Saturday, October 27, 2012

Vamos invadir o Congresso

Paulo Adario, do Greenpeace, fala na cerimônia de renovação da moratória da soja.Calma, gente. Ninguém aqui está falando em botar o pé na porta do Congresso, afinal o Greenpeace é uma organização pacifista. Essas foram palavras da própria ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em uma referência à proposta do Greenpeace e outras organizações da sociedade civil para tornar o desmatamento zero uma lei de iniciativa popular. Segundo a ministra, a ideia vai chegar como uma onda em Brasília: “Isso vai invadir o Congresso num debate sobre o que queremos da Amazônia. Será uma decisão do coletivo, e não de pequenos grupos.” A fala aconteceu no meio da cerimônia em que a indústria de soja estendeu por mais um ano seu compromisso de não comprar mais o grão de áreas recém-desmatadas na Amazônia. Já faz seis anos que as empresas se comprometem em tirar a devastação de sua cadeia de produção. Uma prova de que o desmatamento zero é perfeitamente compatível com o crescimento agrícola. “Não precisamos de área nova de floresta para aumentar a produção de soja no Brasil. Não precisamos. Temos terra boa para fazer isso sem ter que derrubar uma só arvore”, afirmou Carlo Lovatelli, que preside a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). Segundo Lovatelli, das 220 milhões de hectares de pastagem que o Brasil tem, 50 milhões estão abandonadas e têm potencial agrícola. Portanto, não faz qualquer sentido desperdiçar essas áreas para expandir a produção derrubando florestas. E Lovatelli ainda deu outro exemplo: “No Mato Grosso, principal Estado produtor de soja, há 9 milhões de hectares de pastagens degradadas que poderão ser utilizadas para agricultura e expansão da soja”, garante. Ou seja, há terras de sobra para alimentar a população e continuar exportando, sem ter que destruir nossas florestas. E não é só o Greenpeace que diz. A própria indústria reconhece.

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