas públicas robustas que incluam todos os produtores, frigoríficos e supermercados que atuam na complexa cadeia da pecuária" completa Adriana. Os mecanismos existem e estão disponíveis. E a demanda legítima da sociedade, representada pelas mais de 1.4 milhão de assinaturas, mostra que não queremos ser cúmplices do desmatamento e tantas outras mazelas que caminham de mãos dadas com ele, seja na Amazônia ou qualquer outra floresta. Saiba mais sobre o Compromisso Público da Pecuária Assinado em 2009, após denúncia do Greenpeace, o Compromisso Público da Pecuária conta atualmente com três frigoríficos signatários – JBS, Marfrig e Minerva, que juntos representam cerca de 70% do abate na Amazônia. Segundo estudo, o acordo foi fundamental para acelerar a regularização fundiária e a queda do desmatamento nas fazendas que forneciam diretamente para os frigoríficos que entraram no compromisso.

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