Thursday, February 7, 2013

O Duelo da Moda

Responsáveis pela poluição de rios e destruição do meio ambiente, desafiamos grandes marcas de luxo a adotarem práticas sustentáveis
Grandes áreas na Amazônia são destruídas para dar lugar ao gado, cujo couro vira cintos, bolsas e sapatos da indústria da moda (© Daniel Beltrá / Greenpeace). A moda dita tendências. E o mercado internacional tem sido cada vez mais exigente com elas: sujar o guarda-roupas com peças que contribuem para a destruição do meio ambiente não está mais em alta no mundo fashion. Ciente dessa postura, o Greenpeace Itália divulgou hoje um ranking que revela grandes diferenças entre as políticas de adequação ambiental de marcas de alta costura. A maioria continua utilizando produtos tóxicos que poluem as águas e couro vindo de áreas desmatadas ilegalmente. Poucas têm planos de mudar de atitude. O ranking Duelo da Moda propoe uma disputa entre as marcas por uma produção mais sustentável. Por enquanto, a grife italiana Valentino lidera a lista, já que se comprometeu a eliminar todos os lançamentos de produtos químicos tóxicos e a adotar o desmatamento zero em toda a sua cadeia de fornecimento. Enquanto isso, seis diferentes marcas famosas como Prada, Chanel, Hermès e Dolce & Gabbana aparecem em último lugar por não tomarem qualquer decisão sobre melhorias em suas políticas ambientais.Ao todo, 15 marcas italianas e francesas foram classificadas, com base em uma pesquisa sobre três seções das cadeias de fornecimento global das empresas: couro, papel e celulose, e poluição tóxica da água. A indústria têxtil é uma das principais fontes de poluição da água em países como China e México. Além disso, florestas de valor insubstituível estão sendo transformadas em embalagens descartáveis ​​e produtos de consumo, enquanto que, na floresta amazônica, grandes áreas são destruídas para dar lugar ao gado, utilizado posteriormente para a produção de sapatos, bolsas e cintos. “As marcas que falharam na classificação, como a Louis Vuitton, são tendências globais da moda, mas elas também têm agora uma oportunidade para se tornarem líderes ambientais. Elas devem tomar medidas urgentes e transparentes para eliminar a liberação de substâncias químicas perigosas ao longo da sua cadeia de suprimentos e de produtos, e colocar em prática medidas concretas para evitar a contaminação da cadeia de fornecimento com a destruição florestal”, disse Chiara Campione, do Greenpeace Itália. As marcas foram avaliadas tendo em vista a transparência de suas cadeias de abastecimento, suas políticas ambientais e sua vontade de fazer um compromisso vinculativo pelo Desmatamento Zero e pela eliminação zero de produtos químicos perigosos. “Desde o lançamento da campanha Detox do Greenpeace, em 2011, 15 das mais importantes marcas de luxo do mundo já se comprometeram a eliminar todos os lançamentos de produtos químicos perigosos ao longo de sua cadeia de suprimentos e de produtos”, disse Campione. “Se essas grandes empresas, e hoje a Valentino, deram o primeiro passo, por que deveríamos esperar menos de todas as outras marcas da moda?” O ranking foi criado para trazer transparência aos consumidores, possivelmente os maiores interessados na procedência do que estão vestindo. Por isso, o Greenpeace pede a quem apoia a campanha para cobrar a indústria da moda a limpar seus produtos e se comprometer com o Desmatamento Zero e com políticas de produção sem descargas tóxicas. Desde 2009, os três maiores frigoríficos brasileiros já se comprometeram a eliminar o desmatamento de sua cadeia de produção. Agora, essas empresas devem se juntar à iniciativa e cobrar que ela seja cumprida. O duelo já começou: desafie a moda a limpar a sua roupa!

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