Wednesday, December 5, 2012

Aotearoa (um pouco) mais protegida

A notícia de que a Petrobrás não irá mais explorar petróleo na costa neozelandesa foi bem recebida pelas comunidades locais cujas praias e meios de subsistência estavam ameaçadas pelo risco de um vazamento de óleo e da poluição que vem da perfuração de petróleo. O patrimônio cultural e ambiental desta bela e primitiva parte da Aotearoa (Nova Zelândia, em maori) foi salvo. No entanto, esta notícia também deveria servir como um alerta para despertar Steven Joyce, atual Ministro do Desenvolvimento Econômico da Nova Zelândia, e seus colegas de gabinete, que depositam as esperanças econômicas do país nos caprichos das companhias petrolíferas dos outros países. O Governo Nacional fez todos os esforços possíveis para atrair algumas das empresas mais poluidoras do mundo, permitindo que elas danificassem a reputação da Nova Zelândia por fazer lobby pelo enfraquecimento da proteção ambiental. Em abril de 2011, membros da Whānau ā Apanui, tribo maori, e ativistas do Greenpeace protestaram durante mais de uma semana contra a presença de um navio contratado pela Petrobrás para prospectar petróleo no litoral da Nova Zelândia. A tribo pediu o apoio do Greenpeace para evitar que a Petrobrás realize estudos para explorar petróleo. A comunidade maori vive na baía de Whangaparoa, Leste da Nova Zelândia, e explora há séculos os recursos pesqueiros da bacia de Raukūmara, onde a Petrobrás está fazendo sua prospecção. Enquanto isso, no Brasil, a Petrobrás vem explorando petróleo no pré-sal, a uma profundidade de até 7 mil metros, desde 2008. Hoje, são retirados diariamente 200 mil barris de petróleo, número que a empresa quer que seja cinco vezes maior até 2017. O petróleo é uma das fontes de energia mais poluentes, grande responsável pela emissão de gases-estufa na atmosfera, que levam ao aquecimento global. Além disso, a exploração em alto-mar traz riscos à biodiversidade e às pessoas que dependem dos recursos naturais para viver. Estima-se que 20 mil pescadores se sustentem no Parque Nacional Marinho de Abrolhos, contribuindo com 10% da produção pesqueira nacional. Por aqui, a situação ainda se agrava com os vazamentos, inclusive um da Petrobrás no começo deste ano, que poluem e prejudicam a vida marinha local, e sem um plano de contingência por parte do Ministério do Meio Ambiente. A necessidade de adotar medidas de prevenção e de segurança mais rígidas é inegável e urgente. Hoje, temos 105 sondas trabalhando em toda a costa brasileira perfurando a mais de 4.000 metros de profundidade e sob uma lâmina de água superior a mil metros. Nessas condições, a capacidade de controle de um vazamento é muito difícil.

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